O Familiar Fiat Freemont
-É lento, disse vizinho usuário de última série de Ford Explorer e seu grande motor V8.
-Devia ser mais rápido, sentenciou outro, banqueiro que aos sábados dirige Mercedes ML, preparação AMG, em torno de 500 cavalos de força.
-Devia ser igual ao Dodge Journey com seis marchas, resumiu executiva que testou os dois antes de comprar... o Freemont.
–Ainda prefiro um Subaru, encerrou o meu médico – caso de pré- comprometimento com os japoneses.
Escrever sobre automóveis ensinou-me duas medidas de pré- avaliação de sucesso nos que dirijo antes ou ao início das vendas: vidros sujos – é quando os deixo estacionados e, na volta, há manchas de dedos e testas nos vidros indicando curiosidade de estranhos quanto ao interior; outra, demandas de vizinhos e amigos querendo dar uma volta.
Apesar da base descompromissada com ferramentas de pesquisa de mercado e estatísticas, acredite, funciona. Preenchendo ambos os critérios, o Fiat Freemont sinalizava seria bem aceito pelo mercado, e o faz, com fila para entrega, indicando a subavaliação das encomendas pela Fiat à Chrysler mexicana, de onde os traz sem pagar imposto de importação e o recente extra de 30 pontos.
Critério
Descender de imigrantes libaneses, com milenar ancestralidade fenícia, ensinou-me muito com relação à relatividade de coisas e valores. O bom, o médio ou o ruim não são referências concretas, pétreas, com espaço próprio. Nada disto, interdependem do que fazem, como o fazem, quanto custam e, assim, variam. Critério
Uma camisa em linho egípcio custando US$ 200 é boa. Terá ótima aparência, será agradável ao contato, possivelmente bom corte pois barbeiros não se aventuram em tecidos caros, durará muito e, toda vez usada, causará boa impressão. E a R$ 1.000? Será cara e, por consequencia, ruim.
Ano passado, em Pebble Beach, Califórnia, na suntuosa exposição dos mais elegantes automóveis antigos do mundo, velho amigo, dono de Ferrari antigo, encontrou o ausente Manual de Proprietário do automóvel. “- Esse americano acha que sou um corrupto sul-americano – quer mil dólares pelo manual”.
“-Esquece. Você tem cara de judeu rico e não de sul-americano. E se tem carro antigo e raro de US$ 500 mil, e o cara quer 1/quinhentos avos por um componente ilustrativo que seu carro não tem, está barato. Compre.”
Comprou – e deu-me a prova fática, concreta, que minha teoria funciona – aval de judeu em assunto de dinheiro, convenhamos...
E o Freemont com isto? E você idem? A regra se aplica. Entre o que oferece e o que custa, é ótimo.
Como é
O Freemont é a versão de menor motorização do Dodge Journey. Com a Fiat assumindo a marca norte-americana, viu a oportunidade de ter opção de maior porte em sua linha no bom mercado brasileiro. Para diferenciar-se do Dodge Journey com motor V-6 e câmbio com seis marchas, usou a versão de menos potência e refinamento mecânico, manteve os atributos construtivos, como freios a disco nas quatro rodas, ABS e gerenciador; sistema para arrancar em pisos molhados operando como diferencial blocante; estabilizador eletrônico; seis almofadas de ar frontais, laterais e teto; cintos de segurança de três pontos e apoio de cabeça para todos os usuários – pode parecer curiosa a citação, mas é que o Contran entende que, para o passageiro central do banco traseiro, pode ser opcional – segurança opcional... Preservou a habilidade de rebatimento dos bancos e criação de espaços, os muitos porta-objetos incluindo os subpiso e a subgaveta no compartimento de carga, a possibilidade de ter sete lugares e o pacote de confortos – ar, direção, auxílios de comunicação. As primeiras unidades possuíam tela maior, fornecidas pré-tsunami. As atuais, por falta de fornecedor, menores. Ele não é o mais simples dos Chrysler, mas o maior e mais luxuoso dos Fiat.
Porte de veículo grande, um Dodge com a frente reacertada para incluir a assinatura visual Fiat, com a larga tomada de ar.
Diferença importante foi o primoroso acerto de suspensão e direção. Desprezaram peças e ajustes originais e adequaram estes sistemas aos pisos, sua falta, buracos onipresentes, e ao gosto brasileiro, por maior firmeza nos comandos e na suspensão. Os componentes – buchas, terminais, amortecedores, barras estabilizadoras – são dimensionados para agruras locais.
Vai aí a diferença básica usualmente descoberta pelos segundos proprietários de importados: os carros que resistem ao Brasil, e os que apenas o suportam temporariamente – a maioria dos importados é, lamentavelmente, assim.
O conjunto mecânico é harmônico. Um bom motor, atualizado, da colaboração entre Chrysler e Mitsubishi. Quatro cilindros, bloco, cárter e cabeçote em alumínio, 16 válvulas, variador eletrônico de sua abertura, desloca 2.400 cm³ e faz 172 cv. A caixa automática tem relações definidas para o mercado brasileiro, combinando com o motor e o perfil de nossas estradas, com muitas subidas. Comando no piso. Tração exclusivamente nas rodas frontais.
Coerente
Podia ser mais veloz? Podia. Mais esperto? Podia. Mas o foco mercadológico é ser o carro familiar da Fiat de quem evolui dentro da marca, ou de quem busca veículo com tal aptidão e preço – chega a ser mais barato que alguns automóveis japoneses feitos aqui. E nos quesitos é muito hábil no cumprir a proposta com conforto de uso, consumo tentativamente contido – cidades quase civilizadas, sinais sincronizados, como Brasília, até 7,5 km/litro. Estrada em torno de 9 km/l de gasolina. Não é lento, apenas para comportamento mais rápido, exige deprimir o acelerador e crescer o motor em rotações.
Ponto básico é a quantidade de lugares. Na opção para sete passageiros deveriam esclarecer 5+2 – estes, crianças. O acesso, por curso e rebatimento do banco traseiro, não é para adultos, exceto contorcionistas circenses. E, com tal lotação, vem a pergunta básica: onde irá a bagagem?
Veja-o como um misto de camioneta com utilitário esportivo e rodar muito próximo de automóvel confortável e seguro, para cinco passageiros normais em uso citadino ou em viagens. Lotação completa, crianças na terceira fileira de bancos, apenas na cidade. Preços: versão Emotion a iniciais R$ 80 mil e Precision a R$ 85 mil.
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Roda-a-Roda
Macan – Eis o nome do próximo Porsche. Pensa a marca todos sabem, é o tigre na Indonésia...Utilitário esportivo, a partir de 2013 em Leipzig, Alemanha, base de VW Tiguan e Audi Q3. É a democratização. Ou, quanto custará a plaqueta Porsche ...
Voz do dono – A Kia divulga seu novo sedã para agradar o comprador dos EUA, apreciador de carro grande, motor dianteiro, tração traseira, construção sobre chassi. Peita Mercedes, BMW, Audi e os locais. Além do bom rendimento e das sensações insuperáveis dos carros com tal configuração, há design, intensa agregação de confortos. Ato de coragem.
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Quero! – Roberto Agresti, jornalista especializado em motos, diz no excelente Autoentusiastas: a Volkswagen pode comprar a italiana fábrica de motos Ducati. Ferdinand Piëch, presidente do Conselho, mandão, quer. Ao dr. Piëch, criador do Porsche 917, do status de salvador da marca Audi, gente de bom senso ignora contra argumentos.
Guarda-chuva – Nenhuma empatia mecânica ou empresarial, apenas exercício de vontade. Comprou a Bugatti e a Lamborghini; fez o Phaeton e sua fábrica envidraçada; candidato a adquirir a Alfa Romeo. E acelera porque tem 74 e, apesar de rico e dinâmico, aposentará em meses.
Continua – Sem o brilho polêmico de seu criador, o argentino Alejandro De Tomaso, distante do êxito do Pantera, seu mais conhecido produto, a De Tomaso agora é da chinesa Hotyork. Economicamente estável, mas despersonalizada: seu possível produto é inexpressivo crossover em plataforma Fiat, desenho Pininfarina. O homem foi e levou o brilho.
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Anúncio – Oportuno o anúncio da Fiat em rádio e TV pregando cuidados ao dirigir na estrada durante o Carnaval. Objetivo, adequado, sem misturar com pieguice ou venda objetiva de carros.
Siena – A Fiat marcou data de apresentação do Siena, amplamente renovado, mais espaçoso e imponente: fim de março.
E daí, - A fim de um em modelo antigo? É hora de pedir desconto.
Olho vivo – Começou a valer outra norma governamental protegendo a indústria automobilística em detrimento do consumidor. Neste ano, apenas 30% dos veículos terão, de fábrica, ABS e almofadas de ar.
Na prática – Vai comprar carro novo? Mesmo preferindo som ou revestimento em couro em lugar da segurança oferecida por tais componentes, defenda o seu bolso. À hora de vender, carro sem estes equipamentos de segurança, presente em todos os demais, será um mico.
Mais forte – A Peugeot avisou: terá o recém-lançado 308 com motorização estaminada por turbo no segundo semestre. O acordo da Peugeot com a BMW para usar este conjunto tem aditivado as vendas.
Também – Na apresentação do 308 em Ouro Preto, MG, disse, o sedã 508 e o 308 CC, conversível, chegam no primeiro semestre. O 208, ao início de 2013, em convívio com o 207, o 206 com maquiagem frontal.
Independência – Mais liberta dentre as fabricantes operando no Brasil, mercado absolutamente peculiar, a Fiat pesquisa. Leva a sério: testa Freemont 1,4 turbo, motorzinho de Bravo e Linea. Fala alto: 200 cv.
Mineirices – Apenas testes. Mas, para chocar a burguesia com o conceito, será efeito demonstração de outros estudos periféricos, criativos, surpreendentes, factíveis em andamento. O método é mineiro.
Uso – Para utilização prática, mudança na cabine do picape Strada, criação local: versão com 3ª porta, abrindo no sentido inverso, fechando contra a porta dianteira direita. Segundo semestre. Anote aí, furo da Coluna.
Recall – A Nissan convoca proprietários de picapes Frontier para verificar caixa de direção e travamento do capô. Tens? Vá. Dirigir carro assim é muito perigoso. Não é defeito de componente comprado a terceiro subfornecedor, mas desatenção na ajustagem ou na verificação do torque das ferramentas na linha de montagem.
De volta – A Mercedes mudou a vocação industrial de sua fábrica em Juiz de Fora. Produziu Classes A e C, agora caminhões. Complementa o luxuoso pesado Actros – o caminhão do patrão – e a linha básica Acelo.
Mack, Renault – A reformulação interna da Volvo Caminhões e o mercado nacional como o maior do mundo no segmento, instigam estudos para trazer ao Brasil a norte-americana Mack, a francesa Renault, a indiana Eicher, do grupo.
Social – Em próxima visita ao Brasil para lançar a campanha Great, promovendo o Reino Unido como destino de turismo, negócios e educação, o Príncipe Harry, da Família Real Britânica, será homenageado com prova de Polo, no paulista Haras Larissa, onde a Land Rover ensina habilidades fora de estrada de seus produtos. Agora, além do charme e dos prêmios, o recém-lançado Evoque, agregará o adjetivo Real.
Briminha – Mais sólida das recentes promessas de futuro, o brasiliense Felipe Nasr, Campeão Inglês de Fórmula 3, pilotará para a vitoriosa equipe Dams na temporada de GP2. Patrocina-o o Banco do Brasil e a OGX, produtora de petróleo e gás de Eike Batista. Boas companhias.
Resgate – Conta o sítio Retrovisiones.com.arg, que Giorgetto Giugiaro, 72, rotulado o Maior Designer do Século, resgatou o Porsche Tapiro, primeiro trabalho na Italdesign, onde entrou, assumiu e ano passado vendeu à VW. Plataforma dos 914 e 916, findo o Salão de Turim de 1970, comprado por milionário industrial espanhol, sofreu atentado terrorista. Descoberto em ferro-velho ao sul da Espanha, resgatado pelo agora milionário autor, para seu museu particular.
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Ecologia – Fuel Fighter, marca Bridgestone de produtos para redução de consumo, voltou à produção. Compostos avançados, otimiza design estrutural e da banda de rodagem para, entre 2005 e 2020, reduzir consumo e emissões em 20%. Inicia nos EUA e Canadá, onde o apelo é mola maior. Brasil sem previsão.
Gente - Fernando Fontes Garcia, 49, novo VP de RH da Mercedes. OOOO Academicamente sólido, experiente nas ásperas negociações na indústria automobilística nacional pela Pirelli. OOOO Foi-se o tempo em que diretor de RH era chefe de pessoal. OOOO
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