O jipe da Rainha, ainda melhor
A
Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, quando dirigia no campo, utilizava um Range
Rover. Uma evolução do Defender antigo que possuía e dirigia em propriedades
rurais. O Range, tratado com um nível de conforto equilibrado com a disposição
de vencer obstáculos, muito utilizou as imagens da Rainha, conduzindo-o – e,
como boa mandatária, promovendo o produto de seu país.
Os
conceitos, aparentemente inconciliáveis, funcionaram bem e diversificaram-se
neste mar de utilitários esportivos grandes, cinza ou pretos que ocupam, com
seus muitos metros cúbicos, nossas ruas e estacionamentos.
A
Land Rover, hoje indiana, do grupo Tata, refez o automóvel, chamando-o
extensamente Land Rover Range Rover Sport,
para aproveitar o conceito que, para dificuldades extra asfalto o Range fica
melhor e mais crível na foto que Porsche Cayene, BMW X, Audi Q ou Mercedes ML.
Relativamente
à versão inicial, muitas mudanças. Desde o uso de chassi e carroceria trocado
por carroceria estruturada em alumínio. Quanto à geração anterior, emagreceu
360 quilos! Isto se traduz em disposição, menores consumo e emissões.
Composição
rica em confortos e arquitetura mecânica, mantendo o conceito de luxo com
insuspeitas habilidades fora de estrada. Motores a gasolina, V6, 3.0 com
compressor, fazendo 340 cv, caixa de transmissão ZF 8 velocidades – a mesma do
Amarok, por exemplo. Faz 0 a 100 km/h abaixo de 7s. Mais forte, V8, 5.0 também
Supercharged, 510 cv, em 5s.
O diabo velho não é sabido porque
é diabo – mas porque é velho.
Assim, previsível que os acertos de direção, suspensão, habilidades sejam
líderes no setor. Aparentemente podem conseguir o feito de oferecer sensações
de esportividade, sem renunciar às habilidades fora de estrada, muito
auxiliadas pelos diferenciais Torsen, com travamento do posterior, maior
distância livre do solo.
No
campo conforto, som Meridian com três sistemas de áudio, 1.700 watts e 23 auto
falantes, sistema de informação em tela de 8 polegadas, maior área para
passageiros.
Versão de topo, V8
Supercharged e amplo pacote de confortos, tem o curioso nome de Autobiography. Preços não definidos, mas
conceitualmente coerentes: devem ser tão elevados quanto as montanhas que
conseguirá subir.
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Range Rover Sport, luxo e habilidades
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Alconafta, o gasálcool dos argentinos
Ninguém sabe se é para valer, ou se é
apenas mais um dos cansativos e estéreis factóides latino americanos – a
criação de uns mini fatos para mostrar serviço e desviar atenções –, mas a
presidente Cristina Kirchner, da Argentina, fez entusiasmado discurso em
Tucumán instigando mudar o perfil das usinas do país vizinho, produtoras de
grandes quantidades de açúcar, para transformá-las em indústrias de álcool.
Mas a governante disse da necessidade
de investimentos para transformar o açúcar em Alconafta, agregar valor, gerar
trabalho, fazer complementariedade com os irmãos brasileiros (sic). E aditou,
exigirá acordos com a indústria automotriz, que ganhou e ganha muito dinheiro
na República Argentina.
O Alcoolnafta é o nosso gasálcool com adição de
apenas 15%, e os argentinos já utilizaram tal mistura no início dos anos ’80,
mas o projeto não se solidificou. Começou por não ser encontrável em extensão
nacional. A vantagem em preços era tributária, com impostos incidindo apenas
sobre a parte gasolina. Entretanto, como preço do álcool era fixado pelo estado
e se tornou irreal, duas partes envolvidas no projeto desistiram. O então
governo Alfonsin, perdendo pela enorme renúncia fiscal, e os estancieiros perdendo individualmente
por produzir a preço controlado em gabinetes. Daí o negócio foi para a funda
grota das boas ideias inviabilizadas por governos.
O súbito empuxo agro nacionalista tem
explicação econômica: como tudo em governo de gente mandona e em local sem
planejamento, a produção de gasolina na Argentina é menor que o consumo, e
neste ano o país, quem diria, então auto suficiente e hoje em crise de caixa,
gasta US$ 1B ao mês para importar gasolina.
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Ford chega aos peso quase
pesados
A Ford dará mais um passo em sua
quase exclusiva atividade de fazer caminhões no Brasil: entrará no segmento dos
pesados. É uma espécie de declaração de voto em seu projeto, dividido com a
turca Tofas, com quem mantém joint
venture, representando a marca neste segmento. A matriz estadunidense
abandonou o negócio há alguns anos, deixando ao terceiro mundo tocar a
iniciativa.
O novo produto, dito 2248 utilizará
motor diesel FPT modelo Cursor 10, deslocando 10 litros.
Novidade é a habilidade de evitar
disputa no topo do segmento, briga de cachorro – melhor dizendo – caminhão
grande, onde estão os emblemáticos pesos pesados Scania, Volvo, Mercedes e, com
lançamento em agosto, Iveco. Optou por colocar o pé na porta iniciando caminho
característico: estar no andar inferior da escala dos peso pesados, 17% do
mercado.
Com possível influência do sócio
árabe de chegar ao centro dando voltas pelas beiradas, domina o entusiasmo,
utiliza motor menor, segura o peso bruto combinado em pouco acima de 50
toneladas, faz preço muito abaixo dos dominadores do andar superior, uns US$
100 mil.
Fornecedora FPT é fábrica da Fiat
produzindo e vendendo motores para quem quiser produto de tecnologia recente.
No Brasil além dos utilitários Ducatto e Dailly, caminhões Iveco, da mesma
Fiat, e goianos Hyundai, o peculiar e agora cearense jipe TAC.
Em agosto.
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Roda-a-Roda
De novo – Luxuosa
marca belga, encerrada nas beiradas da II Guerra Mundial a Minerva volta ao
cenário por uso do nome e projeto do inglês JM Brabazon. Esportivo de luxo,
dentro do espírito ecológico europeu, construção em materiais caros e leves,
como a estrutura em fibra de carbono, carroceria em Kevlar. Motor V12 com dois
turbos, e dois motores elétricos. Potências e peso não declarados. Aliás
aparentemente os belgas não estão para muito papo, exceto dizer que o automóvel
arranha os 400 km/h em velocidade final.
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Minerva Brabazon, fênix
veloz parece os Audi R8
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Xing BMW – Muita sede de consumo a aplacar, e
o mercado chinês tudo consome, inclusive luxo. Perspectivas no setor sinalizam,
neste ano a produção de carros Premium superará a da Europa. Audi lidera vendas
e em BMW produção do série 5 e vendas na China superaram a dos EUA para a marca
– 182.800 x 172.787. Mercado peculiar, mais de 100 cidades com mais de um
milhão de habitantes não contam com revendedor de qualquer marca. Outro mundo.
Nissan Go – Outro na Loganmania,
o Go da Nissan. A bem sucedida e muito copiada fórmula do Logan é aproveitar
plataformas e motores em fim de linha para revive-los com outro revestimento,
propósito e preço baixo. Será produzido na Índia, mercado no salto da bicicleta
e das motos de pequena cilindrada para os automóveis. Mecânica Renault antiga,
1.200 cm3, câmbio de cinco marchas, construção barata, para custar lá,
aproximados R$ 15 mil. Novidade, recupera a marca Datsun, descontinuada há 40
anos quando batizava um mítico esportivo, o 240Z.
Aqui – Hatchback de cinco portas, típico da famílias em
crescimento. Pelo preço e pelo tipo de comprador de pouca intimidade e menores
exigências quanto ao que leva para casa, será lançado na Rússia, Indonésia,
África do Sul. Aqui, também. Fonte da Coluna
assegura, no Brasil será o terceiro produto da fábrica em montagem pela Nissan
em Resende, RJ, seguindo o March e o Versa. Fim de 2015.
Nome – Aqui deve ter outra denominação,
para evitar confusões sonoras com o Gol.
Mercado – Hora da caça. Promoções, descontos, financiamentos incentivados.
Todas as marcas tem-nas para se antecipar à sinalizada estagnação das vendas e
pela mudança de ano modelo. Há que tabular sobre produto e preço para saber se
há vantagem, em especial quanto aos importados às vezes de produção já
encerrada.
Curto – O bolso do comprador anda curto
para novas aquisições. O aumento de juros, ao que parece, não é determinante
para a redução dos negócios, mas o endurecer a análise dos cadastros pelos
bancos e financeiras, eis que o fomento ao consumo endividou as famílias e as
prestações já existentes não dão margem a novos compromissos pelos
interessados. O nível de aprovação de cadastros despencou.
Mico, 1 – A Toyota baixou o preço do Etios.
Quer limpar os pátios porque muda o carro nos próximos dias, como a Coluna antecipou – e a Toyota não
concordou. Melhora o interior em materiais, opção de couro nos bancos – para
que, um automóvel feito para um consumidor de quarto mundo, como a Índia, de
onde o projeto foi desenvolvido ?
Mudança
? - O Etios no
mercado brasileiro será o primeiro produto a passar por revisão de estilo em
meses de vida, um péssimo registro cadastral. Mas o desastre pode ter resultado
positivo, talvez um freio na empáfia que a empresa assumiu no Brasil.
Fim – Acabou a produção do picape Ford Courier. Baixa demanda
por sua conformação de trabalho, necessidade de espaço na linha de produção e
uso de plataforma solitária.
Mico 2– Revendedor da marca reclama, alguns
intelectuais da Ford fizeram custosa campanha de propagando para levar às
revendas proprietários de todos os Ford Fiesta, incluindo os modelos espanhóis,
importados, gastos e rodados. Estes não apareceram nas oficinas, preparadas para
recebe-los, com óleos antigos, minerais e seus filtros. Dos que rodam, poucos o
fazem nas proximidades das revendas.
De olho – Carro elétrico ou híbrido no Brasil
é tratado, incluindo os Governos nos três níveis, como coisa Eco folclórica. Há dias a Anfavea,
associação dos fabricantes, apresentou dados mínimos ao Governo Federal para
iniciar uma classificação e o possível estabelecimento de regras tributárias e
incentivos, sem o qual seu preço industrialmente superior nunca permitirá
presença no mercado.
Conhece ? -
Fabricante
estadunidense, aqui pouco conhecido, é o maior vendedor. A californiana Tesla, ultrapassando as
mais otimistas provisões está vendendo 400 unidades por semana e quer dobrar em
2014. Ao contrário da maioria dos elétricos, não é estrupício estético.
Outro – Bienal
do Automóvel, Belo Horizonte, 20 a 24 de novembro, no Expominas. Espectro
maior: exibição de carros novos, antigos, hots, motos,
bicicletas, karts, auto peças locais, e criação de painéis para
discussão de temas ligados à mobilidade. Anos ímpares, para não coincidir com
os pares, no Anhembi, S Paulo. Empata com igual promoção em Recife, mostrando o
cunho regional.
Igual – Governo de Brasília gasta muito
para anunciar novos tempos para o transporte público. É nova edição do mesmo
sistema errado: ônibus montados sobre chassi de caminhão, reações de caminhão,
altura de caminhão, desconforto de caminhão. Envergonham o país. São,
conceitualmente idênticos aos primeiros ônibus feitos no Brasil, em 1924, sobre
caminhões Ford TT. O produto se aprimorou, mas o conceito é quase secular, como
os feixes de molas que emprega.
Mudar – Melhorar o transporte urbano não é
trocar os Caminhônibus, mais baratos que ônibus projetados
como tal. E para mudar o sistema, há muito a fazer, mais que troca de caminhônibus velhos por caminhônibus novos. A mudança é
conceitual, operacional, considerando-se o usuário como parte importante.E
começa na intocável caixa preta dos dados, incluindo a relação entre serviço,
equipamento e tarifas.
Mais – Tens
caminhãozinho Delivery 8-150 da Volkswagen e chegou na hora de rever o motor e
turbo ? Informe-se sobre o novo K14 da BorgWarner. Ele quer substituir o
original Garret. Diz, sopra melhor em baixas rotações, dá agilidade, custa
menos e é equipamento original de outras marcas, diz Newton Juliato, supervisor
do produto.
2 Rodas – 7 a 10 de novembro, no Center
Norte, S Paulo, a Brasil Cycle Fair 2013, dita a principal
feita do mercado nacional de bicicletas. Novidade
anunciada, importação das bicicletas Bianchi, italianas.
História – Nas bancas edição especial da
revista Racing. O
jornalista Lemyr Martins, que cobriu a Fórmula 1 para a Editora Abril juntou
histórias, estórias e muitas fotos da carreira de Nelson Piquet. Vale por tudo
e como registro. O Piquet tem sido mal tratado pela história, especialmente em
Brasília, onde iniciou sua carreira, voltou coberto de glórias, mora, investe,
trabalha e forma equipes com talento, comportamento sério e liderança. A
ultrapassagem sobre Sena no GP da Hungria é o maior atrevimento na Fórmula 1
moderna e há que ser preservada para o futuro. Bancas R$ 19,90.
Recorde – Um Mercedes-Benz W 196 de 1954, a
grosso modo um fórmula 1 dos anos ’50, marcou dois recordes da leiloeira
inglesa Bonhams no autódromo de Goodwood: maior preço para um carro de corridas
e para um Mercedes: 17,5 M de libras esterlinas, uns R$ 72,7M. O automóvel, um
dos dez sobreviventes de série de catorze, foi conduzido por Juan Manuel
Fangio, o argentino penta campeão mundial, vencendo nos GPs da Alemanha e
Suiça, base da conquista do título mundial pela Mercedes, neste ano retornando
às corridas.
E
? - Originalidade do
W 196 006/54 atestada pelo Classic Center
da Mercedes – a superoficina e galpão de peças e documentos para manter rodando
a frota dos Mercedes antigos, exemplo para todas as demais montadoras. Preço
exibe, o automóvel se torna mais um degrau no atual panorama de investimentos:
comprado por telefone, por adquirente não divulgado. Na prática, uma obra de
arte em três dimensões, que pode fazer barulho, vibrar, e até, improvavelmente,
seja colocado a correr nas provas para antigos, no próprio Goodwood – desde que
o pessoal do Classic Center seja
chamado para funcioná-lo.
Lembra – Leitor da Coluna sabe, adquirir automóveis de estirpe é um dos investimentos
internacionais do momento. A rentabilidade das aplicações financeiras em
economias estáveis é desprezível. Noutras, emocionantes, pois não se sabe das
medidas governamentais que punem o capital e, por isto, investidores optam por
comprar obras de arte, como o são os carros com história ou sobrenome. Aquece o
coração, faz charme com os amigos e, algum tempo após volta aos leilões para
ser novamente vendido – por preço maior.
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Mercedes
W 196, R$ 72,7M. Investimento prazeroso
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Gente – Marcus
Zamponi, 63, jornalista, passou. OOOO
Crítico mordaz, raciocínio cortante, fino observador e contador de histórias e
causos, Zampa, filho de bolsa fornida, para a qual nunca se voltou, foi traído
pela falta de saúde, com quem negociava há alguns anos. OOOO Não sei para onde foi, mas sei, o
ambiente se alegrará com a viva inteligência do Zampa. Grande Zampa. OOOO Philip Caldwell, 92, executivo,
idem. OOOO Asceta,
presidiu a Ford após a demissão de Lee Iacocca, grande crise. A proximidade com
Henry Ford II deu-lhe o tratamento de O
Príncipe – era o
segundo da hierarquia da empresa familiar, e o contra ponto comportamental em
estilo. Bancou o lançamento do Taurus, depois líder de vendas nos EUA, e o
Fiesta. OOOO