Coluna
4015 30.setembro.2015 edita@rnasser.com.br
Renault Duster Oroch, picape, outro nível
O Duster Oroch não é
apenas mais um picape concorrente em segmento expansionista – 900% entre
2010 e 2014, vendendo 450 mil unidades, e no período as cabine duplas
expandiram vendas em 50%. Na América Latina, mercado visado, em 2014
venderam-se 1,2M de unidades. É ferramenta para cumprir meta e dever:
conquistar 8% do mercado brasileiro – hoje tem 7,5% -, e chegar aos 10%
cobrados por Carlos Ghosn, o presidente mundial.
É boa fórmula, liderada
pela Renault, e logo seguida pela Fiat. Ambas apostam num picape
intermediário entre os pequenos, derivados de automóveis com estrutura
monobloco, e os médios, construídos sobre chassis com longarinas.
A posição é tão invulgar quanto boa, pois com clientela para uso em
serviço; serão ponto de ascensão para os desejosos em bom espaço interno;
e de descenso prático aos donos dos trambolhosos picapes médio com cabine
dupla e SUVs desmesurados, incômodos no trânsito, irritantes na procura
para vagas.
No caso do Oroch – a
pronúncia é oroque –, nome de tribo russa com 300 membros..., o fato de
utilizar a sólida plataforma do Duster, reforçada na parte de carga,
garante duas características importantes aos clientes: bom espaço interno,
e caçamba como um grande porta-malas.
Ao lançamento a
conformação é em cabine dupla, motorização 1,6 litro e 110/113 cv,
gasálcool e álcool, transmissão mecânica de 5 marchas, e 2,0, 143/148 cv
importados, assim como o câmbio mecânico de 6 velocidades. Automático e
tração nas 4 rodas virão em 2016. Porta característica de relevo, a
suspensão independente nas 4 rodas, com molas helicoidais,
oferecendo grande estabilidade e insuspeitado conforto de rolagem –
implementando pelo aumento de 15 cm na distância entre eixos – 2,89m. O
Oroch não é um Duster com teto seccionado.
As características do
mercado exigiram abandonar o projeto do Picape Dacia, de origem rumena –
lá um Duster cortado -, e em cabine simples. Daí usar o conhecimento do
Tecnocentre, a área de desenvolvimento na França, e do escritório da
Renault Design America Latina, criando produto para as características
continentais, com destaque ao desenho e aos arremates, atendendo a
demandas de público variado. Amplo público: desde a senhora apreciadora da
posição superior de conduzir e das largas portas traseiras
para entra-e-sai de meninos, hábil para andar no trânsito da cidade e
conseguir estacionar em vagas de shoppings,
quanto atender aos estancieros
argentino, uruguaio, ao fazendeiro brasileiro, cansados de direção pesada,
dos sacolejos e de corrigir o curso de seu picape grande. Inclui clientela
jovem, e quem nele vê dois veículos num só. Para cargas compridas há um
extensor para a caçamba, permitindo, por exemplo, carregar moto em posição
transversal. É amplo o leque de clientes, e a diferença está em ter
rodagem de automóvel e capacidade de carga de um picape pequeno. Neste
setor, o peso permitido é de 650 kg, entre passageiros e carga. Apesar de
o perfil do usuário de picapes deste porte nunca os utilizar para
trabalho, a caçamba é revestida por berço plástico, e há ganchos para
ancorar eventual carga. Para público divergente entre as capacidades do veículo
e seu uso, confortos interativos, conectividade, incluindo versão
atualizada do Media Nav, sensor de ré, piloto automático e computador de
bordo.
O Oroch será disponível
para test-drive nos revendedores a
partir de outubro, e Preços vão de R$ 62.290 para a versão de entrada,
Expression 1,6, a R$ 72.490 pela versão de topo, Dynamique 2,0.
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Picape Renault Duster Oroch,
segmento novo, nem médio, nem grande
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Fumaças do Dieselgate
O problema da
Volkswagen com as emissões poluentes de seus motores diesel apenas começam
seu nublado caminho. Similares recentes, como descombinação entre pneus
Firestone e Fords Explorer, o nunca explicado caso dos tapetes Toyota, ou
a economia porca nos interruptores de ignição dos Chevrolet serão
economicamente residuais.
De objetivo a empresa,
como a Coluna antecipou, pinçou
Matthias Mueller da presidência da Porsche, elevando-o à holding VW AG, e aplicou medidas
como garantir os veículos; prometer sanar os problemas com rapidez.
Administrativamente
separou as marcas por grupo; criou diretoria para os negócios no
continente norte americano. Para lá deslocou Winfried Vahland, presidente
da Seat, fabricante dos VW espanhóis, abrindo espaço à promoção de Luca de
Meo, 48, ex diretor de vendas da Audi. O presidente da VW of America foi
mantido mas sob novo chefe direto. De surpresas, demissão de Christian Klinger
da poderosa direção de vendas da marca VW. Bom para o Brasil. De longe
fazia o comando comercial da nossa VW, enviando diretores fugazes ou fora
de sintonia, causando enorme e onerosa perda de mercado.
Contra Klinger se
insurgiram Thomas Schmall, ex presidente, e David Powels, Em situação
incômoda ficou Ulrich Rackenberg, espécie de professor Pardal do grupo.
Visto como conhecedor do problema dos diesel, não foi demitido,
mas afastado de funções, junto com seu sucessor, Wolfgang Hatz, então o
chefe
Futuro
No discurso de posse
Mueller prometeu todos os esforços para desenvolver e implementar atos de compliance, o relacionamento público
institucional, de máxima transparência, e cobrar conclusões corretas para
a situação, resgatar a confiança pública. Internamente agrupou marcas:
carros esporte e motores entre eixos: Porsche, Bentley e Bugatti.
Lamborghini, apesar de seu motor entre eixos, e as motos Ducati, formam
grupo com a Audi, acionista de ambas.
Marca VW, por produtos
congêneres, está com Seat e Sköda.Terá quatro chefes regionais, para conter o
egocentrismo antes tolerado, mas agora criticado pelo poderoso Conselho
Supervisor.
Para entender
A EPA, poderosa agência
norte americana de proteção ao meio ambiente declarou, motores diesel VW
emitiam poluentes em medidas superiores ao limite máximo. Explicou, quando
submetidos à avaliação, identificavam o protocolo, e se auto regulavam
para enquadrar-se aos parâmetros legais.
Volume de vendas nos
EUA é grande e, no total mundial, incluindo VW, Audi, Seat e Sköda, supera
11 milhões de unidades, e a desfeita pública provocou a saída de Martin
Winterkorn no passo mais elevado de sua carreira – extensão do contrato
como CEO, e posse no Conselho Supervisor.
A origem do problema
estaria em 2007, quando concluiu-se, nova geração de motores diesel não se
enquadraria nos padrões de emissões da EPA, exigindo gastos de 300
Euros/unidade para solução petroquímica, o uso de ureia para lavar os
gases – o ARLA utilizado por alguns caminhões -, e a VW desistiu.
Era época da assunção do ora demissionário Winterkorn, e um de seus
projetos era ampliar presença no mercado dos EUA, com poucas vendas pela
Volkswagen. Definiu-se concorrer em raia própria, longe de Toyota e Honda,
com os sedãs a diesel, não disponível nos sedãs orientais lá produzidos.
Uma das teorias do
início do desrespeito legal, situação nublada ao público, ligam Winterkorn
a Rackenberg, um querendo, e o outro sabendo conduzir o problema das
emissões. O futuro dirá a realidade.
Tamanho do prejuízo é
imensurável, e a VW AG separou metade do lucro presumido, 6,5B de Euros
para despesas nos EUA. Com o susto, semana passada as ações da empresa
caíram 22,4 B Euros, metade de seu valor. O varejo começa com 11 milhões
de veículos necessitando substituir um chip
ora inexistente; prolonga-se com o governo dos EUA querendo receber a
renúncia fiscal superior a US$ 1.000/unidade diesel; e também a multa por
poluição.
Idem para outros
países. Há, ainda, o varejo do varejo, com revendedores VW nos EUA
proibidos de vender os automóveis diesel em estoque –,
buscando ressarcimento; e inquantificada reação dos consumidores. Após
aplicar o chip obediente à
legislação, proprietários verão cair a disposição de seus veículos pela
redução da potência. Ficarão com eles? Irão devolve-los? Vende-los-ão indo
acionar a VW pela diferença perdida? Institucionalmente, a agência Dow
Jones, premiando a VW como líder em sustentabilidade, cassou a láurea.
Outros lados há:
promotores da Baixa Saxônica, antes acusando Martin Winterkorn, recuaram,
dizendo ter uma investigação no início e sem base concreta para acusar
quem quer que seja. Projeções indicam queda econômica entre 1% e 1,5% na
República Tcheca e na Hungria. Na primeira opera a grande fábrica da
Sköda. Na outra, produz e exporta os motores VW diesel. E, por registrar,
a holding Porsche SE, maior acionista da VW AG, aproveitou ocasião, a
recente ruptura com a Suzuki, a queda do valor das ações, e adquiriu o 1,5%
detidas pela pequena nipônica na maior das alemãs. Negócio aumenta o mando
da SE, com 52,2% da VW AG.
Como se imagina,
desdobramentos difíceis de listar e de projetar o prejuízo, mas sem
dúvidas grande, o maior já enfrentado pela empresa em seus 78 anos de
vida.
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Autoclasica, grande festa do
antigomobilismo no Mercosul
Na América do Sul não
há encontro de veículos de coleção tão rico quanto o Autoclasica, Buenos Aires, 9 a 12 de outubro. Automóveis, carros de
corridas, motocicletas, motores antigos, desfiles em trajes de época – no
dia 10, sábado -, corridas entre expositores, e neste ano atração
especial, o Junior Prix, corridinha
de carrinhos infantis de época, para crianças entre 4 e 6 anos – um fino
investimento para conquista de futuros colecionadores.
Expansão do evento
ampliou horário de funcionamento, agora de 9h às 18h30, e re diagramar o
espaço interno no Hipódromo de San Isidro, beiradas de Buenos Aires.
Feira de Peças, lá
chamada Autojumble, dividida entre
automóveis e motos, e a ala de Motojumble
conta com atrações idênticas, incluindo venda de motos e veículos antigos,
bancas de peças, acessórios, literatura. É um dos pontos fortes do evento
– consome um dia para percorrer. Organizado pelo Club de Automóviles
Clasicos da República Argentina, sua décima quinta exitosa
edição reunirá 900 veículos clássicos e históricos.
É aula em organização,
e má constatação de como os vizinhos preservaram seu bom acervo
automobilístico transformando-o em história, o que não ocorreu aqui. A
exposição é uma festa de clubes.
Topo do evento,
premiação por categorias pelo padrão internacional da FIVA, entidade
reguladora do setor, incluindo glória suprema, almejada por todos
os expositores: ser escolhido o Best
of Show. Domingo, 11, 14h.
Entrada 120 pesos –
entre R$ 40 e 50, dependendo do câmbio, oficial ou Blue, paralelo institucionalizado. Melhor acesso é por trem
suburbano, partindo da estação Retiro. San Isidro fica 45 minutos de
Buenos Aires.
Este ano as marcas
homenageadas serão Bugatti, Ferrari, Citroën por seu modelo DS e Peugeot
pelo 403, primeiro da marca fabricado na Argentina.
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Cartaz da Autoclasica. Para
quem gosta ou quer aprender,
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Roda-a-Roda
Elétrico – Dongfeng Renault Automotive
Company, joint venture entre
sino-francesa anunciou produzir carros elétricos, baseados sobre a plataforma
do Fluence Z.E. Venderá apenas no mercado chinês.
E ? – Pode parecer curioso, pois
a Dongfeng é sócia de outra francesa, a PSA, reunindo Peugeot e Citroën.
Mas em negócios não há fidelidade de marcas.
Lista – Citroën informa, abriu
reservas para o novo C4 Picasso importado. Tem design forte e bem marcado, com dedicação ao espaço interno,
poltronas com apoio de pés e massageador, tela com 30 cm, motor 1.6 THP,
turbo, câmbio de seis marchas. R$ 110.900.
Fim – Para instalar fábrica na
Argentina e fazer sólida base na América do Sul, Nissan Corporation
comprou a Nissan Argentina S.A, a NASA, desde 2012 sua representante.
Iniciará fazer picapes nas instalações da aliançada Renault.
Do ramo - Operador da marca na
Argentina era Manuel Antelo. Faz a logística fluvial de muitas marcas de
automóveis e, no tema, antes foi o dono da Ciadea, representante Renault,
tendo passado a representação à representada.
Situação – Redução de vendas no
mercado de carros O Km instou Hyundai a mudar estética e mecânica de seu
HB20 – e aumentar preço. Retocou lanternas e para choques, e motores
melhoraram rendimento - reduziu consumo 6,5% no 1,6, levando-o à
classificação A no Programa Brasileiro de Etiquetagem no Inmetro.
Transmissões mudaram. Mecânica e automática com seis velocidades.
... 2 – Hyundai segue o mercado,
aumentando conteúdo dos carros e seus preços. Assim, desde a versão básica
Comfort, há vidros e travas elétricas.
Preços de R$ 39 mil a
R$ 63.335 para versão Comfort Premium,
motor 1.6, transmissão automática, revestimento em couro e central
multimídia.
Quanto – Talvez o centímetro de
automóvel mais caro no país. Sedã e hatch
enfeitado, o X, sem mudanças.
Promoção – Fiat equipou o Siena EL nas
versões 1,0 e 1,4 ampliando conteúdos de conforto pessoal, com volante
regulável em altura, ar condicionado, travas elétricas, sensor traseiro de
estacionamento, rádio com Bluetooth. Preços, 1,0 a R$ 35.770; 1,4, R4
38.500.
Sem chances – Perguntei a Fabrice
Cambolive, novo presidente da Renault, e o executor do controle da marca
sobre a russa Autovaz, fabricante dos Lada, sobre a possibilidade de fazer
aqui um jipe Niva com as atualizações recebidas recentemente – como se
produz na Rússia. Sorriu. Sem chances.
Mercado – O país sem asfalto continua
sem um jipe simples e adequado à sua realidade no campo.
Situação – Para baixar custos Audi A3 e
Golf, ambos com plataforma MQB e motor TSI 1.4, em produção na mesma
fábrica Volkswagen em São José dos Pinhais, Pr, simplificarão o eixo
traseiro. Sai o evoluído Multi Link, braços múltiplos, entra eixo de
torção, solução do tempo do Passat. Versões 2.0, mais caras, poderão ter a
suspensão original.
Cenário – Em meio ao lançamento do
picape Renault Duster Oroch, jornalistas receberam em seus SmartPhones mensagem da Fiat. Confirmava
Toro como nome de seu picape concorrente, informava lançamento para 2016.
Coerência – Talvez inspirada no criador
de palavras, o também mineiro Guimarães Rosa, enquadrou-o em nova
classificação veicular. Diz, é um SUP (?) Sport Utility
Pick-Up ... Estará como o Oroch, picape nem pequeno, nem médio
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Picape Fiat Toro 2016. SUP ?
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Nome – Tentando corrigir os
defeitos de sua transmissão automatizada dita PowerShift, Ford diz ter sanado defeitos em retentor de óleo e
barulhos internos, e aumentado garantia da série anterior para 5
anos.
Mudança - No novo EcoSport, com motor
Sigma, voltou a garantia para 3 anos, e não o chama mais de PowerShift, mas Transmissão Sequencial de Seis Velocidades.
Razão – Fugiu do nome. Faziam
trocadilho pavoroso, chamando-a PowerShit
– excremento,em inglês.
Democratização – Matéria controversa, o
DPVAT, o seguro obrigatório, Projeto de Lei 558/2015 do Senador José
Medeiros, PPS-MT, quer deixar ao contratante a escolha da seguradora,
escapando à Líder, seguradora comum.
Oposição – Razão principal,
concorrência baixará preço e melhorará serviço. PL aguarda análise da Comissão
de Justiça para saber da juridicidade. Prevê-se oposição poderosa. DPVAT é
uma caixa preta. A base do projeto é a cobertura do texto constitucional
contra o monopólio.
Novidade – Mopar, área de acessórios
da FCA, iniciou vender o triciclo elétrico Trikke. É curiosidade mecânica
prática, segura e divertida, desenvolvido para andar em espaços fechados,
como parques e condomínios. Motor elétrico de 36 volts e 250 watts montado
na roda dianteira. Dólar leva-o a R$ 5.400,00.
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1rikke, esquisito, divertido
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Pneus – Fornecedor exclusivo e
fundamental para os resultados, os pneus da Fórmula 1 tem rigor
administrativo próprio para sua logística. Produzidos, cada um recebe
código de barras fornecido pela FIA, a federação de automobilismo.
Caminho – Prontos pneu e etiqueta,
indicando data, tipo, composição, vulcanização, lista enviada, o centro de
logística os agrupa em jogos de quatro unidades para ser escolhidos pela
FIA para os treinos. A Pirelli garante a produção e todo o controle é pela
entidade do automobilismo. Saber mais? www.pirelliftp.com/share/f1/2015/00_3dvideo/PIRELLI_BarCode_ENG.mp4
Moda – Para apresentar sua moto
Scrambler a público de elevada renda, Ducati inaugura espaço de
entretenimento no cruzamento das ruas Oscar Freire e Consolação, nos
Jardins, S Paulo. Coisa fugaz, vai até 4 de outubro, mescla o design pós vintage da moto com música e
gastronomia.
Gente – Sandra Mariani, nova Diretora Financeira Corporativa, CFO na
Navistar Mercosul, controladora do International Caminhões e MWM Motores
Diesel. OOOO Acumulará com RH e
TI, fala direto com o presidente. OOOO Do ramo,
foi CFO da GM Brasil e assessora da presidência na GM Corporation.
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Fazer automóveis no
Brasil. Fiat começou primeiro
Usualmente quando se listam as marcas
pioneiras no país a Ford é citada como a pioneira, tendo aqui chegado em 1919.
Informação carece de fundamento. Por representante montou seus primeiros Modelo
T na Bahia, em 1917. No citado 1919 decidiu vir para o Brasil, instalando-se em
1920.
A Fiat havia chegado antes,
representada pela Grassi, finalizando produtos, distribuindo a marca, e em 20
de agosto de 1907 anúncio no carioca Jornal do Commercio,
estampava:
À praça
a Fábrica Italiana Automobili Torino (FIAT), avisa ao público em geral
que os srs. Tomaselli, Raul Senra & C foram nomeados nossos únicos e
exclusivos representantes para as vendas de nossos produtos em todo o Brasil,
mediante contrato assinado e legalmente registrado.
Protestamos,
portanto, desde já contra aquelas pessoas que possam abusivamente se intitular
possuidores de igual permissão.
Fiat America
Latina
Lange & C
Rio de Janeiro, 12 de
agosto de 1907
A Grassi havia montado 275 unidades
de diferenciados modelos Fiat antes de passá-la a Tomaselli e Senra, ponte a
uma das 300 empresas do Conde Francesco Matarazzo, então o homem mais rico da
América do Sul. Matarazzo intuía, automóvel seria bom negócio e arranjou
representações europeias de várias marcas sobressaindo a italiana Fiat e a
francesa Bugatti. Como importador aplicava mão de obra para montar, armar, e se
diferenciava pela pintura, com três demãos, ao contrário dos outros importadores
e montadores, com apenas uma demão.
Negócio se expandiu. Na década de
1950 a pioneira montadora em São Bernardo do Campo, SP, a Varam Motores assumiu
a representação, montando seus veículos na então mais moderna das fábricas
nacionais. A Fiat propôs associação, mas o comendador Varam Keutenedjian, líder
do negócio, declinou de ligação com sócio mais poderoso. Logo em seguida, a
Fiat tentou vir ao Brasil em sociedade com empresa da qual era acionista, a
francesa Simca. Também não deu certo. Quase fechou negócio para assumir a
operação da fábrica Vemag, nacional representante da marca Auto Union DKW,
desistindo na mesa de assinatura do contrato, e insistiu mais uma vez, buscando
juntar-se, barrada pela Governo Federal, com a nacional Indústria Brasileira de
Automóveis Presidente.
Viabilizou o projeto tantas vezes
adiado, associando-se ao governo do Estado de Minas Gerais. Operação pequena,
menor das fabricantes; expandiu-se; industrializou Minas levando seus
fornecedores para lá; assumiu há 13 anos a liderança de vendas; e expandiu-se
para nova fábrica em Pernambuco. Se tivesse como dístico A primeira
continua sendo a primeira, não estaria errada.
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:Fiat 1907, montado no Brasil
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