quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

De Carro por aí com Roberto Nasser



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Coluna 5110 15.dez.2010


Fiat cerca o mercado com fábrica em Pernambuco


Medida Provisória recriou os incentivos para desenvolver regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, mas há dúvidas sobre quem está ou não incluído, caso da Troller, no Ceará, das goianas MMC e CAOA, todas favorecidas pela legislação anterior, e demais interessadas. Regras dizem, novos projetos serão aceitos de quem já os tinha aprovados. Do número restrito sobrou a Fiat, por haver adquirido, pela associada MagnetiMareli, a TCA, fábrica de instalações elétricas automotivas operando no prédio da antiga e pioneira fábrica de Jeep e Rural Willys-Overland em Jaboatão dos Guararapes, fímbria do Recife.
Ótimo pacote de impostos federais – redução de IPI em veículos novos, peças, importados, de imposto de importação, isenção de PIS Cofins, crédito-prêmio calculado, e mais incentivos estaduais, tudo até 2020.
Não parece entendimento manso e pacífico, instando algumas montadoras e importadoras a rascunhar projetos para, até dia 29, garantir lugar na fila do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em busca de deferimento ou do direito de recurso.
Os menores custos de mão de obra e impostos podem ser definidores do futuro para quem consiga entrar – ou não. Quem estiver, terá margem de lucro substancialmente maior que os não-incluídos.
Para liderar
A Fiat aproveita a oportunidade. Foi a Recife encontrar o presidente da República em seu périplo de despedidas, agradecer a coragem da renúncia fiscal calculada em R$ 4,2B, e anunciar investir R$ 3B no complexo portuário de Suape, construir fábrica, cercada das instalações industriais dos fornecedores. Quer repetir, com o mesmo gestor, seu presidente Cledorvino Belini, o exitoso projeto de betimização industrial – quando levou as indústrias de auto peças paulistas para Minas e reduziu o custo dos Fiat.
E o porto de Suape é, como se dizia na Escola de Sagres, do Infante Dom Henrique, no Portugal quinhentista, uma janela para o mundo. Suas condições logísticas superam as do entorno de Belo Horizonte, e no diáfano projeto divulgado pela Fiat, no rascunho das linhas gerais, um número é definidor: fazer 200 mil unidades/ano. A magnitude – um milhão de pneus/ano, por exemplo - é atração aos fornecedores à área de 4,4M m2 – uns 90 alqueires goianos, ou 180 paulistas, medida de fazenda. Não anunciada, mas implícita nos atraentes números, implantará unidade da fábrica de motores FPT, justificada pelos custos de transporte Betim-Suape de 200 mil motores e câmbios por rodovia, ou rodovia e cabotagem.
Os investimentos cobrirão fábrica de modelos específicos ao crescente mercado, motores, transmissões, centro de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e plataformas, e núcleo de treinamento para os funcionários do novo empreendimento.
A Fiat é líder de mercado há quase década, quer aumentar a capacidade industrial de Betim, MG, de 800 mil para 950 mil unidades/ano; a de Cordoba, Argentina, para 200 mil unidades. Criar Suape com idêntica disposição, indica preparar-se para a expansão e manutenção do mercado doméstico, e ter capacidade de ampliar sua presença na América Latina, México, África do Sul. Na prática, a filial brasileira se torna mais importante que a matriz.
E ?
No cronograma Fiat faltou esclarecer item relevante: se os incentivos irão até 2020, daqui a nove anos, e o prazo para operar é calculado para 2014, serão seis anos de usufruto. Porque a Fiat deixará de aproveitar 1/3 dos incentivos caso iniciasse operar na antiga fábrica Willys?


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Ford Edge 2011. Mais por menos


Reformulado em estilo, motorização, pacote de confortos e eletrônica, o Edge se diferencia dos outros crossover de origem norte-americana, Chevolet Captiva e Dodge Journey. A versão 2011 elevou a categoria, mas segurou os preços.
Para quem gosta de brinquedos eletrônicos, há telas de LCD configuráveis no painel, monitoramento de pontos cegos, alerta para tráfego cruzado, acesso sem chave, sistema multimídia SYNC de segunda geração com Bluetooth, chave configurável, câmera de ré, sensor de chuva e bancos com 10 ajustes elétricos.
A mecânica melhorou: motor V6, 3.500 cm3, duplo comando variável, 24 válvulas, produz 289 cv (@ 6.500 rpm) – 20 cv a mais que o anterior – e torque de 343 Nm (@ 4.000 rpm). Acoplado a transmissão automática sequencial de 6 marchas, troca na alavanca de câmbio, concilia disposição e economia de gasolina. Perfeccionista, reduziu a marcha lenta de 620 rpm para 600 rpm.
Além do ganho estético, mecânico, e confortos eletrônicos, cresceu-se em segurança e meio ambiente. Controle de tração e estabilidade nas quatro rodas, 6 almofadas de ar, monitoramento da pressão dos pneus, antifurto.
Miirando no convívio entre usuários e veículo, com tecnologia e interatividade conectando-os de maneira segura e simples. Em lugar dos mostradores usuais no painel, duas telas de LCD cor, 4,2”, ao lado do velocímetro analógico, com indicador de marcha, e dois botões de cinco pontos – dos novos aparelhos eletrônicos – personalizam telas, controlam funções, permite comandar por voz.
Melhorou o isolamento termo-acústico para realçar o som Sony Premium, 12 alto-falantes e amplificador digital, com 390 W (RMS). O sistema Dolby Pro Logic II cria ambiente digital 5.1 e exclusiva experiência auditiva.


Versões


Três versões, três anos de garantia, preços proporcionais ao conteúdo. De R$ 122 mil bem equipado em confortos e segurança. Mais R$ 11 mil, outros confortos, rodas com 20”, câmera de ré, monitoramento de pontos cegos. Teto solar panorâmico eleva a R$142.610.




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Roda-a-Roda
Consulta – Aberta no Inmetro consulta para a sociedade responder se aceita a produção e adição do Arla 32, aditivo para óleo diesel, redutor de emissões poluentes. É solução não tóxica de uréia técnica, de uso obrigatório a partir de 2012, em comerciais leves, pesados, semipesados e ônibus novos. Saber mais, até dia 21, www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001625.pdf
Seguro – Aumentou o valor do pagamento do seguro obrigatório. Via de mão única, mais custo, mesmo benefício – invalidez ou morte R$ 13,5 mil, despesas médicas R$ 2,7 mil. E como más notícias andam acompanhadas, sobre o valor incidem imposto e emissão de apólice. A partir de janeiro automóveis e camionetas R$ 101,16. Motos, R$ 250. Ou não, pela independência às regras que caracterizam os moto-boys.
IPVA – Goianos são agressivos no fomento à venda e uso de automóveis. Não cobram IPVA no exercício da venda, nem a partir do 10º. ano de uso. Moral da história, brasilienses que podem, compram carros O Km nas cidades periféricas a Brasília, ou transferem os importados usados.
Remédio - O Sincodiv-DF, sindicato das revendas e a Secretaria da Fazenda do DF formaram grupo para estudar, viabilizar, e acabar com a fuga tributária em veículos. Não há mágicas. A enorme carga de impostos, cujo volume nunca chega aos investimentos ou serviços, empurra os contribuintes a tentar pagar menos.
História – A versão SS do Chevrolet Opala faz 40 anos, lembra o historiador Enio Brandemburg. Começou em dezembro de 1970 em carroceria sedã 4 portas, com bancos individuais, transmissão de 4 velocidades, freios a disco frontais. Depois carroceria cupê até 1980.
Não inovava, seguia o sucesso de ano anterior do Esplanada GTX.
Vale tudo – Entendia-se o duplo S como Super Sport, de pretenso – e inexistente - rendimento esportivo. Mas a sigla indicava, apenas, bancos separados. Por isto, não se restringiu ao cupê, indo até a camioneta Caravan SS – de Separated Seats.
Ocasião – Estudante de engenharia, inglês decente, do meio para o fim do curso, e afim de estágio na Honda Automóveis, em Sumaré, SP ? Inscreva-se para vivência nas áreas de produção, treinamento e garantia de qualidade. www.honda.com.br/rh/junte-se-a-honda.
Saudosismo – O blog do Mahar – o mundo loucomóvel do Mahar – instiga leitores da antiga revista Motor 3 – considerada a melhor da especialidade. Objetivo formidável, conversas internéticas com o José Luiz Vieira, fundador e editor. Inscrições, vera@jlvconsultoria.com.br
Volta - Mauro Salles, 78, publicitário, de volta. Partícipe e arquivo vivo do desenvolver da indústria e do automobilismo nacionais, carreira longa, ex-jornalista especializado em automóveis, criativo, inventor de modas, dono de agencia de propaganda, bem sucedido em tudo. Há anos doença rara reduziu-lhe a mobilidade, tirou-lhe a capacidade de expressão, colocou-o fora de circulação. Pois voltou. É o incrível Mauro.


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 Mauro Salles, de volta

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Antigos – A recuperação do Mauro trouxe resgate histórico. Seu filho Paulinho mandou recuperar o Willys Bino, vitorioso carro de corridas feito na transição entre Willys e Ford. Havia sido comprado pelo Mauro.


Um comentário:

Unknown disse...

Benvindo Mauro!!! Alvíssaras !!!!