edita@rnasser.com.br Fax: 55.61.3225.5511 Coluna 0112 04.jan.2012
Novo EcoSport. Começar de novo, com competência e elegância
Abril ou maio a Ford Brasil iniciará vender o carro que atrapalhou férias dos executivos e jornalistas especializados presentes a uma pré-apresentação do novo EcoSport em Brasília nos albores de janeiro.
Pré-apresentar, sem vender; instigar sem responder; provocar sem satisfazer, terá seus custos. O mais evidente será criar incentivos para vender a atual versão do Eco, que deve ter preço reduzido – não apenas para garantir o fluxo industrial da produção da atual plataforma, mas também para opor-se à súbita e surpreendente, para a Ford e para a Renault, liderança no segmento assumida e mantida pelo recém-lançado Duster.
Láurea
O novo Eco é bonito, atualizado, mais espaçoso por construído sobre a plataforma global que hoje serve aos New Fiesta sedan e hatch. Mantém algumas referências palpáveis, como a indescritível porém constatável posição de mando do motorista; o estepe na tampa traseira, ícone da imagem de versatilidade do produto; visão básica de superar as demandas para uso urbano e estradas civilizadas. Tem, adicionalmente, láurea importante: é conseqüência dos bons resultados do Eco atual, uma surpresa para a Ford mundial, demandando veículo igual. A padronização da plataforma permitiu fazê-lo em vários pontos, inicialmente Índia, Tailândia e Brasil. Aliás, a peculiar, insólita, incômoda data, foi provocada, como informou a Coluna, pela apresentação do novo EcoSport no Salão de Nova Déli, na Índia, obrigando os grupos sul-americanos e aos executivos da Ford na sede de Dearborn, EUA, à madrugada. Pela diferença de fuso em Detroit a transmissão ocorreu às 3h30.
O novo Eco terá muita importância para o Brasil: pelos investimentos em motores novos para equipar a nova geração global; pela inserção do Brasil no leque de formuladores e fornecedores; ampliação da capacidade industrial da fábrica em Camaçari, BA; pelo aumento de empregos, consumo, recolhimento de impostos; e, láurea institucional de ser um projeto brasileiro de equipe de 83 pessoas coordenada por João Marcos Ramos, gerente geral de design da Ford. É o primeiro automóvel Ford projetado na América Latina.
O novo Eco terá muita importância para o Brasil: pelos investimentos em motores novos para equipar a nova geração global; pela inserção do Brasil no leque de formuladores e fornecedores; ampliação da capacidade industrial da fábrica em Camaçari, BA; pelo aumento de empregos, consumo, recolhimento de impostos; e, láurea institucional de ser um projeto brasileiro de equipe de 83 pessoas coordenada por João Marcos Ramos, gerente geral de design da Ford. É o primeiro automóvel Ford projetado na América Latina.
O desenho do automóvel soma conceitos como a grade elegante e viril, que remete à linha dos picapes; as colunas "A" bem inclinadas para privilegiar a aerodinâmica e suas conseqüências como menor resistência aerodinâmica, menor consumo, emissões. As linhas e superfícies são limpas, sugerindo capacidades e performance e a Ford di-lo hábil a uso fora de estrada. Dele J. Mays, um dos designers famosos da década, criador do New Beetle para a VW; da releitura do Ford GT, do Thunderbird, disse: “ Ele é convidativo e sociável e essa combinação única é a sua fórmula secreta. Esta é a razão de ele ser tão atraente “.
Pouco mais
Poucas informações, contidas para não esvaziar atenções até o lançamento, o novo Eco não tem preço definido. Quem o fará será o mercado, auxiliado pela regra governamental que elevou impostos de importação. Isto distanciará Kia Sportage e Hyundai i35, seus principais concorrentes e, assim, a Ford poderá aplicar generosa margem de lucros, tendo em vista os preços artificiais dos concorrentes. Em relação a estes o EcoSport tem a regulagem e o foco fino sobre as preferências do comprador latino.
Muitas especulações, as motorizações deverão ser pela nova família Sigma, de 1,6 e 2,0, feitos em Taubaté, SP. Ou o engenho mais forte, 2,5, que fará brevemente na Argentina para equipar o picape Ranger, versões do Focus e puxar o novo Eco. Aplicação de turbo, chamado de booster pela Ford, não está fora de propósito. Versão 1,0 não existirá por enquanto – apenas quanto a Ford produzir os motores para seus produtos em Camaçari – liderados pelo 1,0, três cilindros, turbo.
A América do Sul é dos principais mercados do mundo, crescendo e dando lucros que auxiliaram a matriz a safar-se das dificuldades da crise de 2009. Isto explica os R$ 4,5B, maior pacote de investimentos já realizados pela Ford para ampliar a capacidade de produção na Argentina; implantar uma fábrica de motores diesel e a gasolina no vizinho país; ampliar a fábrica de motores no Brasil; criar outra em Camaçari; aumentar a capacidade industrial da fábrica baiana para 300 mil unidades/ano.
Enfim, promete muito como produto, e ultrapassa suas limitações como ponto institucional para o Brasil.
A registrar: sorte foi estar o projeto em curso final quando o governo lançou o projeto de marcha a ré tecnológica por proteção à incompetência industrial. Tal medida, que começou com o tarifaço sobre as importações, com certeza continuará vigindo, e esta proteção tornará desnecessárias quaisquer iniciativas para aprimorar produtos, pois destinar-se-ão apenas aos mercados latinos.
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Novo Eco, bem acertado, confortável, melhorando as características do atual |
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Na traseira, o estepe exposto é exigência dos compradores |
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Roda-a-Roda
Mau começo – A partir do dia 14 a GM norte-americana iniciará notificar compradores do modelo Sonic 2012. Quer convidá-los a comparecer a um revendedor para verificar se o novo carro tem – ou não – as pastilhas de freio no eixo dianteiro. A empresa acredita que umas 4.300 unidades podem ter saído de fábrica sem o componente, básico à segurança.
Muitas dúvidas – A companhia pouco falou sobre a omissão, insólita ocorrência, ou como isto ocorreu. Mais alarmante é ter tomado prazo de 15 dias entre reconhecer e tomar providências, expondo a perigo compradores, passageiros e ocupantes das vias.
... 2 - Surpreende também o fato de o Sonic ser fabricado em Michigan, EUA, onde fazer automóvel não é novidade. Coreano, o Sonic é produzido nos EUA integrando o acordo de socorro do governo Obama e a fabricante.
Aqui – A GM está formulando acertos industriais para saber se consegue produzir o Sonic no Brasil, incluindo-o na margem de nacionalização de 65% agora exigida, como faz com o Cruze.
Cálculo - Com a nova regulamentação protetora contra a concorrência estrangeira, o governo deve reiniciar os estudos para fazer ajuste compensador para as fabricantes que aqui se instalam, mas que inicialmente não atingirão o percentual básico.
Cautela – Em qualquer negócio, quando há necessidade de remendar o remendo do remendo do remendo original, é melhor para e mudar o caminho e a solução. Mas o governo federal insiste em não ver que a medida protecionista, que prejudica o consumidor, punirá grandemente o país, comprometendo seu futuro como exportador.
Provocação – Cartão de Natal enviado pela Citroën a sua ampla lista exibe parte da frente de um automóvel. Não é abstração, efeito decorativo, mas início da apresentação do novo C3, que substituirá o atual como modelo de entrada da linha ainda no primeiro trimestre.
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Parte da frente do novo C3 |
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Previsão – Projeções para o próximo ano variam mas, com certeza, superarão o PIB, imaginado em torno de 3%. Ônibus, carros de serviço, e mais o que inventarem como aplicável e fundamental ao futebol terão expansão. Com cobertura legal de vantagens sobre tudo o aplicado nas cidades que sediarão a Copa do Mundo de Futebol, carros de serviço e ônibus marcarão crescimento maior.
Na cara – Fechados os números de 2011, os carros 1,0 caíram abaixo de 50% das vendas, cumprindo tendência. Além da conscientização dos consumidores, há concorrência com marcas que possuem motores maiores a mesmo preço, e restrição de crédito a consumidores de renda menor.
Expresso – Os Correios compraram 1.017 unidades do Renault Kangoo que em concorrência pública superaram os concorrentes Fiat Fiorino e Peugeot Partner. Todos 1.6, flex, e queixo-duro: sem direção hidráulica ou ar-condicionado. São argentinos.
Seguro – Baterias Heliar atrelaram seguro 24h ao seu produto. Ideal para carros ou motos sem cobertura de seguro, e garante assistência elétrica ou mecânica em ruas movimentadas ou estradas. O seguro pode ser apenas da bateria e/ou para os sistemas e o pagamento é mensal.
Companheiro – Colecionadores de veículos antigos devem estar reverenciando um aspecto da controvertida personalidade que era o poderoso ditador Kim Jong-ii, da Coréia do Norte, enterrado na semana passada.
Exemplo - Desconsiderada a mão de ferro descompromissada com liberdade, Jong-ii fez a última viagem com classe: em Lincoln Continental 1970 versão funerária. Deixou lição: comunismo é comunismo; luxo é luxo; e uma coisa nada tem a ver com a outra.
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O Lincoln Continental 1970 da Coréia do Norte. Trocar, por quê? |
Um comentário:
Grande Nasserrrr !
Adoro seus comentários e opiniões, grande Mestre do automobilismo... como dizia o Cid Moreira falando do Mr. M : "Onde está o mago dos mágicossssss" ????
Realmente, ficamos na expectativa deste novo carro da FORD... o brabo vai ser ver o preço que vão pedir, com tanto pretecionismo para as indústrias e tanto deslumbramento dos brasileiros, que preferem mostrar status a terem um automovel seguro e moderno.
XRacer
http://spinbrothers.blogspot.com
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