(Por Jason Vogel - Fotos de Gerard Brown)
Ford Modelo A 1930
Em 1907, tempo em que o automóvel ainda tinha que se afirmar como um meio de transporte confiável, foi disputada a Pequim-Paris, uma das provas de longa duração mais desafiantes da história. Não havia estradas ou postos de gasolina. Com apenas cinco carros inscritos, a corrida original foi vencida pelo enorme Itala de Scipione Borghese, príncipe da Sulmona.
Aston Martin DB6 1966
Tal marco do automobilismo vem sendo revivido, desde 1997, por grupos de apaixonados por carros clássicos, em competições que são uma mescla de rali de regularidade com desafio de resistência.
Os pilotos são amadores (muitas duplas são formadas por marido e mulher ou pai e filho) e fogem ao estereótipo do colecionador com flanela na mão, que só tira a raridade da garagem aos domingos para dar um pulinho no encontro de automóveis antigos mais próximo.
Os pilotos são amadores (muitas duplas são formadas por marido e mulher ou pai e filho) e fogem ao estereótipo do colecionador com flanela na mão, que só tira a raridade da garagem aos domingos para dar um pulinho no encontro de automóveis antigos mais próximo.
Bentley 4½ Tourer 1926
A sexta edição da prova largou de Pequim no último dia 12 de junho e teve a bandeirada final na Place Vendôme, centro de Paris, no domingo passado. Organizada pelo grupo britânico ERA (Endurance Rally Association), foi apregoada como “a maior aventura motorizada” e “a mais extraordinária jornada possível em um automóvel”. Exagero de retórica? Não.
Bristol 403 1954
A edição 206 teve nada menos do que 109 carros inscritos — destes, apenas dez não chegaram ao final rodando por seus próprios meios, o que é incrível, dados os caminhos demolidores, a idade da frota (o mais novo era de 1977) e a variedade de marcas.
Morgan plus 4 1960
Vejamos: o exemplar mais antigo na competição foi um centenário American La France, fabricado nos EUA como caminhão de bombeiros, em 1915, e transformado em um titânico Speedster à moda dos anos 20. Imagine quanta gasolina seu motor de 14,5 litros não sorveu ao longo dos 13.695 km do percurso, que cruzou China, Mongólia, Rússia e boa parte da Europa.
American La France 1917
Também entre os modelos pré-guerra havia sete Bentley, um Rolls Royce Phantom II, um punhado de carreteras feitas a partir de cupês Chevrolet dos anos 30, além de carros de marcas hoje esquecidas, como Rockne (foi uma divisão da Studebaker). Entre tantos veteranos, quem brilhou foram dois Chrysler 75 Roadster, ambos fabricados em 1929: ficaram com o primeiro e o segundo lugar entre os modelos pré-1941.
Chrysler 75 1929
Dos modelos pós-guerra, os destaques foram os esportivos Datsun 240Z da década de 70 — um deles ficou com a vitória no geral. Entraram ainda oito Volvo (entre Amazon e PV544, que sempre obtêm bons resultados em ralis assim) além de uns tantos Porsche (356, 911) e Mercedes SL. Mas o que dizer de duplas que resolveram atravessar dois continentes, cruzando lamaçais e rios de algumas das áreas menos povoadas do planeta, a bordo de um Morgan ou de um Bristol, por exemplo? Se faltou a adequação para um Pequim-Paris, sobrou o charme.
Datsun 240Z 1973
Cadillac La Salle 1940
Bentley Le Mans 1927
American La France 1917
Chevrolet 210 1957
Bentley Sport Special 1936
Ford Modelo A 1930
Chevrolet Coupe 1939
Karmann Ghia 1966
Porsche 356A 1956
Studebaker Coupe 1940
Ford Super Deluxe 1941
Lancia Lambda 1927
Rolls Royce Phantom II 1933
Porsche 911 1965
Um comentário:
Caro Jason Curvelo von Vogel,
Este tipo de "challenge" é ancestral já em 1908 foi disputada uma acirrada disputa entre carros como De Dion-Button (em primeiro plano), Protos (naquele tempo da Siemens) e Motobloc. E aqueles pintacudas chegaram lá...
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/34/1908_New_York_to_Paris_Race%2C_grid.jpg/800px-1908_New_York_to_Paris_Race%2C_grid.jpg
Recentemente um grupo de Fuscas Veteranos, saindo da cidade alemã de Erlangen (onde eu fiz meus dois estágios pela Siemens) também foram para Beijing, e chegaram, com algumas peripécias. O amigo Richard Hausmann que bolou esta peripécia realizada em 2009.
https://scontent-gru2-1.xx.fbcdn.net/v/t1.0-9/304630_527832677233705_2136699851_n.jpg?oh=d15f3a04b90226102bec19dd36000a33&oe=57E9AE8E
Esta rota é emblemática e tem um atrativo especial para aventureiros.
Saudações
Alexander Gromow
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