Muitos foram os anos em que os antigos valores da Chevrolet tiveram que sustentar as vendas da marca no Brasil. Foi um longo período em que tivemos carros bons, como o Astra e o antigo Vectra de suspensão traseira independente. Mas o tempo é implacável e foge entre os dedos do fabricante que não muda no ritmo do mercado. Um mercado que tem carros excelentes como o Focus, o Civic e o Jetta mexicano não é lugar para projetos mais antigos, que sofrem na comparação.
Mas os novos ventos que sopram em São Caetano ficaram mais fortes com o novo produto quase nacional (60%) da GMB nesse saboroso segmento de mercado. O Cruze vem para substituir o Astra e o Vectra, este sonoramente rejeitado pelo mercado por ser pouco mais que um Astra com preço muito superior. Não foi possível incutir no público pagante a redução de qualidade que aconteceu do velho e fantástico Vectra – com o qual viajei muito ao longos de seus anos no mercado – e assim o novo foi saindo do mercado de mansinho, sem deixar saudade.
Mas o novo veículo da GMB tem muito para causar essas emoções. Montado com um motor moderno e eficiente que vem da Hungria, daí seu baixo índice de nacionalização, o novo 1,8 litro tem dois comandos de válvulas com atuação variável e números bons: 144 cv a etanol, e quase 19 quilogramas-força·metro de torque a 3.800 rpm. Pode parecer alto, mas aí é que entra o grande truque do Cruze: a caixa automática de seis marchas. Fabricada no México, ela tem uma marcha para cada situação e ajuda muito o motor na sua tarefa, pois tem o Fator Cocker Spaniel: sempre quer brincar...Macia e suave nas trocas como um bom câmbio Hydramatic. É o segredo do sucesso do carro. Em sexta marcha ele faz mais de 50 km/h por mil giros e a primeira permite boas arrancadas. Na hora de retomar a caixa esperta joga três marchas para baixo e não se sente falta de energia. Além disso ela percebe aclives ou declives, segurando as marchas quando adequado. Os homenzinhos verdes lá dentro trabalham muito e bem...
Afinal, o Cruze não é um carro de pista e sim um Burgermobile, feito para uma grande parcela de pessoas que preferem um carro desse jeito mesmo, uma eficiente máquina de transportar sem dar trabalho. E no item suavidade ele excede: silencioso, macio sem ser mole e balançador, o Cruze é seguro e estável em qualquer situação. Os bancos são bons, bem localizados, os comandos todos certos e claros.
O interior é meio simples demais: a GM podia ter gasto mais uns 300/500 reais em um carro que custa quase oitenta mil reais para não usar os plásticos do interior, que não favorecem a impressão de qualidade do carro com seu Fator Celta sempre presente na cara de quem usa. Outro ponto que podia ser melhorado seria seguir o exemplo do agradável Malibu e do Camaro usando pneus Michelin de alta qualidade. A precisão da direção sofre um pouco na estabilidade direcional com os coreanos Kumho instalados, mesmo dentro dos limites do usuário padrão do tipo de carro. Deve ser uma questão de custo e disponibilidade, mas os coreanos ainda têm o que aprender no tocante aos pneus.
O interior é meio simples demais: a GM podia ter gasto mais uns 300/500 reais em um carro que custa quase oitenta mil reais para não usar os plásticos do interior, que não favorecem a impressão de qualidade do carro com seu Fator Celta sempre presente na cara de quem usa. Outro ponto que podia ser melhorado seria seguir o exemplo do agradável Malibu e do Camaro usando pneus Michelin de alta qualidade. A precisão da direção sofre um pouco na estabilidade direcional com os coreanos Kumho instalados, mesmo dentro dos limites do usuário padrão do tipo de carro. Deve ser uma questão de custo e disponibilidade, mas os coreanos ainda têm o que aprender no tocante aos pneus.
Sempre se sente uma certa imprecisão na direção do carro, nada que ameace o motorista, mas se qualquer forma tira um pouco do prazer de dirigir. Ainda mais com a assistência elétrica excessiva, própria para mocinhas magricelas de 40 kg...Assim acontece com o servo do freio, capaz de segurar um Scania. Mas nada que uns dias de uso não ensinem a compensar e aí o carro fica bem agradável de usar no dia a dia, como fizemos com sucesso. E com um consumo admirável, principal crítica ao seu antecessor Vectra II: mais de nove por um na cidade com gasolina e 13 na estrada dirigindo de modo legal e civilizado.
Ao fim e ao cabo desta avaliação de uma semana ficamos com a sensação de que o velho General se lembrou de suas origens e finalmente lançou um carro bom, que vale a pena comprar.
Fotos externas por Mahar
4 comentários:
C'est a Cabo Frio ?
oui, ma vieille lagoa da figueira...scénarios de maintes aventures dans la jeunesse...hier encore...
Adquiri há dias um Cruze LT. Estranhei a falta do levantamento automático dos vidros quando do travamento das portas na chave, mas a consultoria Google explicou que se trata de uma norma americana. Fiquei com certa dó do carro porque os painéis das portas tiveram de ser removidos, entre outras "mexidas", para instalar a tal "central de vidros". Mesmo assim é estranho, porque os anteriores Chevrolet que adquiri (Vectra 97, Astra, Astra de novo, Corsão, Corsão de novo, Zafira, Zafira de novo e Meriva)eram "normais" no que se refere aos vidros.
Meu cunhado comprou um Holden Cruze SRI 1.4 sedan no final de semana. Fizemos um teste drive no modelo CD 1.8 automatico mais ele era muito ruim de retomada, ja o modelo 1.4 turbinado eh espertinho e responde rapido. Ele eh completinho so faltou o leather seats. Ele pagou AUD$ 27,000.00 drive away.
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