quinta-feira, 5 de abril de 2012

DE CARRO POR AÍ CO O NASSER



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55.61.3225.5511 Coluna 1412 04.abril.2012



Amarok, mudanças suaves

Para ajustar-se à demanda da faixa superior de clientes, o picape Volkswagen agregou mudanças, pré-informadas pela Coluna: transmissão automática com 8 marchas, combinando-a com o motor diesel biturbo, revisto e melhorado para fornecer 180 cv – 17 a mais que no modelo anterior.
O ganho de potência e torque, agora 42,8 kgmf, auxilia o uso da transmissão.
Parece, mas não é pouco. A transmissão compra ingresso para entrar na festa anfitrionada pelo Toyota Hilux, a da cara, aplaudida incoerência de juntar cabine dupla, estofamento em couro, motor Diesel, câmbio automático, além de presentes tração total e reduzida, de raro uso, consumindo o produto como automóvel de luxo urbano. Na prática, na disputa entre os donos, felizes em seus brinquedos caros, dizer ter picape maior que o dos outros, as 8 marchas da transmissão ultrapassam as sensações de suavidade de uso, do conforto, do livrar-se de apertar a embreagem no para-e-anda do trânsito pesado. Insólito no mercado nacional câmbio automático o eleva a patamar sequer arranhado pelos concorrentes Toyota, Mitsubishi e Nissan, com quatro, cinco e seis marchas.
Há consequências operacionais, pois o maior número de marchas abre o leque de utilização, com a primeira mais reduzida e a oitava mais longa. Há mais força para sair e mais economia para andar em velocidades altas.

Na prática do uso, acelera com vigor automobilístico, cumprindo da imobilidade aos 100 km/h em 10,9 s e cravando 179 km/h – em sétima marcha, pois a 8ª. é longa, bem multiplicada, de mais economia e menos valentia.
O ganho de potência deu-se por acerto eletrônico no programa da central de gerenciamento e mecânico nos turbocompressores. Curiosamente, nas versões com câmbio manual de seis marchas a potencia aumentou, mas o torque estaciona em 40,8 kgmf.
Leque
A caixa automática caracteriza a versão Highline no topo da linha. Nas outras, manual de seis marchas. Com potência de 180 cv; outra, a Amarok S, com apenas uma turbina – “S” parece dizer Sem ou Simples ...; a SE, mantém a maior potência, porém simplificada em confortos – talvez SE signifique “Sem Equipamentos”, ambas em cabine dupla ou simples, tração 4x4 ou 4x2 no eixo traseiro.
Todas portam, de fábrica, seis almofadas de ar frontais e freios ABS para off-road, ELD, bloqueio eletrônico do diferencial. As versões de topo, Highline e Trendline tem opcionais os programas ESP – de estabilidade; HDC – controle de frenagem em descidas; HSA, assistente para partidas em subidas.
Operacionalmente a caçamba do Amarok recebe um pallet em padrão Euro – 1,20 m x 0,80 m 
Foco
Projetado por alemães especialistas em automóveis, para mercado que não conhecem, o Amarok seguiu bom caminho, em especial pela suspensão, projetada para oferecer um rodar mais automobilístico que camional. Seu rolar é de utilitário esportivo, com reações rápidas na direção, e o volante de pequeno diâmetro com comandos eletrônicos é de automóvel.
Sensível, a Volkswagen busca atingir outro ponto sensível ao motorista, além das mãos, do corpo, dos olhos, ouvidos, nariz do comprador. Faz agrado ao bolso com financiamento e seguro diferenciados, em fórmulas flexíveis. No seguro, pavor dos compradores de picapes a diesel, um refresco tendo em vista a frota pequena, pouco visada para furtos de reposição: R$ 4 mil.
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Amarok Highline, topo do segmento, 8 marchas

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Mercedes, BMW, Volkswagen, Ford, Hyundai  ou Kia Optima, a nova dúvida
Novo sedã na praça diz logo sua pretensão: tomar vendas a algum dos de maior venda e prestígio. É o Kia Optima, cuja aceitação mundial delongou a apresentação no Brasil. 2,80 m de distância entre eixos, altura de 1,35 m, elegância de linhas, Cx – o coeficiente de resistência ao ar – de 0,29, projeto feliz e harmônico, ao contrário dos excessos de seus primos Hyundai.
Motorização quatro-cilindros em linha, transversal dianteiro, 2,4 litros, 16 válvulas com gerenciamento eletrônico, 184 cv e 23,6 kgfm de torque, ligados a câmbio automático com tração dianteira, 6 velocidades.
Suspensão dianteira Mc Pherson, traseira multibraço, freios a disco nas 4 rodas.
O conjunto é agradável aos olhos, bem composto, seguro – exceto pela ausência de apoio de cabeça e de cinto de segurança de três pontos para o passageiro central do banco traseiro. Internamente, ótima ergonomia para o motorista, elegância com o painel enviesado, surpreendente espaço para as pernas dos passageiros do banco posterior. Bons preços frente à concorrência: R$ 96,9 mil e R$ 105,9 mil com teto solar panorâmico, chave que não é chave ao dispensar encaixe, faróis xenon. 
Como usualmente ocorre para a Kia Brasil, dificuldades de fornecimento. A marca é a que mais cresce no mundo e, embora o titular da importação, José Luiz Gandini, seja o mais premiado dos revendedores, não consegue receber à altura da demanda do mercado. Ainda assim projeta vender 3.000 unidades neste ano, equivalendo a 10% do segmento de sedãs deste porte – Mercedes C; BMW série 3; Ford Fusion; VW Jetta; Hyundai Sonata.
Independentemente do aspecto qualidade, onde os coreanos atualmente dão aula ao mundo, tem qualidades comparativas com todos em estilo, conforto interno, bons resultados dinâmicos, e o argumento preço. Garantia de 5 anos ou 100 mil quilômetros.
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Kia Optima, opção a ser considerada

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Pacote patina, mas é firme para os automóveis
Parto da montanha, o pacote econômico anunciado pela presidente Dilma para fortalecer a indústria e alavancar o crescimento do PIB, tem fórmula simples: o Tesouro coloca recursos no BNDES, que os empresta a juros abaixo da praça, para indústrias e para financiar caminhões. Para os recursos, nada de cortes nos gastos supérfluos ou reforma tributária, mas aumento nos impostos, inicialmente sobre cerveja e refrigerantes. 
Poucos os setores foram alcançados e faltaram explicações tanto sobre o silêncio sobre determinadas áreas, quanto pela curiosa presença do presidente da Câmara completando o trio com a Presidente e o Ministro Mantega.
Automóveis
O setor é o único com definições de começo, meio e fim. Inicia com prazo para acertar o projeto até o final do ano, vigindo de 2013 a 2017. Prossegue com cinco anos de prazo de duração, prova de sintonia ou de bom senso, pois os planos das indústrias do setor são quinquenais. O prazo para gestá-lo e seu vigor não contém sustos ou surpresas.
Vitória para o setor e particularmente para o engº Rogélio Golfarb, diretor da Ford e, quando presidente da Anfavea, entidade do setor, solitário pregador do prestígio à qualidade dos profissionais brasileiros de engenharia. As novas regras definem percentuais do faturamento líquido das empresas 0,15% para pesquisa e desenvolvimento e 0,5% em engenharia. Em 2017, respectivos 0,5% e 2%. Pouco ou não, inicia um caminho.
Na prática significa implementar soluções nacionais, indica que as fabricantes devem caminhar para ter campos de prova, fundamentais à pesquisa e desenvolvimento, mas hoje apenas GM e Ford os têm.
Mercado
O muro tributário representado pelos 30 pontos percentuais aplicados sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados, podem ser reduzidos em quase 110%. Número curioso, mas é o seguinte: fabricante que conseguir atingir 65% de peças Mercosul em seus produtos, estarão livres do delta adicional e ainda poderá abater 2% do IPI se investir em tecnologia.
As regras não estão prontas, serão objeto de discussões e acertos mas, como disse um dos participantes da formatação, a ideia é fortalecer a indústria de autopeças, pois sem ela não há fábrica de automóveis.
O processo de moldagem e de aferição não é fácil e pode ser poluído por agentes interessados em ser mais sabidos que a sabedoria. Mas o prazo pode permitir bem cercar os métodos de conferência de nacionalização. Hoje há fabricante que se intitula nacional, mas suas intervenções industriais são inferiores às praticadas antes da indústria automobilística ser montada.
É uma esperança para o país ter engenharia competente, tecnologia atualizada e produtos competitivos daqui a 5 anos.
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Roda-a-Roda
Caixa – Após fazer chamada de capital entre acionistas, a PSA, holding Peugeot Citroën, vendeu sua famosa sede na não menos famosa e parisiense avenida Champs Elisées. Quer fazer caixa para os desdobramentos do acordo operacional com a GM.
União – A reunião dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, e África do Sul –, países com projeções de crescimento, não chegou a conclusão sólida. Tal como a união sul-americana em torno de um banco de fomento continental. Cautelas e receios.
Mais uma – em maio, a chinesa Foton deve anunciar fábrica de caminhões e larga linha de utilitários no Brasil.
E só – O Tiida Sedã chega ao mercado como 2013 sem mudanças exceto o opcional a preço baixo – ou real: rodas de liga leve, aro 15”, a R$ 600 acima dos R$ 45.590 marcados na etiqueta. Continua bem formulado, motor atual, 1.8, quatro cilindros, 16V, gerenciamento eletrônico de temps de válvuas, câmbio manual seis-marchas, duas almofadas de ar – ABS, não.
Questão – As fabricantes querem aproveitar a constância do crescimento do mercado brasileiro e aumentar a capacidade de produção em 2 milhões de veículos – quase 50% do número atual –, chegar a 5,5M em três anos.
E? – Investir para produzir, dar emprego em toda a cadeia econômica é formidável, mas, sob o ponto de vista ecológico e de honestidade procedimental há dúvida incômoda: onde rodarão e estacionarão estes veículos? 
Resultado – O governo quer colher impostos do artigo legal mais tributado, o automóvel. Mas não se preocupa em entregar as condições para garantir o direito de circulação. Afinal quem paga impostos por um equipamento automóvel, quer poder circular. E o aumento de vendas entulhará as cidades, incrementando os índices de poluição.
Pega – A Ford cedeu Mustang 2013 para o capítulo final do norte-americano seriado Alcatraz. Repete o mais famoso pega do cinema, quando em 1968 Steve McQueen conduziu um Mustang contra um Dodge Charger nas ruas de São Francisco.
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Mustang, rodas no ar, lembra McQueen em "Bullit"

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Lembrança – Capacete utilizado por Ayrton Senna foi arrematado em leilão inglês da Silverstone. Quase 75 mil libras – perto de R$ 400 mil. 
Teste – A Ford prossegue testando motores 1,0 de três cilindros, turbo e aspirado. Prova de resistência, andando 24h/dia na pista de provas de Tatuí, SP. Devem substituir os RoCam.

Razões – Apesar dos RoCam terem sido revolucionários há mais de década, ganho prêmio mundial, as exigências legais em emissões e consumo forçam ao desenvolvimento de unidades mais leves, com menos peças, com menos gasto e poluição. Os três cilindros até 1,0 têm sido a solução.

Moda – Agora que os tetos solares deixaram de ser um retângulo aposto ao teto do veículo, transformando-se em uma lâmina corrediça de vidro tomando toda a largura, há novo acessório na praça: adesivo negro para imitá-lo no visual. Uma gaiatice.

Antigos – Notícia que órgão federal do patrimônio nacional tombará todo veículo com mais de 50 anos de produção, assusta o meio antigomobilístico. A disposição não separa os Placa Preta dos demais; sugere inspeções anuais para conferir a manutenção da originalidade e outras inconveniências administrativas. Um pandemônio que sócios e clubes não entendem.

Pois é – Preocupado? Relaxe. Tudo brincadeira de 1º. de abril do jornalista Jorge Meditsch. Veja lá: http://autoestrada.uol.com.br/interno.cfm?id=3935                    

Gente – Nelson Piquet, 60, tricampeão de Fórmula 1, empresário, brinquedo novo. OOOO Rolls-Royce, sedã 4 portas, novo. OOOO Piquet quer aproveitar a vida, reduziu o trabalho, diverte-se fazendo mecânica em sua coleção de antigos. OOOO Mauro Bellini, engenheiro, progressão. OOOO Novo presidente do Conselho de Administração da Marcopolo. Era vice após carreira de executivo na companhia, para quem desenvolveu os mercados da África do Sul e Oriente Médio. Do ramo e da família. OOOO

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