Hovercraft é um veículo que pode andar sobre terra e mar sem tocar em suas superfícies, apoiando-se apenas em uma camada de ar. No dia 25 de julho de 1959, Christopher Cockerell (depois Sir) fez a primeira viagem em um hovercraft (nave aerodeslizadora), um veículo totalmente diverso de tudo que até então havia existido. Os resultados foram tão bons que logo após um modelo maior passou a fazer a ligação comercial entre Dover, na Inglaterra, e Calais na França, transportando passageiros e, depois, também automóveis. Em condições normais chacoalhava menos e era bem mais rápido do que um barco, mas também não era um avião.
Na França, durante bons anos, engenheiros e designers ferroviários imaginaram hovertrains andando a mais de 600 km/h.
O SRN1, de 8,83 de comprimento por 7,31 m de largura, parecia ser o começo de uma revolução nos transportes. Com o tempo, vários outros hovercraft foram feitos, inclusive o grandão SRN 4 de 300 toneladas e capacidade de transporte de centenas de pessoas e dezenas de veículos. A travessia de Dover a Calais e retorno, só era feita de navio ou avião por quem não tinha sonhos ou curiosidades pelo futuro.
O hovercraft tinha dois problemas básicos: virá-lo para cá ou para lá era praticamente impossível, já que não tinha algo em que pudesse apoiar as forças de esterçamento: ele andava solto sobre um colchão de ar. Pilotar um desses bichos não deve ter sido das coisas mais fáceis. Na travessia do Canal da Mancha, em mar encapelado, o hovercraft jogava bastante – e não se via muita coisa através de suas grandes janelas, já que a camada de ‘chuva’ de baixo para cima em todo seu perímetro tornava-se quase uma densa e impenetrável cortina d’água. Não exatamente o que um turista gostaria de ver.
Frustrados com a falta de evolução do desenho dos hovercraft nesses mais de 50 anos, os primos Michael Mercier e Chris Jones resolveram fazer um para o século vinte e um. Começaram com um desenho externo lembrando um carro esporte-competição atual, depois com um projeto não apenas mais silencioso, mas principalmente mais fácil de manobrar e mais ambientalmente amigável. A falta de manobrabilidade, sempre um ponto negativo do hovercraft, teria de ser trocada por maior capacidade de direção e de frenagem.
Ventiladores dianteiros laterais aparentemente fornecem controle nos deslocamentos laterais, para a frente e para trás, com controle independente de cada lado, fornecendo capacidade de ‘esterçamento’. Como todo e qualquer veículo moderno, este hovercraft deve ser construído de materiais ultra-leves, incluindo fibra de carbono, alumínio, fibra de vidro e compensado marítimo. Com o uso dessas tecnologias e de métodos modernos de fabricação, os primos pensam em vender seu modelo de entrada a um preço de menos de US$ 20 mil.
A propulsão será híbrida, com um motor a gasolina e outro elétrico – para maior eficiência e minimização de níveis de poluição do ar e de ruído. Mercier e Jones tentam arranjar US$ 50 mil até o dia 22 deste mês, data básica para permitir a construção de protótipos, e iniciar os testes de hover estático e dinâmico em maio do ano que vem.
2 comentários:
gostaria de saber como estão agora os experimentos dele e se será ou não viável. agora, em 2015 como esta o andamento do estudo ?
pergunta enviadaao JLV . voce é do Rio?]
abraco
m
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