Consumidor: 10 anos de
garantia em peças e serviços
Uma das maiores questões
quanto à garantia de manutenção por existência de peças e serviços está em
caminho de solução Como toda questão simples, é complexa. Pergunte a algum
amigo qual o prazo, obrigatório por lei, para existir partes destinadas à
reposição, aptas a manter um automóvel em rodar correto. Ouvirá, na maioria das
vezes, 10 anos. Número mágico, na prática não existe.
Nossa legislação, pelo
Código Civil, não abriga tal previsão. E a lei específica, o Código de Defesa
do Consumidor, sai-se com etérea precisão em seu art 32, # único: “os
fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de
reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto (…)
cessadas a produção ou a importação, a oferta deverá ser mantida por período
razoável de tempo, na forma da lei.”
Nada mais abstrato e
inaplicável que o dito período razoável, transformando reclamação
em discussão ampla, longa, com poucas chances de resolução do problema do
consumidor. Pequena referência às vezes utilizada, da Secretaria da Receita
Federal, a Instrução Normativa 162/1998 estabelece prazos para desvalorização
contábil e, ao atingir o zero em abatimento, entende-se como o prazo de duração
do bem. Em tal tabela automóveis durariam apenas 5 anos.
Muda
Há positiva novidade no
setor. Compradora de automóvel chinês Chery, insatisfeita por não encontrar
junto à importadora de seu veículo as peças para conserto, foi à Justiça. E, no
primeiro passo, sensibilizou os promotores do Ministério Público de São Paulo,
gerando um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta. Por ele a Chery Brasil e
Importação, se compromete junto ao MP a manter em estoque, nas concessionárias,
peças para reposição de veículos da marca, para suportar a demanda em todo o
país, por 10 anos.
É o primeiro documento
formal definindo prazos e clareando o panorama. Foi assinado em agosto de 2013,
somente agora divulgado pelo Procon paulista.
O advogado Vinicius Zwarg,
especialista em defesa do consumidor, do escritório Emerenciano, Baggio e
Associados, defensor da cliente, esclarece:
"O TAC firmado
interpreta o art. 32, § único do CDC, estabelecendo o prazo de 10 anos para
reposição de peças de veículos fabricados pela Cherry. Segundo o CDC, cessadas
a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período determinado
de tempo, na forma da lei. No entanto, não existe determinação legal neste
sentido”
Trata-se do dever de
assistência. No entanto, esta não é eterna. É a razoabilidade que vai
determinar o tempo exato de reposição de peças no mercado de consumo
brasileiro”.
Não é lei, mas o
primeiro sinal legal para o início deste caminho de proteção ao consumidor de
veículos ou outros bens, cuja produção ou importação foi interrompida por
qualquer razão, como a descontinuidade ou desinteresse, ou erro de cálculo
quanto ao sucesso de vendas. Pode gerar entendimento e sentença judicial, ou
servir de base aos consumidores para encaminhar pedido a parlamentares para
mudar a LDC. Uma vitória para o consumidor do automóvel, da TV, do DVD, da
máquina de lavar ou secar, todos estes que, quebrados e sem manutenção,
fomentam a perda e a compra de novos.
Peugeot e o novo três
cilindros que fará aqui
Época de desenvolvimentos
tecnológicos acelerados buscando menor peso, consumo e emissões sem perder
rendimento, novidade da vez, em quase todas as marcas, é o motor de baixa
cilindrada e três cilindros. Por lógica tem 25% menos tamanho, peças e peso. É
o caminho. Aqui Volkswagen o faz; Hyundai importa; Ford limpa as ferramentas;
Peugeot te-lo-á em breve.
Na França este fabricante
produz desde o final do ano e faz humor: as melhores coisas vem nos
menores pacotes, referindo-se ao porte do motor e seu rendimento nos
carros da marca, Peugeot 308 e Citroëns C3, C4 e DS3.
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Motores PSA de três cilindros
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O 3 cilindros vem em 1.2
litro – por enquadramento tributário europeu. O motor EB Turbo Pure Tech, 4
válvulas por cilindro, injeção direta em três pulsos com pressão de 200
atmosferas no centro da cabeça dos pistões, e turbo girando a 240 mil rpm,
reduz 18% em emissões se comparado a outro motor de idêntica cilindrada e 4
cilindros.
No caso obtém torque em
rotações muito baixas – 95% a 1.500 rpm – e tenta reduzir o atrito das peças em
até 20%, creditando a esta abrasão consumir 1/5 da potência. Revestimento
em DLC em pinos de pistão, anéis e bielas, bomba de óleo controlada
eletronicamente para prover o ótimo da lubrificação de acordo com demanda. Diz
a holding PSA, de Peugeot e Citroën, é o novo
parágono do setor.
Vantagens
Potência entre 110 e 130
cv; 18% de redução em consumo e emissões; baixos peso e volume, incrementando o
prazer de dirigir; desenho modular com 40% de peças de motores aspirados;
testes amplos: 25.000 horas em banco de dinamômetro e mais de 1,6M km de testes
de rodagem.
Previsão para 2016 e
exportações para América Latina.
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Roda-a-Roda
Re call – Pressão popular e da
mídia fez a General Motors assumir sua responsabilidade em reparar a chave de
ignição de seus carros nos EUA. A acusação era do defeito interferir no sistema
elétrico e, por exemplo, impedir o funcionamento do air bag, e em
caso de acidente, levar motorista e usuários a óbito ou ferimentos. Volume
grande, 1,76M em todo o mundo.
Barra – Questão se
arrastava há tempos e foi preciso de uma mulher para bater na mesa. Mary Barra,
nova CEO, mandou resolver e a solução saiu: a partir de 7 de abril os milhares
de revendedores das marcas da GM receberão as peças para substituir. A demora
na providência gerou multa de US$ 300M.
DNA – Seja pelas
sensações de líder, de maior, autonomia ou de superioridade perpassando algumas
administrações da GM, houve letargia nas providências. Até no Brasil esta
demora em denunciar irregularidades perigosas rendeu multas e quase prisão de
dirigentes.
Aqui - A GM sabia da
fragilidade de cintos de segurança do Corsa, e não fez re call para
substituição, apesar dos ferimentos e mortes. Só o fez quando o governo se
mexeu após ações e protestos de vítimas.
No clima – Após anos discutindo
defeito ou não dos cubos das rodas traseiras do Fiat Stilo, e ação desta contra
o governo federal pedindo cancelamento da multa e indenização por danos morais,
fabricante e governo acordaram: Fiat recolherá R$ 3M e fará filme para
atendimento às chamadas de re
call.
Programa – Intimidades
com o Macan, novo utilitário esportivo Porsche? Programa na atrativa
Barcelona, Espanha, 200 km incluindo subir o Montserrat, fralda dos Pireneus,
expõe harmonia de motor, câmbio, freios, direção, etc. www.porsche.com/germany/sportandevents/travelclub/tours/barcelona/
Outro – Exposto no Salão
de Genebra, aqui mostrado, o conceito T-Roc da VW sobre a plataforma MQB, nova,
em produtos do grupo, como Golf e Audi A3, foi visto como substituto do
impecável utilitário esportivo Tiguan.
Entre - Executivo da VW
sugere pensar alto: na Europa vendas dos SUVs cresceram 78% desde 2012, e nos EUA
tendência é pelos de menor porte. Assim o T-Roc, três portas, 4,18m de
cumprimento, será novidade entre o novo Tiguan – 4,43m - e o pequeno Taigun –
suv sobre o up!
Atualização – Linha VW 2015 terá
motor novo no Gol Rallye e picape Saveiro Cross: o EA 211, 1.6, 16 válvulas e
potência circa 120 cv. Para marcar, pequenas mudanças
estéticas. Reação pontual sobre a queda de vendas do Gol, e pela incômoda
liderança de vendas do picape Fiat Strada.
Flex – Chineses JAC tornados
flex por tecnologia Delphi dispensam o tanquinho para partida a frio. Motores
maiores, de 1.5, potências de 125 cv gasálcool ou 127 cv álcool, nas versões J3
S e J3 S Turim, a R$ 39.990 e R$ 41.690. Versões anteriores, motor quase 1.4 a
gasálcool continuam em produção.
Turma – Outra temporada
da Suzuki Adventure, diversão e aventura tocada pela marca entre
seus usuários, para mostrar-lhes as habilidades dos jipes Jimny, Vitara, Gran
Vitara e até o antigo Samurai.
Social - 2013, mais de 500
participantes. Neste, seis etapas incluindo nordeste, três categorias. Coisa de
e para fazer amigos, inscrição com alimentos e cobertores, posteriormente
doados. A fim? www.suzukiveiculos.com.br
Cá e lá – A Yamaha montou processo de complementariedade com as motos XTZ 125 e 250, transformando importação em produção na Argentina.
Cá e lá – A Yamaha montou processo de complementariedade com as motos XTZ 125 e 250, transformando importação em produção na Argentina.
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Yamaha
XTZ 125, produzida no Brasil e na Argentina
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Livro – Jornalista Tiago Mendonça,
fez livro sobre Ingo Hoffmann, mais laureado dos pilotos brasileiros, 12 vezes
campeão na Stock Car. Apoio da Mahle, Pirelli, Mitsubishi – do ramo -, a R$
39,90. Pedir ? Editora Automotor, Bruno Vendramini, (11) 3045.0836,
97696.8869, e bruno@rleme.com.br
Retífica RN – Coluna passada se enganou quanto aos comandos
de válvulas nos motores Toyota no Corolla. Não são novidade. Já eram variáveis.
Gente – Emilio
Sáenz, 51, engenheiro, espanhol, retorno. OOOO Era presidente da
Volkswagen e operações caminhões, Audi e Ducati na Argentina. OOOO Voltou à
Espanha, diretor da fábrica Seat em Navarra. OOOO Joseph-Fidelis
Senn, 57, ex diretor de RH da VW no Brasil substitui-lo-á. OOOO Senn,
precocemente aposentado, fazia projetos de ecologia e sustentabilidade, foi
sensibilizado a voltar para dar linguagem da marca à operação argentina. OOOO Junto,
Pablo Di Si, 44, argentino formado em Harvard, vice presidente de Finanças.OOOO Antes,
Fiat no Brasil e CNH nos EUA. OOOO Diretor industrial, matéria que
escapa ao novo presidente, será possível indicação de Thomas Schmall,
presidente da VW do Brasil e Mercosul. OOOO
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E o ingeniere Alzati
se foi
Eugenio Alzati, engenheiro
aeronáutico, ex diretor geral da Ferrari, da Alfa Romeo, vice presidente da
Fiat no Brasil, presidente da Maserati se foi aos 78.
Biografia rica, mesclava
entusiasmo, sólido conhecimento técnico, ampla visão de planejador, mira
precisa no futuro.
Prova de competência, na
Ferrari, pior dos empregos, era executivo Fiat recém assumindo a empresa,
mandava respeitosamente sob Enzo Ferrari. Mas lá ficou seis anos, morando na
pequena Modena e, superior aos carros por ele fomentados, 308, 328,
Testarossa, 288 GTO, e F 40, conquista maior foi convencer o Comendador do
único caminho de futuro para a Ferrari: evoluir do artesanato à produção
industrial.
Arrepiou-se com executivo
superior na Fiat, demitiu-se, e o IRI, tipo de BNDES italiano, controlador da
Alfa Romeo, levou-o como Diretor Geral. Passagem fugaz, o IRI transferiu a Alfa
à Fiat e, surpresa, quando se pensava que a abrasão com membro do board provocaria
sua demissão, tal executivo sugeriu a Alzati vir ao Brasil. O desagrado pessoal
era menor ante a possibilidade de perda de executivo com tal brilho.
Chegou em 1986, vice
presidente da Fiat Automóveis. Em teoria, prepará-la industrialmente no fazer
carro maior, o Tempra. Missão maior, botar ordem industrial, qualidade nos
produtos aqui e, muito mais, na Argentina. Conseguiu.
O bom trabalho auxiliou a
expansão física e industrial, iniciando formar o vigente conceito de qualidade
construtiva, uma das bases da nunca pensada e longeva liderança da marca no
Brasil.
Aqui lançou sólidas
âncoras. Uma de suas filhas, festejada designer Francesca Alzati se formou,
impôs-se profissionalmente. Das montanhas de Minas comprou pedaço, sempre
visitado em jipão Toyota Bandeirante com potente tralha de reproduzir a voz de
seus tenores preferidos, pelos picos e vales da terra mineira. (Comprar
o jipe foi uma mão de obra. Era
época de algum daqueles planos econômicos sarneyanos, com preços tabelados,
sumiço das mercadorias, carro novo servindo como investimento, mercado negro.
Não havia para quem quisesse. Pediu-me auxiliar e transmiti a vontade ao
presidente da Toyota, que delicadamente não perguntou porque um ex usuário de
Ferraris pretendia jipão Toyota com vibrante motor diesel Mercedes, mas atendeu
ao insólito pedido.)
Especialidade em convívio
com pessoas difíceis, tirou-o do Brasil para administrar a Maserati.
Tradicional marca, associada à do polêmico ítalo argentino Alejandro De Tomaso,
era administrada da UTI doméstica onde De Tomaso tentava se recuperar de um
infarto. O governo italiano interviu e conduziu a Fiat à compra de 49% das
ações. De volta a Modena reviu a construção, melhorou produtos, fomentou
exportações, enfatizou o modelo Quattroporte, insólito sedã
esportivo, Ghibli, Coupé e Spider, projetos Pininfarina, fez lucros, instigou a matriz da Fiat em investir
para salvá-la. Há crença geral, sem a mão de Alzati, a Maserati desapareceria.
Antigos engenheiros da
Fiat mineira lembram-se de fato local, no dar respeitabilidade. Ao surgir o
Tempra, o motor era argentino, dois litros, gerava potência irregular, com pico
em 95 cv. Alzati convocou engenheiros argentinos à Fiat em Betim, MG. Com o
motor desmontado e um lápis, marcou partes do cabeçote e dos pistões, indicando
erros, fazendo sugestões para melhoras. O motor cresceu a próximos 110 cv
apenas com cuidados. Um dos presentes à didática exposição, resume: ali os
argentinos entenderam, sua noção de superioridade tecnológica, nem era
superior, nem tecnológica.
Dizem-no pai do Alfa 164,
a partir de iniciativa causando grande susto ao Comendador Ferrari ao receber
como presente o Ferrari Pinin, sedã 4 portas, desenvolvido pela Pininfarina.
Conceito e linhas basearam Alfa 164 e Maserati Quattroporte.
O eng. Alzati, à frente de
seu tempo, foi dos executivos mais importantes nas décadas finais do último
século na indústria automobilística italiana. Dois de seus conceitos principais
– o utilitário esportivo e o sedã refinado com elevada prestação – remanescem
adotados por muitas marcas.
Necrológios não são
matéria da Coluna, em modesta reverência. O eng. Alzati foi sólido
elefante da manada de técnicos cujo conhecimento permite dirigir o negócio,
moldar produtos, plotar o futuro. Tempos idos, hoje fábrica de automóvel
conduzida por engenheiro do ramo é exceção.
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O eng. Alzati
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O
conceito do Ferrari Pinin – sedã de alta prestação, ...
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...
permeou ao Alfa 164
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