Araxá, a hora da elegância
Pico do antigomobilismo brasileiro, o Encontro de
Araxá, formalmente dito Brazil’s Classic
Fiat Show – referência ao patrocinador maior -, reúne no largo final de
semana o topo da qualidade e das novidades do setor. Nesta 21ª. edição, dentre
os 300 veículos admitidos, destaque maior será um Ferrari 212 Export Barchetta de 1952. No caudal, um Bugatti Tipo 57, Atlantic, de 1937,
um dos mais marcantes. Representantes pontuais, dois Packards dos anos ’20,
nunca restaurados; Hispano-Suiza 1911, pioneiro na pioneira coleção Roberto
Lee; Alfa Romeo 2300 de 1974 nas comemorações dos 40 anos de início de produção
deste modelo; e uma treliça da Fórmula Brasil, construção pela Indústria Brasil de Automóveis,
acreditada como única remanescente.
Aval de relêvo, terá a presença de acervo
representando quatro museus.
Um dos pontos elevados da programação, fruto da
visão de internacionalização dos dirigentes do antigo Veteran Car Club de MG,
agora um Instituto Cultural, será o leilão de veículos antigos, único no
segmento.
Festa séria, instrutiva, divertida, outros pontos
de destaque são os automóveis ali nunca expostos, a feira de peças, acessórios,
serviços e artes ligadas aos automóveis, atraindo vendedores argentinos.
Haverá, ainda, lançamento de livro do ex presidente e jornalista Boris Feldman.
O organização, capitaneada pelo experimentado
Otávio Pinto de Carvalho – Dr Otávio fora de Araxá -, bem se adequou à redução
do patrocínio pela Fiat Automóveis – o fabricante convive com a queda de vendas
e o cronograma de investimentos para implantação de grande fábrica, geradora de
polo automobilístico a partir de Goiana, Pe, contendo gastos não produtivos.
Diz Carvalho a redução do orçamento determinou o corte de supérfluos não
antigomobilísticos, como o baile, porém mantida a essência, como o sedimentado
leilão, e a criação de condições para atrair o acervo dos museus.
De rodas
O Ferrari 212, visto como o veículo de maior
projeção é modelo importado para as corridas da época, quando a Ferrari era
apenas um artesanal produtor de carros de competição. Encerrou seu ciclo e foi
encontrado no Rio de Janeiro pelo colecionador paulistano Flávio Marx, o
primeiro a ter foco preciso em veículos com histórias, corridas ou
conversíveis. No período a parte mecânica foi vendida a colecionador
interessado em criar documentação para outro Ferrari; Marx passou; seus
herdeiros resolveram vender parte da grande coleção para restaurar o restante.
Alberto Pamos, chegado ao movimento, comprou-o e
acabou cedendo-o ao corajoso Antônio Beira: mandou-o ao Ferrari Classiche, departamento da fábrica, especializado em peças
e serviços, refez motor, câmbio e o automóvel. Apenas 28 foram construídos e,
quando lançado, seu motor V 12, 2,6 litros, 150 hp permitiram vencer o Giro di Sicilia, e o Giro di Toscana. É visto como dos mais
desejáveis – e valorizados – dos vintage
Ferrari.
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Raro e caro Ferrari 212
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O Bugatti Tipo 57 Atlantic é um dos mitos do mítico
fabricante francês. Elegante, como todo o entorno da família Bugatti, foi
projetado por Jean, filho e teoricamente o sucessor do gênio Ettore. Construção
mecânica primorosa, carroceria em Electron, liga leve de alumínio e magnésio,
moldada à mão em duas metades espelhadas, emendadas em longa aleta percorrendo
o teto até o arremate traseiro. É referência mundial de refinamento
construtivo, design com foco
aerodinâmico, redução de peso, distinção.
O Hispano-Suiza 1911 carroceria Alfonso III,
homenagem ao Rei de Espanha, foi das primeiras e mais importantes aquisições da
nascente coleção Roberto Lee, e logo base do acervo de seu Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, então o sexto museu em
expressão internacional.
O Dr Lee se foi, o Museu fechado, e o automóvel
dado como exportado, como o foi a parte mais expressiva de seu acervo. Há
alguns anos a herdeira Mariângela Matarazzo Lee, transferiu o remanescente à
Prefeitura de Caçapava, que adotou cuidados invulgares. Tantos, a herdeira doou
à municipalidade o Hispano insuspeitamente guardado.
O Alfa Romeo 2300 de 1974 representa o início da
produção deste automóvel nacional, há 40 anos. No caso a unidade mostrada pelo
Alfa Romeo Club/MG tem o motor no. 1, primeira vendida no país, no caso pela
revenda Cascão, em Brasília.
Quanto à treliça, estrutura metálica onde se
agrupam mecânica e órgãos funcionais de um carro de competição, é a única
sobrevivente de pequena série da nacional Indústria
Brasil de Automóveis, pequeno empreendimento de produção artesanal, instalado
por Francisco – Chico – Landi, ídolo
brasileiro das corridas, Toni Bianco,
mago construtor, e Eugênio Martins, engenheiro visionário. Pretendiam criar
categoria nacional, com monopostos utilizando motores brasileiros, substituindo
as antigas baratinhas de corrida,
desgastadas, perigosas por manutenção restrita pela falta de componentes.
Não deu certo e a iniciativa se encerrou em cinco
unidades. A exposta, reconhecida pelo icônico Toni Bianco, teria utilizado
motor de Alfa Romeo/JK de acordo com a sequência de proprietários.
Como o Alfa 2300 integra o acervo do Museu Nacional do Automóvel, focado em
resgatar marcos da história do automóvel no Brasil, tidos como desaparecidos,
como o fez com o IBAP Democrata, o FNM Onça, os Willys Gávea e Capeta.
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O monumental Grande Hotel em Araxá, cenário para encontro de preciosas
raridades.
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Momento
O movimento colecionista brasileiro passa por
período novidadoso: às mesmas datas, em paralelo ao evento de Araxá, chancelado
pela Federação Brasileira de Veículos Antigos, promove-se outro, em Águas de
Lindóia, SP. Efeito prático, dividem a oportunidade, o mesmo público interno e
externo, se enfraquecem.
As mazelas exibem a fraqueza ou a omissão da
entidade criada para coordenar – e, pela prestação de serviços, fazer-se
respeitar pelos órgãos públicos envolvidos, pelos clubes e colecionadores, a
Federação Brasileira de Veículos Antigos. Entretanto tais objetivos já não são
alcançados, e a entidade permite a dúvida do porquê de sua pomposa e ineficaz
existência.
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Roda a Roda
Câmera – Para proteger crianças governo dos EUA tornou obrigatório uso de
câmeras de ré a automóveis, utilitários esportivos e picapes em 2018. Há
pressões para liberar o número e seu posicionamento, previsto a velocidade
tecnológica superior aos parâmetros do regulamento.
Kamaradas – Crise na marca Lada – queda de 15%
quando o mercado russo perdeu 4% -, fez a direção Renault-Nissan, sócia
dirigente da AutoVAZ, cortar 13.000 trabalhadores – os cálculos iniciais eram
de 7.500.
Enfim – MMC/Mitsubishi iniciará produzir o sedã 4
portas Lancer em Catalão, GO. Agosto. Grande mudança. A empresa se marcou por
utilitários 4x4, tornou-se emblema de tais habilidades, agora se amplia e
inicia o caminho dos sedãs. Sinal de crescimento, deixa de ser concorrente
pontual e entra na arena geral.
Mais um – Ajustes para produção da van Vito na Argentina,
incluem conclusão dos estudos para lá fazer picape Mercedes, informação
antecipada pela Coluna.
Leque – Audi incluiu mais um produto em sua grade,
o RS Q3. É a combinação do utilitário esportivo Q3 com motor de cinco
cilindros, 2,5 litro, 310 cv de potência e aproximados 42 quilos de torque,
permitindo ir da imobilidade aos 100 km/h e pelas sete marchas da transmissão
chegar a cortados 250 km/h.
Re call – Chrysler chama Cherokees de distante produção, 2002 a 2004 para
intervenção no módulo do air bag,
para evitar acionamento não desejado. Para conferir chassis, 0800 703 7150 e www.jeep.com.br
+ - Suzuki também alerta usuários de Jimny
fabricados entre 26/12/2012 e 27/05/2014. Parafuso do tirante auxiliar da
suspensão. Para informações, 0800 770 2280 e www.suzukiveiculos.com.br
Mais – Levantamento sobre compra de taxistas no
primeiro quadrimestre indica o VW Voyage como o preferido, vendendo 2.786
unidades, volume em 6% superior ao período em 2013. No geral o Voyage tem 16%
das vendas.
Expansão – Mesma VW iniciou exportar o up! para
abastecer o mercado argentino. Depois, América Latina.
Negócio – A fim de ser revendedor Citroën e Peugeot? Habilite-se.
Duas marcas revisam com lupa a operação de seus representantes. Querem
qualidade, vendas, lucros. Daí, mudanças e oportunidades.
Não – Dafra, empresa manauara especializada em vender serviços para a
montagem de motocicletas a diversas marcas – BMW, Ducati, - desmente informação
do mercado, de ter cliente adicional, a estadunidense pioneira, centenária
Indian, para a Polaris de quadriciclos.
Ecologia – Nestes tempos tristes, prévios de eleição, onde em S Paulo o
PSDB e o PT fogem da responsabilidade quanto a preparar-se para enfrentar o
desabastecimento d’água, e deixando a questão para solução celeste, notícia
para melhores tempos no futuro.
Parte – Não é boa como político comprometido com a população, mas o
varejo do menor consumo de àgua: Nissan dispõe de tinta auto limpante,
hidrofóbica e oleofóbica, impedindo aderência de sujeira. Redução do ICMS pela
economia de água pode justificar lançamento.
Gente – PSA, holding de Peugeot e Citroën, completa o
time. OOOO Mudanças dividem mundo por áreas, acúmulo de funções. OOOO Luso
Carlos Gomes dirigente do grupo no Mercosul, assume América Latina. OOOO
PSA está em catarse para fazer caixa positivo, afastar maus espíritos, ter
futuro. OOOO Michael Schumaker,
hepta campeão, de volta. OOOO Saiu
do longo coma e inicia recuperação. OOOO Quem é vencedor, o é. OOOO
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Quase pronta a
fábrica Fiat em Pernambuco
Menos de quatro meses faltam para a Fiat acionar as
máquinas, fazer vibrar o solo, iniciar a
cadência dos passos da manufatura, começando produzir veículos em Pernambuco.
Precisamente na cidade de Goiana, perto do porto de Suape, facilitador para o
trânsito do recebimento e entrega de peças e carros completos.
Não é apenas mais uma fábrica, reunião de galpões
para construir um veículo, vende-lo, entregá-lo. Operação maior, inclui-se em
projeto de política pública de distribuição de atividades e renda para o
Nordeste. E, no caso, a Fiat aplica o vitorioso projeto implantado em sua
fábrica em Betim, MG, a Mineiração dos
Fornecedores. Ante a evidência que maioria esmagadora dos fornecedores
estavam fora do estado, e que o fornecimento de auto peças demandavam
logística, incrementavam os custos de produção e o valor final do produto, foi
a campo e conseguiu atrair às suas cercanias tais indústrias, tornando-as
mineiras.
Repete o feito em Goiana. Hoje o grande espaço pós
terraplanagem tem erigido 85% do formato final, com 12 galpões destinados a 17
fornecedores aplicados a abastecer diretamente a linha de montagem. Não será
filial de Minas, mas operação autônoma, iniciando com um produto Jeep – agora
sua controlada -, o Renegade,
utilitário esportivo, o menor da linha Jeep. Motor próprio, o 1.8 16V EtorQ, e
opção com diesel importado.
A parte fabril terá independência industrial.
Prensas para moldar as partes da carroceria, linha de solda, pintura, montagem,
e o controle de exatidão em dimensões e pesos, a Metrologia. A capacidade
industrial é de máximos 250 mil veículos ano.
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Jeep Renegade, primeiro produto de Pernambuco
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