segunda-feira, 8 de agosto de 2011

UMA HISTÓRIA FELIZ: BUICK SUPER 1953 CABRIOLET



Para variar, hoje vamos contar uma história feliz de carro antigo para provar que nem tudo são espinhos: O Buick Super 1953 Cabriolet de Bill Madden. Aos 79 anos, Bill começou a lembrar de seu Buick Super 1953 que teve na faculdade, como todos nós. Esses momentos de nostalgia podem levar à ruína, mas Bill teve sorte e comprou um carro bem-conservado.




Foi de uma só família e só decaiu um pouco quando chegou à mão do filho do dono original, que o usou muito também na faculdade até parar em um museu em 1993. Ali o teto desabou em cima do carro e destruiu o para-brisa. A neve ficou dentro dele e causou alguns estragos de pequena monta, com ferrugem superficial embaixo do painel e no assoalho. Foi pouco menos de um ano de trabalho em uma pintura bem feita...





Depois de comprado, ainda funcionando bem, Bill resolveu fazer uma restauração de porcas e parafusos. Desmontou o carro inteiro na oficina de um amigo na Califórnia, em Irvine e começou. As porcas e parafusos foram zincados, o motor e  o câmbio foram refeitos por um especialista, os frisos ou polidos ou cromados, e as poucas peças – que sorte – que faltavam foram achadas com facilidade, com exceção de alguns acabamentos no para-brisa, exclusivos do conversível. Um item caro foi o rádio Selectronic, que tem procura automática de estações e um botão no pé para acioná-la.





Bill achou tudo o que precisava no ebay e nos especialistas americanos, ainda por cima fazendo vários amigos pelo caminho. Foi muito ajudado por amigos e parentes quando teve um piripaque cardíaco, mas o resultado é o que vemos nas fotos: um carro impecável e lindo, como todos os Buicks desses anos.





Só foram fabricados 2.078 cabriolés do modelo Super no ano dos cinqüentenário da marca, começada por David Dumbar Buick em 1903. O primeiro foi o 1953 a ter o V-8 Fireball de 322 pol³ ou 5.281 cm³, o famoso Nailhead, assim chamado por ter os cabeçotes em pé, como se fossem dois motores de quatro cilindros instalados paralelos. Foi o ultimo ano dos oito-em-linha de quatro litros, por isso no capô e na tampa da mala existem "Vês" proeminentes, o símbolo da modernidade desses carros que até então tinham motores vindos dos anos 30, ainda que possuidores de válvulas no cabeçote.





Os motores em linha eram exclusivos em 53 do modelo mais barato, o Special. Os Super podiam ser escolhidos como sedãs de quatro portas, cupês sem coluna Riviera, camionetes de quatro portas e esse glorioso conversível, sendo o Riviera cupê o mais vendido, com 92.986 unidades.





O motor do carro de Madden tinha boa compressão. Era mais baixa que a do mesmo V-8 no Roadmaster, e tinha 164 cv em vez de 188. O câmbio de linha era um manual de três marchas, mas quase todos os Buick vinham com o suavíssimo e ineficiente automático Dynaflow, um conversor de torque que só tinha frente e ré.




Nessa época o Dynaflow já tinha um conversor de duplo estagio
Twin Turbine que lhe dava um simulacro de duas marchas, mas como patinava furiosamente causava um consumo de combustível pantagruélico, da ordem de três km por litro... O Super tinha de fábrica vidros, banco e capota de acionamento hidráulico, e recebeu um belo jogo de caríssimas rodas raiadas, opcionais de época, Kelsey Hayes, o que lhe dá um charme especial. A cor foi escolhida pelo catálogo para ser igual ao que Bill teve nos anos 60: Osaga Cream. O interior foi feito como o original, em couro vermelho, e a capota preta em tecido.




Esses carros, me lembro bem, eram o tapete voador por excelência. Flutuavam no asfalto isolando totalmente os passageiros das agruras das estradas, com os resultados previsíveis de estabilidade e aderência. era um verdadeira barca baloiçando no mar...



Mas como os freios da jaca de 1.900 quilogramas eram a tambor, não se recomendavam maiores veleidades esportivas, ainda mais com os pneus diagonais desses tempos... O negócio era curtir a maciez e os cabelos ao vento... sem pressa, usando com calma a direção já hidráulica mas sem feedback nenhum. Parecia desconectada às rodas... O verdeiro tapete voador.










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