edita@rnasser.com.br Fax: 55.61.3225.5511 Coluna 0312 19.jan.2012
Elegância, a cara da Citroën
Indústria de automóveis patrocina cada coisa – torneio de golfe, temporada na Ilha de Caras, BBB, show de jazz, rodeio de sacrifício ao touro – por aí vai em infindável variedade. A Citroën quer mudar a concessiva regra, investir em patrocínio diferente, nada fugaz, usando o patrocinado para alavancar por amplo prazo o patrocinador e ações de sua nova imagem.
Não, ao contrário do que você pode imaginar em investimento focado, não aplicará verbas e atenções para salvar o Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, único no mundo a contar a história da indústria automobilística de um país, óbvia aplicação na história do seu negócio. Em seu lugar subirá na passarela da São Paulo Fashion Week, maior feira de negócios de moda no país.
O evento é fugaz mas, contrariamente, o projeto é amplo. A Citroën quer faturar sobre o poder de geração de informação entrelaçando ações, costurando imagem, tecendo resultados. Assim, para diferenciar-se, individualizando sua marca entre a miríade de fabricantes com o mesmo discurso, bordou um projeto: pregar a imagem de seu novo importado, o Citroën DS3 como carro do SPFW, e inaugurar espécie de embaixada, centro histórico-mercadológico-industrial com atrevimentos arquitetônicos e decorativos. Será na rua Oscar Freire, endereço paulistano com óptica própria, onde o preço é o que forma a imagem de qualidade ao produto.
Cortou os moldes da má experiência da Alfa Romeo na mesma via, quando narcotizada pelos ares dos preços inexplicáveis, catapultou os valores dos automóveis, inviabilizou vendas, quebrou rede de distribuição, acabou com a marca no país.
Ao contrário, o projeto não se baseia na fugacidade da moda, mas nos bons resultados da boa experiência ao número 42 da avenue Champs Elisées, em Paris, endereço transformado em ponto turístico, referência histórica da marca, local de moda e cultura. Quer repetir aqui – longe da Ilha de Caras e do BBB ...
O DS3
É pequeno, charmoso, quase urbano, destinado a público fashion, a concorrer com Audi A1, Mini, Smart, preço acima do Fiat 500. O DS3 inicia a família baseada em requinte e elegância, motorização inclui o 1.600 Turbo que aqui faz a alegria dos proprietários do Peugeot 3008 e RCZ. O pacote da apresentação, incluindo a São Paulo Fashion Week e o espaço na Oscar Freire quer dar visibilidade ao carimbo de refinamento e o rótulo Premium à Citroën e à família DS que importará outros modelos.
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DS3, A CARA FASHION DA CITROËN |
Em governo terceiro mundista, é muito tênue a linha de dúvida, separando o desconhecimento específico das grosserias do poder, plantando a dúvida entre a ignorância e a mentira oficial.
Na selva sul americana, vale tudo contra o consumidor
Para equilibrar sua balança comercial na rubrica automóveis, no ano passado a Argentina exigiu a fabricantes e importadores exportassem produtos locais no mesmo montante das importações. Como as autopeças e acessórios do vizinho país nem sempre atendem às exigências de qualidade das marcas ali vendidas, valeu tudo. As empresas automobilísticas passarão a exportar couros, vinho, óleo de soja, azeitonas e o que mais factível for, independentemente da falta de simetria entre tais produtos e os automóveis. Na prática uma definição comercial do dia, mas exibiu defeito execrado por investidores: a instabilidade jurídica. (Isto definiu a vinda da fábrica da BMW para cá, apesar de todos os explícitos e históricos amores comerciais entre Argentina e Alemanha).
O Brasil quis fazer melhor, tentando vender a imagem da sobriedade legal, preservando a embaçada imagem do Supremo Tribunal Federal: protegeu os amigos, fábricas aqui instaladas, aplicando 30 pontos percentuais aos 35% do Imposto de Importação aos veículos vindos extra México e Mercosul. Na prática, marcha a ré de décadas no processo e no saber industrial, para que veículos sejam importados em partes para ser montado aqui com agregações cosméticas. Vamos desaprender a fazer autopeças e automóveis. A curto e médio prazos pune o consumidor ao afastar os carros estrangeiros, melhor equipados e que poderiam concorrer em preço com os nacionais simplificados. E, a longo nos condena a ter produtos superados, feitos apenas para os mercados periféricos – os mesmos Mercosul e México.
A Argentina, insatisfeita, deu outro passo, criando imposto adicional para punir o sucesso ou a vontade do consumidor, ao estabelecer que carros de luxo pagarão imposto sobre imposto.
Como toda violência, faz-se para impor a vontade do poder. Assim, publicado aos 6 de janeiro, grosseiramente retroagia ao dia 1º, e o cálculo para saber se é luxo ou não, faz-se por preço – não por conteúdo ou valor final, mas pela simplória referência numérica antes da margem do revendedor e do IVA, Imposto sobre Valor Agregado, que lá substitui e é menor que os nossos feéricos e injustificáveis IPI, ICMS, PIS, Cofins.
Assim, os veículos com preço líquido, superior a 150 mil pesos – uns R$ 65 mil - tem adicional entre 10% para motores a gasolina, e 12,5% para os diesel – lá automóveis podem utilizá-lo. A justificativa oficial era incidir apenas sobre importados. Mas o governo passa o rodo.
Como exemplo, os argentinos Toyota SW4 foram atingidos pelo imposto exponencial. Versão de entrada, de 243 mil pesos – uns R$ 100.000 - foi a 293 mil pesos – R$ 121.000 – aumento de 20%. Versão superior cresceu 29%. A mágica besta é que, lá como cá, os impostos domésticos e a margem do concessionário incidem sobre a nova base, o imposto sobe imposto, tecnologia brasileira absorvida pelos argentinos.
Roda-a-Roda
Mudou tudo – A Porsche mudou totalmente seu modelo Boxster. Mantém o motor central responsável pelo excepcional prazer em dirigir, alargou a plataforma, aumentou a distância entre eixos, avançou o habitáculo, reduziu consumo, emissões e a cilindrada a 2.700 cm3, ganhando 10% em potência – 265 cv – no tradicional motor de seis cilindros opostos. Vendas 2º. semestre, sem preços para o Brasil.
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Porsche Boxster, edição revista, ampliada, melhorada
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Global – Fechados números o grupo Renault vendeu 2.722M veículos no mundo, 3,6% mais que 2010. 43% fora da Europa, a internacionalização equilibra a conta. Manteve a liderança de 14 anos no mercado dos comerciais e teve a boa surpresa de ver o Kangoo Z.E. – seu furgãozinho elétrico, ainda não disponível no Brasil, eleito International Van of the Year 2012.
Medida – Estudos norte-americanos indicam que nunca a idade média da frota esteve tão alta: 10,8 anos – em 10 anos o tempo de permanência do americano com seu carro cresceu 50%, de 35 para 53 meses. Para idéia, no Brasil a idade média da frota é 8,6 anos, e que o novo número dos EUA supera os 10,5 anos de Portugal e Grécia, as mais antigas da zona do Euro.
Bolo – Qual o tamanho do bolo sul-americano de automóveis? Tomada a régua dos automóveis Mercedes-Benz, a medida do Brasil é igual à soma de todos os outros países. Em 2011 aqui vendeu 11.328 unidades, e na AL, 11.556. Jürgen Ziegler, o ascético presidente para a região, entende que a nova Classe C, mais vendida, com 6.838 unidades no Brasil; posicionamento; ações de relacionamento com os clientes fizeram o recorde.
Pé no fundo – Recém apresentado, o novo Ford Fusion já garfou dois prêmios: Melhor Carro do Salão de Detroit pela revista AutoWeek, e o EyeOn Design pelo Instituto de Oftalmologia de Detroit.
Olho Vivo - O interessante prêmio concedido pela entidade oftalmológica que pesquisa formas de devolver visão a cegos, tem relevo especial. O conceito é o indicar o veículo que ultrapassa a fronteira do objeto de transporte e tem compromisso com forma e futuro. Finalistas os principais atrativos do Salão de Detroit: Ford Fusion, BMW Série 3, Cadillac ATS. O design do Fusion foi considerado puro, limpo, bem executado. O júri é formado por designers automobilísticos aposentados e na ativa.
Recall – O raciocínio da revista foi linear – que carro as pessoas vão se lembrar daqui a cinco anos ?
O Fusion, além das linhas corajosas, tem um pacote de luxos, conforto, segurança e interatividade apenas encontrado em veículos de faixa superior.
Starless – A Daimler Trucks apresentou seu primeiro caminhão pesado feito na Índia, atrativo membro do BRIC e terceiro maior consumidor de caminhões no mundo – 300 mil unidades. É o BharatBenz. Em março, linha pesada feita sobre a plataforma Axxor. Vale observar, os indianos bateram pé em sua identificação e apesar de ser sociedade com a Daimler (a marca fora do Brasil para os caminhões Mercedes) e não usam a logomarca da estrela.
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Na Índia, caminhão Daimler sem a estela Mercedes.
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Expansão – A Volkswagen comemora 36 anos de produção na fábrica de Taubaté. De peças a automóveis de lá, a 120 km de S Paulo, já saíram 5,6M de veículos. A idéia de sair da movimentada capital para o bucolismo do campo entre SP e RJ, então os maiores mercados do Brasil, era da Vemag, dona do terreno, assumido quando a VW a comprou. Taubaté não vai construir o UP!, substituto do Fox. A VW quer nova fábrica.
Tecnologia – O novo EcoSport deverá portar acessório interessante: bandeja elegante Visteon onde todos os aparelhos portáteis serão recarregados wireless, sem cabos ou ligações.
... 2 – Caiu, arranhou, conserta sozinho. É o resultado da tecnologia de pintura Nissan aplicada aos modelos mais caros – Murano, 370Z, X-Trail e Infinity – às capas dos I-Phone. Com nanotecnologia, autoregenera arranhões.
Proteção – Após morte de sete colegas, taxistas de Manaus querem ajuda legal para blindar seus táxis, incluindo parede para separá-los dos passageiros. Transformá-los em outdoors bancaria os custos.
Alheamento – O Governo Federal deveria ter definido um modelo exclusivo ao serviço de táxis: conformação, espaço interno e porta-malas, motorização, vida útil, sucateamento com prazo certo. Há um século que o assunto não merece atenção e o prejudicado é o usuário-eleitor.
Agora não – O Denatran quer tornar obrigatório o uso de um aplicativo no celular de motoristas. Acionado, toda vez que o telefone tocar quando o proprietário estiver dirigindo, ele devolverá mensagem relatando o fato informando retornará depois. Já existe para Android e Blueberry. O governo quer que as operadoras isentem tais mensagens de cobrança.
Motoshow – Atrativo maior do setor, a 2ª edição do Salão Bike Show – 26 a 29 de janeiro, Riocentro – evitou arriscar e terá bandas experientes no setor nos dois shows. Atrativo à parte, o documentário Alma 70, Motos Clássicas.
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