domingo, 19 de dezembro de 2010

UM CHARGER USA REVIVE...


Como um pequenino grão de areia que se apaixona por uma estrela, todos nós temos um sonho. Realizável ou não, mas sempre temos. O meu é uma Mercedes 1970 Cabriolet 280 SE C com um belo V8 5,6 e uma caixa de seis marchas. Como faz a MECHATRONIK.



Mas esse Charger também me dá tremores nas partes secretas de donzela.. Vamos à sua história:


O dono, Louis Barrie, cruzou com ele em 2006. O estado era o pior possível, com a carroceria separada da mecanica, meio restuarada em cima de cavaletes e o resto do carro em caixotes. Só Deus sabe o que estava faltando, se perdeu no meio do caminho, essas coisas que aos sensatos dizem FUJA! Mas era um Charger R/T 1969 versão USA, um carro que Louis tinha desejado por anos... Também quem manda ver Bullitt...


Mas quando a chance aparece você atira primeiro e pergunta depois, como um cowboy... e Louis assim fez. A família sempre foi MOPARZEIROS de coração e ele tirou a carteira de habilitação em 69 e seu pai tinha um 66. Aí dançou mesmo... Ele tinha que comprar esse carro bem semelhante. Ele estava desmontado, uma oportunidade única de fazer o carro ao meu jeito perfeccionista e não o carro que outro fez. E ele tinha acabado um Chrysler 300 F 1960, e o Charger seria mais fácil de achar peças.


Louis sabia que o carro comprado tinha muito potencial, com uma carroceria reta e sem podres que não precisava de muito trabalho, uma sorte no meio da coisa toda além de uma boa pintura. Dito e feito, em seis meses o carro estava na rua. O cara que fez meu 300 estava com esse carro parado ocupando lugar na oficina dele e queira se livrar do Charger. O motor e cambio automático estavam prontos, refeitos, e todas as peças estavam lá. Com os cromados já prontos foi só montar com o máximo cuidado, no estilo de fábrica. Tinha ficado bem claro que o carro nunca tinha sido batido, um verdadeiro sobrevivente. Um caso clássico de entusiasmo maior que a conta bancária: tudo pára no meio. O carro tinha mais ou menos 175.000 km no odometro e era bonito. Todas as retas do carro casavam perfeitamente entre as portas, a mala e o capô com o corpo do carro. Refizemos toda a suspensão com peças novas e o teto de vinil foi reposto porque era original da versão SE, conforme o VIN decodificado.



A virilidade masculina do Charger de 1968 foi mantida me 69 com pequenos detalhes diferentes, um estilo brutal na carroceria B. o estilo fastback dava aos Charger uma aparência longa e esbelta, do tipo não mexa comigo..


Grade é dividida em duas partes, as lanternas traseiras forma levemente modificadas, assim como painel era quase igual ao de 68.


O R/T era o membro vitaminado da família Charger. Só era oferecido como um cupê de duas portas sem coluna, com um peso de 1.650 quilos e valor de 3.600 Dólares na época. Isso incluía o motor V8 de 440 pol. Cúbicas ou 7.216 cc com um vasto carburador de quatro bocas e um cambio automático Torqueflite de três marchas, mais do que suficiente para os 375 cv e 70 quilos de torque. A opção R/T trazia um escape duplo de baixa restrição com pontas cromadas, freios a TAMBOR ajustáveis manualmente e de grande diâmetro, além de uma suspensão mais firme e e pneus Bias Belted. Só na AM[Érica um carro de quase 400 cavalos com freio a tambor e pneus diagonais FR70-14... E com direção manual standard,de 6 voltas de batente a batente, como no nosso Dart, com hidráulica mais rápida opcional... Emoções fortes.. Mas com todas as faixas a que se tem direito.


Com um diferencial travante 3,55:1 e o cambio original na coluna o Charger R/T standard com o 440 era capaz de um quarto de milha em 13,9 segundos a 168 km/h. e não acaba aí, pois havia a opção do Hemi 426 de sete litros e 425 cavalos...bem mais rápido mas meio intratável na rua e no transito. Foram fabricados 20.057 em 1969. A opção SE trazia bancos de couro, teto de vinil e um monte de laminados de madeira falsa no painel. O carro analisado tem ar condicionado de painel, freios assistidos a vácuo e vidros elétricos, além das rodas Magnum iguais às do Charger nacional. Havia mais um conta giros no painel e um rádio AM.


O carro é usado de leve, porque nos USA eles não têm a nossa gasolina Podium de 102 octanas e o delicado motorzinho tem 11:1 de compressão. Aí há que usar gasolina de corrida e o Charger bebe uma media de 5/6 km por litro, mas a gasolina de competição custa lá uma media de RS$ 3.20 por litro, um absurdo para os americanos mal acostumados. Mas o problema é achar o precioso líquido...


Louis decidiu não fazer uma restauração do tipo Pebble Beach, onde a pintura tem 12 demãos de tinta e quatro de verniz, mas fazer um carro para usar de vez em quando.


Uma bela cadeira elétrica...

A sequencia do Bullitt AQUI


Um comentário:

Anônimo disse...

De matar o seu texto, Mahar. Bompracacete! Um carro de sonhos! Abs. JAT