quinta-feira, 24 de abril de 2014

10 PERGUNTAS PARA OS CANDIDAOTOS À FBVA

ENTREVISTA PUBLICADA PELO PORTAL MAXICAR COM OS DOIS CANDIDATOS À PRESIDENCIAL DA FBVA, SERGIO MASSA E ROBERTO SUGA:


Eleições FBVA 2014
Entrevista conjunta com os candidatos à Presidência
Os candidatos Sérgio Massa (situação) e Roberto Suga (oposição)


No dia 19 de junho — em pleno feriado de ‘Corpus Christi’ acontecerão as eleições que irão escolher a nova diretoria da Federação Brasileira de Veículos Antigos. O pleito será realizado durante o XXI Encontro Nacional de Veículos Antigos, em Araxá – MG. Os eleitores serão os representantes dos 119 clubes de autos antigos filiados à entidade fundada em 1987, que tem atualmente à frente o empresário Henrique Thielmann, em seu terceiro mandato e cuja gestão teve início em 2007.
Concorrendo à Presidência, dois candidatos de São Paulo: os antigomobilistas Sérgio Massa — que concorre pela ‘situação’ — e Roberto Suga — de ‘oposição’. Para que os antigomobilistas possam conhecer as suas propostas, o Portal Maxicar os convidou para uma espécie de “debate virtual”, onde cada um respondeu a 10 questões sobre a gestão e a política a serem seguidas pela FBVA, caso sejam eleitos.


1)
 
Para começar, nos fale um pouco sobre você, no âmbito pessoal e do antigomobilismo.
MASSA: Sou engenheiro de formação com aperfeiçoamento em Engenharia Econômica, tendo trabalhado em multinacional nas cidades de Brasília, Curitiba e São Paulo. Casado, tenho três filhos e dois netos e sou apaixonado pelos automóveis antigos, tendo possuído diversos modelos esportivos sendo o primeiro clássico uma Mercedes 170 S de 1952.
Tenho muitos amigos no antigomobilismo, e procuro sempre cultivar estas amizades nos encontros com os carros antigos e as famílias.
SUGA: Ao ler “ANTIGOMOBILISMO”, lembro do colecionador e Amigo Malcolm Forest, idealizador desta palavra e do propagador deste termo que define o nosso hobby, o primeiro Presidente da FBVA, o jornalista José Roberto Nasser.
Outro ex-Presidente da FBVA que não posso deixar de mencionar é o Amigo e Mestre Og Pozzoli, primeiro antigomobilista a motivar e apoiar junto com Cláudio Romi a minha candidatura para a presidência da FBVA.
No início dos anos 80, convidado pelo Amigo João Pozzoli, filho do Dr. Og Pozzoli, freqüentei a Ala Jovem do Veteran Car Club do Brasil - São Paulo.

- Desde a década de 80, na pista de Interlagos, participei de diversos eventos nos tempos da APCAH - Associação dos Pilotos de Carros Antigos e Históricos.
- No Chevrolet Clube do Brasil de Carros Antigos exerci cargos de Diretor de Eventos de 1996 a 2002, Presidente Executivo de 2002 a 2006 e Presidente do Conselho Deliberativo de 2006 a 2010. Durante minha gestão como Presidente Executivo, minha diretoria conquistou a doação de um automóvel Vectra Collection 2005 0 Km. cedido pela General Motors do Brasil para a construção de uma nova sede social.

- Em 1998, como Diretor de Eventos do Chevrolet Clube do Brasil de Carros Antigos na gestão do Presidente Cláudio Borrego participei na organização da visita do Presidente do DENATRAN, Dr. José Roberto Souza Dias a convite da General Motors do Brasil ao Encontro Paulista de Autos Antigos em Águas de Lindóia. Neste evento, junto com o Presidente da FBVA, Dr. José Aurélio Affonso Filho, se confirmou a criação da legislação dos Certificados de Originalidade - "Placa Preta". Participei na redação desta legislação - Resolução 56 de 21 de Maio de 1998.
- Em 1999, durante o Encontro Paulista de Autos Antigos em Águas de Lindóia, colaborei e participei, ainda como Diretor de Eventos junto com o Presidente do Chevrolet Clube do Brasil de Carros Antigos Cláudio Borrego, da reunião dos colecionadores de veículos antigos modificados de todo o Brasil para sua regularização de forma distinta dos autos originais como veículos de coleção.
- Com o ex-presidente da FBVA, Dr. José Aurélio Affonso Filho, aconteceu a primeira e única reunião semestral da diretoria da Fédération Internationale des Véhicules Anciens - FIVA no Brasil. Participei e colaborei na organização deste evento nas cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis.
- Em Outubro de 2003, como Presidente do Chevrolet Clube do Brasil de Carros Antigos competi no I Rally Sulamericano de Veículos Antigos organizado pela FBVA com a supervisão da Fédération Internationale des Véhicules Anciens (FIVA) em um percurso de 1.100 kms. pelas cidades gaúchas e catarinenses. Para este rali, junto com o então Presidente da FBVA, Dr. José Aurélio Affonso Filho e o Professor José Everardo Rodrigues Cosme, diretor regional da FBVA - São Paulo, saudosos amigos com quem participei na captação do patrocínio da General Motors do Brasil e dos apoios da AutoShow Veículos Antigos e Especiais, do CitiGroup, da Porto Seguro e do extinto Museu de Tecnologia da Ulbra.

- Piloto de diversos ralis de regularidade organizados pelo Alfa Romeo Clube do Brasil, MG Club do Brasil, do Veteran Car Club do Brasil - MG e do Campeonato Brasileiro de Regularidade da FBVA.

- Em Novembro de 2005 na cidade de São Paulo, como Vice-Presidente da FBVA, organizei com o Presidente José Aurélio Affonso Filho, o primeiro e único Workshop Nacional da FBVA. Nesta oportunidade foi criada a "Carta de São Paulo", o primeiro documento elaborado com a participação de toda a diretoria e de diversos clubes membros da FBVA.
- Freqüentemente convidado como mestre de cerimônias e coordenador de comissões julgadoras de premiação de diversos eventos de antigomobilismo do Nordeste ao Sul do Brasil.

- Atuante colecionador e presente em encontros de carros antigos municipais (desde João Pessoa-PB, Luziânia-GO, Pomerode-SC a Sapiranga e Nova Petrópolis-RS etc.), regionais, estaduais em todo o Brasil e nos Encontros Masters Sul Brasileiro, Nordeste, Centro-Oeste, Paulista, Carioca, Capixaba da FBVA, do bienal Encontro Brasileiro em Brasília e do também bienal Encontro Nacional nas edições em São Lourenço e Araxá. Relembrando destes eventos, não posso deixar de mencionar o também saudoso ex-Presidente da FBVA Francisco Asevedo, sempre viajante de carro antigo que por várias vezes cruzei pelas estradas deste Brasil.
- Como Vice-Presidente da FBVA colaborei nos ralis de regularidade, nos critérios de emissão dos Certificados de Originalidade (Placa Preta) e na permissão da Importação de Veículos de Coleção dos mandatos do Dr. José Aurélio Affonso Filho e também do Dr. Henrique N. Thielmann.
- Autor de diversas matérias relacionadas ao antigomobilismo para renomadas publicações impressas e eletrônicas locais e internacionais.
- Sócio Patrimonial, ex-Presidente Executivo e ex-Presidente do Conselho Deliberativo do Chevrolet Clube do Brasil de Carros Antigos
- Sócio-Benemérito do Veteran Car Club do Brasil - Novo Hamburgo
- Sócio-Benemérito do Clube de Automóveis Antigos de Santos - CAAS
- Sócio-Benemérito do Galaxie Clube do Brasil
- Sócio e ex-diretor de patrimônio do Mercedes-Benz Club do Brasil
- Sócio do Alfa Romeo Clube do Brasil
- Sócio do Cadillac & LaSalle Club - USA
- Sócio do Rolls-Royce Owners` Club – USA
- Ex-Vice-Presidente da FBVA nas gestões do Dr. José Aurélio Affonso Filho e do Dr. Henrique Nehrer Thielmann
- Ex-Conselheiro do Veteran Car Brasília

- Paulistano, administrador de empresas com MBA em Comércio Internacional pela OEA/FGV-RJ lecionando por mais de 15 anos em cursos de pós-graduação em Relações Internacionais por diversas universidades latino-americanas.

- Ocupei cargos executivos em empresas de comércio internacional (trading companies) e cargos diplomáticos em organismos internacionais (OEA, ONU e USAID) e no Itamaraty em Brasília. Atualmente exerço atividades profissionais como executivo do mercado de capitais internacionais.

2) Sua chapa já possui todos os nomes dos candidatos à diretoria, que irão lhe auxiliar, caso ganhe as eleições? Caso positivo, poderia nos dizer quem são?
SUGA: Estamos na fase de consulta aos presidentes de clubes para, democraticamente, termos uma escolha conjunta.
É nossa proposta, deixar que os clubes indiquem regionalmente uma lista tríplice de candidatos ao cargo de diretor regional. Dentro desta lista será escolhido pela diretoria nacional o diretor.
O registro da chapa dar-se-á em prazo estabelecido pelo estatuto e que ainda não venceu.
MASSA: Os nomes serão definidos na data limite da apresentação formal da chapa. No momento estamos discutindo com os clubes um plano de ação e de responsabilidade do presidente e diretoria, para a gestão da FBVA, no período 2014/2016.


3) A Federação Brasileira de Veículos Antigos hoje atua basicamente nas seguintes frentes: como representante dos clubes a ela associados perante o DENATRAN e outras entidades oficiais e na assessoria a esses mesmos clubes; na emissão dos Certificados de Originalidade, cujos processos são encaminhados pelos clubes associados para fins de Placa Preta; no acompanhamento dos processos de importação dos “veículos de coleção”; na realização do Campeonato Brasileiro de Regularidade para Veículos Clássicos; na divulgação e participação de eventos realizados por clubes associados, através de apoio, patrocínio e presença de membro(s) da diretoria.
Na sua opinião, que outras atividades a FBVA poderia implementar para ampliar ainda mais seu trabalho frente aos clubes filiados?
MASSA: As atividades citadas representam a base operação da FBVA, e são diversas, exigindo um envolvimento do tempo muito grande. Vamos aprofundar cada vez mais as questões citadas e buscar um comprometimento maior dos diretores regionais.
Como atividade a ser desenvolvida, consideramos que o antigomobilismo brasileiro deve estar mais representado no exterior, através da própria FBVA e de seus clubes filiados, dando prioridade para América do Sul.
SUGA: Além do elencado na pergunta elaborada pelo Portal Maxicar, temos como propostas:
- Estabelecer um processo democrático com maior participação dos presidentes de clubes e seus diretores;
- Dar maior autonomia aos diretores regionais para atender os anseios dos clubes de sua região com reuniões periódicas;
- Disponibilizar assessoria jurídica e contábil para que os clubes possam ter segurança nas suas ações;
- Elaborar uma cartilha objetivando ajuda e apoio na constituição dos clubes e na construção de suas sedes sociais;
- Implantar um ”house organ” para comunicação impressa e eletrônica entre a FBVA e todos os seus filiados, prestando contas trimestralmente de suas atividades e ações conjuntas;
- Reinventar o único Workshop Nacional da FBVA realizado em 2005 em um Congresso Nacional de Antigomobilismo, com a participação de toda a diretoria da FBVA, dos seus clubes federados e de toda a comunidade antigomobilista nacional;
- Continuar as edições do Rally Sulamericano de Veículos Antigos – FBVA com supervisão da FIVA. Este evento com participação de colecionadores latino-americanos não é realizado desde 2003;
- Reeditar os tradicionais concursos de elegância de automóveis antigos com supervisão e participação de juízes da FIVA;
- Participar de forma pró ativa nas atividades e reuniões da Fédération Internationale des Véhicules Anciens (FIVA) para intercâmbio com as experiências dos outros países;
- Buscar, através de um profissional habilitado e contratado pela FBVA, recursos nos Ministérios de Cultura, Esportes, Turismo e Cidades, bem como nas Secretarias Estaduais e Municipais para patrocinar todas as atividades que valorizem o antigomobilismo, nas vertentes estáticas e dinâmicas;
- O mesmo profissional que estará trabalhando no sentido de captar recursos em Brasília, atuará para: 1 – viabilizar benefícios nas importações de peças para carros de coleção; 2 - preservar as conquistas alcançadas na importação de veículos de coleção e Certificado de Originalidade (Placa Preta) junto ao DENATRAN, DECEX e esferas federais; 3 - incursionar perante mencionados órgãos federais para legalização dos veículos modificados (com mais de 30 anos) como veículos de coleção.

4) A FBVA conta atualmente 119 clubes filiados. Número que cresceu bastante nos últimos anos, mas que representa ainda uma pequena parcela dos clubes e associações de veículos antigos do Brasil. Você acha importante ampliar o número de filiados? Caso positivo, que argumentos a FBVA deveria usar para convencer esses clubes independentes a se filiarem?
SUGA: Sim, acho importante que a FBVA represente todas as associações, clubes, confrarias, agremiações e todas as entidades associativas relacionadas ao antigomobilismo.
A segunda parte da sua pergunta tem como resposta, os novos benefícios e serviços gerados pela nossa proposta de gestão que ampliam e qualificam as atividades da FBVA.

MASSA: A filiação é uma decisão isolada de quem pretende participar deste colegiado, não havendo a condição de imposição para o associativismo. Com o aumento e o sucesso das atividades da FBVA, os novos clubes sentem-se motivados a se tornarem federados, e serão muito bem recebidos.

5) A placa preta continua sendo o assunto mais polêmico quando se fala em antigomobilismo. O número de casos de veículos irregulares vêm aumentando muito nos últimos tempos, principalmente em São Paulo, por conta da inspeção veicular. Alguns exemplos, que nós mesmos do Portal Maxicar já publicamos aqui, são realmente escandalosos. Erroneamente, alguns antigomobilistas cobram da FBVA uma providência. Mas o fato é que, como costuma dizer o atual presidente da entidade — Henrique Thiemann — ‘a FBVA não tem poder de polícia’. E isso é realmente é verdade. Os Certificados de Originalidade são emitidos pela FBVA — através de seus clubes filiados — a também por vários clubes independentes que possuem autorização do DENATRAN. Legalmente, os dois tipos de certificados possuem o mesmo peso.
Hoje sabe-se que a maioria das placas pretas irregulares advém de proprietários inescrupulosos que modificam os seus veículos após a vistoria do clube. Agora há noticias também de placas irregulares emitidas sem o certificado, diretamente por despachantes, com a conivência de funcionários dos DETRANS. A lei que instituiu o ‘veículo de coleção’ é muito falha e é quase impossível a qualquer clube ou à própria FBVA cancelar uma placa irregular.
Qual a sua opinião sobre toda essa questão? Como tornar a legislação menos falível, para que o antigomobilista sério e consciente volte a ter orgulho em exibir seu ‘automóvel de coleção'?
MASSA: A autorização para emissão “placa preta” que era exclusiva da FBVA, passou pelo processo de liberalidade para que outros clubes, honestos e nem tanto (leia-se despachantes, desfigurados como clubes), a emitirem o certificado de originalidade. O risco que corremos hoje é de perder essa concessão, que pode ser cassada a qualquer momento. Por isto, precisamos que as pessoas/clubes, que tratem a “placa preta”, com honestidade, transparência e respeito, se unam, independente de seu gosto ou interesse, no sentido de se continuar a pressionar o CONTRAN/DENATRAN, para que a legislação seja modificada/aprimorada.
SUGA: A atual diretoria da FBVA tem razão quando afirma não ter poder de polícia e nunca teremos. O que pode e será feito na minha gestão, por intermédio dos diretores regionais, é realizar uma fiscalização mais rigorosa e usar o poder de denúncia formal junto aos órgãos competentes da sua região, inclusive acompanhando o processo até o final.
Os clubes terão todo nosso apoio e serão orientados a denunciar as irregularidades de placa preta junto ao seu diretor regional, que deverá trabalhar de forma pró-ativa encaminhando ofícios aos órgãos Estaduais e Municipais.
Os veículos antigos modificados com mais de 30 anos precisarão de um estudo entre os experts do assunto para que se crie uma regulamentação específica. Na minha gestão, a FBVA assumirá a supervisão e encaminhamento de proposta junto ao Denatran e uma vez definido sua própria resolução, acredito que minimizará as irregularidades de placas pretas existentes.

6) Alguns colecionadores têm optado por importar automóveis antigos, baseados na Portaria 370 do Ministério dos Transportes, que permite a importação de veículos com mais de 30 anos, para fins de coleção. No entanto, a reclamação geral é a respeito da altíssima carga tributária, que somada a custos alfandegários e de transporte, muitas vezes chegam a triplicar o valor final do veículo, inviabilizando a operação. Você acredita que a FBVA teria algum argumento para persuadir os órgãos oficiais, no sentido de reduzir ao menos um pouco essa carga tributária?
SUGA: Como coloquei em respostas anteriores, a nossa proposta é ter um profissional em Brasília que possa sensibilizar as autoridades no fomento e na preservação da memória automobilística, facilitando também a vinda de modelos de veículos não conhecidos pelos brasileiros contribuindo assim, com a divulgação da cultura antigomobilista.

MASSA: Inicialmente, permita-me, uma pequena correção: a portaria 370 é do antigo MICT (Ministério da Indústria, Comércio e Turismo) de 29/11/94.
Quanto á carga tributária aplicada aos automóveis antigos, ela representa a realidade da política tributária do país. Na verdade, o custo médio para a importação representa algo, em torno de 120% do valor em Dólar declarado na importação, valor este de inteira responsabilidade do importador. Na verdade, o automóvel antigo importado conforme a legislação atual não concorre diretamente com a indústria automobilística brasileira.
Por outro lado, a receita gerada pelos impostos cobrados neste caso, é percentualmente mínima, comparada com a receita total gerada por todos os automóveis importados. Há que se confirmar que do início do processo para cá, o IPI que era cobrado, hoje já se consegue trazer o veículo antigo, sem este imposto, na medida que, ele não se aplica à pessoas físicas, que são os entes autorizados a importação citada. Recentemente, o segmento foi penalizado com a proibição de se trazer caminhões, ônibus, furgões e correlatos, com a permissão exclusiva para carros e motos, pelo menos é o que consta da legislação.
Novamente cito que, do mesmo jeito que o certificado de originalidade, a importação é uma concessão, que se for revogada, trará prejuízos enormes, para aqueles que tratam o antigomobilismo como uma forte condição de preservação da história.
Finalmente, devemos considerar que, como resultado dos nossos esforços , algum tratamento especifico na legislação atual deve ser feito para tornar a importação dos nossos clássicos menos penalizada por impostos e restrições.

7) De um modo geral, como você vê o trabalho dos Diretores Regionais da FBVA? Você acha que a implantação desse modelo fortaleceu a relação da entidade com seus clubes filiados, sobretudo aqueles mais distantes do eixo Sudeste-Sul?
MASSA: A estrutura administrativa da FBVA apoia-se nas diretorias regionais que são de fundamental importância. As distancias entre estados e cidades neste país são enormes e a melhor forma da FBVA estar representada nesta grande extensão territorial é escolhendo entre os colecionadores os melhores lideres que possam aglutinar os clubes e eventos na região onde atuam.
Na região centro sul com grande número de clubes filiados e a maior busca de realização de eventos, os diretores regionais serão cada vez mais solicitados a atuar como coordenadores e viabilizadores destes eventos. Fora da região centro sul hoje a concentração de clubes associados é menor, as distancias maiores, o papel dos diretores regionais é ainda mais relevante no auxilio a programação de eventos que reúnam vários clubes.
SUGA: Sim, desde a implantação deste modelo na gestão do ex-Presidente José Aurélio Affonso Filho existe um fortalecimento, mas nestes últimos 5 anos faltaram reuniões periódicas de trabalho de toda a diretoria da FBVA para análise das demandas de cada uma das regiões de atuação dos diretores regionais. Destas demandas identificadas pelos diretores regionais em reuniões também periódicas junto aos clubes federados, é preciso priorizar as ações e dar mais autonomia a estes diretores em suas atividades. O entrosamento destes diretores com os clubes sob suas jurisdições somente acontece em um processo democrático de escolha, que em nossa proposta, será implementada através da lista tríplice.

8) O número de encontros de autos antigos vem crescendo bastante a cada ano no Brasil. A atual diretoria da FBVA defende a ideia de que os clubes deveriam optar pela realização de eventos regionais, reunindo em um só evento os clubes de cidades mais próximas. Os argumentos são que desta forma os antigomobilistas têm melhores condições de organizar sua participação e que são maiores as chances das entidades organizadoras conseguirem patrocínios. Você compartilha dessa idéia? Acredita que seja possível manter o crescimento do movimento antigomobilista limitando o número de eventos?
SUGA: Essa decisão deve ficar a cargo dos presidentes de clubes e a situação regional de cada um. Isso, em um processo democrático deriva de uma consulta a todos os interessados, sendo que a resolução da diretoria na minha gestão será baseada nestas informações. A consulta será coordenada pelos diretores regionais que, em nossa proposta, serão indicados pelos clubes.
MASSA: Na verdade não se busca limitação na realização de eventos, mas uma união entre vários clubes, para que se consigam eventos regionais, cada vez mais fortes. O encontro, que cada clube quer realizar, constaria de modelos mais simples, como de um dia e não final de semana. A união e congraçamento entre os sócios dos clubes é saudável e necessário.
Portanto não é acabando com os encontros menores, que vái se conseguir eventos regionais maiores. O que precisa ser feito é uma união para o fortalecimento.

9) Além de tudo o que foi tratado nas questões anteriores, que propostas você teria para sua gestão frente à FBVA, caso seja eleito?
MASSA: Na minha opinião, o candidato deve se apresentar sempre com um programa de ação previsto para sua eventual próxima gestão, construído de acordo com os clubes que o apóiam.
Este programa pode e deve sempre ser revisto e atualizado ao longo da nova gestão, de forma a se adaptar as intenções e desejos dos clubes associados. Na divulgação da mensagem pela internet, “Conheça Sergio Massa”, estão mostrados os oito programas prioritários a serem desenvolvidos, caso seja eleito.
SUGA: Complementando o que já colocamos em respostas anteriores, na nossa gestão pretendemos:
- dar maior representatividade aos clubes;
- apresentar projetos para se manter e valorizar o hobby do carro antigo;
- fazer da FBVA uma entidade mais participativa;
- estimular mais eventos regionais;
- maior divulgação dos eventos;
- dar mais atenção aos clubes membros e defender seus interesses;
- promover a união entre os clubes.

10) Nesta última questão deixamos você à vontade para suas considerações finais aos antigomobilistas que prestigiam o Portal Maxicar com suas visitas. Aproveitamos a oportunidade para publicamente agradecer a sua participação nessa espécie de ‘debate virtual’, em prol da democracia no que se refere ao antigomobilismo brasileiro.
SUGA: O meu convívio com os amigos do antigomobilismo por mais de 30 anos permitiu ampliar os relacionamentos de fraternidade e companheirismo além das fronteiras brasileiras.
Neste momento, lembro do nosso Amigo Ervin Moretti do Fusca Clube do Brasil que criou a palavra AMIGOMOBILISTA que resume a motivação de freqüentar intensamente este meio do carro antigo.
E entendo que para organizar e atender os anseios da nossa comunidade de uma forma justa e perfeita, a FBVA tem que ser uma instituição nacional que represente os interesses dos antigomobilistas na sua plenitude.
Para que isso possa ocorrer, a implantação de uma gestão democrática é fundamental para atingir esse objetivo.
Em nenhum processo democrático a continuidade de comando e de poder é bem vista.
Para terminar minha participação neste debate democrático, parafraseio Eça de Queiroz:
“Os comandantes do poder e as fraldas devem ser mudados freqüentemente e pela mesma razão”.
Aos Amigos da Maxicar, o meu MUITO OBRIGADO pela oportunidade desta participação!

MASSA: O antigomobilismo brasileiro apresenta um crescimento que tem se acelerado nos últimos anos com o aumento das importações de veículos produzidos no exterior com mais de trinta anos, favorecidos por uma valorização do Real, que perdurou por vários anos, mas que agora procura um patamar menos atraente.
Outro fator que fez crescer o hobby do antigomobilismo foi o maior interesse pelos carros históricos de fabricação nacional, que passaram a ser reformados para atender os padrões originais e ganharam valor por este motivo. Como consequência, a quantidade de antigomobilistas e clubes de aficionados vem crescendo rapidamente em todo o Brasil, com a tendência, como no exterior, dos clubes se especializarem em marcas e modelos.
Todo este quadro, já descrito anteriormente faz aumentar, na próxima gestão as responsabilidades da FBVA, para as quais nos sentimos plenamente preparados.

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