domingo, 31 de outubro de 2010

Fernando Calmon, velho e sábio jornalista

Alta Roda nº 600 — Fernando Calmon — 26/10/10

TRÁFEGO INTELIGENTE


Ninguém tem dúvidas de que as rodovias alemãs são as mais seguras do mundo. Em algumas autoestradas nem existem limites de velocidade. Trata-se da combinação de projetos de engenharia rodoviária, construção perfeita e conservação impecável aliada a carros bem construídos, rigor na inspeção técnica veicular e, claro, motoristas treinados e conscientes.
Ainda assim o país se preocupa com a viabilidade futura da mobilidade irrestrita e o sistema de tráfego capaz de responder a altas demandas. Visando esses objetivos, 28 parceiros se reuniram numa iniciativa chamada Aktiv, acrônimo em alemão para Tecnologias Adaptativas e Cooperativas para o Tráfego Inteligente. Envolveram os fabricantes de veículos, companhias de telecomunicações, informática e autopeças, universidades, institutos de pesquisa e autoridades de trânsito, além do suporte financeiro do governo.
Os primeiros resultados foram anunciados agora. Alguns estudos caminham em paralelo e há muito que implantar, mas sempre surgem novidades. A Volkswagen procurou alternativas. No subprojeto de segurança para pedestres e ciclistas já existe meio de deter o veículo completamente, caso sensores indiquem alto risco de atropelamento e o motorista não reaja em tempo. A proposta agora é atuar também na direção. O volante move-se automaticamente para desviar o veículo do pedestre, quando cabível. O motorista continua a manter o controle do carro, atuando de forma circunstancial.
A intervenção no volante pode ocorrer se o automóvel muda de faixa e os sensores laterais indicam perigo. O mesmo recurso se aplica quando os futuros sistemas interativos de navegação, combinando sinais de satélite GPS a mapas digitais, antevirem erros na aproximação de curvas. Objetivo é coordenar velocidade, freando o veículo antecipadamente, e trajetória, agindo discretamente sobre o volante.
Mais de 30% dos congestionamentos nas estradas alemãs ocorrem por obras. A VW sugere interatividade entre informações em tempo real das condições de tráfego, troca de dados entre veículos, cones de demarcação de estreitamento de pista e controle ativo de velocidade de cruzeiro para organizar o fluxo nesses trechos. Possibilidades de colisão são minimizadas e aumenta a velocidade média de passagem, reduzindo consumo de combustível e emissões.
A BMW também anunciou sua estratégia com enfoque próprio. O desafio é intervir sobre os controles o mais breve possível para evitar um acidente iminente, sem indicar ao motorista que ele está sendo pajeado. A empresa usa escâneres de laser na frente e nas laterais e ondas de radar atrás para evitar colisões do tipo engavetamento.
Como também fabrica motocicletas, sugere a inclusão destas na rede de interatividade automática. Em caso de risco de colisão, as motos passariam a acionar faróis, luzes adicionais de segurança e até buzina. Por sua vez, freios dos carros são acionados em 30% de sua força máxima, por um segundo, para alertar o motorista.
Outra ideia da marca bávara é prover na tela de bordo, antes mesmo da partida, informações sobre o trajeto, mais ou menos favoráveis, inclusive previsão de chegada ao destino sob todas as variáveis conhecidas e armazenadas no sistema.


RODA VIVA


Entre as boas notícias do primeiro dia do Salão do Automóvel: mais um fabricante se instalará no Brasil, a Suzuki, por meio do representante no Brasil, o Grupo Souza Ramos, que também produz os Mitsubishis.
Embora confirmado na Itália, a Fiat ainda não anunciou, nem mesmo durante o Salão, o investimento de R$ 10 bilhões no País, no quinquênio 2011-15. Lá estava o novo Bravo, a ser lançado em um mês.
Seminário Ford sobre eletrificação, semana passada em São Paulo, mostrou visões de governo, acadêmicas e da vida prática. Híbrido pleno, o Fusion estará à venda também no Brasil, em novembro, por R$ 134.000,00. Esta é a solução mais racional frente a carros elétricos puros nos próximos dez anos. Híbridos plugáveis em tomadas enfrentam custos altos das baterias.
Para engrossar a competição no segmento dos utilitários esporte compactos, a Kia Motors do Brasil começa a vender dentro de um mês cinco versões do Kia Sportage (uma delas 4x4). Os preços são bem competitivos na faixa de R$ 84.000,00 a R$ 106.000,00. Todas com motor de 2 litros/166 cv. Estilo é contemporâneo, sem alguns exageros da sua contraparte Hyundai ix35.
Dia 12 de novembro, nos cinemas, o aguardado documentário Senna sobre a vida e a carreira daquele que muitos consideram o piloto mais veloz e o melhor da história do automobilismo. Trata-se de um docudrama de hora e meia de duração, da Universal Pictures. Registra os pensamentos e grandes momentos de Ayrton Senna da Silva.
Fenabrave e sete fabricantes apoiam a cartilha sobre isenções de impostos para mulheres que sofrem ou já sofreram de câncer de mama. Desconto atinge 25% do preço do veículo, mas poucas conhecem o benefício.


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fernando@calmon.jor.br


sábado, 30 de outubro de 2010

O HOMEM DAS CORVETTES

 Tenho amigos mito especiais, entre eles o Nando, que faz o Corvette Brasil (clique aqui), um Blog especializado em português. O blog dele é altamente recomendado, pois tem nível alto de informação a respeito de um dos poucos carros realmente esportivos feitos no USA. O Nando é um doentinho que compro mais uma Corvette e me escreveu contando.
É esse maravilhoso modelo 1971 das fotos. Câmbio manual Rock Crusher de 4 marchas com alavanca Hurst, mais precisa ainda que a original acionando do lado da caixa. Os freios a disco nas quatro rodas são desprovidos de assistência, como deve ser um carro de homem que freia forte sem ABS e quer manter o controle do carro. a direçao é hidráulica, meio macia demais para homem com padrões europeus como eu, mas ainda permite controlar o carro razoavelmente bem, sentindo o que as rodas estão fazendo.
A frente ainda tem o bico original com o bigodinho cromado fino, o mais belo de todos os Corvette C3. Essa frente foi usada até 1972, quando chegou a cara de poliuretano por causa das leias de absorção de impactos até 8 km/h sem danos. Nesse ano  também a potencia anunciada foi diminuída no sistema de medição, que passou de SAE bruto (e como...) para SAE liquido. isso quer dizer que a cavalagem passou a ser medica com o todos os acessórios que roubam potencia instalados, tais como alternadores, bombas e silenciosos, além do filtro de ar. ou seja, uma medição mais verdadeira por representar o que vai estar disponível na vida real e não no dinamómetro otimista da fábrica. Lembram dos VW AP dois litros de 125 CV?
As rodas são do tipo Rally de 15" em aço estampado, calçadas com os BFGoodrich do tipo dos originais, enquanto os escapamentos lá atrás do carro, não tendo o opcional dos laterais. A fechadura na "mala" que não abre (acesso por dentro do carro) comanda o único opcional desse carro imaculado, o alarme original de fábrica.
Reparem que os dois pedaços laterais do teto são removíveis, dando uma sensação de conversível sem as vibrações de um carro sem capota. Embora as gerações depois de Zora Arkus Duntov, o russo ggenial que foi o pai da Corvette, tivessem um bom chassi e suspensão á altura da performance do carro, a carroceria vibrava bem. Era de fibra de vidro em cima de um chassi de aço estampado, bem projetado e reforçado. O calcanhar de Aquiles estava na junção da carroceria com o chassi, fonte inesgotável de chiados vibrações parasitas
O interior do carro é num tom de azul claro muito raro, combinando bem com o exterior Azl Mulsanne. O nome é uma homenagema os esorços da GM com a Corvette ne pista de Le Mans.
Como todo carro de lenhador não tem ar condicionado, puro e duro. Bancos reclináveis  são coisa de gerações posteriores, já era um luxo ter bucket  seats individuais. Mas a posição de dirigir é mito boa, com perfeito acesso a todos os comandos.
O motorzinho delicado é um leve 350" V8 de 5.735 cm³ e quatro bocas. São 270 CV pela medição antiga ou 200 CV pela nova. Esses numeros dão uma ideia das  declaradas perdas de potencia de um carro forte. Esse aqui não é o 350 mais brabo: algumas versões chegavam a 350 CV. Isso sem falar nos pesadões Big Block de 454" com 7.400 cm³, originalmentebolados para caminhões de carga. Afinal com quase 100 quilos de torque...
As outras Corvette do Nando, na ordem uma C6, ma C3 e uma C4. O segredo de ter esses carros é manter o SUV BMW da Madame sempre novo. Como ele vive em Utah, isso não é tão difícil e caro, e  seguro no Inverno. Lá um 4X4 vale o que pesa e custa de Novembro a Março...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Coluna do Nasser


De carro por aí - J.R. NASSER


 


Salão. O melhor está por vir


O 26º. Salão do Automóvel assinala 50 anos de seu início. Festa grande, bonita, recordista com 180 expositores, e previsão para 600 mil visitantes até dia 7 de novembro. A demanda por espaços para estandes provocou expansão física pela área externa. A expansão retrata o crescimento do Brasil como 6º. produtor e 4º. mercado mundiais, e crescimento a 2/3 da América do Sul, exibindo 42 marcas; 450 veículos. Referências maiores não foram veículos novos ou o surgimento de caminhos ou tendências, mas anúncios de novas fábricas e carros na faixa dos populares; a chegada dos chineses com 9 representantes – edição 2008 eram 2 - vistos como terrorista incógnita no mercado. Agora, acabou a dúvida. Chegaram.


Curioso, entretanto, é observar que tantos estandes, veículos, caras arquitetura e engenharia promocionais, o Salão não tem um rótulo, tema, bandeira ou dístico. Não é o Salão dos Híbridos gaso-elétricos, como o são Mercedes E400 Hybrid e o Ford Fusion, marcos do atual caminho prático-tecnológico. É o Salão, apenas, mostra, exposição, com óbvios e volumosos lançamentos, e pronto. Não assinala marco, tendência, caminho. E apesar do simbolismo do 50º. aniversário, a organizadora, a internacional Reed Exibitions sequer preocupou-se em mostrar um caminho do tempo com os veículos apresentados, uma evolução histórica-tecnológica-social no caminho cinqüentenário.




Novidades

A expectativa que os híbridos gasolina-elétricos, rotulassem o Salão, se esvaiu. Como representantes do novo caminho, apenas Mercedes E 400, a US$ 253 mil, e o Ford Fusion, a R$ 134 mil, de comércio imediato. A Nissan expôs seu Leaf, e a Mitsubishi o MiEv, norte-americano e japonês somente factíveis para produção local por atrativos tributários e fiscais. Tátil, como veículo elétrico, apenas o Speedy Vilco, triciclo individual.


Novidades de maior expressão econômica foram os anúncios de novas fábricas. Suzuki em produzir o jipinho Jimny, em local ainda incerto – aguardando propostas estaduais – em 3.000 unidades no primeiro ano; das chinesas Chery, por unidade fabril em Jacareí, SP, para duas linhas de produtos; Haima, em local a ser definido; e o Grupo Platinuss, importador de veículos exclusivos, em produzir, em Blumenau, SC, esportivo refinado construtivamente, projeto nacional Rossin-Bertin, sobrenomes de projetista e financiador. Meia centena/ ano, R$ 700 mil.


Produtos novos, agora anunciados, apenas no Salão de 2012, carros sub-compactos, a turma do Fiat Uno: Toyota na fábrica em construção em Sorocaba, SP; Honda em Sumaré, SP, em área criada com a transferência da produção de Fit e City para a argentina Campana; March, dito o 1º. popular japonês, importado do México e depois feito em São José dos Pinhais, Pr, um começar de novo pela Nissan; Hyundai, sem CAOA, em fábrica em Piracicaba, SP. E, surpresa, GM e VW, em desenvolvimento. Ford exibe o Start, modelo quase definitivo, 2 mais 2 a caminho de Smart e outros urbanos. Justifica a decisão comum a expectativa que em 2013 o Brasil produza 5M de veículos; as políticas por redução de consumo e emissões, e a certeza de maior expansão no segmento de entrada.


Gulosa, a Chery projeta vender 150 mil veículos, 3% do mercado nacional, percentual aproximado ao hoje detido pela Citroën após 10 anos no país.


Automóveis de sonho, os há: novo Ferrari 599 GTO; Lamborghini LB 560 Superlegera a R$ 1,7M; Aston Martin com o DBS a R$ 1,25M. Segundo Sérgio Habib, importador da marca, ao vender 60 veículos neste ano será o maior revendedor Aston no mundo com a insólita superação de Ferrari. Coisas do Brasil.
                 Suzuki Jimny produzido no Brasil, novidade maior


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Mercado

As marcas frequentadoras do mercado nacional têm novidades entre nacionais e importados. A líder Fiat, exibe o troféu de Carro do Ano para o Uno, conferido pelos jornalistas especializados em sua associação Abiauto, mostrou o Bravo, evolução do Stilo; Uno versão Sporting, com acertos de motor, câmbio mais reduzido e suspensões. Volkswagen importará o Passat CC e do México o novo Jetta, com motor de quatro cilindros 2.0, 16V. O Bora e o New Beetle não mais constam da listagem. Novidades GM o norte-americano Camaro a R$ 180 mil e o australiano Omega, agora identificado com o piloto Emerson Fittipaldi, V8, 3.6, injeção direta, quase 300 cv, a R$ 128 mil. Da Ford, o Fusion Hybrid trazido do México, e novos Explorer e Edge.


Na Renault, o Fluence, sedã argentino para substituir o Megane, e a promessa de exibir o utilitário esportivo Duster no 1º. trimestre. Outros franceses, Peugeot terá o novo RCZ, esportivo cujas linhas sugerem mescla de Karmann-Ghia com Audi TT; em seguida, o 3008, compacto Premium com motor 1600 BMW, 1.6 Turbo, injeção direta, 165 cv. Vendas em dias. Primeiro trimestre o novo 408. Exclusivo para a América Latina, é pouco maior que um Citroën C4 Pallas, de quem usa a plataforma.


Audi entra em nova faixa, a do pequeno Premium, com o A1. Equipado, motor 1.4, injeção direta, turbo, câmbio de polias variáveis, e R$ 90 mil. Deverá ser um sucesso como charme no segmento.


Na trilha do pequeno charmoso, BMW exibe o Mini Country Man: 4 portas, 4 lugares e opção de tração total, entre R$ 107 mil e R$ 137 mil.


Outra alemã, a Mercedes, criou assinatura, tentativa de recuperar a imagem de tecnologia avançada e confiável. É “The Best or Nothing”, tipo o melhor ou nada. Maior referência de vendas, suprimiu a produção do modelo C 180 Kompressor e trocou-o por 180 CGI, com motor 1.8, injeção direta, turbo e mais 20 cv, atingindo 156 cv. Preço assemelhado, R$ 115 mil. B 180 com sistema de auto-estacionamento, a R$ 105 mil.


Chrysler, como novo alento sob comando Fiat, exibiu novo Grand Cherokee, nova motorização V6, 3,6 litros e 289 cv; anunciou importar o cupê-sedã Charger como o mais potente da categoria, e o cupê Challenger, ambos aguardando novo motor Hemi 6.4 litros.


Dos coreanos em ascensão, Hyundai e Kia, propostas diferentes apesar da identidade de plataformas e motores. A Hyundai aposta numa inversão: carro menor em tamanho e motor, mais caro que o maior. Assim o Sonata – de grade assemelhada ao Honda City – motor 2.4, a R$ 105 mil. Superior ao Azera, maior, mais potente, aparentemente em fim de ciclo. Equivalendo a ele na Kia, como lançamento, o Cadenza V6, 3.500 cm3, 290 cv, a R$ 119.800. Da marca, maior intimidade com o mercado. O Soul 1.6 tornado flex, sem aumento de preço, e Cerato e Picanto mesma opção em breve.


Em resumo, festa é festa. Continua valendo como programa, novidades, por veículos bem apresentados, novidades. Pena, o pavilhão do Anhembi continua sem trato ou reformulação, de má exaustão, desconfortabilíssimo calor em dias quentes. Parque Anhembi, em S Paulo, das 13 às 22 h; ingressos a R$ 40; estudantes R$ 20; menos de 5 e mais de 60 anos, isentos.



O Start Ford sinaliza como será nossa próxima geração de carros baratos


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Roda-a-Roda


Gente – Annuar Ali, 62, vice-presidente do Grupo CAOA, em pacienciosa recuperação: safenas. OOOO Cristian Pouillaude, 60, francês, executivo, promovido. OOOO Da Vice Presidencia comercial da Renault local, para Diretoria Mundial da Marca, na França. OOOO Gustavo Schmidt, saiu da Volkswagen e assumirá a posição. Janeiro. OOOO Carlos Chiti, homenagem póstuma com o Prêmio Inovar para Crescer.OOOO Foi co-fundador das Industrias Romi e o pai do Romi-Isetta.OOOO



Fordlândia, Belterra, muito mais que pneus na Amazônia


Livro interessante, rico em dados e pesquisas de época, mostra pela pena de Greg Grandin, ter havido muito mais que a mera pretensão de investir no látex amazônico para produzir pneus.
A pretensão era esta, mas os impulsos para construção passam pela independência de Henry Ford; o peso das decisões do self-made-man mais rico do mundo; sua aversão por banqueiros; a responsabilidade de controlar os insumos empregados na produção do Modelo T para garantir preço baixo, lucratividade e liderança no mercado.
Claro, existiram fatores acessórios para a inviabilização, desde a cabeça-dura para não ouvir especialistas; mas a inúmeros proponentes – incluindo um sobrinho de Alberto Santos-Dumont - as pragas devastadoras; corrupção no governo do Pará; dificuldades de comunicação; desencontro conceitual em costumes muito diversos do ascetismo adotado por Ford, o choque entre a tentativa de implantação de uma vila norte americana, com usina elétrica, água tratada, casas, geladeiras, ventiladores, piscinas, jardins, ruas asfaltadas, hidrantes, hospital, campo de golfe, e a realidade ribeirinha amazônica há quase um século. Somadas com as pragas, infestação e expansão, inviabilizou o negócio. Aplicaram-se US$ 20 M; enxertaram-se mais de 820 mil árvores; 60 mil polinizações. Mas ao início de sua gestão, Henry Ford II, auditando a companhia e seus processos, encerrou o negócio, passando Fordlândia e Belterra ao governo federal pelo valor das indenizações trabalhistas – US$ 244 mil.
O livro faz cenário interessante e exibe informações internas da fábrica, a mão de ferro do controle industrial, os acertos e erros do fordismo e dá os créditos necessários a Henry Ford, criador de muito mais que um automóvel líder; do oferecimento da mobilidade; da implantação de um sistema industrial que permeou para toda atividade construtiva no mundo.


Fordlandia, Greg Grandin, Ed Rocco, 399 p.


 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os esportivos do Salão 2010

O lutador que estudou: Aston Martin Vantage foi exibido no Salão em grande estilo.
sua sublime beleza me comoveu em grande estilo, mostrando uma fascinante mistura de força e sensualidade, senso esportivo e refinamento.

O lutador de rua do grupo, o cara que sai pra arranjar encrenca, o pitbull do asfalto. Com mais de 400 cavalos e esperando ter homologado o motor mais forte ainda de de 6,4 litros, o Dodge Challenger causa impacto emocional por sua pintura preta fosca e, ao mesmo tempo, o refinamento de suas reações por ter a fina plataforma Mercedes Classe E, misturada às artes Moparzeiras do Hemi que porta altaneiro.

O Mustang Shelby é a versão máxima de briga do bastião do tradicionalismo americano de quarto de milha. Enquanto o Camaro e o Challenger têm um conjunto refinadíssimo de suspensões e direção, o Mustang é o puro de duro do trio, com seu diferencial de eixo rígido favorável a mais tração. Embora muito refinado ao longo de várias gerações, o Mustang é o que tem mais feeling anos sessenta do grupo.

A Mercedes SLS é o monumento ao deus da tecnologia. Furiosamente complexa, a
SLS tem muitos, muitos cavalos. A unidade apresentada, que vai ser discutida em detalhes em outro post, era o carro madrinha da F1. Escapamento totalmente livre, de quando em vez era ligada e assustava com um som gutural de bicho violento, mas sem a musicalidade Italiana.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Camaro, omelhor do primeiro dia do Salão

 De todos os carros apresentados no primeiro dia do Salão, escolhi o Camaro para os meus leitores como a o veículo mais interessante do evento. Ainda razoavelmente ao alcance de alguns, o preço de 180 mil reais me pareceu excessivo, mesmo com todos os investimentos que uma importação oficial implica. Esse Camaro, top de linha nos USA, custa por lá menos de 30 mil dólares, ou seja, 120 mil reais por aqui estaria bem pago...

Filho prodígio de nosso amado Omega, o Camaro chega para aquecer os corações dos que gostam daquele som infernal de um V8. Os franceses o chamam de glougloutement. um onomatopaico brilhante para o som sincopado de um motor oito cilindros de virabrequim cruzado. Principalmente quando se trata de um Small Block, o símbolo máximo dda Santa Madre Igreja de N.Sra. da Combustão interna, a Santa que protege os que aceleram.
O interior remete aos Camaro dos anos 60

O motorzinho de seis liros e 400 CV, uma usina de força

Fiat Uno é o carro eleito 2X na Abiauto

Lutando bravamente cuntra uma conexão a lenha (256K) do Hotel, hoje só anunciamos que o Fiat UNO foi eleito pelo povo da associação de jornalistas especializados como o Carro Popular do Ano de 2010 e o Melhor Carro do ano. Breve no MPres uma avaliação completa.
Amanhã estaremos blogando diretamente da Sala de Imprensa do Anhembi. Se Deus quiser com uma conexão melhor, que me permita mandar muitas fotos do Salão do Auto,óvel de 2010.
Inté.

domingo, 24 de outubro de 2010

O que podia estar no Stand da VW..

O Irmão do Décio esta em todas na Internet, mostrando o que poderiam ser algunscarros clássicos do passado Brasileiro. Confiram AQUI.  
O New New Beetle é muito legal!  
Pena que a grande industria não dê bola...           
Os dois juntos: 60anos os separam...
Atente para as saidas de ar em forma de cata vento de navio....
 

O elegante modelo de 4 pórtas, as traseiras suicidas...


sábado, 23 de outubro de 2010

A VW no Salão do Automóvel 2010

A grande novidade da VW neste salão é a excepcional Amarok, agora em cabine simples. Valor mais contido, menor peso e a maneabilidade extraordinária que esta sacudindo o barco da concorrência. Um Jetta de carga... A caçamba 65 centímetros mais longa, com comprimento total de 2,205 metros, pois o comprimento total é o mesmo da cabine dupla. Boa para  transportar coisas maiores, como motos e jets.

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 O novo Jetta é novo da cabeça aos pés: nove centímetros maior, ele vem do México sem impostos de importação e fica ao alcance de mais compradores . Bonito, com aparência de carro de rico, ele é mais confortável e totalmente galvanizado. Lembra do tempo distante que carro apodrecia? Coisa do passado..E ainda faz curva forte.
O Passat original foi modelo de grande passado no Brasil. Este CC R-Line, com a recente griffe esportiva da marca, dispõe de um motor V6 de 3,6 litros e 300 CV. O modelo traz para o Brasil pela primeira vez a assinatura Volkswagen R, a linha mais brava da marca alemã, uma espécie de AMG de Wofsburg. Com transmissão sequencial automatizada de dupla embreagem DSG Tiptronic (sem trancos porém altamente eficiente) de seis velocidades e tração integral permanente 4Motion, o Passat CC R-Line  é  capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 5,6 segundos e de atingir os 250 km/h de velocidade máxima limitada eletrônicamente. Um verdadeiro projétil alemão de alta qualidade. 
O Touareg é a versão atualizada esteticamente do SUV de grande sucesso da VW. O visual se integra nos parâmetros da linha VW. Os motores estão bem mais econômicos (até 25%, segundo a fábrica), livrando um pouco a cara das criticas de muitos a respeito desse tipo de carro, até então grande , pesado e beberrão.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A Fiat no Salão do Automóvel 2010

Dream car...é mesmo. Todos nós que gostamos de automóvel pensamos em uma versão do uno mais apimentada.Aí está a resposta: Um Uno que muda grande parte da carroceria e tem um charme de carro de corrida. Mas o tesão mesmo está sob o capô: um motor Turbo T-Jet de 152 CV, capaz de levar a pulga a mais de 200 por hora, e baixar muito de dez segundos de Zero a 100 km/h. Com ou sem tampa, um sonho de Uno...Podia ser uma versão do Uno que venderia pouco, mas iria povoar o imaginário de muitos.

 A nova versão de linha de produção do Uno ficou bem legal: embora o motor seja um 1,4 litro de linha com 88 CV, a suspensão foi ajustada ao visual guerreiro de rua, com molas 20 mm mais baixas e duras, amortecedores mais firmas e barras estabilizadoras mais espessas, dando um comportamento dinâmico ainda melhor e justifica a decoração: não tem mais motor, mas faz mais curvas e merece o nome.

A grande novidade da Fiat é sua aposta em voltar ao saboroso mercado dos carros maiores e mais caros, onde está o real lucro que sustenta a fábrica. O Bravo virá nos mesmos níveis de acabamento com nome dos Uno. Os modelos de entrada Attractive virão com o excelente motor EtorQ 1.8 de 132 CV, enquanto o topo de linha terá o T-Jet 1.4 de 152 CV

Acima o T-Jet e abaixo o Attractive


Meu coração nostálgico lamenta informar que um dos grandes carros da
 Fiat foi-se: O Stilo. Lançado em fins de 2002 foi um carro bem legal, mesmo com os motores GM meio sem vontade de girar alto. Mas a lembrança de uma viagem a Curitiba de Abarth, com seu cinco cilindros cantor e acrobático até hoje me aquece o peito. R.I.P. meu amigo.
Leitores atentos terão o privilégio da Cobertura Seletiva do MP no Salão, a partir de Segunda feira à noite. Conectem-se e  e vejam a opinião do Mahar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A mão e o metal - Michelangelo sobre rodas



Barchetta Biotto Alfa Romeo 6C3000
Se trabalhasse em mármore, Toni Bianco teria o porte de um Michelangelo. Perto de completar 80 anos, o carrozziere ainda é capaz de criar, numa estreita garagem de São Paulo, obras de arte como os Biotto que enfeitam esta edição. São carros feitos sob medida, motivados pelo impulso de mecenas do empresário Paulo Trevisan, criador do Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo (RS), objeto de um post futuro.

Berlinetta Biotto Fiat 1600
Nas versões Barchetta e Berlinetta, os dois Biotto ainda estão em fase de finalização. São frutos da grande arte de construir esportivos a partir da imaginação, usando somente as mãos e o metal. Essa história vem de longe.
torino Bianco, o Toni, é parte da história do automobilismo brasileiro desde a década de 50. Italiano do Vêneto, chegado ao Brasil em 1952, ele foi se estabelecendo como produtor de carros de competição.
Il Maestro Toni Bianco
 Seu apogeu foi nos anos 60, quando construiu com Chico Landi os monopostos Fórmula Júnior. Um desses chassis mais tarde recebeu carroceria aerodinâmica de Rino Malzoni e Anisio Campos. Batizado de Carcará, tornou-se o recordista brasileiro de velocidade pura: 214km/h em 1966, com um motorzinho DKW de apenas 1.100cm³...
 Bianco estava por trás de quase tudo o que fazia sucesso nas pistas. Participou da lendária Equipe Willys, para a qual fez os Bino Mark-I e Mark-II — este, o carro que mais venceu provas no Brasil. Não bastasse, também projetou os Fúria para as corridas, além do esportivo "de passeio" Bianco, nos anos 70.

Detalhes da construção da carroceria em alumínio
Mas o tema aqui são os recentes Biotto (nome derivado de Ottorino). Comecemos pela Barchetta, termo inventado pelo jornalista Gianni Canestrini para definir carros de corrida que, por sua forma, lembram as velozes lanchas de Veneza. São automóveis minimalistas dedicados à velocidade e à leveza, sem preocupações de refinamento formal, mas com a proverbial beleza das criações italianas, sejam veículos, roupas ou edifício
 
A Itália é a pátria das traseiras bonitas...
A Barchetta criada por Bianco, especialmente para Trevisan, é montada sobre uma mecânica Alfa Romeo 6C2500 SS. Este chassi vestia originalmente uma carroceria Pinin Farina e chegou ao Brasil em 1951, trazido pela família Paula Machado. Com os anos, a carroceria original do Alfa dos Paula Machado foi se degradando, a ponto de sobrar só o chassi, comprado e restaurado pelo Museu do Automobilismo Brasileiro. O motor é a última obra de Vittorio Jano, deus da engenharia mecânica que motivou as Alfa do pré-guerra. Tinha seis cilindros em linha, dois comandos no cabeçote e, originalmente, 2,5 litros de capacidade cúbica com 105cv.
No Brasil, a cilindrada foi aumentada para 3,0 litros pelo lendário piloto Camillo Christófaro. A potência subiu a estimados 200cv por meio de três carburadores duplos Weber 45, o que teoricamente permitirá à Barchetta Biotto passar dos 200km/h, mesmo com uma caixa de quatro marchas. Afinal, o carro pesa menos de 700kg.
Mas obra de arte mesmo é a roupa que veste esse chassi, feita nos mesmos sistemas da Carrozzeria Touring de Milão (1926-1966). Uma gaiola de tubos finos de aço sustenta uma pele de sutis folhas de alumínio moldadas a mão e martelo por Toni Bianco.  
detalhe do motor e suspensão dianteira da Alfa


É uma escultura de metal feita sem desenhos ou projetos preexistentes, apenas uma orientação do museu em seguir as ideias de Clemar Bucci, corredor argentino que fez uma Alfa nos anos 50. — O Trevisan me mandou fotografias como referência e eu já fui direto dando a forma nos arames. Se fizer no papel, demora muito — explica Bianco na maior simplicidade.
Tudo é feito na apertada garagem da casa do projetista, no bairro paulistano de Perdizes.
— É meu ateliê. Já fiz seis carros aqui, um por vez — conta, com sotaque italiano.

A construção em tubinhos e o belo motor Alfa 3 litros

De beleza impressionante, a carroceria da Barchetta lembra coisas italianas dos anos 50, mas sem copiar e apenas incorporando o espírito da época. A obra demorou nove meses.
— Cada carro é um filho que nasce — compara Bianco.
 Mais trabalhoso foi fazer o Biotto cupê. Ou melhor, Berlinetta, que é o termo italiano para este tipo de esportivo fechado e compacto. É outra evocação da década de 50, lembrando as Cisitalia-Abarth 204A.
Nasceu à maneira dos "Etceterini", nome genérico dado às centenas de fabricantes italianos de esportivos artesanais, como Stanguellini, Moretti e Giaur. Esses carros normalmente usavam mecânica Fiat 1.100 de 60cv, montada em chassi e carroceria leves, o que dava muita esportividade a um motor banal e resistente.
O chassi tubular do cupê é novo e foi feito em Passo Fundo. Para manter-se fiel aos projetos de motor dianteiro/tração traseira, o jeito foi casar um motor de Palio a uma transmissão completa de Chevette. Esse estágio, porém, é provisório, pois o plano é instalar uma mecânica Fiat Abarth italiana.
 
Berlinetta Abarth dos anos 50, a inspiração

Para vestir o chassi, Bianco novamente adotou o método da Carrozzeria Touring. A gaiola de tubos finos de aço é separada da pele de alumínio por plaquetas de algodão betumado a fim de evitar a corrosão eletrostática entre os dois metais diferentes. Fornece assim uma base sólida e forte para que o carro seja bom de curvas sem ter excesso de peso.
Por enquanto, não há acabamento interno. Quando estiver terminada, a Berlinetta deverá pesar uns 610 quilos — fazendo uma Fiat normal de rua parecer um elefante... Sempre lembrando que esse carro artesanal e de uso limitado não tem que responder aos regulamentos de segurança estrutural de um veículo moderno.

O Fúria Alfa Romeo dos anos 60, resstaurado
— O Bianco tem um trabalho inigualável. Ele faz uma solda impossível de ser reproduzida. Tem o domínio das temperaturas e do comportamento dos metais. Além disso, consegue uma harmonia perfeita nas linhas — desmancha-se o mecenas Trevisan. Quanto custa um carro feito por encomenda? Impossível dizer. Bianco diz apenas que cobra por mês de trabalho. Em maio passado, ele fez uma cirurgia cardíaca e interrompeu suas criações.
— Mas já estou 99% bom, graças a Deus, e pronto para outra — afirma.
A próxima obra, adianta, será uma reestilização dos Fúria e Bianco, feita de alumínio e com um grande motor. O mestre não pode parar.