sábado, 20 de agosto de 2011

A FUMAÇA NO PASSADO: AS HUSQVARNA

Leia minha coluna mensal CONTRACULTURA na Revista Moto!


Muita gente pensa que os primeiros de motores dois tempos em competição foram os japoneses, principalmente a Yamaha. Lêdo engano! Nas pistas foram as famosas DKW, assunto pra outro dia e nas florestas e desertos foram as suecas Husqvarna.
Tudo começou em 1680, quando em uma fábrica na cidade homônima de Huskvarna começou-se a fabricar um motor que perdia o pistão em cada explosão: o fuzil Husqvarna. Ou seja, a empresa, já desmembrada em varias tem 320 anos.

A coisa começou em veículos com, claro, a fabricação de bicicletas no final do século 19, logo depois motorizadas com motores comprados fora. Até 1920 eles usaram motores comprados de terceiros, como era muito comum na época. Algo como a Rotax hoje em dia, que fabrica para fora. Nesse qno eles começaram a fabricar os motores V Twin de 600 cm³, bem de acordo com a influência americana que sempre foi popular na Suécia: eram miniaturas de Harley e Indian com válvulas laterais. Nos anos 30 foram muitas motos ao estilo americano e lnglês, os monoclindros de válvulas na cabeça à la BSA. Durante a guerra chegaram até a desenvolver um carro de três rodas muito parecido com o SAAB que não foi à frente.



Logo depois da guerra começaram as motos de dois tempos: eram motores mais simples,com menos peças móveis e rendimento superior aos de quatro tempos por explodir duas vezes mais que um 4T convencional. Daí um lema da DKW, 3=6, no caso um motor de três cilindros que rende igual a um de seis... Bem, com um pouco de boa vontade....

Nos anos 60 um impulso muito grande na difusão da marca veio do rei do charme e do “cool”, Steve McQueen. Aficcionado afissurado de motores e competições, McQueen percebeu que as motos suecas de dois tempos eram mais leves e tinham mais potencia que as tradicionais motos inglesas de quatro tempos da época, as Scrambler que já mostramos em outras matérias como a do quadro Métisse. Foi a época do imortal filme “On Any Sunday” I e II, que retratavam o povo da poeira e da lama em seus enduros nos desertos da Califórnia em toda a sua beleza e grandeza de ambientes. Como nessa época, lá pelo final dos anos 60 não faltava mais dinheiro a McQueen , ele podia ter o que quisesse para correr nas pistas e na terra.


Assim correu a famosa Baja 1000, um Enduro louco de 1.600 km que ia da fronteira da Califórnia ao final da península já no território do México, o lugar onde os homens se encontravam nesses anos. Foi aí que surgiu o Baja Buggy, um Fusquuinha recortado e o mais famoso de todos os veículos, o Dune Buggy feito por Bruce Meyers, o Meyers Manx. Era outro negócio que McQueen adorava, como mostra sua seqüência imortal em “Crown, o Magnífico”, onde ele pilotava nas dunas um deles com motor seis cilindros de Corvair. Assim foi em muitos filmes de McQueen, carros e motos figurando como coadjuvantes de cenas antológicas.

Voltando às motos, com o tempo Steve montou uma boa coleção de motos de todos os tipos e tamanhos, desde clássicas dos anos 30 até motos contemporâneas de rua e terra, que agora estão sendo leiloadas pelos filhos de Steve, talvez porque a grana esteja acabando...











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