Por Fernando Calmon
Uma das situações mais estressantes para quem dirige de noite em estradas é não enxergar em tempo um pedestre no acostamento ou mesmo na beira da estrada. O risco de atropelamento é muito maior de noite do que de dia. Estudos no exterior, como o do Instituto de Pesquisas de Rodovias Federais Alemãs, apontam: cinco vezes mais pedestres morrem à noite do que durante o dia. Embora apenas 20% das viagens rodoviárias ocorram à noite, esse período responde por 40% dos acidentes fatais.
Graças ao avanço da eletrônica de bordo, desde 2005 o Mercedes-Benz Classe S traz o assistente de visão noturna capaz de detectar pessoas além da distância de alcance dos faróis. Raios infravermelhos avaliam a emissão de calor de humanos e projetam a silhueta em um mostrador no quadro de instrumentos. No final do ano passado, foi anunciado a evolução desse sistema, que chega agora aos mercados europeus como dispositivo adicional de série.
Trata-se de um facho de luz específico, semelhante ao de canhões de luzes nos espetáculos artísticos, capaz de iluminar o pedestre com a dupla função de melhorar a visibilidade do motorista e advertir ao próprio pedestre sobre a aproximação do veículo. Estudos mostraram que esse tipo de sinalização é perfeitamente entendido e diminui os riscos de atropelamento noturno.
Para desenvolver esse recurso extra de segurança utilizou-se uma complexa combinação de recursos tecnológicos e de programas de coordenação a bordo. Emissor de raios infravermelhos invisíveis, colocado juntos aos faróis do automóvel, pode sentir a presença de uma pessoa até a 80 metros de distância. A câmera colocada no alto do para-brisa capta precisamente o que está acontecendo à frente. A projeção da imagem feita no quadro de instrumentos permite ao motorista ver pedestres, ciclistas ou obstáculos.
Uma segunda câmera, já existente para controle automático de distância e de faixas na estrada, capta se o carro está sendo dirigido à noite, numa estrada ou na cidade, e se algum veículo se aproxima em sentido contrário. Uma unidade de monitoração e controle decide se é possível advertir o pedestre por meio de um facho específico, sem causar qualquer tipo de ofuscamento a outros usuários da estrada. Os cálculos executados em frações de segundo são a garantia de que nada irá perturbar o fluxo de trânsito ou comprometer a visibilidade dos demais motoristas.
O sistema permite emitir até quatro sinais de advertência dentro do cone de iluminação projetado pelos faróis. Existe um gerenciamento inteligente, pois o farol esquerdo pode se manter com facho alto, enquanto o direito muda para facho baixo a fim de evitar o ofuscamento do pedestre. Se este desaparece do alcance da câmera por ter se afastado da borda da estrada ou porque o carro já o ultrapassou, o facho alto direito volta automaticamente depois de cinco segundos. Dessa forma o motorista pode ter sua visão e iluminação máximas da estrada restabelecida de forma rápida e segura.
O sistema permite emitir até quatro sinais de advertência dentro do cone de iluminação projetado pelos faróis. Existe um gerenciamento inteligente, pois o farol esquerdo pode se manter com facho alto, enquanto o direito muda para facho baixo a fim de evitar o ofuscamento do pedestre. Se este desaparece do alcance da câmera por ter se afastado da borda da estrada ou porque o carro já o ultrapassou, o facho alto direito volta automaticamente depois de cinco segundos. Dessa forma o motorista pode ter sua visão e iluminação máximas da estrada restabelecida de forma rápida e segura.
Este novo recurso de segurança ativa faz parte da evolução no sistema de iluminação dos automóveis, que se acelerou no começo dos anos 1990, com o advento das lâmpadas de xenônio, inicialmente apenas para o facho alto dos faróis.
N. da R. : Lembro bem dos faróis de lâmpadas a tungstênio do meu primeiro caro, um VW 1300, fraquinhas...e eram já 12 volts...os faróis de 6 volts dos carros americanos eram um drama de noite na chuva, mesmo para um jovem como eu na época, com 20 anos. E os primeros Bi-Iodo da Cibié? Um luxo de luz...Como as coisas evoluíram... Mas nada de novo há sob o sol. Nos anos 40 havia o que se chamou no Brasil de Caça- Mulata, um farol direcional como os usados nos carros de polícia americana....só que agora é o computador que comanda a coisa...
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