sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Um Punto com nova energia


Essa brava gente...
De Betim continua a se desdobrar para manter o consumidor encantado com seus carros, e tem conseguido. As estatísticas estão aí para provar que o brasileiro gosta de Fiat. E as novas Fiat são da melhor qualidade, carros bonitos e bons de dirigir.
Um exemplo claro é esse Punto Sporting 1,8 com o cambio automatizado Duologic, que estamos terminando de avaliar. Belo com sua cara de Maserati, bem acabado, bons materiais no interior. Os bancos são confortáveis e bons de segurar o corpo em curvas. A posição de dirigir é perfeita, e como há regulagem para todos os lados de volante e banco, qualquer um se ajeita, até meu amigo de 1,97 m de altura. Único senão é a visibilidade para trás, um pouco prejudicada pelas colunas C muito largas e a altura da vigia traseira, pouca. Mas os espelhos laterais compensam bem isso. Outra pequena queixa se refere aos faróis, de parábola simples quando os Palio mais baratos, as têm duplas e mais eficientes na iluminação.
Mas o tema aqui é novo motor. Portador de DNA BMW, sente-se uma suavidade e equilíbrio de funcionamento que o antigo motor GM não tinha mesmo em sua segunda versão, modificada em 2008. O Etorq gira suave mas enérgico, vai até rotações nunca dantes sonhadas pelo antigo Powertrain sem refugar nada e se tornar desagradável. Tivemos oportunidade de provar o mesmo modelo com cambio manual comum e ele é uma arma de guerra. Não há motivos para duvidar dos números apresentado pela Fiat, que lhe concedem 190 km/h de final e 9,8 seg de zero a cem km/h. Números impressionantes pra qualquer um carro da classe. E o motor é mais gostoso, mostrando que gira sem vibrar, ronronando macio, mostrando que há vida dentro do capô sem se tornar áspero. Não gasta menos que o antigo 1,8 GM, mas tem mais potencia, 132 cv contra 115cv, com praticamente o mesmo consumo. Para quem precisa de um equilíbrio melhor de performance/consumo aconselhamos o 1.6 de 115 cavalos, que anda a mesma coisa do antigo GM e gasta bem menos. Ou seja, a Fiat colocou dois motores no mesmo nicho, um mais potente que deve responder por uns 40% das vendas do Punto e outro mais econômico. O melhor de dois mundos.
O casamento da caixa manual automatizada Duologic com o novo motor ficou muito próximo do perfeito. A causa é a curva de torque do novo 1,8, que sobe suavemente, sem picos e energia. E isso acontece com QUATRO válvulas por cilindro, o que poderia fazer um motor fraco em baixa rotação, o que não acontece. A nova curva de torque progressiva favorece o amancebamento mecânico com a caixa automatizada. Isso a ponto dos 50% a menos que ela custa e os 10% a menos de consumo em relação a uma caixa automática convencional. A causa é não ter perdas de eficiência normais nas caixas de conversor de torque, o que compensa as pequenas idiossincrasias do Duologic. Falamos de uns mínimos trancos quando a caixa não sabe o que você quer, a cinco km/h no transito e uma quase imperceptível cabeçada nas trocas de marchas baixas. Como não se troca marchas em um cambio comum sem tirar o pé, em dois dias aprende-se a aliviar um pouquinho o acelerador ao pressentir a troca de marcha e tudo é suave, como sempre o é em baixa rotação, no transito de cidade. E sempre há o tiptronic, o modo manual que é bem mais rápido, podendo ser usado em qualquer situação.
Nem sempre o Duologic foi assim suave, mas a Fiat agora oferece a troca do Chip do cambio gratuitamente em seus concessionários. Notícia importante para os donos e Stilo Duologic, que foram os primeiros a usar este sistema e tinham queixas. O fato é que o Duologic compensa para quem anda no transito congestionado das grandes cidades brasileiras e não quer pagar pelo automático convencional, com seu consumo mais elevado. E o Duologic dança encoxado com o Etorq em um bailado perfeito, um entendimento que parece de velhos amantes...
De resto o Punto é o mesmo carro estável, bom de curvas já conhecido. Subir uma serra em ritmo Allegro Vivace é tarefa fácil e prazerosa já que o carro é amigável aos arroubos esportivos. Não tem balançadas parasitas, feria como gente grande com seu ABS e os discos, e os pneus Pirelli correspondem ao esperado deles sem grandes exibições de aderência, mas também sem ameaças. A suspensão do Sporting é razoavelmente confortável, mas ainda prefiro no dia a dia o setup do Attractive anterior. Seus aros 18 e pneus mais altos são um pouco mais confortáveis e levemente mais estáveis direcionalmente, sem criticar o Sporting. Só os pneus mis largos fazem isso, um preço a pagar pela aparência e indiscutível maior aderência.
Um carro quase oriental de acabamento e interior, mas com toda a emoção Italiana...
                                   

6 comentários:

Zé Rodrigo disse...

Este é um carro que eu gostaria de ter, apesar de ser fã dos VW.
A Fiat tem planos de fazer uma versão mais apimentada?

Eugenia Kos disse...

São tantos detalhes...Eu nem acho o Punto tão bonito mas a sua avaliação desperta o interesse nesse potrinho, ainda mais com aquele DNA! Não preciso nem dirigi-lo, meu passeio foi no texto!

Belair disse...

Ué,voltamos à 6a. feira?
E afinal,"algumas horas" são quantas horas?
Êêê ansiedade...

José Rezende - Mahar disse...

Acho que Lord Rodrix nunca ouviu falar do Punto T-Jet...com caracol da alegria muito bem calibrado e suspensão acrobática...
Cheers!

Unknown disse...

Como diz-se lá em Minassss, bão tamém...

Alexandre Cruvinel disse...

Um essence 1.8 deve ser um carrinho deveras interessante, discreto mas cumpridor. Um branco, sem dualogic, per favore.