segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MERCURY 1951 CONVERSÍVEL





Primeiro modelo do pós-guerra, a série de Mercury (e Ford também) lançada em 1949 durou até 1951 com a mesma carroceria básica. Foi o primeiro Ford e Mercury a contar com suspensão dianteira independente e traseira com dois feixes de mola, um avanços incrível em termos de maneabilidade. Henry Ford sênior tinha passado em 1942 e com ele se foi o conservadorismo mecânico que norteou sua vida como fabricante de automóveis. Afinal era um homem que manteve de 1908 a 1927 o que era quase o mesmo carro – o Ford modelo T – só porque funcionava.... E não se mexe em time vencedor... como mostram o Opala e a Kombi no Brasil.







Mas no final de 1948 Henry Ford II chegou ao mercado com um carro quase totalmente moderno, não fosse seu motor flathead dos anos 30. O Ford 49 finalmente teve uma suspensão dianteira independente por triângulos superpostos como os GM e Mopar desde antes da guerra. Já tinha sido uma luta com o old man para adotar freios hidráulicos em 1938 ao invés dos tipo varão ou mecânicos, quando toda a concorrência já os tinha adotado nos anos 20 em um passo que, para Henry, seria igual a instalar hoje em dia freios eletrônicos do tipo brake-by-wire. A suspensão traseira também passou de feixe de molas transversal para dois feixes e os carros da FoMoCo subitamente se tornaram estado da arte. Afinal, o motor de válvulas no bloco ainda era bem difundido nos EUA.







O Mercury tinha sido lançado em 1939 como um carro entre os populares Ford e os caros Lincoln para aumentar a linha de ofertas do oval azul. Era maior que o Ford normal, o motor com mais cilindrada (3,9 e depois 4,2 litros), logo maior potência e mais luxo, mas sem chegar aos valores da Lincoln, nessa época V-12 side valve de sete litros. Nessa época já dava os derradeiros suspiros o velho motor, trocado em 1953 por um V-8 totalmente novo de válvulas no cabeçote






Quando os novos carros da FoMoCo chegaram ao mercado em final de 1948, junto vieram os Mercury. Só que o perfil moderno e limpo dos Ford 49 não foi repetido no Mercury, como tinha sido desde 1939. Dessa vez o estilo devia muito aos novos Lincoln, a ponto de o Mercury ser chamado de"Baby Lincoln". Ou seja, o velho truque de marketing que ensina: não importa quanto custe fabricar o carro, o que importa para estabelecer o preço final é o quanto ele PARECE valer. 




Um maior cuidado no acabamento interno, um painel completo com amperímetro e manômetro de óleo, um belo volante com aro completo de buzina, interiores de couro macio nos conversíveis – do tipo frita posterior no sol brasileiro – e capota de acionamento elétrico faziam um carro quera o concorrente natural dos Buick e DeSoto de preço médio.


O MERCURY PIONEIRO, O 1939
Este verde que mostramos é do mesmo dono há mais de 30 anos e nunca foi lanternado, só pintado. Tem menos de 80.000 km rodados e dispõe de um opcional engraçado: nesses tempos a Ford ainda não tinha projetado um câmbio automático que funcionasse direito, mas a febre do automatismo no câmbio se espalhava como fogo na palha e tinha que ter na linha um automático.


O 1941, SEGUNDO MODELO QUE DUROU ATÉ 1948 QUASE IGUAL
Assim, a Lincoln e a Mercury compravam câmbios automáticos Hydramatic de quatro marchas da GM e os instalavam com nomes seus até sair o Fordomatic de duas marchas em 1953, quando veio o pai dos V-8 Ford brasileiros, o 272 Y Block. Esse motor de quase exatos 4.200 cm³ produzia poucos 112 cv, mas dispunha de torque abundante. Isso combinado com a simplicidade de estruturas dos carros desse tempo, permitia que os 1.500 kg fossem movidos com conforto e alegria, aliás como todos os Ford V-8 desde 1932, diga-o Bonnie e Clyde....





O SUCESSOR DE 1952
O vídeo mostra o carro do meu amigo Navantino apresentado pelo inoxidável Boris Feldman em seu programa Vrum!. É um dos 50 ou 60 sobreviventes dos três mil e poucos fabricados em 1951. Pertenceu durante muito tempo a um dos mais finos prseervadores que conheço, o também médico W. Tortes, que rima com o Navantino na classe e no bom-gosto em carros americanos. Engraçado é que Waldyr é obstetra e Navantino pediatra.... Isso quer dizer algo...