quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER


End eletrônico: edita@rnasser.com.br Fax: xx.61.3225.5511



Coluna 5310 29.dez.2010

2011. Um bom ano novo, de novo



O ano deve se encerrar com a venda de 3,36M de veículos, superando as 3,13M comercializadas em 2009. Resultado positivo contrariou previsões de especialistas e entidades apostando em retração ou empate. Ultrapassou a projeção otimista da Coluna, 0210, janeiro passado – 5% de expansão, pouco menos de 3,2M. Resultado bombado pelas eleições e seu fluxo de dinheiro, contabilizado ou não, indutores de consumo; pelo aumento de renda; pelas facilidades de financiamento; pelo incentivo da redução de impostos de amplo período para picapes e caminhões. O cenário mundial de retração ou congelamento levou o Brasil à quarta posição mundial.

2011


Para 2011 pode-se projetar crescimento percentual entre 5% e 10%, mesmo em cenário econômico diferente, sem as vendas aditivadas pelas eleições; das dificuldades como o aumento da inflação e de seus métodos de controle elevando os juros. Entretanto existirão fatores incentivadores de vendas: mesmo mantendo pífios níveis de crescimento, médios 4%, a expansão do mercado de automóveis deverá manter o índice dos últimos anos: 4 vezes superior ao crescimento do país.


Há adicionalmente como fator de indução, a sedimentação do conceito da posse do automóvel como elemento identificador de cidadania e de capacidade social – repetindo o ocorrido há 50 anos com a implantação da indústria da mobilidade no Brasil; e o espaço existente para o crescimento da massa de financiamentos relativamente ao PIB, soma de todas as riquezas produzidas pelo país. Nos países em expansão o financiamento imobiliário chega a 10%, e aqui arranhou 3,7%, mostrando amplo espaço para crescer. O financiar automóveis está na mesma categoria.


Na prática dos números: a motivação pela compra existe, e proibição das vendas sem entrada, e em prazo superior à vida confiável do veículo financiado, apenas re-acomodarão as fórmulas de criar prestações mensais do tamanho do bolso da fatia de mercado que usa financiamento. Afinal, deve-se lembrar o financiar veículos no Brasil é a atividade mais lucrativa de toda a cadeia econômica do automóvel. E será esta venda de financiamentos aditivo principal à continuidade da expansão.


Parâmetros


Mercado em crescimento atrai concorrentes estrangeiros e provoca ações domésticas. O ano será rico em novidades importadas e taxadas; importadas com isenção; domésticas.


Nem tudo são flores e, para balizar o mercado, há questões peremptórias exigindo ação política. Por exemplo: o Dólar barato relativamente ao Real insta as montadoras às compras de peças importadas, cujo percentual dentro dos carros nacionais veio crescendo e anda pela casa dos 20%. Quer dizer, a cada dia os carros nacionais estão cada vez menos nacionais, representando adicionalmente exportação de divisas, desequilíbrio da balança de pagamentos, desindustrialização interna. Ou, no balcão do seguro desemprego aumenta a fila dos metalúrgicos brasileiros cujos empregos foram suprimidos pelo crescendo das compras das auto-peças estrangeiros - que garantem vagas nos países de origem. Nesta parcela negativa deve-se observar o fato de o país mantém-se exportando itens de pouco valor agregado, para importar os manufaturados – como fazia há 50 anos.


Outro aspecto a ser olhado pelas autoridades nacionais: a crescente presença nas vitrines das montadoras aqui operando, dos automóveis feitos pela marca em países com acordos alfandegários com o Brasil. Há rápida expansão, e as marcas mais competitivas no mercado se socorrem destes produtos para enfeitar portfólios da montadora e vitrines dos concessionários. Numa olhada, entre variedade e volume, os importados beneficiados com tal isenção tributária do Mercolsul e México, estão atualizados tecnologicamente, enquanto a produção doméstica vai-se mantendo com veículos de menor preço, antigos, ou sobre eles desenvolvidos. Perigoso caminho para torná-los comparativamente em tecnologia e preços, algo de segundo nível.


Em resumo, para que se garanta a expressão nacional, há que se regrar o convívio com os veículos estrangeiros incentivados, em participação preocupantemente crescente.


Outra questão que pode criar balizamento durante 2011 é a dúvida do comprador sobre os carros chineses, aprovação ou repúdio, em especial sobre a adequabilidade ao uso local, assistência, garantia. Há uma dezena de importadores e marcas no mercado e, até agora, não existe conceito vivo sobre os novos participantes vindos da China.


Aparentemente esta referência de marco poderá surgir a partir das operações, com formidável estrutura, pelo Grupo SHC, com a marca JAC Motors. Bem sucedido profissional do ramo, titular do negócio, o eng Sérgio Habib tem experiência na implantação e conquista de mercado, tendo trazido a Citroën, convencendo-a à montagem de fábricas de veículos e motores no Brasil. Tem grandes planos com a JAC, indo desde a especificação dos modelos ao gosto brasileiro; á montagem de rede com iniciais 50 concessionários – inaugurada no dia da apresentação da marca, em março. Se vitorioso os chineses serão vistos com olhos menos críticos. Se não, ...

Atrações


Alguns veículos serão pontualmente atrativos nas ruas. Dos novos franceses luxuosos – Renault Fluence e Peugeot 408; o Duster, espécie de ponto de vista Logan sobre o atual Ford EcoSport, delineado para ser líder na categoria, a começar pela tração total, fornecida pela Nissan. O próximo Eco, produto de exportação, será maior e apresentado neste ano.


Referência importante no segmento dos pequenos, o moderno March da Nissan ocupará espaços, apesar das reduzidas dimensões. Características nitidamente urbanas, racionais, inovará no setor, como projeto nascido para ter motor 1.0, ao contrário dos outros nacionais 1.0, veículos maiores movidos por motores com a capacidade cúbica garroteada em mil cm3.



 Nissan 1.0. Micra no México, March aqui.


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Dos maiores, já em mercado, o novo Ford Edge melhorado em aparências e com grandes ganhos em conteúdo; os Jeep Grand Cherokee, sobre plataforma de utilitário esportivo Mercedes, com novo motor Pentastar V6, 3.5, 289 cv, com ótimo equilíbrio entre performance e consumo.
Marca polêmica, a Hyundai propôs desafio ao mercado. Depois das boas vendas do sedã Azera, quer substituí-lo pelo Sonata, menor e mais caro. É para preparar compradores a pagar mais caro pela nova geração do Azera? Ou para iniciar aumento de preços em toda a linha, como o fez sem justificativa com o Ix35, que deveria custar o mesmo que o substituído Tucson ?
Aliada na origem, inimigas localmente, apesar de produtos com a mesma base e pequenas diferenças, Kia e Hyundai tem ações diferentes e, após 59 mil unidades vendidas no ano passado, os concessionários Kia cobram menores preços ao importador para enfrentar os Hyundai, que gozam de incentivos e, por isto, podem ter preço final menor.


Importado importante será o Audi A1. Configurado para o mercado brasileiro, para ser pequeno e Premium, a R$ 89 mil com a proposta de ser ágil, maleável, porém transportando 4 passageiros – impossível nos concorrentes Smart e problema no Mini. Quer exibir-se como a melhor fórmula urbana e criar moda – extremamente importante para o realce da marca.
Importados deverão ser atração da Volkswagen para suprir a faixa mais elevada de preço com o Jetta e ocupar a faixa onde hoje estão os envelhecidos Polo e Golf.


Em resumo, ano bom em vendas e com boas questões para ser respondidas, iluminando o futuro. Láureas e glórias tem seu problemas e o Brasil tem adiado regulamentar e criar planos e projetos para o mercado e seus automóveis. Aliás, para evitar omissões, já fizemos quase 60M de veículos; temos registros de patentes industriais no setor; somos recordistas ocidentais em quantidade de marcas; mercado ascendente em produção e consumo; quarto mercado mundial. Porém, explique isto a um estrangeiro que não entende o porquê de não termos uma indústria nacional e um carro brasileiro. Nem projetado aqui, nem construído para as verdadeiras situações de exigência do país, um pouco diferentes dos pavimentados estacionamentos dos shopping centers, piso para o qual são os projetos estrangeiros para serem adaptados e construídos aqui.





 New Ford Fiesta hatch, mexicano, motor brasileiro, será importado


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Roda-a-Roda


Evento - Para preencher sua agenda de despedidas, projeto emocionalmente caro, o presidente Lula pediu para haver uma pedra inaugural do que será a fábrica da Fiat no porto de Suape, em seu Pernambuco. Óbvio, a Fiat atendeu, mandou construir, e fez festa, penalizando a equipe que programara estar no recesso de fim de ano.


Mais um - O sistema de automatização de câmbio batizado de Dualogic - por funcionar com dois sistemas lógicos, para uso como se fosse mecânico ou automático, chegou a mais uma versão do Punto, a 1.6.


Gente – Phillip Derderian, 52, ex-no. 1 da Chrysler no Brasil, emprego novo.OOOO Diretor na Kia. OOOO Larga experiência na Mercedes. OOOO A Kia quer vender mais de 100 mil unidades em 2011 e precisa quadros com experiência – como no caso. OOOO


domingo, 26 de dezembro de 2010

DODGE 1940, A MÁQUINA DO TEMPO




Escondido por mais de 50 anos, este Dodge D14 Deluxe de 1940 preservou a patina do tempo de uma forma inacreditável. Comprado por um veterinário de uma cidade chamada Curva da Ferradura no Estado de Idaho, foi usado cuidadosamente até 1948, quando o bom doutor passou. Foi guardado por sua família em cima de cavaletes e coberto por lençóis em um galpão bem ventilado até 2003, quando um felizardo o comprou. Bateria nova, óleo, limpeza de tanque, serviço de freios, o normal de um carro parado há muito tempo e o Dodge funcionou como um relógio suíço. 

Seu motor de seis cilindros em linha, válvulas laterais, 3,5 litros de 90 cv é acoplado a uma caixa de três marchas com a segunda e a terceira sincronizadas, freios hidráulicos a tambor nas quatro rodas, suspensão independente na frente o fazem um carro bem moderno para o seu tempo, junto com o famoso Super Finish da mecânica, um tratamento que dava mais precisão às partes móveis e as fazia durar mais. Um tempo em que a Chrysler era realmente superior às outras marcas em durabilidade. 

Mostrando os anos da guerra, ele veio com um jogo de pneus e câmaras sobressalentes novos na mala, já que os pneus dos anos 40 montados no carro estão muito velhos e são potencialmente perigosos. Um acessório de época é a manopla auxiliar no volante, para ajudar nas manobras nesses tempos de direção sem assistência hidráulica.

O carro tem as marcas de uso, como pequenas marcas na pintura, um arranhão aqui e ali, a pintura desgastada em cima dos para lamas, mas tudo é rigorosamente original, como saiu da fábrica. O interior é imaculado, preservado nos seus mínimos detalhes. Os cromados são intocados, originais e perfeitos, aliás como todo o carro.

Mapas, talões de estacionamento dos anos 40, manual de proprietário, estojo de primeiros-socorros, fusíveis, tudo que estava no porta-luvas ficou. E o carro anda como novo: tem mais ou menos 66.000 km rodados. Um exemplo inacreditável do que era um carro novo em 1940.











APARÊNCIA INOCENTE....

Neste blog temos uma preferência forte por carros que tenham aparência inocente e entranhas de fogo. Esse é o caso aqui. No fim dos anos 70 os carros da GM americana sofreram muito com o aperto das leis antipoluição e saíram carros meio sem sal. Diminuídos em tamanho e mais eficientes, mas assim meio sorvete de chuchu...


Esse Malibu 1979 estava no eBay à venda. Um carro de dar pra sua mãe ir às compras sem medo. Originalmente ele tinha um 4100 de 105 cv e um câmbio automático, ou seja, a essência do sem gosto e sem emoção, com um peso de mais de 1.500 kg.

Mas o tarado do dono achou um Pontiac GTO capotado, um irmão próximo do nosso Omega mas com V8 6,2-litros, em um ferro-velho. Aí não prestou...


Arrancou a mecânica completa LS1 com a caixa manual de seis marchas Tremec e os 400 equinos todos lá. Como esse motor é um small block moderno, foi plug and play...presto! um foguete de zero a cem em cinco segundos, uns 210 de final por causa da aerodinâmica ruim e ...banda branca! Estava à venda por 11.000 dólares.
Isso é a definição do que se chama de Q Car...


AMC AMBASSADOR 1967

O último conversível




No meio dos anos 50 a Nash se fundiu com a Hudson para sobreviver à pressão dos Três Grandes americanos. Em pouco tempo, lá por 1958, surgiu o caminho da American Motors: carros menores e menos gastadores que os leviatãs das outras. Um dos carros da AMC de maior sucesso foi o Rambler, mostrando que havia esperança para os consumidores americanos, de ter um carro menor e mais racional. Este que mostramos hoje pertence a um ex- funcionário do que foi a fábrica da Nash em Kenosha. 

Fred Neubauer já tinha um conversível 1967 desses desde zero. Mas quando encontrou esse carro, um dos 1.200 fabricados naquele ano do último conversível da linha Ambassador, caiu. Tinha uns pequenos podres, um interior que já tinha conhecido melhores dias, mas era um carro raro e íntegro. Isso resultou em uma restauração de desmontagem total, interior novo e capota zero, até chegar ao estado primoroso em que está agora.

Esse carro é meio desconhecido no Brasil, pois vieram muito poucos na mão de diplomatas, mas na Argentina esse carro deve provocar frisson, pois lá eles tiveram o sedã de quatro portas. Só motor era diferente, pois os hermanos usaram o seis cilindros em linha de comando no cabeçote e 3.800 cm³ de 180 cv com caixa de três marchas manual. Na América havia mais motores de oito cilindros, mas o Ambassador, topo de linha, portava um V8 de 343 pol. cúbicas ou 5,6 litros com 285 cv. As transmissões eram uma festa, com três na coluna com e sem overdrive, quatro marchas no piso e o automático de três marchas de origem Chrysler.

 Seus principais concorrentes eram o Galaxie da Ford e o Impala da Chevrolet, mas o Ambassador era menor e mais leve, o que lhe permitiu ganhar vários concursos de economia nos EUA, fazendo médias de mais de 9 km/litro, naturalmente com os motores pequenos de seis cilindros em linha.

A AMC acabou sendo vendida para a Renault, que tentou fazer vários de seus carros no mercado americano sem grande sucesso. Mas como na história havia a marca Jeep, a Chrysler acabou comprando tudo e hoje em dia o remanescente é a JEEP Corporation.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ALTA RODA COM FERNANDO CALMON


Alta Roda nº 609 — 28/10/10




VER E SER VISTO


Uma das maiores discussões técnicas sobre segurança no trânsito envolve o sistema DRL, sigla em inglês para luzers de uso diurno. Até hoje não há consenso mundial sobre a obrigatoriedade.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) apenas recomenda e ninguém pode ser multado por deixar de ligar faróis baixos durante o dia, exceto em túneis. O CTB exige lanternas acesas sob chuva forte ou neblina. No sul do País, porém, policiais rodoviários costumam obrigar os motoristas a trafegar com faróis acesos nas estradas, atitude com certeza incorreta.

Na Europa estudou-se o assunto por mais de 20 anos pela importância do conceito de ver e ser visto. Os quatro países nórdicos mais a Islândia obrigam a iluminação diurna automática há décadas. Afinal, trata-se de países com longos invernos e incidência menor de luz natural. Do outro lado do Atlântico, o Canadá também a impôs. Ocorreram debates nos EUA porque havia queixas de incômodo visual. Simplesmente se permitiu o uso e os fabricantes de veículos foram liberados para escolher o sistema DRL.

Países próximos da Linha do Equador, em geral, nem ao menos recomendam, pois o sol brilha quase sempre. Ligar faróis baixos comuns durante o dia, de fato, causa algum incômodo. Tanto que lâmpadas para uso diurno emitem menos luz. No sistema DRL, as lanternas traseiras permanecem apagadas, sem conflito com a visibilidade das luzes de freio.

Depois de muitas pesquisas, a maioria da União Europeia decidiu permitir ou mesmo recomendar, salvo alguns países do extremo sudeste que mantêm proibição. Alguns relatórios concluíram que colisões diminuiriam de 5% a 15%, além de beneficiar pedestres e ciclistas, embora nada consensual.

Entre as desvantagens estariam o aumento de consumo de combustível e de emissões de poluentes, queima de lâmpadas, baterias descarregadas ou menos duráveis e tendência ao “mascaramento” se milhares de veículos nas estradas e ruas acendessem os faróis simultaneamente.

Entretanto, a iluminação por leds (diodos de luz) resolveu parte das dúvidas. Consomem pouca energia, duram mais de 5.000 horas (praticamente por 250.000 km, vida útil média de um automóvel) e emitem luz branca e forte o suficiente para ótima visibilidade diurna. Seu preço caiu bastante com o avanço tecnológico.

A vantagem decisiva é que a carreira de leds pode formar qualquer contorno luminoso que os desenhistas de veículos possam imaginar. Dessa forma, o efeito de homogeneidade com potencial de atrapalhar a noção de distância ou de profundidade, desaparece. Motocicletas de faróis acesos, em meio aos carros, por exemplo, não seriam confundidas. Lanternas dianteiras de leds, incluindo a função DRL, ficam permanentemente acesas, logo ao ligar a ignição. Cumprem as especificações técnicas de todos os países da comunidade que as exigem, recomendam ou permitem.

A partir de 1º de janeiro de 2011, de forma paulatina, a maioria dos novos modelos – os mais caros já usam – virá equipada de série com esse dispositivo. Alguns fabricantes de lâmpadas, entre eles a Philips, oferecem kits adaptáveis aos para-choques dos carros em circulação. Aqui, custam em torno de R$ 400,00.

RODA VIVA

MERCADO de carros baratos no mundo será cada vez mais disputado. Tanto que na China a GM e sua associada local Wuling decidiram criar uma marca específica, a Baojun, especializada nesse tipo de modelo. O desenvolvimento será no país asiático, mas ali ao lado, na Coreia do Sul, a GM Daewoo tem engenheiros brasileiros trabalhando e poderão dar uma boa ajuda.

DIRIGIR um híbrido pleno por uma semana traz novas experiências. É preciso explicar aos manobristas que basta tocar no pedal do acelerador do Ford Fusion Hybrid para que se movimente sem nenhum ruído ou indicação do motor em funcionamento. Se a bateria estiver bem carregada e dosando a aceleração, pode-se manter apenas o motor elétrico até uns 60 km/h.

QUALQUER necessidade de um pouco mais de desempenho e o motor a combustão entra automaticamente em uso. No início não fica muito fácil gerenciar o acelerador a fim de manter o modo elétrico puro. O Fusion Hybrid, em cidade, é muito econômico, perto dos 15 km/l. Faz bem ao meio ambiente, mas a economia de combustível não compensa a diferença de preço.

INFORMAÇÕES de bastidores apontam resistência de técnicos de trânsito até a aprovação da polêmica resolução do Contran sobre indicação de pontuação. Será exigido reconhecer assinaturas do dono do carro e do real infrator. Além de trazer um grande problema na locação de veículos, proprietários sem carteira de habilitação continuar a não receber pontos referentes às multas.

EMBORA com pequena redução depois do aperto na fiscalização, ainda continua preocupante o nível de não conformidade de óleos lubrificantes. Prejuízo ao motorista pode ser até maior em relação a combustível adulterado. Há poucos meses os índices de fraudes estavam em torno de 24% entre as amostras recolhidas. Caiu para 20%, algo inaceitável.

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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

JCRAFT, UM SONHO NA ÁGUA...


A magnífica lancha sueca que mostramos tem  38 pés, ou 12 metros, com 3,50 de bôca. Sob a proa existe no modelo Cabin Cruiser uma cabine pequena e aconchegante para duas pessoas apaixonadas e de bom gosto, vide a Mercedes 280 Cabriolet 1970 do cara no vídeo AQUI . Tem dois motores seis em linha turbodiesel Yanmar de 315 a 440 cv, chegando a 38/44 nós com propulsão normal de hélice por baixo do casco. A Jcraft prossegue na fina tradição das lanchas Riva e dos Runabouts dos anos 30 em mogno. Um barco lindo, com um nome fantástico: La Decadence...(avec elegance...) O casco é largo, em hidrovê profundo, logo muito estável e bom de pilotar em alta velocidade. Um barco para esquecer do mundo na Côte D´Azur...





MISTERY CAR...

O que é, que mecânica tem, onde é feito? um desafio aos meus leitores ...




DE CARRO POR AÍ COM O NASSER


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Coluna 5210 22.dez.2010


2010, coisas do mercado


Mais um ano de crescimento, de expansão do mercado automobilístico acima de todos os demais índices. E, no setor, em particular, automóveis e comerciais leves deram o tom. Na prática das vendas cerca de 3,5M de veículos, quarto volume mundial. Em análise focada, campo enorme, pois exceto China, líder em expansão num mercado imensurável; EUA em tentativa recuperação; o Brasil dos mais promissores mercados do mundo, justificando interesses, investimentos, quantidade inacreditável de marcas – umas três dezenas, expansão das usinas aqui existentes e sinergia com outras unidades industriais no Mercosul e América Latina.
Bom ? Ótimo para a empregabilidade, da dinamização de negócios ligados a automóvel, do borracheiro ao banqueiro financiador, dos tesouros federal, estaduais, municipais, idem.
Porém, o outro lado da moeda é opaco, sem cuidado, escondendo enorme acidentalidade, mortes, o ocupar desordenado das cidades, ausentes as regras sobre veículos e espaços, e providências obtusas como restrições à circulação dos veículos. A sociedade é ausente nas cobranças sobre os elevados impostos, sua falta de retorno, os veículos deficientes em equipamentos capazes de reduzir danos em acidentes, o uso das cidades por gente e veículos.

Como foi
Ano atípico, interessante para ser estudado e entendido. Em panorama internacional bom o início de recuperação da GM, fazendo lucros e diminuindo o controle do estado norte-americano. Ainda é de um terço, como acionista majoritário, mas a tendência é a volta à independência. Será menor. Ex-segunda, agora maior das norte-americanas, a Ford manteve-se livrando dos periféricos, passou adiante a Volvo e Aston Martin. Foca em carros menores e motores turbo, com cilindrada inferior, caminho da racionalidade.

O casamento entre Chrysler e Fiat é bailado tátil, com idéias, propostas e avaliações. Na Itália a Fiat desistiu de vender a Alfa Romeo à Volkswagen, dela fazendo a marca da volta ao mercado norte-americano. Primeiro passo da simbiose aparentemente impossível, o marcante Chrysler 300 teve sua impositiva grade mudada, amenizada, italianizada, para ser vendido na Europa como Lancia.
Houve cenário de sustos com a quantidade de re-calls pela Toyota, em amplo leque de problemas, modelos e quantidades, prova que mesmo nas empresas mais referenciais, há o perigoso momento da empáfia, quando a auto apreciação ofusca a lógica, cega o bom senso. No caso, a Toyota, referencia industrial e acadêmica em processos de racional qualidade, sentiu-se superior, capaz de resistir a tudo, descurou de sua aferição e tomou prejuízo bilionário, em recursos e imagem. Não fosse dirigida pelo bisneto do fundador, teria outro presidente mundial.

Aqui
2010 foi o ano da coragem. Coragem da marcação de preços com generosa margem de lucros, acima de qualquer referencia numérica ou monetária. Todas as importadoras e montadoras realizaram sólidos lucros.
No cenário do luxo, das maiores estrelas da lucratividade unitária, a Audi retomou o caminho do sucesso no Brasil. Cumpriu metas ambiciosas, e prepara-se a vendas volumosas com o A1, charmoso urbano bem motorizado, espaçoso quanto aos concorrentes Smart e Mini. Marcas de luxo iniciaram vender carros ecológicos, como Mercedes e Ford Fusion Hybrid.
Novo Uno, novo carro, sucesso















No mercado das montadoras maiores a Fiat conseguiu os melhores resultados: iniciou família com o Novo Uno, de intensa demanda; manteve a liderança de vendas e, no segmento de picapes, faz barba, cabelo e bigode. Na marca o reflexo da agilidade: a compra de fábrica de motores BMW no Paraná deu-lhe a base para nova geração de motores modernos, leves, com grande torque em baixas rotações. Chamados EtorQ, enzimatizaram o comportamento dos Fiat, alavancando vendas.
A Volkswagen mantém a segunda posição, seguida por GM e Ford. Em quinto, a PSA, união Peugeot-Citroën, deve fechar com a láurea.
Industrialmente diz a CAOA produzir em Anápolis, GO, o Hyundai Tucson descontinuado na Coréia mas, pelos maus hábitos da empresa no trato com a verdade dos fatos, e seus anúncios proibidos pelo conselho de publicidade, há dúvidas sobre o projeto e sua continuidade. No panorama industrial a Kia, na Coréia outro braço da Hyundai, e aqui inimiga ferrenha, fez acordo industrial no Uruguai e monta caminhõezinhos.
O mercado nacional parece ter-se cristalizado na formação da República dos Pequenos Quatro Cilindros. A Suzuki anunciou fazer fábrica para o jipinho Jimny; Honda e Toyota terão carro pequeno; e a Nissan quer trazer do México, sem imposto de importação, o March, com promessas de produção local. No tema, como importado com isenção alfandegária, o Fiat 500 será feito no México, na fábrica do descontinuado PT Cruiser.
Em vendas, interessante observar a mudança da política de comunicação da Nissan. Não se perdeu em consertar as partes desgostadas pelos consumidores nos Livina, mas baixou preço e fez anúncios de agressiva comparação. Idem para o picape Frontier, de pouco divulgadas características.
É curiosa a pouca expressão de vendas do argentino picape VW Amarok no segmento. Inequívoca qualidade, mas sem opção de transmissão automática, vendas baixas, não disse a que veio. No tema a Toyota lidera no segmento de picapes de luxo e utilitários esportivos, apresentando versão do RAV 4 com tração apenas em duas rodas. Devia chamá-lo, em nome da proteção ao consumidor, RAV 2.
Francesas Renault e PSA adotaram a fórmula Mercosul, pela qual se tomam produtos para mercados em desenvolvimento e adéquam conceitos e detalhes aos compradores do Cone Sul. É assim com o Renault Fluence, sedã sobre plataforma do Mégane geração não trazida ao Brasil; e com o novo Peugeot 408. Maiores, motores 2.0, automáticos, confortáveis, linhas para países em desenvolvimento. A Citroën iniciou renovar sua linha com o Aircross, bem formulado, bem vendido, e retrato básico do substituto do C3.
No sub trópico a Renault avia esta fórmula com maestria sub tropical através do Logan, do Sandero. Em 2011 o fará com o jipinho Duster, no qual projeta grandes vendas – e lucros. Os franceses dividiram o Mercosul: luxo na Argentina, simplórios no Brasil.

Lazer, trabalho
O segmento dos comerciais leves se expandiu acima dos automóveis, mas nada igual ao de caminhões e ônibus, em recuperação das más vendas de 2009. Foram os recordistas de expansão, assinalando, a grosso modo, 40% de crescimento. O número chinês se deveu à supressão dos impostos e aos financiamentos incentivados pelo BNDES para contornar a crise de liquidez externa.
Mercado de tal forma aquecido permitiu à IVECO, braço de caminhões da Fiat fincar sua cunha no mercado e, justificar a MAN da Alemanha fazer as costuras para iniciar montar caminhões de sua marca, assim como incentivar a recente junção de Caterpillar e International em criar a marca NC2 para produção no país.
Motos
Apesar da expansão do número de fabricantes, utilizando peças chinesas e indianas para fazer motos de média e pequena cilindrada, em vez de crescer, o segmento se reduziu em torno de 10 %. A BMW teve ótimo crescimento: 40%. Traduz o início da montagem em CKD na Zona Franca de Manaus e redução de preço. Entusiasmou-se e também montará a FX 800R a R$ 38 mil. Entendeu: baixou o preço, as vendas aparecem. A Kawasaki seguiu o caminho, e a Harley-Davidson se estrutura para assumir-se comercial e industrialmente no país.


No legal
Pouco a comemorar. A inspeção de segurança veicular continua sendo selva perigosa, com preços, reprovações, critérios de pouca verificação, mas sempre presente necessidade de ser implantada – porém sem a exploração que hoje motiva a briga pela operação do serviço.
Tento, o Denatran criou cadastro para registrar os veículos que se apresentam a re-call, para ser consultado.


Cultura
Guardiões da história, os Museus tem pouco a festejar neste ano. O Veteran Car Club de Minas Gerais anunciou fazer o seu em Belo Horizonte, mas a idéia não se adensou. No Rio Grande do Sul, o equipamento de maior expressão, o da Ulbra, foi fechado, com acervo vendido. Notícias de Caçapava, SP, dizem da possibilidade da cessão do acervo do fechado Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas à prefeitura municipal, com a responsabilidade de operá-lo.
Em Brasília o Museu do Automóvel, único a preservar a história da indústria nacional enfrenta ação de reintegração de posse pela União. O Ministério dos Transportes quer o bem cuidado espaço para guardar arquivo morto de órgão extinto.
Ainda em Brasília o Batalhão de Logística fez belo resgate histórico do Ford Gálaxie 1976 ex-presidente JK. Restaurado, devolvido ao Memorial JK, resta sem cuidados.


Então,
Ano ótimo, invulgar, de crescimento, fortalecimento, elevada lucratividade para fabricantes, montadoras, importadoras, financeiras. Agora, ao final do ano, o governo federal deu presente à Fiat, com legislação de incentivo pela qual é a única com condições. A marca dividiria operações com fábrica nova no porto pernambucano de Suape.


O ÚLTIMO GIGANTE A HÉLICE

Um video do gigante AQUI mostrando a construção e alguns vôos nos anos 40. AQUI um video mostrando os foguetes de decolagem funcionando.

A CONVAIR havia construído o XC-99 que foi um enorme cargueiro baseado no bombardeiro B-36 Peacemaker, do qual a USAF planejava utilizár, já que podia levar 50 toneladas em carga ou 400 soldados. A USNavy trabalhava paralelamente com a Lockheed, num cargueiro de grande capacidade para levar seus marinheiros em caso de guerra pelo mundo, cujo projeto se iniciou em 1942. A Lockheed apresentou então um enorme quadrimotor que tinha envergadura de quase 60 m e comprimento de pouco mais de 47 m. Designado pelo fabricante de L-89, tinha fuselagem em forma de oito, de dois andares e pressurizada. Tinha asa baixa e cauda convencional, com trem de pouso triciclo escamoteável. No trem principal haviam 4 rodas em cada um e no dianteiro 2.

Pelo seu tamanho, se aproveitou no projeto para se fazer dutos para manutenção dentro das asas, com acesso até em partes dos motores. Teve fuselagem em formato de "oito" que aproveitava melhor na pressurização. No interior foram feitas escadas em forma de espiral, tanto na proa como próximo da cauda. Na parte inferior podia levar cargas de bom tamanho, onde veículos do tamanho de jipes podiam ser transportados. Assentos para 200 marinheiros, mas podia ser configurado para levar 110 passageiros. Como os engenheiros da Pan Am acabaram sendo consultores da Lockheed no projeto, esta empresa também se mostrava interessada no quadrimotor. Pelo seu grande tamanho, a Lockheed precisou fazer um enorme hangar que foi em Burbank na California com área de 16 mil m2. Ganhou o nome de Constitution, dado pelo presidente da Lockheed na época, Robert E. Gross.

O contrato original previa a fabricação de 50 exemplares mas acabaria sendo alterado para apenas 2 exemplares para testes iniciais. Designado na USNavy como R6O, este fez primeiro voo em 09/11/1946 e então impulsionado por 4 motores radiais de 3.000 hp cada. Nos testes de voo, seus motores se revelaram insuficientes na potência e foram suplantados por equivalentes de 3.500 hp. Também lhe foram instalados 6 foguetes auxiliares junto da fuselagem que encurtaram sua decolagem em 24%. O primeiro protótipo foi entregue para a USN em 02/02/49 para o esquadrão VR-44 e o segundo protótipo foi entregue 6 meses depois, fazendo seu primeiro voo em 03/02/49. Este segundo exemplar teve o piso superior configurado para voo comercial em alto luxo, com acomodação de 92 passageiros e 12 tripulantes. O piso inferior tinha 208,80 m3 de volume para cargas com mudança alternativa para levar mais 76 passageiros.


O tipo comercial seria designado de L-189. Curiosamente apesar das grandes potencialidades do cargueiro, o Constitution foi deixado de lado tanto na área militar como civil e foram fabricados apenas dois aviões e o motivo básico ficou na insuficiência na potência geral e no alto preço. A USN se serviu dos dois únicos fabricados de 1946 à 53 que depois foram oferecidos para operadores civis na forma de leasing. Nenhuma empresa aérea acabou se interessando e ambos aparelhos foram desativados na USN em 53. vendidos para um operador civil. Ainda assim a Lockheed posteriormente fez propostas para empresas aéreas de um novo avião gigante para passageiros que foi baseado em muito no Constitution que seriam eles os L-389 e 489 que poderiam acomodar acima de 169 passageiros. Mas nenhuma empresa aérea teve interesse e ambos projetos não sairam do papel. Um exemplar foi sucateado e outro preservado num museu em Opa Locka, na Flórida. O Constitution foi o maior avião da Lockheed até o surgimento do C-5 Galaxy e o maior avião de asa fixa já operado até hoje pela USN.
a decadência na Flórida


Especificações técnicas do L-89/R6V Constitution:


Fabricante: Lockheed Aircraft Corporation - USA;


Categoria: Cargueiro pesado;


Dimensões: Comprimento - 47,60 m, Envergadura - 57,60 m, Altura - 15,40 m, Área das asas - 335,40 m2;


Grupo propulsor: 4 motores à pistão radiais Pratt & Whitney R-4360 de 3.000 hp cada que acionava hélice quadripá;


Peso: Vazio - 51,610 kg, Máximo de decolagem - 83.460 kg;


Desempenho: Velocidade máxima - 490 km/h em 7.600 m, Velocidade de cruzeiro - 410 km/h, Alcance - 8.670 km, Teto de serviço - 8.700 m;


Capacidade: 12 tripulantes e 168 passageiros.

Agrtadecimentos ao nosso Editor de Aviação, o Sr. MA2tos,
grnade anvegador do Planalto e voador inveterado, profissional.


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

BMW M1 POR JOSÉ LUIZ VIEIRA


BMW M1



Os mercados de carros de alto luxo e/ou alto desempenho sempre foram tradicionalmente baseados em carros grandes. O de alto luxo é plenamente compreensível, mas o de alto desempenho nunca foi muito lógico – afinal, carros menores são mais leves, mais ágeis, aceleram e freiam com mais facilidade, têm menor área frontal, são mais aerodinâmicos e por aí vai.
A M-Technik da BMW finalmente parece ter ‘acordado’ para o fato de que o mercado atual já não está mais agarrado a algumas ‘verdades’ sociais tradicionais. Uns 30 anos atrás, a fabricante bávara desenhou seu primeiro M1, feito pela Lamborghini.
O BMW Série 1 de entrada abriu o caminho a muita gente que aspirava ter um carro com a grade dos dois rins e agora, a partir de maio do ano que vem, estes consumidores já podem pensar num verdadeiro BMW, um cupê M1.
Verdadeiro porque vai andar junto com alguns dos melhores supercarros existentes, graças a seu motor de seis cilindros turbinado, injeção direta e comando de válvulas duplo VANOS. Só que o turbinamento é duplo, de unidades pequenas que se mantêm ativas (450 Nm) de 1.500 a 4.500 giros – e com outros 50 Nm em função overboost, fazendo o zero a cem em 4,9 segundos. Daí em diante a potência se mostra igualmente saudável, com 340 hp.
O sistema de gerenciamento do motor oferece duas curvas de desempenho,a primeira de alto torque a baixas rotações, que o torna facílimo de dirigir no mais pesado trânsito, e a segunda, M Dynamic, comandada por um botão no volante de direção, que o torna um foguetinho.
O sistema de arrefecimento foi projetado para pilotagem de altas cargas numa pista de competição, com uso de um segundo radiador e duto de admissão de ar específico. O volante do motor é de duas massas, de baixo peso e alta solidez.
A transmissão é manual de seis marchas e alavanca muito curta e a frenagem é regenerativa, o que ajuda a chegar a emissões de 224 g/km e CO2.
O peso em ordem de marcha é de 1.495 kg, graças ao uso extensivo de alumínio.O eixo dianteiro é de duplo pivô e o traseiro é de cinco braços – ambos feitos quase totalmente em alumínio, inclusive as barras estabilizadoras tubulares e os amortecedores. A razão peso/potência é de 227 hp/tonelada. O M1 é 55 mm mais largo que o cupê 135i, a 1.803 mm.
O diferencial é travante M Variável, que responde a diferenças nas velocidades rotacionais das rodas traseiras, redirecionando o torque em frações de segundo, garantindo tração otimizada e máximo empuxo sobre superfícies deslizantes e em saídas de curvas. Os freios são em material compósito, ventilados e perfurados, com diâmetro dianteiro de 360 mm e traseiro de 350 mm. A direção é hidráulica Servotronic.
O sistema de controle de estabilidade dinâmica inclui função anti-derrapante (ASC), controle dinâmico de freios (DBC), função de arranque, controle eletrônico de frenagem em curvas (CBC) e função anti-esmaecimento.
Na pista de corridas de Nürburgring, onde o atual E46 M3 deixa para trás a grande maioria dos automóveis existentes, o novo M1 é significativamente mais rápido que o M3.

TEXTO PUBLICADO NO EXCELENTE SITE DO ZÉ LUIZ VIEIRA:

http://www.techtalk.com.br/index.php?pagina=tech_by_mail.php?id=1828



















Alta Roda nº 608 — Fernando Calmon — 21/12/10







NINGUÉM MERECE






Fim de ano traz momentos de descontração. Costuma-se perguntar ao interlocutor, quando há notícias boas e ruins, quais delas deseja ouvir primeiro. No caso, são três boas e uma ruim. Então, comecemos pelas que nos dão alento.


A primeira é que para 2011 o Sindipeças, que reúne quase todos os fornecedores dos fabricantes, divulgou uma previsão relativamente otimista para o nível de produção. A entidade espera crescimento de 4% sobre o recorde de 2010. A Anfavea, preocupada com as dificuldades de exportar, acredita que a produção ficará estagnada no próximo ano. Parte das vendas internas seria ocupada pelas crescentes importações e assim o nível de emprego tenderia a não se expandir.


Outra boa novidade: Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) chegaram a um acordo já para o próximo ano. Haverá a unificação da chamada Nota Verde, que classifica os automóveis pelos níveis de emissões, e do Programa Brasileiro de Etiquetagem, que informa consumo e eficiência energética dos veículos por segmentos divididos pela área projetada no chão.


Será um trabalho de fôlego e, claro, sujeito a imperfeições. A maior vantagem está no fim da adesão voluntária dos fabricantes quanto ao consumo. Gerava distorções e, por parte de algumas marcas, escamoteava números que o comprador tem o direito de saber. O Inmetro também expandirá as auditorias porque todos deverão informar os números.


Mais um exemplo positivo de trabalho coordenado é do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) e do Denatran. Os dois órgãos vão trocar informações sobre os recalls e, a partir de março, o documento de licenciamento trará uma observação sobre o veículo que não respondeu à convocação. Isso se deve, além de dificuldades de comunicação (endereço do proprietário sob sigilo), ao simples esquecimento. As fábricas emitirão relatórios quinzenais sobre os atendimentos e os motoristas receberão um comprovante do serviço efetuado.


Porém, como nada é perfeito, o Contran reservou um desagradável presente, com vigência a partir de novembro de 2011. Definiu a Resolução 363, em outubro último, impondo procedimentos sobre autos de infração. O texto traz alguma coisa interessante como a regulamentação da penalidade de advertência.


O maior problema está nos novos procedimentos de indicação do real infrator. Hoje, o proprietário e o infrator preenchem os dados, ainda na fase de notificação, assinam e é anexada uma cópia da carteira de habilitação de condutor. Os documentos são enviados pelos Correios. No próximo ano será necessário reconhecer as firmas de ambos em cartório.


Ninguém merece. A Resolução trata, abusivamente, os motoristas como agentes de má fé por natureza e ainda cerceia o legítimo direito de defesa. Órgãos públicos, desde a preciosa Lei Bulhões de desburocratização, são obrigados a aceitar a assinatura de um documento desde que possa ser comparado a outro de fé pública. Se a multa ocorrer em local diferente do registro do veículo, os envolvidos terão, em certas circunstâncias, de comparecer aos cartórios em outras cidades.






RODA VIVA






EMBORA a Fiat nada revele, sem dúvida o sucessor do Mille será produzido mesmo em Suape (PE). Só outra fábrica, com mão de obra barata, novos métodos produtivos e condomínios industriais iguais ao que Ford, em Camaçari (BA) e GM, em Gravataí (RS), já dispõem, somado a generosos incentivos fiscais, viabilizariam o projeto. E em boa hora.


SEMPRE foi intenção da marca italiana continuar a oferecer o carro mais barato, a partir de 2014, quando a nova legislação de segurança veicular passar a vigorar. Mille poderia ser adaptado, mas se tornaria inviável, economicamente. Entre as quatro grandes marcas no Brasil, a Fiat era a única sem uma segunda fábrica de automóveis no País.


PICAPE Montana, derivada da arquitetura do Agile, herdou o estilo compatível com esse tipo de veículo. No dia a dia do trânsito a visibilidade pelo retrovisor interno melhorou graças à tampa da caçamba mais baixa. Faz falta a versão de cabine estendida, porém a caçamba tem bom volume e capacidade de carga coerente, seus pontos altos. Motor precisaria desenvolver maior torque.


CORREÇÃO: motor do novo Ford Edge ganhou potência (20 cv) graças, principalmente, ao duplo comando de válvulas variável e a mudanças internas. A injeção direta de combustível não foi aplicada. Quanto ao menor consumo de gasolina (10%), além do motor com marcha lenta de apenas 600 rpm, há pequenas alterações aerodinâmicas e pneus de baixo atrito de rolagem.


BATERIAS sofrem no verão pelo uso contínuo do ar-condicionado. Sempre é bom testar o sistema elétrico antes de viagens. A fabricante Johnson Controls lembra: nada de untar com graxa os bornes da bateria, como se fazia no passado. Esses terminais precisam, entretanto, estar sempre limpos e os cabos, bem apertados para evitar fugas de corrente.


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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon