Durante seus 24 anos de produção, o Opala angariou consumidores fiéis. Quase 20 anos depois de sair das linhas de montagem, ainda existe uma uma legião de fãs, entre os quais me incluo. Reza a lenda que, quando foi anunciado seu fim, devotos do modelo e trabalhadores da GM protestaram na porta da fábrica em São Caetano do Sul. O Chevrolet Opala deixou um legado na história da indústria nacional de automóveis e sua versão esportiva só ajudou a engrandecer o mito. O primeiro deles, o Opala SS produzido em 1971, completa 40 anos.
Em março daquele ano, a revista Quatro Rodas convidou o lendário construtor, chefe de equipe e fundador da Lotus, Colin Chapman e o, não menos importante, na época campeão do mundo de F-1, Emerson Fittipaldi para avaliar alguns modelos nacionais, a saber: Dodge Charger, Puma, TL, Galaxie 500 e Corcel. Chapman fez uma ressalva quanto aos freios do Opala, quatro anos depois melhorados com pinças maiores, mas foi o modelo que mais lhe agradou.
“Deve ter havido alguma falha de ajuste na montagem dos freios”, comentou. Disse que o defeito pode ter sido eventual, mas ao dar nota, preferiu considerá-los “ruins”. Depois disso, entrou muito quente numa curva, mas sorriu satisfeito quando o carro obedeceu bem e fêz a curva sem problemas. Por fim disse que, se fosse comprar um dos carros que testou no Brasil, escolheria o Opala 4100. “Ele acelera muito bem, é macio, veloz e estável. Mas os fabricantes devem tomar mais cuidado na montagem do freio”. Foi o efeito da suspensão traseira mais refinada entre os eixos rígidos nacionais, com cinco braços de fixação. Se não fôsse a escolha de buchas de marshmallow...
Em março daquele ano, a revista Quatro Rodas convidou o lendário construtor, chefe de equipe e fundador da Lotus, Colin Chapman e o, não menos importante, na época campeão do mundo de F-1, Emerson Fittipaldi para avaliar alguns modelos nacionais, a saber: Dodge Charger, Puma, TL, Galaxie 500 e Corcel. Chapman fez uma ressalva quanto aos freios do Opala, quatro anos depois melhorados com pinças maiores, mas foi o modelo que mais lhe agradou.
“Deve ter havido alguma falha de ajuste na montagem dos freios”, comentou. Disse que o defeito pode ter sido eventual, mas ao dar nota, preferiu considerá-los “ruins”. Depois disso, entrou muito quente numa curva, mas sorriu satisfeito quando o carro obedeceu bem e fêz a curva sem problemas. Por fim disse que, se fosse comprar um dos carros que testou no Brasil, escolheria o Opala 4100. “Ele acelera muito bem, é macio, veloz e estável. Mas os fabricantes devem tomar mais cuidado na montagem do freio”. Foi o efeito da suspensão traseira mais refinada entre os eixos rígidos nacionais, com cinco braços de fixação. Se não fôsse a escolha de buchas de marshmallow...
Já Emerson gostou do desempenho e criticou as linhas sóbrias do Opala. "O desempenho esportivo do Opala SS foi o que mais impressionou Emerson: chegou aos 180 km/h marcados no velocímetro e elogiou a estabilidade do carro. Gostou também da posição de dirigir, da alavanca de câmbio instalada no console e achou ótimos os freios (que não falharam, ao contrário do que ocorreu com Chapman). Mas achou muito alto o nível de ruído interno e fez outras restrições:
“Acho que o carro poderia ser um pouco mais baixo e ter rodas mais largas. Talvez isso melhorasse sua tendência de sair de frente, quando a gente entra muito quente nas curvas”. Também não gostou do estilo: achou que as linhas poderiam ser ” mais atuais” e que um carro com o desempenho do Opala SS deveria ter duas portas e não quatro: “Aquelas faixas pretas pintadas nos lados e no cofre do motor dão ao carro um jeito agressivo que não combina com as quatro portas”.
Hoje em dia pode parecer normal sedãs com uma pegada mais esportiva, mas em 1971, era algo inusitado antes do BMW M5. Naqueles tempos a preferência majoritária do público no Brasil era pelos modelos de duas portas, do qual o Opala chegou um ano depois, em 1972. Por essa razão, os Opalas SS 1971 são especiais, pois foram os únicos feitos em 4 portas.
A aparência era chamativa, com listras no capô e laterais, como se tivesse saído do departamento de design da GM em Detroit. A grade frontal ostenta a lendária sigla “SS”, bem como o painel do porta-malas. Aliás, não há um consenso sobre o que o duplo S significa. Alguns acreditam que seja “Separated Seats” (bancos separados, em inglês) outros defendem que as letras significam “Super Sport”. A primeira propaganda do modelo menciona o Chevelle e o Camaro, indicando que o Opala faz parte da “Escuderia SS”. Seguindo a lógica de que, lá na terra do Tio Sam, SS sempre quis dizer Super Sport, e levando em consideração a natureza esportiva do modelo, só se pode concluir que seja isso mesmo.
Mas, falando em bancos separados e natureza esportiva, o interior é um dos mais belos e únicos entre todos os Opalas SS. A combinação entre o volante e a manopla de câmbio – o primeiro de quatro marchas do Opala – em madeira só esteve presente naquele ano. Diferente dos primos americanos esportivos, de onde vem sua inspiração estética, o motor era o 6-cilindros em linha de 250 polegadas cúbicas e 138 cv, o que atendia mais do que o suficiente a necessidade do nosso mercado. Hoje, é um dos Opalas mais raros, com poucas unidades sobreviventes.
Um comentário:
um espetaculo este SS, lembro de um anuncio do SS entrando numa pista de pouso pau dentro que era barbaro..
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