O AUSTRO DAIMLER DO DR PORSCHE
Quem foi ao poderoso encontro de veículos antigos no terceiro domingo de agosto, em pequena praia de cascalho, costa californiana, não se surpreendeu com a votação final – na verdade os critérios do Pebble Beach Concours d ‘ Elegance, este o nome do evento, não são exatamente parametrizados por lógica. Um dos veículos mais interessantes em projeto, constituição, restauração, história, ficou num segundo lugar na categoria de Clássicos Europeus 1925-1931.
O automóvel, Austro Daimler Sports Cabriolet ficou pronto em 1932, vestido com carroceria especial feita por Armbruster K&K Hofwagenfabrik, é considerado o pináculo da tecnologia da época, com motor de seis cilindros em linha, comando de válvulas no cabeçote, 120 cv. Tem o nome de Bergmeister – senhor da montanha, alusão ao bom comportamento de aceleração, capacidade de subida, freios para uso nas escarpas do país. Era construção pela austríaca Austro Daimler, cujo engenheiro-chefe Karl Rabe sucedeu o original Ferdinand Porsche, adotando conceitos deixados pelo criativo agitador das coisas da mecânica, quando comandou e elevou a pequena montadora a referência mundial de tecnologia.
Agora
O Dr Wolfgang Porsche, mais novo dos netos de Ferdinand Porsche, preside o conselho de direção da marca com nome familiar. Comprou o automóvel para incorporá-lo à sua coleção, e o fez não apenas pela importância intrínseca do produto, mas pelos conceitos traçados pela mão familiar, por ser exemplar especial, e por ser austríaco, como o era seu avô.
Honesto, não utilizou seu poder nem afrontou acionistas, poupando-se de enviá-lo para que a área de protótipos da Porsche fizesse restauração. Ao contrário, empreitou com o também austríaco Egon Zweimüller especialista na marca, a restauração em incontestáveis padrões de originalidade, trabalho consumidor de 10 mil horas de trabalho marcadas entre 2007 e março deste ano.
Não ganharia em Pebble Beach pela enorme diferença de conceitos.
Os americanos criaram regras próprias, alargando os conceitos, permitindo tão inadministrável quanto não-original incremento em brilhos, reflexos, critério – ou falta de – não praticados por colecionadores sérios em busca da originalidade como retrato da história.
O Dr. Porsche seguiu o parâmetro de reerguer o raro automóvel seguindo com rigor as especificações de origem da mecânica Austro-Daimler e nas peculiaridades do modelo de restritíssima produção pela K&K; expôs o produto de seu esforço e investimento; com certeza frustrou-se com o pequeno resultado; recolheu carro e troféu; voltou aos seus negócios como executivo principal da lucrativa e criativa fábrica iniciada por seu avô.
Semana passada, mostrou o resultado da média ponderada considerados o limite entre a vaidade pessoal, intrínseca a todo orgulhoso preservador da história; a generosidade de dividir seu pedaço de cultura com o público em geral; e sua capacidade de mando: expôs o Bergmeister em seu quintal, o Museu Porsche em Sttutgart, Alemanha, para democrática apreciação das 800 mil pessoas que anualmente percorrem seus 5.600 m² de área.
Conseguirá mais Ahs e Ohs com a mídia intensa e a visitação muito superior à dos colecionadores que, por US$ 200, passam o domingo em Pebble Beach olhando a peculiar mostra.
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No Porsche Museum, Austro Daimler Bergmeister. Ou, Porsche neto expõe carro de Porsche avô |
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Roda-a-Roda
Melhores – 18ª edição da Ward’s por júri de jornalistas especializados, indicou os 10 melhores motores do mundo. No mercado brasileiro, apenas o Chrysler Pentastar 3,6 que move o Dodge Journey.
Divisão – Sete entre estes usam injeção direta de combustível. Audi, BMW e Ford puxam a fila. O Brasil não os produz a gasolina ou flex com tal tecnologia.
Distante – O mercado interno não instigará tão cedo. O pacote baixado pelo governo federal aumentará a barreira aos importados; impedirá a competição tecnológica; fortificará a ilha da defasagem; aumentará lucros com proteção à falta de competitividade.
+ - A Porsche cresceu 25% até dezembro, vendendo recordes quase 110 mil unidades. Prevê mais em 2012 com o novo 911 a ser lançado no Salão de Detroit. Os Brics assinam os ganhos.
Conta – Marcas Premium da Alemanha, Porsche, Mercedes, BMW e Audi cresceram em vendas numa temporada onde a crise européia encolheu as de aplicação popular.
Coerência – É a teoria do enterro: se vais, vá de primeira classe. Assim, quem pode, e não sabe quantificar os resultados pessoais da imensurada crise, quer aproveitar logo. Compra; troca dois por um; ou está acima das dificuldades e continua vivendo confortavelmente. Simples assim.
Hermanos – No Mercosul a Argentina tem a melhor relação entre salário e preço de automóvel. Ou seja, um argentino trabalha menos horas para comprar um automóvel. Disse-o dona Cristina Kirchner ao inaugurar expansão da Toyota em seu país, implementando a produção de 64.000 para 92.000 unidades/ano do picape Hilux e do utilitário esportivo SW4.
Antecipação – Quer conhecer o novo Ford Fusion 2013? Jogo virtual permite visualizar e conduzir: http://fordfusionapp.com.
Siena – Lançamento do novo Siena, sobre a plataforma do novo Palio. A versão atual será rebaixada em equipamento e preço, mantida em produção.
Sonic – A GM prepara lançar no primeiro trimestre o mexicano Sonic, terceira geração do coreano Aveo. Pequeno – em torno de 4 m – é mais um no processo de desnacionalização da indústria no Brasil. O Cruze, recente lançamento da marca, é importado desmontado.
Global – Dá para acreditar? A Ford não mais produzirá o picape Ranger nos EUA. O gosto por picapes cada vez maiores, expulsou o Ranger para mercados ascendentes: Argentina, África do Sul e Tailândia.
Recall – A adaptação de plataforma antiga para fazer o Chevrolet Cobalt traz problema logo após o lançamento: o pedal do freio pode se soltar. A GM chama para trocá-los nos carros com chassi entre CB163616 a CB216594. Informações 0800 702 4200 .
Problema – Há quanto tempo a GM sabe disto sem tomar providências? Em avaliação da revista Quatro Rodas os Cobalt testados tiveram relatados bloqueio nas rodas dianteiras. Para salvar vidas e patrimônio melhor sustar a produção, deter as vendas, revisar as economias no projeto. Ficar sem freio é mais que emocionante.
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GM Cobalt começou perigosamente |
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... 2 – Tens Nissan Sentra 2010/11, chassis entre 3N1AB6AD0BL600545 e 3N1AB6AD3BL636990? Vá a concessionário da marca para trocar o conector da bateria. Pode pifar e impedir o carro de funcionar. Dúvidas?
0800 0111090 ou www.nissan.com.br.
Ocasião – Comprar zero-km? Para defender seu dinheiro negocie ao máximo. Fábricas e revendedores têm estoque 2011/2012, e desvalorização prevista com a virada do ano. Aprecate-se, pois à hora da venda eles terão valor de 2011.
... 2 – Comprar um Peugeot 307? Dá bom negócio. A fabricante passou o rodo no pátio e dia 20 mandou aos concessionários, sem consultar, as últimas 1.000 unidades. Não esquentarão no estoque, pois o sucessor 308 começa a ser faturado em fevereiro.
Motor – A Ford anunciou investir R$ 400M em pequena fábrica de motores, 21 mil m³, 210 mil/ano para equipar veículos feitos em Camaçari, BA – Fiesta e EcoSport. Serão da família para enfrentar crise mundial: 1,0 litro; três cilindros; opcional de turbocompressor. O EcoSport, seu primeiro usuário, incluirá o Brasil no rol dos projetos globais, de produtos comuns, da ação Ford.
História – Ford e governador baiano saúdam-na como a primeira fábrica de motores no Nordeste. Como nem uma nem outro são da boa terra, entende-se a derrapagem histórica: em Aratu, perto da futura fábrica, já se produziram motores. Eram os Magirus-Deutz, diesel, seis cilindros, refrigerados por ar, operação depois vendida à Cummins.
Feliz – Concurso da revista Quatro Rodas diz serem os proprietários dos Renault Sandero e Logan os mais satisfeitos do País.
Dia – São Paulo, capital, criou o Dia do Balconista de Peças, 26 de novembro, proposta do vereador Celso Jatene. Idem, do Mecânico, 20 de dezembro.
Elas – Guia Rápido com dicas de manutenção elaborada invenção e consentida prática. Ford, voltado às mulheres, encarte da revista Cláudia, também nos Distribuidores da marca. Conta o operacional nesta época de selvageria nas relações entre revendas e clientes.
Especialidade - A EF Englishtown, maior escola de inglês on-line do mundo, tem módulo com vocabulário específico para indústria automobilística – processos, peças. Bom também a tradutores de livros e filmes, usuais praticantes de barbaridades com a terminologia automóvel. www.englishtown.com.br
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? – Termo é correto para a ação dos consultores comissionados vendendo serviços desnecessários, não-existentes ou não-realizados: limpeza de bicos, de tanque, de sistema de freios, do filtro do ar-condicionado, do rolamento de apoio da correia dentada, e outros de elaborada invenção e consentida prática.
Latam – A chilena LAN associou-se à TAM e, comandará a Latam, sociedade surgida. A TAM é maior em tudo – frota, receita, passageiros – mas obedecerá aos sócios. O ovo comprou a galinha e, razões óbvias, mudará o slogan Orgulho de ser Brasileira.
História - A Ford doará ao Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, Gálaxie versão LTD, 0-km, apesar de três décadas de produção. Era carro de laboratório, parâmetro aferido para conferir regulagens e emissões. Não será restaurado como automóvel, mas exposto para exibir sua missão de instrumento de engenharia.
Gente - Flávio Antônio Meneghetti, 63, líder. OOOO Novo presidente da Fenabrave, entidade de todos os concessionários de todas as marcas. Poderoso. OOOO Frédéric Drouin, franco-suiço, 46, curinga na Peugeot, novo presidente da marca no Brasil. OOOO Ex-diretor de marketing, ex-presidente do banco PSA, diretor comercial da marca para AL, tem rara bagagem e intimidade com os jeitos do país. OOOOSucede Guillaume Couzy, 50, promovido a diretor mundial de marketing e comunicação.OOOO Poderosíssimo, sucede a herdeiro, lugar na mesa do poder. OOOO Passar pelo Brasil rende aos franceses. Jean-Michel Jalinier, presidente da Renault local, dirigirá a Renault Sport, e equipe de Fórmula 1. OOOO Direto, sem intermediários, com o número 1, Carlos Ghosn. OOOO
Com o Brasil, antes de vir
A ligação da Volkswagen com o Brasil ocorreu muito antes da empresa se decidir a vir fazer carros em nosso país. Em 1946, conta o festejado historiador americano Karl Ludwigsen em seu “Battle for the Beetle” , a Volkswagen era uma fábrica bombardeada, com 7 mil funcionários circulando entre destroços e a fumaça dos petardos que ainda reagiam. Sob as ordens do major inglês Ivan Hirst, comandante da área de ocupação, como forma de organização, puseram-se a juntar componentes restantes e produzir os modelos toscos e baratos que faziam durante a II Guerra.
Insólitos, curiosos, baratos e sobretudo de resistência demonstrada durante o conflito bélico, o pequeno automóvel provocou interesses nas missões militares dos países aliados, estacionados na Alemanha. Pedidos de compras do estrangeiro começaram a chegar, uma imprevista novidade.
A gestão inglesa da Volkswagen, representando a vitoriosa Força Aliada, adotou critério de coerência para atender as encomendas: vender a quem guerreou contra a Alemanha. A primeira missão militar a ser atendida foi a brasileira, com carros, a preço unitário equivalente a 250 libras esterlinas – hoje R$ 1.000,00.
O Brasil foi a primeira venda da Volkswagen ao exterior, e este critério, especulam autores, ajudou a definir a instalação da primeira fábrica fora da Alemanha, direcionando-a ao Brasil em detrimento da Argentina, que oferecia melhores atrativos à época.
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Primeira venda do Fusquinha ao exterior foi para o Brasil |
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