terça-feira, 6 de março de 2012

EGLI VINCENT, A MOTO MAIS VELOZ DOS ANOS 50



Pode uma moto lindíssima assim?
EGLI VINCENT, a lira do delírio


Era uma vez um rapaz multibicagolhenário cuja família tinha boi a hora na Argentina, ou seja, milhares de cabeças. Enquanto o boi se reproduzia ele sonhava com motos de corrida na Inglaterra do começo dos anos 20. Acabou comprando uma fábrica chamada HRD em 1928 e foi indo até 1936, quando teve um fracasso fragoroso no Tourist Trophy, na Ilha de Man. As tres 500 monocilíndricas quebraram o motor, que era feito fora e Vincent resolveu fazer o seu próprio motor junto com um gênio da história da moto, Phil Irving. E assim fizera a primeira Comet 500.


Phil Irving e a Comet 500 mono
Uns anos depois Irving descobriu que botando os desenhos do motor invertidos um por cima do outro dava pra fazer um V Twin 1000 com as mesmas peças. Como o quadro agüentava o tranco e era bom de curva – em piso perfeito, mais sobre isso daqui a pouco -  e o sucesso foi vindo, pois a moto pesava 200 kg, peso de 500 da época, e tinha n45 cv, suficientes para faze-la muito rápida, coisa de mais de 180 por hora em 1936...







A Vincent Black Shadow 1050

A pegadinha estava em seu quadro elástico de pós guerra. Formado por um triânculo sobre os dois lados da balança e sustentados por dois amortecedores paralelos, uma espécie de Monoshock, um gigantesco passo à frewnte em 1949, mais de 60anos atrás. O detalhe delirante era o banco ser sustentado, como mostra uma das fotos, por duas barrinhas à balança traseira. Isso lhe deu o apelido de fazedora de viúvas, The Widomaker....



É fácil maginar o que acontecia quando a roda traseira passava em um buraco na castigada Inglaterra de pós guerra: o piloto saía voando quando a roda pulava. A moto podia manter a estabilidade, mas o pobre infeliz voava longe.... e o problema era composto pelo pequeno detalhe de que nessas alturas do campeonato: a Vincent que já não era mais HRD tinha praticamente 60 cv e era a primeira moto a alcançar 200 km/h. isso em 1949.... Era leve e pequena para o que andava, mas os freios eram aquilo que os conhecedores chamavam de retardadores, embora ela tivesse uns detalhes legais.


A primeira Egli Vincent
 Um deles eraa embreagem multidisco a seco, feita bem leve para facilitar a vida dos ex soldados que voltaram às vezes meio prejudicados de sua viagem ao continente por conta das estrepolias do baixinho maluco germânico. Outro detalhe que divide os apaixonados até hoje é o porque da pintura sinistra e negra de toda a moto, até o motor esmaltado a fogo. Uns dizem que eram motivos somente estéticos, enquanto outros dizem que o preto esmaltado ajudava na dissipação do calor do motor....




O fato é que em 1955 a casa caiu com o encolhimento do mercado desse tipo de moto grande, veloz e cara, que só reviveu no fim dos anos 60 com as japas em 1965.
Nesse mesmo ano um outro insano suíço chamado Fritz Egli montou uma produtorade quadros eportivos que existe até hoje criando coisas inacreditáveis como a moto de Rollie Free, detentora de um recorde em Daytona a 300 por hora lá por 1958. E de calção de banho deitado sobre a moto pra ser mais aerodinâmico.... Foi o tema de um filme chamado a Vincent mais rápida do mundo que está aí nas locadoras.
o super sxy Rollie Free de calção em Bonneville pra diminuir o arrasto...
O fato é que os quadros da Egli foram tudo o que se sonhava para os motores canhão de Phil Irving. Com um tubo central de 120mm de diâmetro por cima do motor, o quadro Egli usava o mesmo motor para fechar o quadro por baixo, aumentando muito a rigidez do conjunto e fazendo uma base estável. Os freios italianos Brembo a tambor , a excelente frente Ceriani ( Meu Sonho de Consumo... ) e, principalmente, a balança traseira mais rígida porém com o mesmo layout da original fizeram uma moto lendária que é construída até hoje. Afinal a Vincent fabrica peças para as quase duas mil motos que fabricou e existem ao menos três especialistas que fabricam peças e até motos inteiras Zero km, com Patrick Godet na França. Seria uma religião parecida com a das Harley, uma coisa de divindade no motor V Twin?
O arquétipo da Cafe Racer...


A Egli existe até hoje fazendo coisas cada vez mais malucas. Primeiro foi um quadro fabuloso para Honda CB 750 Four em 1970, depois Kawas 1000 TURBINADAS com 280 cv e atualmente versões apavorantes de Yamaha V Max 1600..
Deus tenhappiedade dessas almas torturadas....


O site Egli de Godet está AQUI:
http://www.godet-motorcycles.com/


o vídeo interessantíssimo em que aparece o feiticeiro Godet com seu Mecenas, o cantor francês Florent Pagny, que banca o trampo:



o resto adas delirantes Egli



A Kawa 100 Turbo de 280 CV


4 comentários:

GTO disse...

Fantástico, M!

Anônimo disse...

M. , 100% obra de arte !! Abs Luiz Carlos

Anônimo disse...

Totalmente "from hell" ! Duca

Guilherme tanure disse...

Fantasticas. Sempre fui fa das vincents desde menino e quando o judiciario me fizer justica vou importar uma maravilha dessas. Evidentemente com freio dianteiro a tambor.