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Coluna 2012 16.maio.2012
De BMW Grand Coupé na Itália
A Sicília, ilha distante em 3 km à Itália, tem capital em Palermo, virada para a Europa, imprensada entre o Mar Tirreno e cadeia de montanhas. A Sudoeste, na costa para o mundo, a pequena Agrigento, próxima à famosa Corleone, pode ser atingida por auto estrada, duas pistas, 94 km em asfalto liso, sem emendas, buracos, depressões, bem sinalizada, defensas e guard-rails, clara em informações e sinalização. Não é pedagiada, como se crê no Brasil única condição para estradas boas, porém isto existe, em respeito ao contribuinte devolvendo o produto de seus impostos, e Justiça punindo a empreiteira que superfatura, entrega de menos, e o funcionário público venal, recebendo produto inferior ao contratado, parcelas na conta de nosso subdesenvolvimento.
Há outra estrada, sem as retas longas, as curvas de amplo raio. 50 km mais comprida, entrega emoções como encontro de muitos caminhos abertos desde 600 A.C. pelos cascos das montarias de africanos, cartagineses, godos, alemães, romanos, franceses,... agora unidos com alguma engenharia.
Mão dupla, sem acostamento, apenas recuos, idêntica pavimentação, curvas de variados ângulos, algumas reversas, retas de diferentes extensões, 148 km ilustrados por plantações dos típicos tomates doces, azeitonas em nodosas oliveiras floridas, flores, moirões em vergalhão de ferro cercam as pequenas propriedades arranhando pedregosas bases das montanhas, amanhando a terra para torná-la produtiva. Colorem a alma e lembra, vida e economia não são feitas de juros e aplicações financeiras, mas pelos trabalhos de produzir o tomate, o azeite, as flores, e transportá-los até sua mesa.
Velocidade de 130 km/h – no Brasil, apenas em dupla via concede-se nunca explicada e limitada 110 km/h. No cruzar múltiplas pequenas cidades, 60 km/h, sem quebra-molas, lombadas, intervenções causadoras de desgastes, aumento de consumo e emissões – e, na prática declaração pública da incompetência da autoridade sobre a via. Casas em arquitetura original, algumas com mais idade que o Brasil e, surpresa, ver em oficinas ou trabalhando, alguns Lamborghinis – não dos que você imagina, mas o pequeno trator diesel Carioca, origem da valentia de Ferruccio no fazer carros para peitar outro cabeça dura da Emilia Romana, o Enzo Ferrari.
Rica e variada estrada sugerida pela BMW a jornalistas de todo o mundo no testar as virtudes do novo BMW 640i Grand Coupé. Do Brasil, quatro. Troquei o fim de semana e a oportunidade de divagar montando Haua – Vento em árabe -, minha mula-de-patrão. Explico: alta, quase 7 palmos até a cernelha, inteligente, vivaz, o mais sabido, rápido e confortável na turma dos cavalos, éguas, burros, jumentos. Destes, da raça Pega, cruza com égua Manga Larga Marchador, soma inteligência, bons modos, disposição, andar confortável – rápido, como anuncia seu nome. O sufixo -de-Patrão, dá o tom: superior, distinto, não entra na lida no campo, montaria exclusiva do pagador das contas.
Assim, botei sentido para o trato com os 320 neo-equinos do novo BMW 640i.
Quer saber ? Uma tremenda barata.
Carro-do-patrão
Primeira, segunda, terceira ..., ..., oitava. O seis cilindros em linha não reclama, fornecendo torque e potência que há poucos anos seriam referência mentirosa, de 2.979 cm3 de cilindrada, saem 320 hp hígidos, longevos, e 450 Nm de torque, a respectivas 5.800/6.000 e 1300/4500 rpm. A mágica dos números e a larga faixa de produção está no pacote completo em tecnologia para atender leis de consumo, emissões, colocar o comprador como amigo do meio ambiente.
O abundante torque em baixa rotação, responsável pela viril aceleração, vem da soma de gestão eletrônica, duplo comando, 24 válvulas no sistemaValve Tronic – regulando a admissão de ar, substituindo a borboleta no corpo de injeção – comandos variáveis, turbo com dois rotores, um para baixas-médias, outro daí até as altas rotações, e injeção de combustível direta na cabeça dos pistões. É hoje o pico do pacote de tecnologia economicamente disponível, em crescente adoção, iniciando maciçamente pelos alemães. Permite troca marchas em baixas rotações pela transmissão automática – ou à vontade do motorista, até 6.000 rpm. Se arrancar assim ficará surpreso com 1750 kg, distribuídos por 5,007 m de automóvel, acelerar de 0 a 100 km/h em 5,4 s.! Velocidade final cortada a 250 km/h.
Impôs vontades, as coisas acontecem, o vigoroso e uno vrumm do motor se manifesta auditivamente. Frequente e sequente, reta permitindo estamina, sinalização de curva à frente traçada por algum burro enjoado há muitos séculos. A alavanquinha sob o lado esquerdo do volante com 38 cm de diâmetro, é acionada junto com o freio. A redução, digamos de 8ª. para 4ª., a cada puxada faz o motor acelerar sozinho, como casando hipotéticas engrenagens. Quatro discos de freio, ABS e gestão eletrônica, seguram o automóvel, e o ruído do motor chamado às rotações pelas marchas reduzindo a transmissão, avisam haver alguém muito hábil ao volante do Grand Coupé. Direção precisa, elétrica, suspensão independente nas 4 rodas, com peças em alumínio, fazem-no acatar o condutor. É bom para acelerar, para fazer curvas, reduzir, e tem utilidades como o volante passando leve tremor se você sair da faixa sem dar sinal – interpretado como distração, sono, e chama sua atenção.
O meio ambiente para a condução é agradável, elegante, painel envolvente unido ao console. Embora choque as atuais preferências nacionais pelo preto, é couro havana, costuras duplas em largos pontos brancos, bancos em creme claro e faixas em havana – os de boa memória lembrar-se-ão do refinamento atrevido dos Simca Présidence e Rallye. Eles embutem almofadas de ar nas laterais, e regulagens elétricas nos frontais. Alcantara – novo nome para camurça fina - reveste o teto. Para abstração, som Bang e Olufsen, cortina elétrica para o vidro traseiro, opção aos laterais, central de informação e GPS, ar condicionado eletrônico, duas zonas para todos.
Então,
Estilo marcante, de bom senso amenizando planos e cortes das propostas de Chris Bangle, o designer norte- americano que sacudiu a BMW há alguns anos. A frente é desnecessariamente avançada por razões estéticas, para parecer maior e mais agressivo, combinando com as linhas fluídas. Atrás, porta-malas profundo, tampa curta planta a desejada dúvida entre sedã e cupê. Grand Coupé é pretensão de estilo e mercado, sugerir esportivo com quatro portas.
Dos 5,007m de comprimento, 2,968 m deles entre-eixos, 1,894 m de largura e 1,392 m de altura dão conforto de rolagem e interno. No console, abaixo da alavanca das marchas, botão altera a condução entre Conforto e Esporte ao endurecer amortecedores e ampliar a faixa de rotações do motor para a mudança das marchas. Conforto atende às demandas. Esporte é jogo duro.
Tal conteúdo instigante, extremamente bem acertado, é definidor: não se destina a usuário de motorista, mas aos que gostam de dirigir e apreciam boa engenharia e suas reações para condução. É Carro-de-Patrão.
Em venda mundial, entre versões A6 e A8 Audi; E e S Mercedes. Em casa, entre as Série 5 e 7. O pacote de opções de cada versão, pode fazer o 640i custar menos que um Série 5 equipado, ou superar um Série 7 mais simples.
No último trimestre, o 650i, V8, 4.395 cm3, dois turbos presos no V a 90 graus, fazendo 450 hp e 650 Nm em torque. 0 a 100 km/h em 4,4s. Aí, arranhará outro sedã, o Porsche Panamera. Belicosos, os alemães começam as brigas em casa.
Aqui
Vendas ao final do ano. Preços indefinidos por falta de clareza ou estabilidade do Governo quanto à aplicação do recente adicional de 30 pontos percentuais sobre veículos importados. Valerá o conceito: entre os Audi A6 e A8 e Mercedes Classes E e S. BMs 5 e 7.
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BMW 640i, Grand Coupé. Confortável, acertado, Carro-de-Patrão
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Audi A4. Muda muito, mas não parece
É o cavalo-de-batalha da Audi, de maiores lucros da marca e avaliza devaneios nos modelos maiores e riscos nos menores – como o mal sucedido A2, sem matar a coragem para fazer o A1.
Em 40 anos, desde o A80, superou vender 10 milhões de unidades, e comunizar peças com equivalentes Volkswagen traçou o caminho de marketing e engenharia – ser a referência tecnológica superior à VW.
Mudou pouco externamente, faróis, grupo óptico posterior, aprimoramento mecânico, confortos, segurança, e resultados em condução esportiva.
Configuração mecânica com motor transversal, quatro cilindros, turbo compressor e injeção direta. Na versão Ambiente 180 cv de 4.000 a 6.000 rpm e 320 Nm de torque das 1.500 às 3.900 rpm, transmissão com polias variáveis, dita Multitronic, com oito velocidades referenciadas. Versão Ambition, mais 31 cv, caixa mecânica com duas embreagens, sete velocidades, chamada S-Tronic.
S indica tração total. Suspensão independente, Multilink com cinco braços na dianteira, trapezoidal na traseira.
A atualização deu ao interior volante mesclando couro e alumínio, e na área de eletrônica, centro de divertimento, GPS e comando por voz. A direção tem assistência elétrica, solução nestes dias em que os automóveis são desenhados pelos burocratas redatores das normas de emissões e consumo de combustível. Pacote comuns a estrangeiros deste porte: bancos frontais com ajuste e memória, piloto automático, sensores de luz e chuva, teto solar, freio de estacionamento por botão eletro-mecânico, pacote de som e interfaces com o exterior. R$ 149.700.
Quando se vê carro que ao mundo é para classe média mas no Brasil para quase ricos ou milionários, é de se pensar sobre a eficiência da legislação de impostos em nosso país. E, em que pese a omissão e a trapalhada dos importadores no trato com o assunto, há dúvida sem explicação: pagar mais que o dobro em relação aos outros mercados não é poupar os nacionais da concorrência, tornando-os apenas caras neo-carroças ?
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Audi A4, poucas mudanças, atualização
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Shelby. Foi-se o homem, fica o mito
Quase 90, foi-se Carrol Shelby, o vitorioso norte-americano há décadas proibido de continuar correndo de automóveis por sua saúde delicada. Orgulhosamente texano por seu chapéu de vaqueiro, ganhou muitas corridas, ficou doente, enfartou, sofreu transplantes de coração e rim, mas no que se meteu deu certo. Era o vitorioso que ante as dificuldades se re-inventava.
O nome Cobra logo o associa. É fato. Para ganhar corridas tomou um inexpressivo AC, esportivo inglês, e enfiou-lhe um motor Ford V8 de 289 si. Deu certo e o automóvel evoluiu, ganhou muitas corridas, virou ícone dos mais copiados em todo o mundo. Não perdeu o fio, iniciou re-fabricá-lo. Hoje os originais são clássicos pós-guerra e quanto os novos tem elevados preços.
Quando a Ford resolveu derrotar a Ferrari, chamou-o para ajudar no como fazer. Fosse por reconhecida competência, ou por antiga abrasão com Enzo Ferrari – quis contratá-lo como piloto, porém sem salário – Shelby foi e auxiliou a criar o GT 40, derrotando a Ferrari três vezes seguidas nas 24 Horas de Le Mans. Para refaze-lo em 2002, chamou-o como consultor.
Criou o mítico Mustang GT 350; o Mustang Shelby, - desprezou o logo do cavalinho correndo, substituiu-o por ofídio pronto a dar o bote, dando-lhe nome latino; fez consultoria à Chrysler na construção do Viper – víbora, outra cobra; voltou à Ford.
Bem sucedido, amigo dos amigos, sem deslumbramento, mantinha uma fundação para auxiliar crianças sem saúde a tentar o que fez: vencer a morte por décadas, indo-se em idade superior aos saudáveis que não precisaram lutar.
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Shelby, exemplo
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Roda-a-Roda
Fim – A De Tomaso, pequena fabricante criada pelo polêmico e criativo argentino Alejandro De Tomaso, em nova crise. Hoje de Gian Mario Rossingnolo, ex-presidente da Lancia, assumiu a marca; uma fábrica Pininfarina; 1.500 funcionários da Delphi italiana; criou o medíocre Deauville, e saiu buscando grupos de investidores, incluindo os sempre lembrados chineses.
Próximo – Nada aconteceu, o equivalente do BNDES italiano não compareceu, a empresa tem passivos a liquidar, empregados a demitir.
Alemão – Após início argentino, balão de ensaio para entrada na seara dos picapes, a Volkswagen dividiu produção do Amarok com a fábrica de Hannover – onde faz linha comercial e pinta o Porsche Panamera. De lá, 40 mil unidades/ano para Europa e África, cortando o barato da Argentina, restrita ao mercado latino americano.
Bravo – À venda, a modelia 2013 marca evolução, mais equipamentos e inteligência no câmbio Dualogic. Manobras sem acelerar; decisão de não mudar para marcha maior se perceber hesitação do motorista; mudanças cada vez mais suaves. Sem repasse da evolução: Essence 1.8 16V a R$ 57.150; com Dualogic 1.8 16V + R$ 2.640; Absolute Dualogic a R$ 66.830 e T-Jet, turbo e câmbio mecânico 6 velocidades R$ 71.950.
Quebra-cabeças – Não é quebra-molas, lombada, mas ondulação transversal o calombo que a administração municipal, estadual ou federal planta nas ruas e estradas. Pretendem controlar a velocidade, mas apenas causam redução de média horária, aumentam consumo e poluição, danificam veículos.
Solução - Anti engenharia, são legalmente o último meio para resolver problemas de trânsito e devem ter acompanhamento de, no mínimo, um ano para saber dos resultados. Você conhece algum estudo de engenharia para implantá-las ou mante-las ? Se ilegais, que tal denunciar o Diretor do Detran ao Ministério Público ?
Solução – Queda de vendas pelo maior rigor bancário no fazer financiamentos levou a indústria automobilística pedir solução ao Governo. Sairá quando a redução no recolhimento do IPI minguar a entrada de recursos, e ameaçarem demitir metalúrgicos em São Bernardo do Campo, SP. Nas medidas, o usual é reduzir impostos. Ou, no caso, Banco do Brasil e Caixa Econômica assumir financiamentos, tipo Meu carro, Meu sonho ...
Mercado – Queda de vendas fez a Peugeot reagir: os 207 com entrada de 50% e prestações de R$ 499; com 55% de sinal e R$ 499 para o 207 três portas; Sedan e SW a R$ 36.990. No 408, câmbio automático de 4 velocidades sem aumento de preço, com a versão intermediária Feline a R$ 59.990.
Medida - Valem para maio e, medida de importância, a campanha de publicidade foi aprovada pessoalmente pelo presidente Fréderic Drouin.
Resposta – Se a Peugeot perdeu vendas e reduziu juros, a Renault vendeu mais e, para não baixar o embalo, zerou-os para Duster, Fluence, Logan, Sandero, Megane Grand Tour e Symbol. Clio, Kangoo e Master, de fora.
Um comentário:
"Solução – Queda de vendas pelo maior rigor bancário no fazer financiamentos levou a indústria automobilística pedir solução ao Governo. Sairá quando a redução no recolhimento do IPI minguar a entrada de recursos, e ameaçarem demitir metalúrgicos em São Bernardo do Campo, SP. Nas medidas, o usual é reduzir impostos."
Analise pra lá de equivocada,durante a crise de 2008 o governo baixou o IPI e a "industria" aumentou os preços para reporem margens de lucro,os bancos querem que os consumidores se fodam com seus juros de acharque,o mercado parece estar abastecido ,mas escrever que a industria poderia baixar os preços ao consumidor final....Hã! é mais fácil jogar os leitores contra o governo, do que reconhecer esforços que esse vem fazendo pra fazer desse país um lugar mais decente e ser convidado, com as despesas pagas,para testar e conhecer novos produtos da "industria".
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