Audi ocupa espaços – e planta dúvidas
Será desorientado olhar a Audi como mais uma importadora disseminando
pequenas quantidades de seus veículos no Brasil. País mudou, mundo idem, hoje
sua compra é seletiva análise entre os muitos concorrentes. Audi tem projeto de
crescimento e sedimentação. Nas mãos de Jörg Hoffmann, constrói fábrica;
definiu futuros produtos – A3 e utilitário esportivo Q3-; dinamiza o mercado;
abre leque de opções; foca-os nas preferências dos clientes, como os sedãs.
Começou bem o ano, recordes de vendas contínuos, publicidade intensiva,
e coroou as ações com a apresentação de versão do líder A3 sedã em apto
equilíbrio de características e preços a liderar vendas da marca.
Tem novidade, o A3 sedã motor 1.4 TSFI, a partir de R$ 94.800. R$
99.800, versão mais completa, e menos R$ 13.800 em relação à versão com motor
1.8.
Na prática do A3 1.4, o amplo torque de 20,5 quilos acelera com brio,
pouco mais de 9s de 0 a 100 m/h, e velocidade final em torno de 210 km/h,
consome pouco. Confortável, atualizado, bom de sensações, a ele faltam poucos
itens, como a câmera de ré – traz sensores e, a quem gosta, ignição sem
chave.
Venderá muito e auxiliará a marca a atingir as desejadas 10 mil vendas
neste ano – ultrapassou a metade em cinco meses.
Adicionalmente cria consciência crítica, e instiga consumidores quanto a
preço. Porque este automóvel, importado, com todos os custos deste
processo e mais imposto alfandegário, custa quase o mesmo que Toyota Corolla na
versão Altis, fabricado em São Paulo – e sem o estabilizador eletrônico ESP?
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Audi A3 sedan
1.4. Novidade e dúvidas
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Linha Citroën para 2015 é do tipo mexe pouc
Citroën 2015, mudanças sutiso em time que vai bem.
Mudanças, nas denominações, redistribuição de equipamentos entre versões, e
poucas mudanças visuais, como o AirCross, nas máscaras de faróis, rack do
teto em cor grafite, e oferecendo pintura geral em branco nacarado.
Equilíbrio
Produtos da marca bem expõem sua característica diferenciativa: estilo,
acessórios, equipamentos, detalhes. Isto está preservado na Linha 2015. Nomes
mudaram. Mantém a Origine, de entrada, a R$ 40.990, pacote mínimo
de ar condicionado, direção elétrica, vidros dianteiros e travas elétricas. Em
degrau, Attraction, por R$ 4 mil adicionais, rodas em liga leve,
vidros elétricos traseiros, luzes diurnas em LED, comandos de som no volante. Acima, Tendance,
1.5 e transmissão manual a R$ 45.490. Motor 1.6 e transmissão automática, R$
49.990. Tendance 1.5 e transmissão manual deve ser a opção de quem não
enfrenta trânsito. Quem o faz, por questão de saúde, automática. Porque
Tendance? Pacote confortável e inclui o para brisas com 1,3 m2, grande charme.
Picasso
Política idêntica, mudança em designação
C3 Picasso Origine a
R$ 46.890. Tendance em opção de motor 1.5, manual, R$ 47.790.
1.6 automática, salto grande: R$ 54.890. Topo, Exclusive, 1.6
manual a R$ 55.890. e automática por R$ 59.890
Aircross
Topo da linha nacional, minivan aventureira Aircross tem sutil mudança visual.
Topo da linha nacional, minivan aventureira Aircross tem sutil mudança visual.
Mudanças em
denominação, novo padrão familiar. Preços partem de R$ 55.190, Tendance 1.6
manual.
E,
Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.
Frase, do humorista carioca Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta,
1923-1968, bem define a situação. Mercado de automóveis em contenção, redução
do número de dias úteis para anunciar e vender – protestos, Copa, Eleições -,
não aconselha mudanças. Citroën manteve suas vendas, participação, e prevê,
segundo Gustavo Rotta, gerente geral de produto, comercializar 65.000 unidades
em 2014 – mesmo volume de 2013. (Pessoalmente acredito em mais. Com a
holding PSA passando por crise nunca vista em mais de século de existência,
sócios externos, novo mandão trazido da Renault e querendo mostrar serviço, o
chicote vai cantar. Não se sabe a que custo de corte na equipe mas, com
certeza, com tal incentivo, vendas irão aumentar. – RN)
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Charme é não mudar
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A aposentadoria do Embaixador
O automóvel indiano Hindustan Ambassador (Embaixador) –1957-2014-,
encerrou produção no final de maio, superando a Kombi brasileira –1957–2013 -,
vista como o maior anacronismo veicular quando em produção. Era a Series IV do
Morris Oxford, projeto inglês da década de ’40 e, como a Kombi, de primarismo
mecânico interpretado como resistência aos buracos, à falta de pavimentação, e
desafiador às agruras dos países sem motorização. Lá, pioneiro, o Amby reinou
solitário muitos anos.
Fim após constante declínio de vendas, dificuldades de ganhos
tecnológicos, e até de fornecedores de peças com tecnologia antiga –
engrenagens da caixa de marcha fornecidas por pequena metalúrgica no interior
do Paraná -, estéticas, e a óbvia superação se comparado com outros indianos,
mais recentes como Suzuki e Fiat. Chegou a ter 70% do mercado, um ano para
entrega, iniciou a palidez institucional ao perder o cargo de veículo do
Primeiro Ministro, para um BMW blindado, caminho tomado pela burocracia,
deixando a fidelidade ao pioneiro, pela atualização e conforto. O Amby não
tinha ar condicionado, mas prosaico e cinquentista ventilador fixado ao painel
de instrumentos.
Na furca entre investir, mudar métodos e produto, e venda de 2.000
unidades – 0,1% do mercado indiano -, no ano fiscal encerrado em março, a
Hindustan optou encerrar a produção, e vender a fábrica de onde saíram por 56
anos.
A frota de taxis na India é rica em Ambys, o mais resistente
a trabalho duro. Deixa saudade aos usuários pelo bom espaço no banco traseiro.
Na terra da Tata – outra marca -, dona de Jaguar e Land Rover, não há espaço
para o Amby.
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Taxis, presença forte do finado
Hindustan Amby
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Roda-a-Roda
Nostalgia - Para se tornar referência em força e
performance, e sacudir da bandeira do saudosismo, as marcas Dodge e SRT
apresentaram novo Dodge Challenger SRT 2015 e versão de pico, a Hellcat.
Decoração lembra modelos de 1971, os mais radicais Muscle Cars.
Retrato – Tomadas e saídas de ar no capô, grandes
aerofólios frontal e posterior são âncoras com o passado. No Hellcat novo motor
6.2 Hemi, e compressor volumétrico, fazem mais de 600 cv de potência.
Transmissões manual de seis velocidades ou automático com oito. O SRT utiliza o
392 c.i. – uns 6.400 cm3 e produz 492 cv. Sem planos para importação.
Futuro – Novo motor é jogo duro: virabrequim e bielas forjados para
enorme resistência, compressor com dois intercoolers, radiador para
óleo e linha de combustível com 12,5 mm de espessura. Tudo indica, nasceu nova
família e a do 392 não terá amplo futuro.
Caminho – Chegam os veículos autônomos, capazes de andar por controles e
sensores externos: a Google se acerta com a Roush Enterprises finalizar a
engenharia rolante e montá-los - em Michigan, casa de Ford, GM e Chrysler.
Em casa - Uso urbano, velocidade em 40 km/h. Série inicial 100 unidades -
sem volante e pedais. Curto como o Smart, quer ser referência em segurança.
Herança – Indiana Tata, feliz com vendas e lucros, apoiou gestores da
Jaguar no resgate do atrevimento de seus esportivos, donos de recordes de
velocidade e vitórias em provas de resistência, como as cinco em Le Mans.
Coupé – Em alumínio o novo F Type chega ao
Brasil. Três motorizações, três preços, todos com compressor, em vez de
turbo: R 5.0 V8 5,0 litros, 550 cv e aproximados 68 quilos de
torque, aceleração de 0 a 100 km/h em 4,2s e final cortada a 300 km/h. R$
662.000. Irmão do meio, F, V6, 3.0, 380 cv, R$ 497.700, e
simplesmente F Type, 340 cv, R$ 426.300.
Mercado – 40 cv a mais valem aproximados R$ 71 mil entre as
versões F e a básica ? No mercado de equinos, sim. Embora vendidos em
tropa, o custo unitário equivale a R$ 1,8 mil, barato para um PSI...
Prêmio – Recentes e pequenas mudanças estéticas, faróis em LED, motores
mais dispostos, auxiliaram julgadores internacionais especializados a conferir
ao Alfa Romeo Giulietta o prêmio “Compasso d’Oro 2014” em
desenho industrial.
Razão - Giulietta e MiTo deverão ser sacralizadas pela marca a curto
prazo, pelo árduo trabalho de manter viva a rede de distribuidores. Hoje
sintetizam, resumem, e mantém a marca Alfa Romeo respirando, até a chegada dos
novos produtos anunciados para a grande virada de comportamento.
Ícone – Ford faz eventos para apresentar e vender o
Mustang no mundo. Semana passada abriu inscrições para 500 unidades na Europa.
Surpresa, vendeu-as em 30 segundos! E restaram 9.300 encomendas.
Brasil – Ao Brasil irá traze-lo. Enquanto isto a importadora Direct
Imports informa ser a primeira “credenciada” para importar o automóvel.
Pinóquio – A Ford desconhece. A importação pode ser feita, custando caro,
pela aquisição feita em revendedores, preço inflado por lucro, impostos e
transporte internos nos EUA. A garantia e o fornecimento de peças não ocorrem
pela marca, mas pelo importador. Tipo la garantia soy yo ...
Problema – Com milhões de automóveis chamados a re
call por economia porca e mortal no sistema de ignição, muitas ações
indenizatórias, acordos bilionários para tentar deter o processo, a GM demitiu
15 executivos. Diz ser responsáveis por conhecer os problemas, resolvendo não
levá-los para a direção. Esta, diz, só tomou conhecimento quando o caso chegou
à imprensa.
Norma – Governo paulista baixou portaria obrigando
aos cartórios informar à Secretaria da Fazenda transações de venda e compra de
veículos. Medida racional, positiva ao consumidor, dispensa-o de comunicar a
venda a Detran e Secretaria de Fazenda, para livrar-se de multas causadas pelo
comprador que não transfere o automóvel. Tomara se espraie pelo país.
Para assustar – Ótima esta Copa. Como, ao
pouco saber quantum e como foi gasto, iniciamos movimento de
moralidade no uso do nosso dinheiro transformado em impostos. Dados negativos
trazem os protestos e, pósCopa, exigências ao próximo Presidente. Papo e
anúncios não estão resolvendo.
Em trânsito – O descompasso entre vender veículos
novos, e criar áreas para a sua circulação, provocou estudo da TomTom, líder
global em tráfego e fabricante de GPSs. É o 1º. Índice de Trânsito do Brasil.
Características: maiores engarrafamentos em vias secundárias, e nas manhãs de
segunda feira e tardes das sextas. Outros países, nas vias principais e às
quartas feiras.
Em comum – Indica significativo aumento no tempo de deslocamento dos
motoristas, incluindo os de Curitiba e Brasília, cidades planejadas. Assim:
Recife, 60%; Salvador, 59%; Rio de Janeiro, 55%; Fortaleza, 48%; Porto Alegre,
38%; Curitiba, 34% e Brasília, 27%.
Aliás – No tema, o Governo Federal isentou de IOF os empréstimos tomados
fora do país para repasse em financiamento de veículos no mercado interno. Lá
fora os juros são muito menores. Governos tentam resolver a omissão do dia,
ignorando o planejamento. Mais emprego ou mais engarrafamento ?
Programa – Batendo perna ? Polindo o cartão de crédito
na paulistana Oscar Freire nas tardes de sábado 7, 14 ou 21 de junho? Dê
um tempo no Espaço Citroën. Apresentação graciosa do grupo Jazz São Paulo, das
16h30 às 18h.
Terra – Boas projeções de safra agrícola turbinam
feiras agropecuárias Brasil a fora. Na Bahia Farm, em Luiz Eduardo Magalhães,
no sudoeste baiano, Ford apresentou e pré vendeu seus retomados caminhõeszinhos
F 350 e F 4000.
Palco – A marca sobrestara os produtos, arranjou
motor diesel Cummins Euro 5, 150 cv, transmissão de cinco velocidades, freios
ABS, distribuição eletrônica de frenagem e ar condicionado, voltou. Custam,
para receber em outubro, F 350 R$ 97.790 e F 4000 R$ 112.790.
Museu – Família de Rogério Neves Gomes, desaparecido
antigomobilista mineiro, cedeu ao Museu Nacional do Automóvel, em Brasília,
rara treliça, construída por Chico Landi e Toni Bianco, para a categoria
Fórmula Brasil. Possivelmente utilizou motor Alfa Romeo/JK. Desaparecido em
1963, 1964.
Continua – Sabe algum dado desta história? Informe, ajude o Museu a
reconstruí-lo: curador@museudoautomovel.org.br
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Treliça de Fórmula Brasil. Dona Rosa,
representando a família, entrega-a ao eng Robson Cotta, colaborador do Museu.
Preciosidade.
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Mercedes definiu carros brasileiros
Indústria do automóvel no Brasil existe graças às bases lançadas pelos
presidentes Getúlio Vargas, no início da década de ’50, e na crença e jeito de
Juscelino Kubitschek em seguir o projeto do Comandante Lúcio Meira.
Desde os anos ’20 aqui estavam Ford, Chevrolet, International. Pós II
Guerra, e início do governo Vargas, 1950-1954, Willys, Studebaker, Nash,
Chrysler, a estatal FNM daqui importavam peças e conjuntos, agregando partes e
mão de obra nacionais. Foi quando a Mercedes, então com representante Alfred
Jurzikovski, mediu o tamanho do mercado, decidiu investir. O projeto não era
montar, mas produzir, enorme a diferença de posturas e investimentos. Iniciou
construir em São Bernardo do Campo, SP, e tal definição mudou o cenário. Nesta
época, fim do governo Café Filho –1954-1955-, sem norma, incentivo ou projeto
consistente de atração, investimentos eram pequenos em relação à atividade, e
nos processos, no máximo estamparia de partes das cabines dos caminhões.
Final de 1955 a Mercedes, pela fundição Sofunge, contrariou o conceito
de época, vazou e usinou um motor no Brasil. Quebrou o tabu e mostrou haver
capacidade técnica local.
É um marco na história, ante as atividades tópicas, superficiais, sem
maior compromisso ou investimentos, galpões, equipamentos baratos, sem
manufatura de peças pesadas.
Ao tomar posse JK, convocou o Comandante Meira a ampliar os tímidos
passos da Era Getúlio, o feito e a presença da Mercedes foram aval
institucional. E por si só inibia argumentos contrários sobre dificuldades,
prazos e índice de nacionalização. Não era representante de marca e, ao
contrário das outras grandes, como Ford, Chevrolet, Grupo Chrysler, a recém
instalada Willys, não fazia montagem, mas estava comprometida em crescer com o
país.
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Eleito, em fins de novembro de 1955, JK na fundição do 1º. motor brasileiro, o
Mercedes pela Sofunge
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