Coluna 2715 01.julho.2015 edita@rnasser.com.br
Máquina do tempo, o Alfa Romeo 4C
Ele
é instigante, reativo, feito quase artesanalmente e, melhor dos
mundos, produzido agora já é considerado um futuro Clássico. Claro, tal
rótulo não em proveniência nacional, de repórteres mal informados ou
comerciantes descompromissados, assim chamando qualquer lata velha cuja
característica maior é o peso dos anos.
Clássico,
para quem do ramo, é produto com projeto individual reunido a melhor mão
de obra, os melhores processos e materiais, caro e de produção contida. Quer um exemplo ? Os mito-marquetados Ferraris candidatam-se a tal
rótulo, apenas se com motor 12 cilindros.
Automóvel criado de supetão, em poucos dias, produção extra Fiat e
limitada pela pequena capacidade da empresa fornecedora do monocoque em
fibra de carbono. Construção típica de carros de corrida, congrega
resistência com baixo peso, um dos segredos de sua performance. Com pequeno
motor, de produção igualmente especial, porém base para futura família, 4
cilindros em linha, construção em alumínio, 16 válvulas, gasolina injetada
diretamente e turbo compressor. Seus 1,75 litros produzem 240 cv de
potência. O baixo peso, 895 kg, permite ótimo rendimento, um comportamento
arisco. A colocação entre eixos traseira ajuda muito na estabilidade.
O
Alfa Romeo 4C, no caso aqui relatado, é a recente versão Spyder,
conversível – já dirigira, contidamente, a versão Coupé, inaugurando a
família. Baixo, relativamente confortável para entrar e
sair, oferece a sensação de vestir os ocupantes.
Não
há espaço de sobra e, pela ambiência, a proximidade do solo, o nervosismo
na reatividade, lembram os Lotus dos tempos de Colin Chapman.
Não
é automóvel para ser o único da família; não serve para levar meninos
ao colégio; sequer para fazer compras no mercado. Também não o é para
moças, exceto para as que efetivamente gostam de conduzir e entendem do
produto, até porque, a noção de rodagem confortável é-lhe antagônica.
Como passageiras, reclamarão. O ar condicionado é atravessado sob o painel
em couro pespontado em vermelho e, no espaço exíguo, disputa com o joelho
esquerdo da, do acompanhante. Para manter-se no solo tem a suspensão endurecida,
e a direção é mecânica, exigindo braços e
músculos peitorais dispostos. Para os de boa memória, o rodar de um Puma
VW, perto do 4C, é de Rolls-Royce.
Acomodado
– ou vestindo o automóvel -, pedaleira esportiva, sem alavanca de marchas,
apenas botões no console. A alavanca de marchas e seu
engatar, característica Alfa, inexistem. Mudanças automáticas no câmbio de
seis velocidades e dupla embreagem. No console, botão rotativo em alumínio
recartilhado, permite quatro tipos de
regulagens para motor, faixa de mudança de marchas, reatividade da suspensão.
Ronco
másculo, elaborado – a Alfa Romeo tem se especializado em manter
sua assinatura sonora – avisa logo de sua personalidade. Anda como quiser
o freguês. Desde mudar marchas em baixas rotações, como fazê-lo em seu
limite, com o motor viril troando pouco atrás de seus ouvidos, e com a
música física do turbilhonamento da transformação da queima de ar e
gasolina, em energia e ruído. Há artifício eletrônico típico do câmbio –
um ruído de aceleração do motor, como se fosse automóvel com caixa de
marchas sem sincronização, exigindo ao motorista uma acelerada para
compatibilizar velocidade, rotação do motor e do câmbio. Quem ouve tributa
homenagens.
Freia
muito, e o ABS só opera no limite da irresponsabilidade, curva muito bem, mas lembra a toda hora ser um brinquedo a exigir identidade. Bobeou, ele
tende a sair de traseira, demandando contra
esterço e cautela para acelerar na correção. É daqueles automóveis que
resgatam a exigência de cumplicidade para conduzi-lo. Pista de Balocco, a
grande fazenda ex Alfa, ex Fiat e agora FCA nas proximidades de
Milão, e pomposamente chamada FCA Prooving Ground, com emaranhado de pistas para avaliação, incluindo o
circuito escolhido, reproduzindo curvas famosas de autódromos da Fórmula
1. Meu guia na pista, piloto de testes, estava em casa. Andava rápido,
contido – limitava a 200 km/h a velocidade máxima -, mas desenhava o
circuito in
vejavelmente, instigava segui-lo. Um professor. Você se sentia como
ele – mas sabia, o limite do mestre estava muitíssimo acima dos seus
esforços.
É um
carro de marketing, como o antecessor 8C, dirigido no mesmo
circuito.
Feitos
para manter vivos, instigantes, tema de assuntos e dúvidas, a imagem e
o interesse pela marca no deserto de produtos quase ao final. Produção limitada pela
pequena capacidade industrial do produtor do monocoque, embora
sempre aumentada pois a demanda superou a capacidade de entrega. E não
virá para o Brasil. À Argentina, onde não se exige adaptações para
funcionar com a mistura de gasálcool, prometem-se três unidades. Custa
Como
eram o MiTo e a Giulietta 1.4 turbo também à disposição no circuito ?
Não sei. Em dia de caviar você não deve misturá-lo com sardinhas...
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Alfa 4C
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Roda-a-Roda
Cruze – Apresentado nos EUA, previsto
para início de 2016. Aqui, Salão do Automóvel do mesmo ano, e vendas como
modelo 2017. Relativamente às unidades atuais, cresceu 7,5 cm, baixou 2,5
cm, adelgaçou 110 kg, tornou-se mais fluído e o mais aerodinâmico dos
sedãs GM.
Trilha - Segue caminho de mudança de gosto
do consumidor, automóveis menores, com menor consumo. Motor dianteiro,
transversal, em alumínio, quatro cilindros e modesta cilindrada, 1,4
litro, 16 válvulas, abertura variável, injeção direta, turbo
alimentado. Potência imaginada para o Brasil circa 150 cv.
Motor e Cruze serão argentinos.
Surpresa - Cruze é fenômeno nos EUA. Em
2014, dentre os compactos foi o terceiro mais vendido, 273 mil unidades,
atrás de Toyota Corolla, 340 mil, e Honda Civic, 326 mil. Curiosidade é
ser projeto coreano, herdeiro da Daewoo.
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Mary Barra,
presidente da GM, apresenta o Cruze
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Mudança – No limbo gerado pelo pedido de
demissão de Ferdinand Pïech, ex CEO do VW Group, e a posse de novo membro
da mesa diretora, Martin Winterkorn, há clima de fim de festa – o encerrar
do atual projeto de gestão -, e o início da proposta do novo diretor e
novo condutor.
Foco – No caminho das obviedades está
sacudir a estrutura e fazer crescer vendas nos EUA e no Brasil, onde a
marca caiu; cortar custos para aumentar lucros; retomar velocidade de
crescimento para assumir a liderança mundial.
Fofoca – Jornalistas europeus e
norte-americanos insuflam tese de remoção de Christian Kingler, chefe de
vendas do grupo, nomeador dos diretores de vendas, incluindo EUA e Brasil,
mercados em queda. Na prática presidentes locais convivem com subordinado
hierárquico, porém autônomo no acatar ordens diretas do diretor alemão.
Aqui – Atribui-se a Klinger a
substituição de executivos brasileiros por alemães sem conhecimento do
mercado nacional, e as quedas de vendas e participação.
Idem – Localmente a recente nomeação do
argentino Jorge Portugal como no 1 em vendas foi exigência de David
Powels, novo presidente da VW Brasil, batendo com algum instrumento
poderoso na mesa, dizendo, se mandassem outro alemão para vendas, que fossem dois – outro para substituí-lo
na presidência.
Questão – Mundo globalizado, competitivo, dispensar
gente não é problema, exceto em feudos familiares, como no caso do
controle de VW AG e de sua controladora a holding Porsche
SE. Ele é chairman da Porsche Salzburg, maior rede de
concessionários na Europa, criada por Louise, mãe do demissionário Pïech –
e filha do professor Porsche. E casado com sobrinha da família.
Festa – Um ano de mercado, e o pequeno
picape chinês Lifan Foison, em vendas supera a soma dos concorrentes.
Razão, ter motor com 1,3 litro de deslocamento, 85 cv e maior caçamba da
categoria.
Prévia – Na Internet fotos do novo picape
Fiat na linha de produção da FCA em Gravataí, Pe. E desenho do produto. O
nome, Toro, é de sonoridade e imagem aos visados mercados latino
americanos – confirmado por fonte acreditada.
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Linhas do novo
picape Fiat são estas. Nome, Toro, também.
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Caminho – VW iniciou produzir o motor 1.0
TSI – o up! turbo. Três cilindros, 101 cv a gasálcool e 105 a etanol – sem
turbo 75 e 82cv. Torque saltou de 95 para 165 Nm. Disponível a partir da
versão Move up!
Tratamento - Você anda triste,
sem graça ? A Volkswagen pensou em você. O up!, muda conceito sobre
tamanho, performance e agradabilidade de dirigir, será lançado em dias.
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up! turbo terá
tampa traseira preta.
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Mais –
Anunciou investir R$ 460M na fábrica de São Carlos, SP, para produzir nova família TSI, os motores com injeção
direta, abertura variada de válvulas e turbo. Moverão VWs, como up!,
Jetta, Golf, e Audis, como A3 e Q3.
Aqui,
não - O LatiNCAP entidade aferidora de
segurança em veículos, cancelou os pontos dados ao Renault Clio montado na
Colômbia com partes brasileiras e argentinas. Motivo, num primeiro teste
caiu em exigência e a marca prometeu compor o veículo, não o fazendo.
Renault brasileira explicita, a versão aqui vendida tem legalmente o ABS e
almofadas de ar. Lá, não.
Inverno – Carro a álcool dependente do
jurássico tanquinho não gosta de partida no inverno. Ao combustível
vegetal falta capacidade energética para ignitar em baixa temperatura, daí o auxílio do gasálcool para iniciar
funcionar.
Preparação - Para melhorar o processo,
gasolina nova no tanquinho – use Petrobras Podium ou Shell Racing, mais
duráveis; bateria em bom estado com bornes e terminais limpos; velas em
boa operação, eletrodos regulados; cabos de velas limpos e com boa
conectividade. E, conselho de mecânico velho, coloque 15% de gasolina no
álcool. Mistura não é chocolate, mas é uma alegria.
Volta – Nelson Ângelo Piquet, o segundo
na atual geração da família, venceu o Campeonato FIA de Fórmula E – uma
espécie de fórmula 1 com motor elétrico. Seu carro utilizava motorização
Renault, então padrão na categoria. Bom retorno. Nelson havia deixado a
Fórmula 1.
Categoria – É uma incógnita. Neste ano cada
prova foi ganha por piloto diferente. Na próxima temporada, com a
liberação de fornecedor, a disputa terá mais uma variável: motores e
eletrônica, além de chassis e piloto.
Mais – DS, marca de luxo da Citroën,
associou-se à inglesa Virgin Racing Engineering na Fórmula E FIA. Apostam
na vitrine de tecnologia e na atração pelas disputas. Desenvolvimento e a
imagem da tecnologia de vanguarda muito interessam aos fabricantes de
automóveis na transição de matriz energética.
Negócio – Atual mercado automobilístico
não vende preferências, fidelidade, agrado: compras são por condições de
pagamento. Ágil, o Banco Rodobens estimulou vendas das concessionárias do
grupo, com proposta atrativa.
E ? –Trocar semi novo por O Km,
refinanciando com parcelas iguais ou menores ao contrato original. Em dois
meses, com negócios em casa, gerou mais de R$ 1M em vendas e metade deste
valor em financiamento.
Cuidado – Veículos de transporte escolar
serão obrigados a utilizar cadeira de bebê para crianças até 7 anos e
meio. São três modelos: “bebe conforto”
entre 1 e 4 anos; daí aos 7, cadeiras com acento de elevação, encosto e
cinto próprio. Descumprimento gerará multa de R$ 191,54 e 7 pontos na CNH. A
partir de fevereiro de 2016.
História – Quatro de julho marca a operação
que transformou a franco-italiana Simca em dono das operações Ford na
França, e segunda maior fabricante do país. Também, o início do fim da
marca.
Afinação – Legisladores de Portugal criaram conta ao
contrário: em vez de perder pontos por infrações de trânsito, motoristas
podem ganhá-los assistindo aulas sobre o Código e procedimentos, e poderão
abate-los de outras penalidades. Negócio objetiva reduzir elevada
acidentalidade.
Negócio – Enquanto os aficionados veem a Fórmula 1
como disputa esportiva, a bilionária movimentação não passa de atividade
comercial bem explorada pela detentora de seus direitos, incluindo
transmissão.
Interesse - Empresário norte-americano, Stephen Ross,
75, investidor e dono do time de futebol Miami Dolphins, associado à
Quatar Sports, querem assumir o negócio, comprando 35,5% das cotas da CVC
Capital Partners, e os 5% detidos por Bernie Ecclestone, 84, mandão da
Fórmula 1. Valor da proposta, 6,2B Euros.
Gente – Domingos Boragina, 57, advogado, especialização em
marketing e finanças, mudança. OOOO Saiu da mesa da Citröen onde comandou
a expansão da rede concessionária e mudou de sala para assumir
a direção comercial da Peugeot. OOOO Substitui Abelardo Pinto, agora do outro
lado do balcão, diretor comercial do Group 1 Automotive OOOO
Osamu Suzuki, 85, Presidente e CEO na
marca, indicou sucessor. OOOO Toshihiro Suzuki, 56, filho. OOOO Não assume
agora os cargos do pai, apenas quando do afastamento do mais longevo condutor
de indústria automobilística. OOOO Olimpio Jayme, 86,
antigomobilista, passou. OOOO Ativo, movimentado, advogado estelar,
foi referência e base para a criação do antigomobilismo em Goiás, e a
solidificação de relações com o movimento brasiliense. OOOO Do
ramo, mesmo antes do movimento, preservou o Ford Modelo A, de 1929, com o qual,
à falta de estradas, atendia à clientela no Goiás. OOOO
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