sábado, 13 de agosto de 2011

1896 QUADRICYCLE: O PRIMEIRO FORD


O ORINAL DE 1896
No início de 1894 Henry Ford tinha 21 anos e trabalhava como mecânico na Edison Illuminating Company. Já entendia a fundo os primitivos motores a vapor e a explosão, já que no ano anterior tinha construído um motor monocilíndrico a explosão com o material e as peças que tinha à mão na oficina e um grande volante de inércia desmontado de um torno, e o fez funcionar na noite de Ano Novo no porão de sua casa de Detroit.

Como deu muito certo, Ford decidiu fabricar um veículo com um motor mais elaborado. Instalou-se em um puxadinho de de tijolos ao lado de sua casa, que ainda é conservado no museu da marca, e começou fabricando um motor de dois cilindros paralelos e horizontais, que deslocava 917 cm³ e rendia 4 cv a 800 rpm. A alimentação, distribuição e ignição foram inventados por ele mesmo graças à sua habilidade mecânica  abundante. Lá por junho de 1896, depois de dois anos de trabalho, o QUADRICYCLE estava pronto. Era assim chamado por causa de suas rodas de bicicleta.



A REPLICA ESPANHOLA, FIDELÍSSIMA REPRODUÇÃO

Por volta das quatro da manhã do dia 4 foi quando Ford saiu na sua primeira volta no carro pelas ruas de Detroit. Uns dias depois foi ao sítio de seu pai, a uns 40 km de distância, sem o menor contratempo. Fabricou dois carros mais, dos quais um ainda se conserva no Museu Henry Ford, em Dearborn. Foi a semente da Ford Motor Company.

Agora um grupo de engenheiros da cidade espanhola de Burgos fabrica uma réplica perfeita, com todos os detalhes originais, no prazo de quatro meses, e o envia a qualquer lugar do mundo.. Nos dois videos anexos é possível ver o prodígio de simplicidade que o Quadricycle é. O volante comanda as válvulas de escapamento, enquanto as de admissão funcionam puxadas pela depressão dos pistões, o carburador é pouco mais que um venturi com uma chave de entrada de combustível. a transmissão é de uma simplicidade franciscana, embora já tenha um diferencial rudimentar. Funciona por acionar uma polia esticadora que tensiona uma correia plana. São duas marchas, para 16 km/h na primeira e 32 na segunda.






A lubrificação é por perda total, gotejando óleo nos pistões.  A ignição é por uma "caixa de centelhas" com interruptores de baixa tensão que alimenta as velas e pronto. um primor de simplicidade e um hot rod de seu tempo, pois chegava a 32 km/h, o dobro do Benz 1886  que mostramos aqui há alguns dias: o dobro da velocidade em olito anos. O site dos fabricantes só não explica como eram os freios, ou a correia segura o carro quando revertida, já que não há ré, pois o carro pesa só 250 kg. Desconfio que não tem: freio atrapalha...

Achei o tema em um blog interessante, onde há mais dados:

O site do fabricante:
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Um comentário:

Rômulo Rostand disse...

Prezado Mahar,

Conforme informações do Sr. Ricardo Perez, o Quadricycle de Henry Ford não possuia freio, como você bem observou. Já a réplica do post foi dotada de freio. Digo no singular, porque o sistema atua sobre uma única polia no eixo intermediário de transmissão. No vídeo dá para perceber a segunda polia do lado esquerdo ao motorista encoberta por uma cinta de couro que funciona como elemento de fricção. Aliás, o sistema deve ser bem semelhante ao do Benz Patent-Motorwagen, do qual você falou aqui, há alguns dias.

Abraço