quinta-feira, 16 de julho de 2015

AUTONOMOS: O FUTURO VEM AÍ!



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  • Como o Carro Autônomo do Uber Vai Destruir 10 Milhões de Empregos e Redefinir a Economia em 2025

  • O mais excitante serão as novas invenções, descobertas e a criação de indústrias inteiras que ainda não podemos nem imaginar


  • por Zack Kanter

  • Traduzido com a permissão do autor.

  • Passei um tempinho ultimamente pensando em carros autônomos e queria resumir minhas ideias e predições. A maioria das pessoas — inclusive os especialistas — parece pensar que a transição para os veículos sem motorista virá lentamente ao longo das próximas décadas, e que existem grandes obstáculos para sua adoção generalizada. Acredito que isso é significativamente subestimado. Carros autônomos serão comuns em 2025 e quase um monopólio em 2030; e a mudança radical que trarão vai eclipsar todas as outras inovações que nossa sociedade tem experimentado. Vão causar desemprego sem precedente e uma reestruturação fundamental na nossa economia, economizar milhões de horas de aumento de produtividade e criar novas indústrias inteiras que não podemos sequer imaginar com base no nosso atual ponto de vista.
  • A transição já está começando. Elon Musk, CEO da Tesla Motors, diz que seus carros serão capazes de autopilotagem por 90% do tempo a partir deste ano. E as grandes montadoras não estão muito atrás. De acordo com a Bloomberg, os modelos de 2017 da GM contarão com “tecnologia que assume o controle da direção, aceleração e frenagem em velocidades de 112 km/h em rodovias ou no andar-e-parar de um congestionamento”. Tanto o Google quanto a Teslapreveem que veículos totalmente autônomos estarão disponíveis para o consumidor em 2020, o que Musk descreve como “verdadeira pilotagem autônoma onde você poderá, literalmente, entrar no carro, dormir e acordar no seu destino”.
  • Como isso vai acontecer

  • Os especialistas do setor pensam que os consumidores vão lentamente começar a comprar carros autônomos, mas mesmo que isso seja verdade, é errado supor que isso impedirá a transição. Uma pesquisa da Morgan Stanley mostra que os carros são dirigidos por apenas 4% do tempo, um desperdício surpreendente considerando que o custo médio anual para manter um seja de US$ 9 mil. Depois de uma casa, o carro é o segundo item mais caro que a maioria das pessoas nunca vai comprar — , e não é nenhuma surpresa que serviços de compartilhamento de carona ou de carro como o Uber e Zipcar estejam rapidamente ganhando popularidade como uma alternativa à aquisição de um carro. Hoje é mais econômico usar esses serviços se você mora em uma cidade e dirige menos de 16 mil quilômetros por ano. O impacto sobre o número de veículos particulares é enorme: um estudo da UC-Berkeley mostra que o custo de manutenção de um veículo cai pela metade entre os usuários que compartilham carona. Os compradores de carro do futuro não será você nem eu: serão as empresas que operam serviços de compartilhamento de carona ou de carro.
  • Uma pesquisa atual confirma que todos estariam ansiosos para usar carros autônomos se eles já estivessem disponíveis. Nos Estados Unidos, um total de 60% dos adultos entrevistados responderam que usariam um carro autônomo equase 32% disseram que não continuariam dirigindo se um carro autônomo estivesse disponível. Mas ninguém está mais animado do que o Uber: seus motoristas ficam com pelo menos 75% do valor pago pelo passageiro. Não foi nenhuma surpresa quando o CEO Travis Kalanick declarou recentemente que o Uber vai substituir todos os seus motoristas por carros autônomos.
  • Estudo da Columbia University sugere que o Uber conseguiria substituir todos os táxis de Nova York com uma frota de 9 mil carros autônomos — na média, os passageiros iriam esperar 36 segundos para um passeio de 50 centavos de dólar a cada 1,6 km. Tamanha conveniência e baixo custo tornará inconcebível a propriedade de um carro, enquanto os táxis autônomos sob demanda — o “transporte em nuvem” — rapidamente se tornará a forma dominante de transporte: além de deslocar muito mais gente, vai também manter a maioria dos usuários longe do transporte público. Com uma avaliação de US$ 41 bilhões, a substituição de todos os 171 mil táxis dos Estados Unidos fica dentro do viável para o Uber: com um custo de US$ 25 mil por carro, custaria apenas US$ 4,3 bilhões.
  • A queda

  • Os efeitos da adoção dos veículos autônomos serão espantosos. APricewaterhouseCoopers prevê que o número de veículos na estrada será reduzido em 99%, com a frota caindo de 245 milhões para apenas 2,4 milhões de veículos.
  • A disrupção não é amável com seus competidores entricheirados: assim como Blockbuster, Barnes & Noble, Polaroid e dezenas de outros como eles, é improvável que grandes montadoras como GM, Ford e Toyota vão sobreviver à inovação. Elas se orientam para produzir milhões de carros com diferentes variações para atender a gostos individuais, ficando sobrecarregadas para sustentar uma diminuição dramática de vendas. Acho que a maioria terá falido em 2030, enquanto montadoras-startups como a Tesla vão prosperar com um número menor de vendas para operadores como Uber, oferecendo modelos padronizados e menos opções.
  • Indústrias subordinadas à do automóvel, como os US$ 198 bilhões do mercado de seguro de veículos, os US$ 98 bilhões do mercado de financiamento de veículos, os US$ 100 bilhões do mercado de estacionamentos e os US$ 300 bilhões de reposição de peças e manutenção, entrarão em colapso enquanto a demanda por esses serviços evaporar. Assistiremos à obsolescência das empresas de aluguel de carros, sistemas de transporte público e — que vá com Deus! — multas. Mas veremos uma transformação que irá além do transporte de pessoas:veículos semi-autônomos como ônibus, tratores e caminhões substituirão a necessidade de motoristas profissionais além do suporte da indústria em torno deles.
  • O Bureau of Labor Statistics lista 884 mil pessoas trabalhando na fabricação de motores e peças, com mais 3 milhões empregados na rede de concessionárias e serviços. Caminhões, ônibus, entrega e motoristas de táxis respondem por 6 milhões de motoristas profissionais empregados. Praticamente todos esses 10 milhões de empregos serão eliminados entre 10 e 15 anos, e essa lista não deve se esgotar aqui.
  • Mas apesar da perda de emprego e da destruição em massa de indústrias, a eliminação da necessidade de comprar um carro vai render mais de US$ 1 trilhão de renda adicional disponível — o que vai inaugurar uma era sem precedentes de eficiência, inovação e criação de empregos.
  • Uma visão do futuro

  • O Morgan Stanley estima que uma redução de 90% em acidentes pouparia cerca de 30 mil vidas e preveniria mais de 2 milhões de lesões anualmente. Carros sem motorista não precisam estacionar: manobras na rua em busca de vagas para estacionar são responsáveis por espantosos 30% do tráfego da cidade, para não dizer que usar o espaço destinado para estacionar ao lado da calçada acrescenta uma faixa extra na capacidade das ruas da cidade. O congestionamento vai se tornar inexistente, salvando todo ano 38 horas para cada transeunte — quase uma semana inteira de trabalho. Com estacionamentos, garagens, concessionárias e estações de ônibus se tornando obsoletos, dezenas de milhões de quilômetros quadrados de terrenos e imóveis vão estimular um explosivo desenvolvimento metropolitano.
  • O impacto ambiental dos carros autônomos tem o potencial de reverter a tendência de aquecimento global e reduzir drasticamente nossa dependência de combustíveis fósseis. Carros de passeio, SUVs, utilitários e minivans respondem por 17,5% das emissões de gases do efeito estufa — uma redução de 90% dos veículos em operação iria reduzir nossas emissões globais em 15,9%. Como a maioria dos carros autônomos tende a ser elétricos, podemos praticamente eliminar os 508 milhões de litros de gasolina usados todo ano apenas nos Estados Unidos. E mesmo que a reciclagem de 242 milhões de veículos exija recursos substanciais, o excedente de matérias-primas diminuirá a necessidade de mineração.
  • Mas o mais excitante para mim serão as novas invenções, descobertas e a criação de indústrias inteiras que ainda não podemos nem imaginar.
  • Sonho com um transporte em nuvem: quase instantaneamente disponível, viagens ponto-a-ponto. Ambulâncias que chegam ao local em questão de segundos. Um sistema amplo de distribuição de energia elétrica para carros. A integração do centro com os bairros torna-se rápida e indolor. Melhoraria dramaticamente a mobilidade para os deficientes. Alugar sob demanda qualquer coisa que você pode imaginar. O fim dos Detrans!
  • É emocionante estar vivo, não é?

  • Zack Kanter é empreendedor, futurista, palestrante, escritor, fundador de algumas startups, chefe de cozinha amador e nerd em geral. Siga-o no Twitter

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