Alta Roda nº 859 — Fernando Calmon — 20/10/15
ERROS
E ACERTOS
Enfim, boas notícias chegam de Brasília. Se
não nas áreas política e econômica, pelo menos o otimismo vem de algumas
regulamentações que afetam 60 milhões de brasileiros habilitados a dirigir os 40
milhões de veículos (sem incluir motos) que formam a frota real circulante,
excluídos os sucateados.
Sempre é bom reconhecer quando o Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) e seu órgão executivo máximo, o Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran), acertam em decisões, mesmo quando significa
voltar atrás em regulamentações polêmicas ou em desacordo ao bom senso. Verdade
que há muitas pressões políticas e de fundo econômico de setores, no ganh a-e-perde
com as Resoluções que têm força de lei, segundo o Código de Trânsito Brasileiro
(CTB).
Depois da decisão que tornou o extintor de
incêndio facultativo em automóveis e comerciais leves, no mês passado, finalmente
revogou a exigência de que todos os veículos viessem de fábrica com rastreador
e bloqueador contra furtos e roubos. Já se sabia dos problemas técnicos e
também do aumento de custos a onerar compradores em cidades pequenas e médias.
No caso de caminhões, cada interessado achou soluções próprias. Também merece
aplauso a criação do Registro Nacional de Veículos em Estoque que diminuiu
custos na comercialização de veículos usados.
Uma sugestão ao Contran é regulamentar o
chamado espelhamento dos celulares em telas multimídias. Alguns fabricantes de
veículos, por falta de clareza na lei, inibem a reprodução de imagens de
aplicativos (Waze, Google Maps e outros) muito úteis no traçado de rotas menos
congestionadas em tempo real. Se se permite fixar um telefone no painel ou
para-brisa com as mesmas informações, por que não numa tela mais nítida e
segura de operar no painel dos veículos? Afinal, não se trata de imagens de
filmes ou de TV, mas de mapas.
Algumas iniciativas do Congresso Nacional,
porém, são desastrosas. Uma decisão puramente demagógica alterou o CTB e tornou
falta gravíssima a multa por circular em qualquer faixa de ônibus. Antes havia
uma graduação de multas – semelhante à velocidade em excesso – entre corredor
(em geral do lado esquerdo e com estações de embarque) e faixas à direita. Não
tem sentido igualar os dois tipos de infração. Faixas precisam ser
interrompidas antes e depois de vias transversais, além do tráfego de entrada e
saída de lojas, garagens e estacionamentos que deixam a “infração” ao arbítrio
de quem multa, fora os casos controversos.
Entre os projetos que tramitam no Legislativo
Federal está a de obrigatoriedade do uso de farol baixo em estradas durante o
dia. Em países de alta incidência solar como o Brasil isso não tem sentido, sem
considerar que farol de uso diurno precisa ser específico e deixar desligadas lanternas
traseiras e dianteiras. Especialistas dos EUA estudaram o assunto e, apesar de
250 milhões de veículos que circulam por lá, descartaram essa medida.
O Contran poderia tornar obrigatório a DRL (luzes
de uso diurno, em inglês), como se vê em vários modelos. Gastam pouca energia,
sinalizam bem melhor e aumentam a segurança em estrada e cidade. Aceitas sem
restrições em todos os países.
RODA VIVA
DURANTE
o recente Fórum Direções, organizado pela Quatro
Rodas, o ex-presidente da Audi no Brasil e atual presidente da Gol, Paulo
Kakinoff, relembrou a frase famosa: “Reconheço duas coisas sobre a crise: não
sei quando ela acabará, mas sei que acabará”. Compradores potenciais de carros
novos, porém, continuam ansiosos: quando vão parar de adiar seus planos?
TERCEIRO
trimestre de 2016 parece a resposta com mais
adeptos entre os analistas. Supondo que este ano as vendas totais (veículos
leves e pesados) alcancem 2,5 milhões de unidades, elas só voltariam a crescer
– e lentamente – daqui a um ano. Para alcançar o patamar mágico de 4 milhões de
veículos/ano (em 2012 foram 3,8 milhões) só em 2022. Uma década perdida!
NOVA
arquitetura (maior por dentro, menor por fora), estilo
menos amarrado ao padrão francês e itens sofisticados marcam os novos C4
Picasso e Grand C4 Picasso (7 lugares). Impostos altos e real desvalorizado
puxaram os preços: R$ 111.900/117.900 e R$ 120.900/127.900, respectivamente,
fora opcionais. Ousadia positiva é diferenciar o desenho das duas versões.
PROVA
da virada da Volvo é o XC90. Além de imponente (4,95
m de comprimento), leva até 7 passageiros sem sacrificar demais os da terceira
fileira. Motor 2 litros/320 cv usa turbo e compressor, mas sua sonoridade deixa
a desejar, sem deixar de lidar bem com as duas toneladas de peso em ordem de
marcha. Tela multimídia táctil vertical de 9 pol. é um dos pontos altos.
YON
MOTOR é um rastreador de fácil instalação (menor e
mais leve) que acaba de chegar ao mercado e adaptável a qualquer tipo de
veículo por ser à prova d’água. Aplicativo gratuito para telefone inteligente permite,
por exemplo, os pais monitorar a distância forma como os filhos guiam. Custa R$
960,00, mais plano de dados (R$ 268,00/ano).
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