Aeronaves elétricas atravessam o Canal da Mancha
Em meio a grande fanfarra, a Airbus voou sua aeronave E-fan (ventilador elétrico) de Lydd, na Inglaterra, ao porto de Calais na França, na manhã de sexta-feira dia 10. Operando exclusivamente a baterias, a aeronave de seis metros de comprimento e 485 kg de peso, sem óleo ou água, não emite emissões de qualquer espécie.
Cerca de 12 horas antes, o piloto francês Hughues Duval pilotou sua aeronave bimotor e monoplace Cri Cri de Calais a Dover e retornou. Como ele não tinha autorização de decolar de Calais, um outro avião, com motor de combustão interna, rebocou o Cri Cri de 100 kg como se fosse um planador, após o que Duval retornou a Calais autonomamente e aterrou com segurança.
O trajeto de 52 quilômetros levou uma hora, tendo atingido 150 km/h de máxima. Duval disse à Imprensa local que seu vôo foi uma ‘alívio’ e ‘um momento importante’, após anos de trabalhos de ajustes e vôos sobre terra.
Os diretores da Airbus que se reuniram em Calais para celebrar o pouso do E-fan não comentaram a viagem de Duval. O primeiro vôo do E-fan foi feito em março do ano passado, após o que a aeronave já fez mais de 100 decolagens, inclusive para o Salão Aeronáutico de Paris.
O E-fan deve ser colocado no mercado em 2017, com vendas básicas para cursos de pilotagem.
Didier Esteyne, que pilotou o E-fan na travessia do Canal da Mancha, diz que “É uma grande vitória que nos permite imaginar vôos comerciais de aeronaves elétricas ou híbridas. É realmente o começo de grandes inovações.”
Em 1909 o piloto francês Louis Blériot tornou-se a primeira pessoa a voar por cima do Canal da Mancha, ganhando um prêmio de 1.000 libras esterlinas do jornal British Daily Mail. Ao tempo, o dinheiro era a parte mais importante e ninguém se importava com o problema de segurança.
Hoje, um pessoal profissional de segurança estava pronto com helicópteros e lanchas de alta velocidade para cuidar da aeronave e seu piloto.
A E-fan é uma biplace, mas para o futuro a Airbus imagina uma aeronave para 100 passageiros – um objetivo que a Airbus imagina atingir em 15 anos.
A empresa eslovena Pipistrel também espera fazer a travessia do Canal da Mancha ainda este mês, desde que a Siemens, seu fornecedor de motor, consiga autorização para voar sobre a água. No total, cerca de 10 outras empresas se preparam para fazer a travessia em aeronaves elétricas, que estão em desenvolvimento.
Ivo Boscarol, gerente geral da Pipistrel eslovena, diz que “Desde o vôo de Bleriot, 106 anos atrás, que o Canal, em aviação, é um local especial. É meio religioso.”
JOSÉ LUIZ VIEIRA - WWW.CARGAETRANSPORTE.COM.BR
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