quinta-feira, 1 de março de 2012

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER




 edita@rnasser.com.br             Fax: 55.61.3225.5511 Coluna 0912  29.fev.2012



Começar de novo. Os Jeep Wrangler e Compass
Diga aí: quais são os Chrysler mais vendidos ?
Errou. Nada de 300, de Town and Country, picape RAM. Os Chrysler que mais venderam, sustentando a marca logo após o limbo entre a quebra e o controle pela Fiat foram os Jeeps. Razões misteriosas, talvez a clientela identificasse sua valentia, a capacidade de superar dificuldades com a possibilidade de resistir á queda que a transformou em estatal.
A mudança de regras e comandos, os projetos para o futuro mesclando componentes Fiat com Chrysler, tiveram reflexo no Brasil com interrupção nas importações, recém- iniciadas com o Grand Cherokee, um Mercedes ML com novo motor; o Dodge Journey. Agora, reforço dos Jeeps Wrangler e Compass.
Jeep           
O Wrangler é conceito de pétrea silhueta. Muda-se aqui, ali, mas o perfil e a imagem da grade com faróis circulares e sete cortes verticais, ninguém tasca. Mantém a honesta proposta de ser um carro de ir – mesmo sendo no limite do conforto, embora nada tenha a ver com as lembranças sensoriais de quem andou de Jeep Willys, cruza de cabrito com burro bravo.
O novo Wrangler passou com aclimatação em 2011, ganhou painel revestido, mas mantém a dignidade de parafusos expostos – embora escondidos – para fixar plaqueta que relembra 71 anos de história.
Mantém coisas viris como chassi por longarinas, eixos rígidos, engate da tração nas 4 rodas e marcha reduzida por alavanca – nada destes botõezinhos boiolo-femininos, complicados, cercado de uma turma de aderentes – e que falham.
Novidade maior é o novo motor PentaStar. Integra o projeto de salvamento da marca, moderno, seis cilindros em V, tudo em alumínio, 3.600 cm³, 24 válvulas em comandos roletados, 284 cv, 34,5 kgmf de torque, ancorado em caixa de câmbio automática, 5 marchas. Para ser utilizado em desafios, vem preparado. Desde a gaiola de proteção à possibilidade de passar por até 50 cm de profundidade. É caro: 2 portas, R$ 129.900; 4 portas, R$ 159.900. A pretensão da Chrysler é vendê-lo como produto de nicho, 300 unidades em 2112.

Compass
O nome parece trocadilho em inglês ao significar bússola. Talvez busque o Norte para a rentável divisão, degrau inicial da escalada de versões cheias de aptidões.
O Compass pode ser um retorno histórico à mãe Jeep Station Wagon, primeira derivação do Jeep, em 1949. Não era para arrancar toco nem para vadear rio sem ponte, mas o carro da mulher dos muito combatentes da 2ª. Guerra Mundial, os caras que viam no Jeep um confiável membro da família.
Mesma configuração, cara amigável, interior ameno e adequado, e suspensão independente. Claro, a similaridade com a Rural, criadora do segmento dos utilitários esportivos, é mercadológica. O Compass utiliza carroceria monobloco, suspensão dianteira independente por sistema McPherson, e traseira por bem-articulado sistema com quatro braços. Na prática, estável e confortável, capaz de absorver irregularidades do piso sem repassá-las aos passageiros.
Neste item passou por adequação nacional, com troca de amortecedores e ajustes para dar melhor estabilidade, torná-lo mais firme, ao gosto dos usuários brasileiros. Transmissão de primeira linha, Jatco continuamente variável, com posição meramente localizadora de 6 marchas. Tração dianteira.
Motor, nada a ver com tempos idos. Atual, em alumínio, 4 cilindros e 2.0, 16V, duas árvores contra-rotantes, 156 cv de potência e 19,4 kgfm de torque.
É o CRV, o RAV-4, ix35, o Sportage, com tração apenas dianteira, da Jeep. Para vender deve invocar a Teoria de Tabacow – fez o primeiro, faz o melhor.
Preços de primeira: R$ 99.900 + frete. A Jeep se acha bem na foto e quer entregar entre 2.500 e 3.000 unidades neste ano.
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Jeep Compass, tração simples com história

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Na festa da velocidade, carros de corrida e a racionalidade esquecida
Artista plástico identificado com a velocidade e as corridas de automóveis, o paulistano Paulo Soláriz organiza o 3º. Velocult, – Semana Cultural da Velocidade – exposição de veículos de competição ilustrando décadas de evolução de nossos pilotos e corridas. Altar da competência automobilística brasileira, mescla veículos, arte e o mundo de artigos neste entorno. À abertura Paulo reuniu em auditório do Conjunto Nacional, em São Paulo, a essência e os periféricos da fantástica performance esportiva brasileira, capaz de conquistar oito campeonatos mundiais de Fórmula 1, e colocar o país como referência neste assunto. Pilotos em larga quantidade, de Emílio Zambello, sempre identificado com os Alfa Romeo que representou no país, sólido aos 84 anos; ao bicampeão Emerson Fittipaldi, 65, e amplo recheio de gente do setor, pilotos, organizadores, jornalistas, antigos mecânicos, designers, construtores, sortida listagem incapaz de ser reproduzida, e muita gente nova no pedaço, com décadas de diferença destes atrevidos senhores que, por invisível linha, costuraram a base do nosso sucesso internacional em corridas.
Automóveis expostos, curiosos, coisas esquisitas aos olhos dos que hoje os vêem como despersonalizado, quase iguais, descartáveis artefatos para levar pessoas de um lugar a outro. Difícil a elas entender o inglês Allard, construção em treliça – pequenas barrinhas de metal – de ferrinhos ingleses ancorando motores norte-americanos de Ford com preparação Edelbrock ou Cadillac, hoje preservados pela visão sagaz do desaparecido colecionador Flávio Marx. Ou o, a Mickey Mouse, Belcar da Vemag, encurtado, rebaixado, aliviado, formas hoje insólitas, difíceis de serem vistas ou descritas como um carro de corrida pela geração atual. Entretanto, com pequeno motor 1.0 produzia em torno de 100 cv, capazes de levar o carrinho recortado e aliviado próximo a 200 km/h à freada da antiga Curva 3 de Interlagos, sob o comando de Bird Clemente, Anísio Campos, Chiquinho Lameirão, resultado da maestria de Jorge Lettry, lembrado com saudade, e serviço de Miguel Crispim, todos presentes. Idem, a icônica Berlineta 22 da Equipe Willys, automóvel-símbolo do time de melhor estrutura no país, único no mundo a ganhar corridas de velocidade com este carrinho submotorizado – 1.000 cm³ e efêmeros 70 cv criado para ralis europeus. Símbolo da visão de William Max Pearce, então presidente da Willys-Overland do Brasil, competência de Luiz Antônio Greco, grande articulador da equipe, e pilotos como José Carlos Pace, Luiz Pereira Bueno, todos saudade, e Wilson Fittipaldi Jr, Lian Duarte, Geraldo Meirelles, citados e presentes Bird, Anísio e Lameirão.
Insólita, atrativa, retrato das corridas brasileiras nos anos ´50 e ´60, a carretera 18 do paulistano do bairro do Canindé Camillo Christófaro. Cupê americano recortado, rebaixado, aliviado em peso, tracionado por motor de Chevrolet Corvette, a quem creditavam 400 cv, eixo traseiro de Dion de Ferrari, muita emoção, auxílio e torcida de amigos. Pouco conhecida fora de Interlagos, é atração maior aos de pouca idade e as não-paulistas. Há mais, monopostos das primeiras fórmulas nacionais, Ford e Vê.
Saudade atual é o Aruanda, criado há quase 50 anos pelo então jovem designer e hoje professor doutor Ari Antônio da Rocha. Urbano, pequeno (2,40 x 1,70 x 1,40 m), para motor de motocicleta, ou dois elétricos, forma de cunha, para-brisa panorâmico, anel de proteção, painel acolchoado, três passageiros e carga, ganhou o Prêmio Lúcio Costa no Salão do Automóvel de 1964. Impressionou os italianos, a Carrozzerie Fissore o construiu e o protótipo, exibido no Salão de Turim de 1965, ganhou prêmio mundial como proposta mais inovadora.
Tinha tudo para ser solução de mobilidade para o Brasil, mas a falta de interesse do governo – que poderia te-lo feito com facilidade em sua então Fábrica Nacional de Motores – não o viabilizou, e suas características antecipando o futuro – monovolume, forma de cunha, solução atual – reduzindo a resistência aerodinâmica, consumo, emissões – inovava à época. Mas o governo revolucionário estava mais preocupado em criar facilidades para as grandes fabricantes do que dar atenção a produto e criação nacionais.
Sem multiplicá-lo, em 1973 Ari defendeu na primeira tese de Doutorado em Design, a limitação de acesso aos veículos nos centros urbanos e a criação de bolsões de estacionamento para os carros particulares, onde alugaria os pequenos Aruanda com motores elétricos. A fórmula tem sido aplicada na última década, mas não foi adotada como política pública, e o Aruanda desapareceu numa enchente paulistana. Ressurgiu, 30 anos depois, comprado em Itatinga, SP, por Osvaldo Petroni Jr. Pesquisou, descobriu ter em mãos o único nacional premiado internacionalmente, localizou o professor Ari e, generoso, presenteou o que dele restava.
O restaurador Ricardo Oppi reergueu-o e o Aruanda é para ser reverenciado na mostra, exemplo, assim como o automobilismo brasileiro, da insensibilidade e da falta de planejamento e visão dos governos.
Estás em São Paulo? Passarás por lá até 17 de março? Não perca. É aula e ocasião de reverência a tanta gente conhecida ou anônima, participantes da conquista do imbatível título na Fórmula 1 em 1972 por Emerson, apenas 15 anos após o Brasil ter feito seu primeiro veículo – um Jeep.
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Aruanda: se o governo tivesse planos, projetos e acreditasse mais na competência nacional, nosso lugar seria outro

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Novidades e conceitos em Genebra
Salão de Genebra, Suiça, tenta equilibrar o frio dos Alpes com calor de tendências. Neste ano, aberto a público entre 8 e 18 deste mês, aguarda 700 mil visitantes. (É curiosidade, número idêntico à barreira insuperada pelo Salão do Automóvel no Brasil, absolutamente desproporcional entre frota, população, vendas e clima).
A Volkswagen apresentará, orgulhosamente, algumas intervenções da Italdesign, empresa adquirida à família Giugiaro, especialmente versões sobre o UP! Seu novo produto mundial, incluindo versões, como sedã e versões ecológicas.
Da coreana Kia, primeiro sedã da empresa a utilizar chassis, motor dianteiro e tração traseira, focado para o mercado dos EUA a clientela diversa como frotas e serviços públicos, onde esta técnica resiste melhor.

Os fabricantes
A PSA, holding de Peugeot e Citroën terá presença densa. A controladora Peugeot foca na apresentação mundial do 208, tratado como ícone, em área separada dos outros produtos, incluindo híbridos diesel e 408 modificado . Citroën fará graça com o Racing Concept, junção de soluções que podem, separadamente ser agregadas a carros de série, como o motor BMW 1.6 turbo com potência elevada a 265 cv – o de série produz 165 cv; bitolas aumentadas, pintura texturizada, retendo a luz de maneira diferente.
Ford tateia para saber se linhas futuristas e tecnologias aplicadas no protótipo Tourneo Custom agradarão compradores da linha Transit, a mais vendida no segmento. Implementou sua característica diferenciativa, a rolagem mais próxima de automóvel que de caminhão. O motor diesel Duratorq TDCi 2.2 gera 100, 125 ou 155 cv, uma das motorizações do chegante novo Ranger.
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Roda-a-Roda
Inglês – Local, Coventry, onde foi a fábrica da Jaguar. Modelo, inspirado no XK E, ícone de linhas e performance. Marca, Lyonheart, trocadilho gráfico com coração de leão e com o sobrenome Lions, do criador da Jaguar. Projeto suíço, materiais nobres como fibra de carbono, chassi em alumínio, e contraponto de peças artesanais. Motor Ford 5.0 com compressor, faz 550 cv e 70 kgfm de torque, 0 a 100 km/h em 4s, final cortada a 300 km/h. 495 mil euros + impostos. A fim da exclusividade?
 http://www.lyonheart.com
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Lyonheart, inglês, quase 500.000 euros
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Seis por meia dúzia – A GM comprou 7% das ações da holding PSA, união de Peugeot e Citroën. Razão principal, prever gastar US$ 2B na Opel em pesquisa e desenvolvimento. Ambas tiveram prejuízos assemelhados em 2011: € 500M.
Falta explicar – A idéia, especulam analistas europeus, é absorver tecnologia PSA para produtos e componentes Opel. Ações da PSA subiram 0,5% com a notícia. Da GM caíram 4,4%. Interpretação sem base econômica, mas gato escaldado tem medo de água fria. E, sem trocadilho, depois da fria que a GM se meteu em 2008, quase quebrando, apequenando-se, qualquer novidade arrepia o mercado.
Campanha – Mitt Rommey, filho de George, que juntou as marcas Nash e Hudson criando a American Motors, e o caminho dos carros de menor consumo nos EUA, candidato a indicação contra Barack Obama, ruim de serviço. Não tem carros da marca – hoje Chrysler e Jeep – mas Cadillacs, Mustang e picape GM. E posa de rico em Detroit, onde nasceu, cidade que encolheu 25% em 10 anos e é recordista com 11 % de desempregados.
Não – A JAC, com carros completos a preço baixo, instigadora de legislação federal contra o consumidor, copiou o picape mais vendido do mundo, o Ford F-150. Levou a sério, manteve até oval e cor do distintivo. Mas não virá para o Brasil. Eduardo Pincigher, porta-voz da empresa, nega.
Gás – Aumentou a potência do motor 1.6 THP PSA-BMW, de 156 para 165 cv, por calibração eletrônica e de alterações mecânicas. Chegou no Peugeot 3008, está nos 408 e RCZ. O 3008, agora mais disponível, R$ 91.900 versão Allure, e Griffe – couro, teto em vidro, facilidades eletrônicas a R$ 99.900.
Dúvida – O artificial aumento de impostos provoca importadores vender filtrando os repasses, equilibrando estoque antigo, novo, aumentos. Repasses de mais, vendas de menos. Para tirar dúvidas a Kia informa, seu Sportage flex e com seis marchas subiu 8,3%, de R$ 83,9 mil a R$ 90,9 mil.
Ocasião - A Mitsubishi teve Steve Spilberg como consultor do filme de apresentação do novo Lancer. Veja o filme, olhe o carro, pense no preço: japonês, Mitsubishi, a preço de nacional. 
Muda – Plataforma maior e mais larga, o sucessor do Siena tem nome apropriado e diferenciativo – Grand Siena.  Nos concessionários em abril.
Não deu – Índice de inadimplência no pagamento de prestações de veículos chegou a recordes 8,1% em janeiro. Consequência do aumento dos juros e da soma das contas do início do ano.
Registro – Nacional, a Agrale comemora 30 anos da produção de caminhões: 25 mil e 80 mil chassis para ônibus. Caso raro, guardou a 1ª. unidade.
Finor  Antes frescura, agora elemento de diferenciação, o câmbio automatizado Power Shift nos caminhões se transformou em argumento de status e vendas. Nos pesados Axor da Mercedes-Benz, o câmbio sem embreagem ao dono reduz consumo, ao operador cansa menos.
Bom senso – Corpos de Bombeiros analisam especificar, em suas compras, caminhões com caixas automáticas Allison, critério mundial de disponibilidade e presteza. A marca fez palestra aos 26 Comandantes Gerais dos bombeiros nacionais e test drive em caminhão VW Worker 17.250E com câmbio Allison.
Ocasião – A fim de emprego na Moura, fábrica de baterias? Há 85 vagas em várias categorias e lotações no Brasil e Mercosul. Veja na seção Trabalhe Conosco, no sítio www.moura.com.br.
Junção – Sistema da Navbras permite captar sinal de internet de celulares com tecnologia Wi-Fi e 3G, conectado com GPS, realiza busca de locais, endereços de estabelecimentos no Google através da tela do automóvel. Mais? www.navbras.com.br.
Japonês – A Wurth, multinacional alemã de itens de oficina, vende edição especial de torquímetro, comemorando 50 anos da linha de ferramentas. Encaixe de ½ polegada, desarma com estalo ao atingir o torque desejado. Em torno de R$ 750. Deve ser japonês, da famosa marca Takaro.
Turismo – Eduardo Daher, hoteleiro, articula com a Prefeitura paulistana manter as Mil Milhas Brasileiras na capital paulista. Mais tradicional das corridas nacionais, incrível fomentador de movimento turístico, deve ser mantida em seu palco de origem. Apóia?  daher_center@uol.com.br
 Gente – Ana Isabel Fernandes, 35, engenheira, portuguesa, emprego de homem. OOOO Diretora da fábrica de Veículos Peugeot e Citroën em Porto Real, RJ. OOOO Missão, dobrar a produção.OOOO Desafio. Não deve saber que Pó Royal, como pronunciam os franceses, é município virtual. OOOO Frédéric Chapuis, 42, demonstração. OOOO Era diretor geral da Citroën na África do Sul e será Diretor de Vendas na Citroën no Brasil. OOOO Arruela no Brasil é mais importante que engrenagem na África do Sul... OOOO

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