As boas novidades de 2015
Previsões para este ano indicam será pareado com o exercício passado:
equilíbrio numérico em vendas e em lançamentos. Olhando o painel significa
briga intensa em dois segmentos opostos: o de entrada, com Gol buscando
recuperar a liderança perdida ao Palio, este mante-la, e a presença de
concorrente insuspeitado, o Ford Ka. No outro extremo, as marcas caras aos
brasileiros, tanto no sentido de custo elevado, e como admiradas, Mercedes,
BMW, Audi, Jaguar e Land Rover, Toyota Camry e Lexus, preveem crescimento.
Na prática numérica significa em torno de meia centena de novidades
durante o ano novo. Um lançamento por semana, confuso para público, intenso
para imprensa, atrapalhado como mídia. Cada centímetro e cada segundo de mídia
deverão ser bem considerados.
Nos segmentos mais alcançáveis ao público, o mercado nacional indicará
expansão no de atual moda, o sav/suv – ditos erradamente jipinhos.
Nos SAV – Sport Athletic Vehicles, maior crescimento - são
maioria dos ditos utilitários esportivos, apenas carros de diversão, sem
direcionamento a aplicações duras fora de estrada, os SUV. De relevo, as
novidades principais, Jeep Renegade, com a marca voltando ao Brasil, e a
Pernambuco, onde iniciou ser montado há exatos 50 anos; Honda HR-V, feito sobre
a plataforma Fit/City; Peugeot 2008. Primeiro com comercialização prevista para
abril, demais em junho.
Semi novidades, Ford EcoSport, case de rentabilidade
anteriormente solitária, e concorrente Renault Duster passarão por leve revisão
estética.
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Renegade, Jeep volta ao Brasil
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Picapes
Em picapes, Renault e Fiat afiam seus produtos e argumentos. Ambos criam
novo segmento, o dos picapes intermediários, prensado entre os de entrada no
mercado – Fiat Strada, VW Saveiro, GM Montana -, e os grandes – Ford Ranger, GM
S 10, Toyota, Nissan Frontier, Mitsubishi Triton, VW Amarok. Curiosidade, as
novidades em porte se assemelham aos grandes, porém pelo uso de tração
dianteira se alinham aos menores. O da Renault, chamado Oroch, foi mostrado no
Salão do Automóvel e está pronto à produção.
Picape Oroch
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Da
Fiat, conceito disfarçado em automóvel esteve na mesma mostra. Nos picapes VW
Amarok, Ford Ranger sofrerão atualização estética, e Toyota Hi-Lux terá modelo
novo.
Automóveis
No segmento duas novidade disputam a primazia de lançamento: New Versa,
variante expandida do pequeno March, produção iniciada pela Nissan nacional,
motores 1.0 e 1.6, lançamento no segundo trimestre; e o chinês nacionalizado
Chery Celer. Junho apresentação de duas outras novidades no Salão do Automóvel
em Buenos Aires: Ford Focus – e se espera política comercial capaz de
valorizá-lo, como não ocorreu nas gerações anteriores; e VW Jetta – a pronúncia
adotada para o Brasil não interpreta o “J” como “I” ou “Y”.
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Jetta, topo dos VW nacionais
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Bravo
revisto será lançado em janeiro/fevereiro; VW terá novidades com o Gol; e
aplicação de turbo em motores pequenos produzidos no país – Honda 1.5, VW 1.4,
Ford 1.0 - gerarão atrativos e versões. Renault finaliza versão Sandero GT com
acertos de suspensão, direção e, talvez, no motor 2.0.
Em agosto lançamento do sedã Audi A3 1.4 produzido no Paraná.
Importados
Jaguar XE, modelo de entrada, de sucesso dependendo de preço concorrente
com Audi A3 e 4, BMW serie 3 e Mercedes C. BMW terá Mini alongado, 4 portas,
o Activer Tourer, com tração dianteira, concorrendo com Classe
B Mercedes. Esta trará novo Smart- sua visão sobre o Renault Twingo, dividindo
plataforma, e motor traseiro. Já mostrado, Suzuki S-Cross, substituirá o bom
sedã SX4.
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Suzuki S-Cross
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Roda-a-Roda
Mais – Hyundai e Kia construirão duas fábricas na China elevando
capacidade industrial a 300 mil unidades/ano. Querem aumentar participação no
maior mercado do mundo, seguindo as maiores concorrentes. Em 2014 Hyundai
vendeu mais de 1M de unidades na China.
E mais – Francesa PSA Peugeot Citroën e cazaquistanesa AllurGroup
acordaram montar veículos na fábrica SaryarkaAutoProm, em Kostanai. Começa em
2016 com Peugeot 301, mais vendido da marca no país. Mercado pequeno, 12.000
unidades em 2016, mas para quem está nadando contra a maré, qualquer venda é
conquista.
Outro – O mercado do Cazaquistão expande-se quase
geometricamente. De 45.000 unidades em 2011 prevê-se 200.000 unidades em 2015.
Ching ling – Acredite, o Jaguar XE será produzido
na China, em joint venture entre Jaguar Land Rover e a matriz
da Chery.
Mudança – A Jaguar sempre vendeu contadas unidades e o atual proprietário
- grupo indiano Tata – informa terem sido 80.000 em 2014. Com o XE chinês, e
possível produção no Brasil e na Arábia Saudita, quer mudar o desenho da marca
e vender 850 mil unidades em todo o mundo até 2020.
Pretensão - Formidável salto de uns 1.050%.
O XE é o modelo de entrada, e concorre com Mercedes C, BMW 3 e Audi A3 e 4.
Roda – Indústria automobilística continua se
movendo, apesar dos comandos momentâneos para se adequar à velocidade do
mercado. Lançamentos se iniciam em janeiro, 27, com Audi apresentando novos
motores para A4 sedan e Sportback: 1.8 Ambiente TFSI – injeção direta com turbo
de dupla injeção, 170 cavalos de potência.
Razão – Motorização era 2.0 com 180 cv, mas a Audi reduziu-o em
cilindrada e em 10 cv de potência, rendimento assemelhado, menor consumo e
emissões. Integra ação para enfrentar BMW série 3 e Mercedes Classe C.
Mais - Fiat exibirá Bravo 2015 em data lindeira. Nissan New Versa
iniciou ser produzido, com apresentação em março. É feito sobre plataforma
March.
E + - Jeep Renegade faz série inicial na nova fábrica FCA em
Pernambuco. FCA é Fiat Chrysler Automobiles. Lançamento final de março.
Agenda – Férias natalinas encerradas com entrevista no
Dia de Reis, Carlos Ghosn, presidente da aliança Renault-Nissan, anunciou
início da produção de motores 1.0 tricilíndricos, poli válvulas, bloco em
alumínio, em Resende, RJ.
Projeto – Inicialmente os 77 cv de potência e 10 m.kgf de torque moverão o
New Versa. Logo após, March novo e antigo e, naturalmente, Renaults com opção
1.0: Clio, Logan e Sandero, substituindo atuais 1.0 Renault. Não há razão
econômica para dois motores com a mesma cilindrada na mesma Aliança.
Líder – Em vendas Fiat superou Volkswagen entre Natal e Ano Novo. Líder
desde julho com Palio frente a Gol, em dezembro VW conseguiu fazer grande venda
e voltou a liderar. Fiat respondeu com esforço e descontos, passando o Gol em
385 unidades – em torno de 0,4%. Quebrou 27 anos de liderança.
Sem graça – Governo Dilma 2, ambicioso no reduzir
despesas e aumentar receita, não fará graça ao grande público. Assim, a
extensão do IPI reduzido para os automóveis, encerrada dia 1 não volta. Por
cilindrada, o imposto sobre produtos industrializados voltará a ser:
era
é
|
até
1.000
cm3
3% 7%
|
de
1.000 a 2.000 cm3
9% 11% (se gasolina, 13%)
|
Ainda – Redução vale a veículos faturados até 31 de dezembro. Como o
estoque de fábricas e distribuidoras é de médios 40 dias de produção, benefício
existirá até, pelo menos, próximo mês.
Cenário – A redução do IPI foi arma governamental para insuflar venda de
veículos – e garantir empregos. Porém o mercado em 2014 exibiu queda – e não
recolhimento de impostos. Assim, na dúvida se a medida fomenta vendas, ou se é
corte adicional à receita, acabou.
Na prática – Deveria continuar. O total de
impostos nacionais já é muito alto e nada justifica aumentar a carga tributária
ante os maus serviços públicos oferecidos aos contribuintes. O retorno ao
patamar anterior significa corrigir preços dos carros 1.000 em 4,5%.
Questão – Decisão delicada. Redução significou não recolher R$ 6,5B ao
caixa do governo desde 2011. Quantos empregos garantiu e a que custo? De
outro, quem não usufruiu deixou de ter transporte, saúde, infra estrutura
melhores.
Sinal – Discurso de posse presidencial sinalizou o
futuro. Foi atrapalhada junção de frases; manteve como meta projetos não
cumpridos; por ele a economia andou bem; e na Petrobrás a culpa dos mal-feitos
é apenas de funcionários e inimigos externos. Aqui tudo foi e vai muito bem.
Já vi – Fez par com a justificativa de Nicolás Maduro, da Venezuela,
para a situação catastrófica de seu país: os EUA baixaram o preço do petróleo
para prejudicá-la... Culpa por problemas é sempre dos outros. Governantes são
sempre dedicados sábios.
Ocasião – Dois de janeiro, primeiro dia pós posse, na
página de editoriais do Correio Braziliense, lido fisicamente nas
mesas do Poder, Cledorvino Belini, presidente da Fiat, conseguiu publicar
artigo – “O Brasil depois das eleições”.
Recado - Visão prática do empresário de talento reconhecido
mundialmente: estratégia de crescimento e sustentação de ciclo de
expansão em longo prazo; retomada dos investimentos produtivos focados em
inovação e ganhos de produtividade. Consultoria graciosa.
Processo – Ante a queda de vendas montadoras vem dando férias, folgas
remuneradas, incentivando demissões com prazo e vantagens. Pós volta de folga
remunerada Volkswagen quis demitir 800 funcionários – menos vendas significam
menor produção e menores insumos e mão de obra. Sindicato não gostou e conduziu
greve geral. Parece tiro no pé.
Sonho – Desejo secreto dos fabricantes é de greve. Afinal, a produção é
interrompida sem remuneração, cessa a formação de estoque enquanto este escoa.
Pode haver enzima política na paralisação: testar o novo presidente da
Volkswagen para medir o peso do Sindicato.
Freio – Ministro das Cidades Gilberto Kassab, a quem estão afetos
Contran e Denatran, sustou por 90 dias vigor da Resolução obrigando troca de
extintores e multa por vencimento ou ausência. Equipamento é difícil de ser
encontrado.
Ocasião – Boa ocasião de o Ministro avocar os estudos que recomendaram a
obrigatoriedade do uso de extintor, para saber quantos incêndios/ano há na
frota nacional. Há mais de 20 anos esta utiliza injeção eletrônica e com isto
eventual risco de incêndio tornou-se nulo. Obrigatoriedade do uso e troca do
extintor é de suspeita insensatez.
Vida real – Não interessa à sociedade, ao
contribuinte, mas apenas aos fabricantes de extintores e policiais corruptos. É
medida injustificável, merece ser revogada, e a hora é esta. Ministro novo deve
mostrar serviço. Bom serviço.
Proximidade – Está perto o carro autônomo, o capaz
de auto condução. Audi realizou test-drive em 900 km com
imprensa especializada, levando um A7 ao Consumer Electronics Show,
o CES 2015. Motorista será figura decorativa.
Como - Carros autônomos recebem sinais externos,
saem, andam, mudam de rota e chegam sem interferência do motorista, presente
por imposição legal.
Tre-le-le – Confusão entre a revendedora Caramori
Veículos, e a representada Jaguar Land Rover em Cuiabá, MS por cancelamento da
concessão. Revenda alega ter sido notificada fora do prazo contratual.
Sucesso – Diz, além da impropriedade jurídica, superou em 60% metas
ditadas pela concedente, vendendo quase 1.000 veículos em cinco anos; e
trabalhará até o final da discussão judicial. JLR quer encerrar em maio.
Produtividade – Raizen, associada da Shell iniciou
produzir álcool celulósico a partir de bagaço de cana de açúcar. Nova
fonte amplia volume produzido em até 50%.
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