Coluna
1014 05.Mar.2014 edita@rnasser.com.br
Salão de Genebra. Pequeno, mas o
futuro passa por ele
85 anos sediando referencial mostra do mundo dos
automóveis novos, o Salão do Automóvel em Genebra enfrenta a crise mundial do
combate do dia a dia pelo mercado, e as projeções de como sobreviver em caminho
próprio. Antes, há menos de uma década, requeria apenas o rótulo de Verde,
como sede para exibição de novas tecnologias da mobilidade não agressivas ao
meio ambiente. O partido de marketing colou, e Genebra soube
expandi-lo, mantendo-se líder no caminho, expondo os resultados, como a
construção veicular mais limpa, menos agressiva, com menores gastos de energia,
água, geração de resíduos, reciclabilidade e, em paralelo, mostrar as
conquistas crescentes e aceleradas da digitalização – a aplicação da
informática nos veículos. Tem suas curiosidades. Genebra, a par da qualidade em
tudo, é dos lugares mais caros do mundo – ande 2 km de taxi e pagará uns R$ 60,
hotel 4 estrelas a mais de R$ 1500 a diária ..., um quilo de filé perto de R$
400, ônibus a R$ 12 -, além do frio vento de fim de inverno soprando pelo lago
que a pontua. Talvez o frio elegante e a formação da cidade definam a arrumação
das moças ilustrando os carros novos. Sem os atrevimentos tropicais, arrumação
contida, elegante. Na Porsche, as modelos em conjunto preto com echarpe Hermés
entre o marron e o bege, dispensavam os cortes e recortes para compor o cenário
e chamar atenções. Em ritmo anterior, as da Audi, em vestido vermelho,
languidamente se recostavam nos capôs dos carros brancos, e eram atração à
parte quando cruzavam as pernas. E muito cruzavam ...
Veículos
Hoje a fabricante mais sólida, em expansão,
crescimento, vendas, lucros, buscando ser líder de vendas em 2018 – pode
ocorrer antes pois hoje está a pequena distância percentual da líder Toyota –
a Volkswagen deu o recado e plotou o futuro. Martin Winterkorn, CEO, o no. 1,
na grande festa que promove à véspera da abertura dos grandes salões mundiais,
deu informação de humilhar terceiro mundistas: o grupo Volkswagen alocou, no
exercício passado, mais de 10 bilhões de Euros – uns R$ 35B -, maior parte em
pesquisas para desenvolver processos, fábricas, veículos mais amigáveis ao meio
ambiente. E justificou o elevado valor pela mudança do mercado, cada dia mais
competitivo, em ciclos sempre menores para renovação dos produtos,
condicionamento exigente em processos de construção com redução de gastos de
insumos ecológicos – a marca, como exemplo, quer diminui-los em 25% até 2018 -;
superou, para 2014, os parâmetros impostos na Europa para a emissão de
poluentes – máximos 128 gramas de CO2/km para 2015; e tem a maior
disponibilidade de veículos com menores emissões. Quer provar suas afirmações:
duas de suas marcas, a Audi e a Porsche, irão às 24 Horas de Le Mans,
em junho, maior corrida mundial de resistência, com veículos de tecnologias
diferentes, híbridos de motor elétrico combinado com a gasolina ou a diesel.
Da marca VW novidade é o novo Scirocco, linhas
esportivas num duas portas, a família Polo renovada – que não virá para o
Brasil -, e o T-Roc, protótipo de como será o substituto do SUV Tiguan sobre a
plataforma MQB. Hoje, sobre ela, apenas o interessante Porsche Macan, recém
lançado e com produção anual de 50 mil unidades pré vendida.
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Novo VW
Scirocco
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De Audi, terceira geração do TT e o S1, versão
tração nas quatro rodas do A1. Chegada ao Brasil no quarto trimestre – pós
Salão do Automóvel em SP -, e primeiro de 2015. Promessa da Skoda – outra das
marcas VW -, o conceito VisionC, um sedã acupezado, não causou o impacto
prometido, contida mescla de traços entre Hyundais e BMWs.
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Audi
TT, terceira geração
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Salão na caixa forte do mundo tem suas provocações.
Novo Lamborghini, o Huracán – furacão - motor aspirado, V10, 5.2, 610 cv, e
capacidade insólita, como acelerar de 0 a 200 km/h em 9s, mais rápido que seu
carro consegue ir à metade desta velocidade.
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Lambo
Huracán, nome de touro imbatido
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Ou o Bugatti homenageando Rembrant, o irmão do
criador Etore, marcheteiro e o escultor do impossível elefante empinando,
símbolo do exclusivíssimo modelo Royale. Dele farão 3 unidades a 2 milhões de
euros cada – já vendidos. Curiosidade com Bentley. A marca inglesa extrapolou
na esportividade de sua versão cupê dita Sport. 6 litros de deslocamento, dois
turbos, aproximados 630 cv. O conversível é o mais rápido do mundo, quase 320
km/h. Para adequar-se à coragem de fazer um automóvel com imagem de uso careta
performático, pintou-o em tom nunca antes visto naquele país: cobre metálico.
Negócio de carros exclusivos, com direito a
exposição de Pagani – que mandou unidade ao Brasil e não conseguiu vender;
MacLaren; Koenigsegg, não centram apenas no poder de acelerar seus 1.340 cv,
nem sempre adequado a seus clientes com idade proporcional à folga bancária,
mas às composições de decoração, materiais e, até, informatização. No caso
acertou-se com a Apple recebendo a mais atualizada tecnologia mesclando
informação com entretenimento, dito infotainment, em seu
sistema CarPlay sobre iPhone, permitindo, sem usar as mãos,
mas por comando oral fazer chamadas, acessar mensagens, usar o Apple Voice,
ouvir música. Sistema não exclusivo do esportivo sueco, e em Genebra era visto
em Mercedes, Volvo, Ferrari.
Carros caros lucram muito, vendem e mudam pouco,
exceto Ferrari com novidades anuais. No caso, evoluiu para o California para
o T, reduzindo o V8 de 4.3 para 3.9 e aplicando dois turbos.
Resultado dinâmico, uns 580 cv a 7.500 rpm, mais de 290 km/h em velocidade
final, ir de 0 a 100 km/h em 3,6s – e consumir menos 15% e reduzir emissões em
20%. Diz a Ferrari, tem um berro personalista.
Esta disputa por potência, rapidez e velocidade é
perigosa. Quem tem $$ para comprar um automóvel destes ou nunca desfruturá de
suas habilidade mecânicas, ou se o fizer será candidato a virar estatística de
morte em acidente.
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Ferrari
reduz motor, aumenta performance, reduz emissões e consumo com dois turbos
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Carrinhos simpáticos, Renault Twingo sobre base
Smart, motor traseiro, e perfil incrivelmente assemelhado ao Fiat 500. Também,
Citroën C1, Peugeot 108 e Toyota Aygo, todos sobre plataforma comum – que não
existirá no Brasil, disse-me Carlos Gomes, presidente da PSA-Peugeot-Citröen
para o Mercosul. De Citroën, o novo C4 Cactus, envolvido por proteções em forma
de almofadas e interessante exercício de utilitário esportivo. Aliás, tudo
nestas marcas sofreará o entusiasmo, à espera de projeto pelo novo presidente,
o luso Carlos Tavares, e novos sócios, chinesa Dongfen e o estado da França.
Aqui
No leque de veículos expostos, o único a falar
nosso idioma será o Jeep em seu modelo Renegade, a ser produzido em Goiana, Pe,
nova fábrica Fiat. A Coluna mostrou-o há duas semanas: cara de
Jeep, grade com sete barras, sobre base do Fiat 500L, acertos de suspensão
feitos no Brasil. A Fiat, curiosamente, negaceou a informação, mesmo constando
do boletim de informação à imprensa. Grupo moto propulsor do Freemont, 4
cilindros, gasolina, 2.4, e diesel 2.0. Transmissões de dupla embreagem e 9 (!)
marchas, + tração no diferencial traseiro, e mecânica de seis velocidades. A
mais curta Reduzida entre os carros de tração nas 4 rodas: 20:1, coisa para
desafiar subir barranco. Entre motores e câmbios,16 possibilidades. Primeiro
trimestre do próximo ano.
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Jeep
Renegade a ser feito em Pernambuco. Arretado.
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Conversas concretas com relação a Alfa Romeo,
fontes diversas, dados assim:
1.
Não há pressa para novos modelos. A marca é mais
forte que suas vendas e mesmo reduzida a dois produtos de massa – MiTo e
Giulietta -, e um de nicho, esportivo 4C, há tempo para novo projeto – a ser
apresentado na reunião de maio quando Sergio Marchionne, o CEO, exporá o plano
quinquenal com cara de dona da Chrysler;
2.
Alfa deve cancelar o projeto de construção comum de
esportivo com a Mazda, ante sólidas críticas da desindustrialização na Itália.
Marchionne teria assumido o compromisso de lá fazer Alfas. O 4C Cabriolet mostrado
em Genebra será produzido em 2015;
3.
Prometidas vendas do C4 devem se resumir a meia
dúzia, no final do ano com aumento de disponibilidade da plataforma construída
artesanalmente fora da Maserati, e a ser vendido no único revendedor desta
marca no país.
Visão sobre o Salão de Genebra, elegante e clean,
permite projetar duas consequências a marcar este período da história do
automóvel: 1. a disputa entre as marcas de performance em apresentar a cada vez
maior potência, rapidez e velocidade é perigosa, e pode fazer viúvas. Quem tem
$$ para comprar um automóvel destes, ou nunca desfruturá de suas habilidade
mecânicas, ou se o fizer será candidato a virar estatística de morte em
acidente; 2. a corrida para incorporar itens de segurança tende a acabar com o
prazer de conduzir. Dentre em pouco você entrará no automóvel, suas regulagens
serão feitas automaticamente; você comandará destino, programa a ser visto ou
ouvido na tela; autorizará a saída e será, mesmo sentado em frente ao volante
ou ao joystick que irá substituí-lo; e nada fará. A eletrônica
cuidará de tudo. E você se perguntará o que faz neste ônibus pequeno e caro. E
isto é hoje factível.
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Roda-a-Roda
Tempos – Sempre
o material de divulgação dos veículos expostos nos Salões foi de pontual
qualidade gráfica, ricos, para ser arquivados. Tantos e tão bons, exigiam mala
exclusiva ao transporte das peças recebidas nas mostras.
... – A informática reduziu-os a pen drives,
e no Salão suíço, síntese, pífio cartãozinho com endereço da etérea nuvem. Não
parece distante o dia de haver solitário cartão com todos os endereços. E nem
impossível acabar com os Salões, marcando datas para envio aos jornalistas
de e.mail com todas as novidades de todas as marcas. Único
impresso de qualidade era Chrysler/Jeep/Fiat sobre o Renegade.
Interesse – Todo
Salão há uns camaradas fotografando detalhes dos lançamentos – como se colocam
parafusos, encontro de painéis, detalhes da costura dos bancos, disposição dos
fios sob o capô, coisas sem espaço na imprensa.
Outros -
Não são jornalistas, apesar de ser dias de imprensa, mas espiões das fábricas
concorrentes, em especial chinesas, querendo acessar evidências físicas sem
adquirir um exemplar para dissecar. O Renault Twingo era dos mais detalhados
pelos falsos jornalistas.
Elétrico –
Eflúvios do Salão, fonte qualificada aposta na VW inovar, aplicando turbos
elétricos – sem buracos em baixas rotações, de menor custo, sem penalizar o
motor. E câmbio de duas embreagens com 10 marchas. Nada pelo quadriculado da
bandeira das corridas, mas pelo verde exigindo reduzir consumo e emissões.
Soma – Inflação,
falta de confiança, prevenção contra dificuldades, fez o mercado de automóveis
na Argentina encolher. Acredita-se, fevereiro teve em queda de 40% na passagem
pelos revendedores.
Ocasião – Fiat
escolheu local para apresentar o novo 500 em versão Abarth: Araxá. MG, junho,
durante a Copa do Mundo, no Brasil Classics, mais elegante dos
encontros de automóveis antigos e sob seu tradicional patrocínio.
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