Coluna1714 23.abr.2014 edita@rnasser.com.br
De China, para Brasil
Fato inimaginável há alguns anos, o mercado brasileiro de automóveis ser plotado
pelos moradores da China. Mas é a verdade de seguir o também surpreendente
maior mercado de automóveis no mundo. Assim, o Salão de Pequim – Beijing Auto
Show - abril 20 a 29, exibiu, pelo menos, cinco (!) novidades a aparecer também
em produção ou importados em avenças comerciais com o Brasil.
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VW Santana
Bom nome, produto de boa imagem aqui, mas o citado apenas aproveita o nome
do produto bem conhecido no Brasil. No caso, é o seguir o conceito original do
Renault Logan da VW, versão a mercados em início de intimidades com o ser
automóvel, carro espaçoso sobre plataforma antiga. Muito adequado ao Brasil,
agora em segunda versão, será construído sobre o VW Polo. Salão do Automóvel,
outubro.
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GM Cruze 2
Segunda geração deste coreano criado pela Daewoo, bem vendido, com projeto
revisado pela Divisão Chevrolet nos EUA, aplicando sua tecnologia. Daí o nome:
Projeto Phoenix, pois desenvolvido nesta mancha fértil em meio ao deserto do
Arizona. Reforços estruturais para resistir a países ásperos como os do bom
mercado latino americano, e atualização de motores reduzidos em volume e
peso: 1,5 litro, quatro cilindros, 16 válvulas, 114 cv – pela potência não deve
dispor de comandos variáveis para as válvulas ou injeção direta. Idem, com turbo
compressor e 150 cv. Bom sítio argentino Autoblog diz, motor de três cilindros
– eflúvios do fugaz acordo com a PSA Peugeot-Citroën, nota do Editor – com
turbo também o equipará. É razoável. Caminho é reduzir área cúbica externa
e deslocamento interno dos motores. Transmissões com dupla embreagem.
Indefinido local de produção, se Argentina ou Brasil. Salão do Automóvel, outubro.
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Cruze 2, adaptado aos mercados com vias ásperas
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Novo Vento, o anti Mercedes CLA – Linhas definitivas a partir da proposta do
designer brasileiro Marco Pavone, a VW deu vida ao conceito NMC – New Midclass
Coupé. Ainda sem nome, embora o digam Vento CC. Usa plataforma MQB,
queridinha do grupo VW, polivalente e poli marcas, hoje base de novo Golf e
Audi A3. Motor dos VW deste porte e Tiguan, quatro cilindros, 2,0, 16 válvulas,
injeção direta, turbo, 220 cv, transmissão DSG – de duas embreagens – e sete
velocidades.
Será feito no México. Não é para ser mais um, porém mira precisa, ter mais porte
que o Mercedes CLA, pequeno sedã recordista em surpresa e preferência.
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Conceito NMC, base do Golf, concorrente do Mercedes CLA
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Peugeot 408 – Segunda geração do modelo argentino e aqui disponível. Pequeno
aumento na medida entre eixos e perfil mais aerodinâmico, elegante queda do
teto, e distribuição de volumes visando esportividade – grande capô, habitáculo
recuado, porta malas curto -, dão-lhe sensação de ser maior e bem disposto em
performance. O leão, símbolo da marca, desceu para a grade em estilo, digamos,
amercedado.
Na China, motor 1.6 com turbo de alta pressão. Multi uso, vai de 163 cv, como
anunciado, a 270 cv de potência, dependendo da aplicação do produto, da
vontade do diretor comercial, o conhecido Fator T.R. (na prática, T grande por
roda). Conceito Peugeot Exalt, usa o engenho com potência maior.
Previsão de ser mostrado no Salão do Automóvel, com produção argentina.
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Peugeot 408, 2ª. edição.
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Citroën C-RX – Novidade para instigar especulações é o conceito Citroën C-
RX, dito como desenvolvido pelos chineses da Dongfeng, sócia da marca.
Sobre plataforma do C3, fabricada em Porto Real, RJ, base do Peugeot 2008,
lançamento pós Copa – a mesmo perfil e público. Peugeot e Citroën são a PSA.
Possível, é. Mas será provável ? Carlos Tavares, novo comandante, em projeto de
salvação, disse cortar modelos assemelhados entre as marcas. Possibilidade há,
se o C-RX for apresentado no Mercosul como o primeiro produto da DS, marca
Premium anunciada pela PSA.
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Roda-a-Roda
De novo – A informação sempre existiu como especulação contida: o utilitário
esportivo Cayenne Porsche era o veículo de produção com maior lucratividade no
mundo - incríveis US$ 25 mil/unidade. Porschistas o chamam Filho de Satã, pela
distância e morfologia em relação aos esportivos da marca. Mas vende e dá lucros
Fonte – Agora a agência Bloomberg Businessweek diz ser a Porsche fabricante
mais rentável do mundo: ganha médios US$ 23 mil/venda, margem de 18%.
Mais - Lamborghini seria muito rentável se vista individualmente, mas é somada
como Audi, a quem pertence. Na média ambas lucram US$ 5.200/veículo.
Volkswagens, US$ 850, 2,9% de lucro líquido.
Razões – Diz a publicação, simples entender. Desde a crise de 2009, quem muito
podia, continua podendo muito. Outros, consumidores dos veículos baratos, foram
afetados e ora andam em lenta recuperação. Ou seja, mercado dos carros caros
vai bem. Mais baratos, brigam entre si e crescem pouco ou nada.
Mais – Trimestre com recordes de venda, a Audi dá gás no entusiasmo sobre
seu produto igualmente entusiasmante, o A3 Sedan. Importou outra versão, com
motor e preços menores.
O que ? - Em lugar do motor 1.8, agora 1.4 TFSI – o mesmo sistema significando
turbo com injeção direta de combustível -, 122 cv, cerca de 20 quilos de torque
iniciados a 1.400 rpm; câmbio com duas embreagens e sete velocidades,
performance e economia. Duas versões: Básica R$ 94.800, e Attraction R$ 99.900.
Por pensar – Carro bem equipado, melhor desenvolvido mecanicamente, feito na
Alemanha, passa por enorme logística de transporte, paga 35% de imposto de
importação, e os demais sobre ele incidentes, e concorrerá com a versão Altis, do
Toyota Corolla, feito em São Paulo. No Brasil aritmética é ciência excitante.
Sucessor – Mark Fields, executivo navegando com êxito na crise da Ford, deve ser
indicado sucessor de Alan Mulally, o atual CEO em busca de aposentadoria. Fields
é o operacional abaixo do mandão.
Caminhos – Faz parte da paz com acionistas e mercado antecipar anúncios de
sucessão. A Ford quer faze-la plana e manter Mulally por perto, com lugar em seu
Conselho. Mas a Microsoft já o convidou para recomeçar, ser CEO.
Prévia – Antes de colocar os produtos nos concessionários da marca e para fazer
movimento nestes tempos pré Copa, a Nissan inicia cadastrar interessados em
seu New March, produzido na recém inaugurada fábrica em Resende, RJ. Dê uma
olhada: http://nissan.com.br/novidades/.
Sorrisos – Sorri, contido, o eng Paulo Bedran, um dos atuantes na área de
automóveis do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mais
de duas décadas de emoções no mercado, de carro 1.0, Câmara Setorial, novas
montadoras, crises com a Argentina, ... Do ramo.
Razão – Também engenheiro, nortista e descendente de libaneses, Carlos Ghosn,
presidente da Renault-Nissan, anunciou R$ 500 milhões no fazer dois novos
produtos: pequeno utilitário esportivo Captur e o picape Duster.
E, - O Captur teve pré lançamento como importado, quando o governo federal
criou o programa Inovar Auto, barrando importações para fomentar produção local.
Será o primeiro produto pós programa.
Mais – Nele, plataforma do novo Clio, permitindo imaginar a produção deste no
Brasil. Há tempos o Clio, avô do atual, é feito na Argentina. O Captur é menor,
porém mais cuidado e equipado, e terá preço acima do Duster. Outro mercado.
Mais - Fazer o picape seria fácil, exceto pelas diferenciações impostas: 1 tonelada
de carga e tração nas 4 rodas, para diferenciar-se dos concorrentes Fiat Strada e
VW Saveiro, sem estes predicados. Se bobear, versão diesel com motor argentino.
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Captur, barrado na importação, fabricado no Brasil
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Petrobras – Protestos, pedido de CPI específica – como deve ser -, discursos
sobre a lulopetralização da Petrobras e os descaminhos da empresa que, dentre
outras conquistas, levou ao buraco o FGTS dos que acreditaram em implementar a
poupança, e se descobriram em grande prejuízo.
Programa – Nenhum dos discursos de candidatos à Presidência tocou num dos
pontos fulcrais do negócio – a divisão da administração pública, em todos os
setores, para ser gerida ou apropriada por políticos e seus procuradores próximos
aos governos. Enquanto mantido o sistema da vantagem pessoal ou partidária,
não há orçamento, impostos que resistam à impunidade autorizada. Nem futuro.
Por lembrar – O Mensalão apareceu por conta de um protegido do PTB colocado
nos Correios. E existem muitos partidos e muitos órgãos públicos. Enquanto não
for restaurada a legislação garantindo os postos aos funcionários de carreira – e
vedando a partidarização da administração -, tudo continuará.
Chamada – Re calls em 238 Ford Fusion 2013, para troca do reclinador do encosto
dos bancos dianteiros, chassis R104192 a R331925. Sítio do Ministério da Justiça
– http://portal.mj.gov.br/recall.
Sem chupar – Nada de engolir combustíveis e líquidos não desejados. Empresa
paulista criou a bomba Magiflux, para transferir líquidos sem chupar a mangueira,
usar funil e afins. Motoristas de caminhões diesel atuais, de marcas obrigadas ao
uso do Arla 32, aditivo anti poluição, gostarão mais. O Arla é de trato agressivo.
Para – Serve a tratores, máquinas pequenas, lanchas, karts, jet skies, carros de
coleção. Mergulhando a mangueira pela ponta com válvula contendo esfera, e
movimentos de vai e volta, o líquido se acumula até formar altura para escorrer
ao outro recipiente. Daí, faz o serviço em 12 litros/minuto. Nos postos, mercados,
lojas, entre R$ 30 e R$ 45. Mais? www.magiflux.com.br
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Magiflux, sem chupar
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Ecologia – Módulo de farol baixo em led, criado pela Magneti Marelli foi incluído
na lista de Eco Inovações da União Europeia. Para integrá-la produtos devem
provar redução significativa de CO2. Comparativamente a uma lâmpada halógena,
consumindo 68 watts, o módulo E-Light Marelli usa 11.
Situação – Novas regras, V6, turbo, 1,6 litro de deslocamento e gerador de
energia por calor, mudou o cenário da Fórmula 1 quanto aos motores. Encerrada
a 4ª. prova, os alemães tem 90% dos pontos possíveis. A Renault, pluri campeã,
foi para o fim da fila.
Fonte – Conta Wagner Gonzalez em http://autoentusiastas.blogspot.com.br/ dos
404 pontos marcados, 154 foram por Rosberg e Hamilton; 287 por pilotos usando
motor Mercedes. Se a fase europeia não exibir mudanças, emoção da disputa e
interesse sobre a categoria diminuirão.
De volta – O complicado relacionamento entre pilotos dos EUA e a Fórmula 1
caminha para novo degrau, de esperado convívio pacífico. Gene Hass, sócio da
equipe Stewart-Haas conseguiu licença de competidor na categoria junto à FIA.
2007 viu a última participação do país com Scott Speed. Carro próprio.
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Maserati.
O centenário do tridente
Em 1914 em Bolonha, Itália, cinco irmãos Maserati – Alfieri, Bindo, Carlo, Ettore,
Ernesto e Mario - montaram oficina para construir carros de corrida. Deste é
a logo do tridente, inspirado na estátua de Netuno, em praça na cidade. Logo
ampliaram ações – construir, correr, administrar corridas e o negócio. Gestão
não era o forte familiar e, logo após a morte de Alfieri, em 1932, venderam a
empresa à Orsi, mantendo-se colaboradores, mudando-a para Modena. Deu certo,
indo competir com estrelas mundiais, vitória na Targa Flório e nas 500 Milhas de
Indianápolis, EUA.
No pós Guerra disputou corridas mundo afora com outras italianas, a estatal Alfa
Romeo, a recém surgida Ferrari. Fez carros memoráveis como o A6GCM e o 250F
vencedor da temporada evoluída à Fórmula 1, com Juan Manuel Fangio.
Viver de corridas era inviável e a empresa iniciou construir carros esportivos, como
o 3500 e o 5000 sobre o mesmo chassis em alumínio, e criações com estilo como
o Mistral Coupé, Spider e o Ghibli, por Vignale.
Boa em produtos, ruim em gestão, nova crise em 1968 associou-a à Citroën. Mais
problemas, a PSA assumiu a francesa, descartou a italiana. Voltou a capital oficial.
Nos anos ’70 assumiu-a o polêmico italo-argentino Alejandro De Tomaso, dos
esportivos sob seu nome, resgatando-a. Pouco tempo. O coração freou-o e o
governo italiano conduziu a Maserati à Ferrari.
Nova gestão, transferindo o eng Eugenio Alzati da vice presidência da Fiat no
Brasil para geri-la. Gente, equipamentos, espírito, o novo sedã Quattropuorte,
grande e performático, colocaram-na em caminho de prestígio. Em 2005 a Fiat
assumiu-a, e novo projeto acelera suas vendas, previstas em 50 mil unidades
neste ano de comemorar o primeiro centenário.
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Logo dos festejos do centenário
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