Coluna 2316 01.Julho.2016 edita@rnasser.com.br
O bom e velho Araxá
País forma tradição com o Encontro Nacional de Veículos Antigos,
sempre identificado com a cidade de Araxá, MG. 22ª edição mostrou-o no caminho
certo, apesar da economia em descenso e suas más consequências. Se presenças
foram menores, houve adensamento de qualidade dentre os veículos mais
expressivos. Na prática gerou esforço para depurar, filtrar os eleitos aos
prêmios principais. No topo da pirâmide da importância ficou o Lincoln V12
Conversível, de 1936. Pertencente ao colecionador mineiro Rúbio Fernal, é única
unidade no Brasil, e rara no mundo, como motor grande, egresso da Recessão do
fim da década de ’20. Levou o prêmio Roberto Lee, para o melhor automóvel no
evento.
Outra característica foi a distribuição de mais de um prêmio a alguns
participantes. Caso de Ailton Gracia, engenheiro com oficina por hobby para recuperar antigos de sua
propriedade e de amigos. No caso levou um par de Pumas GT 1967 – 125
construídos - com motor Vemag, idênticos em todos os detalhes. Idem, dupla de
Jaguars 120 de 1952 e 1953; da coleção de Mercedes liderada por Nelson R
Gouvea; de proprietários de Romi Isettas. A Coleção JORM, o colecionador José
Luiz Gandini, o mesmo Rúbio Fernal foram outros pluri premiados.
Das curiosidades, Nash 1951 com carroceria Statesman não montada no Brasil
e chamando atenção por artefato externo, como uma turbina, tocada com a
passagem de ar, refrigerando o interior do automóvel. Alentada coleção de
Porsches, de 356 aos últimos modelos, pelo colecionador Sérgio Magalhães, e
raridades como Cord e Graham-Paige, marcas há algum tempo não vistas. E ativo
grupo com Alfa Romeo. De JK a Alfa 2300, incluindo bateria de GTVs, Sprint
Veloce, Spyder, e únicas Alfetta e 33.
Organizadores insistem em realizar leilão. Fazem bem, apesar da baixa
liquidez - pouco mais de 20% dos veículos foi vendida, compreensível pela falta
de tradição dos participantes, tanto para pedir quanto em lances titubeantes.
Neste ano a Mercedes-Benz assumiu a cota de patrocínio anteriormente
detida por mais de década pela Fiat. Induziu presença da marca, incluindo
exemplar de seu Patent Wagen da série iniciada em 1886 – não é réplica, mas
continuidade de produção -, fez test-drives,
expôs veículos novos, e analisa a continuidade do apoio ao encontro de Araxá.
Marca é dos principais patrocinadores do mais refinado evento do ramo nos EUA,
o Pebble Beach Concours d’Élegance,
abrindo a programação em famoso e disputado jantar tipo Who’s Who. ‘Tás no jantar da Mercedes? És VVip – very, very important
people. Não estás? Serás, no máximo, apenas milionário... Tem base e
experiência para assumir a identificação com o movimento antigomobilista. E praticantes
em casa: o CEO mundial da área de automóveis Mercedes, Dieter Zetsche e o da
América Latina, Philipp Schiemer, são possuidores de MB 280 SL, os pequenos
conversíveis da década de ’60, com teto elevado, apelidados mundialmente
Pagoda.
Curiosidade, o prêmio extra denominado Pressão: grupamento feminino da
família Gouvêa levou Ford Thunderbird ’56 e Lambreta da época, pintados em rosa
– cores de época. Pressão feminina criou o prêmio. Outra, um barn find, verbete especializado para
designar achados de galpão. No caso, os irmãos Marx levaram raro sobrevivente
Lancia Astura 1938, carroceria especial por Batista Farina, há décadas
localizado e guardado no galpão do pioneiro antigomobilista Angelo Bonomi,
passado há alguns anos. Tão impactante, foi dispensado de passar rodando para
receber o prêmio, mudando a regra do evento. Quando pronto, rotula o
especialista Rex Parker, será dos 5 mais importantes antigos no Brasil.
Grupamento de esportivos italianos – De Tomaso, Ferraris, Lamborghini
– e insólitos, como um De Lorean.
Especialmente benvindos, Og Pozolli e Pacifico Mascarenhas, pioneiros
no criar e sedimentar o antigomobilismo. Composição do Pacifico tornou-se o
hino oficial do VCC MG. Igualmente festejado Leo Steinbruch, que com seu irmão
Fabio reuniram sólida coleção de antigos. Leo andava recluso desde o súbito
passamento de Fábio.
Nacionais, poucos, incluindo a bateria de Romis, e premiados Alfa B
indicada pelo Alfa Romeo Club; os Puma Vemag; Lumimari Malzoni do brasiliense
Renato Malcotti; Puma GTB 1977 com Flávio Cardoso; Ford Landau 1969 de Ricardo
Kamil, e tão primoroso quanto raro Simca Jangada 1965 do paulistano Antônio
Guedes, solitário representante da marca. Grande ausente, apesar de ter sido a
mais vendida ao início dos anos ’60, e com grande leque de produtos, não havia
um só Aero-Willys para relembrar a história. Apenas duas Rural.
E ?
Em resumo, valeu a pena e deu mais um passo evolutivo. Mesmo não se
pode dizer do item referente à re eleição para a presidência da Federação
Brasileira de Veículos Antigos. Sem cumprir o prometido programa de gestão,
marcada por viagens e alegorias festivas inadequadas, contatos oficiais ociosos
e sem resultados práticos. A omissão executiva na FBVA está minando a
credibilidade do movimento antigomobilista nacional. Na prática, custa muito e
nada entrega. Mas talvez seja isto que o movimento dos automóveis antigos
deseje.
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: Portentoso
cenário, o Grande Hotel em Araxá.
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: Raro e impecável Simca tufão Jangada.
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Motores. Prêmio aos melhores
Iniciativa inglesa,
o International Engine of The Year, é
júri mundial de jornalistas especializados – no Brasil inclui o editor da Coluna. Lista os motores recém lançados,
ou os de performance, os promotores de vendas, os abridores de novos caminhos.
Em suma, detentores de qualidades para alcançar o precioso carimbo promocional
de melhor do ano.
Votos são depurados
em etapas, nas diversas categorias, tanto por cilindrada quanto por qualidade
ecológica, e ainda o Motor Internacional do Ano. Resultado foi apresentado dia
1.
Quem
são
Ferrari passou o
rodo com seu novo motor 3,9 V8, twin-turbo,
670 cv aplicado ao 488. Um desafio com
foco ecológico para substituir o 4,5 aspirado. Ganhou como New Engine; Performance
Engine; Motor entre 3.0 e 4.0; e
o prêmio máximo, o International Engine
of The Year 2016. Melhor sob aspecto ecológico, premiou a plataforma da Tesla,
marca independente dos EUA. Grande argumento de sua ida ao mercado para vender
ações e viabilizar a produção de 500 mil veículos de seu modelo 3 em 2018.
Aqui
Dentre os sagrados
como melhores, o Ford 998 cm3, três cilindros, turbo, anunciado para equipar
Fiestas em julho – e EcoSport após, foi indicado para a
categoria Sub 1.0. No caminho de futuras aplicações no Brasil, o 1,2
tricilíndrico turbo PSA, próxima novidade em Peugeot 208 e Citroën C3 no
Brasil.
Quem
é Quem
Novo Motor
|
Ferrari 3,9 Twin
Turbo V8
|
Motor Ecológico
|
Tesla Full
Electric powertrain
|
Motor –
Performance
|
Ferrari 3,9 Twin
Turbo V8
|
Sub 1 litro
|
Ford 998 cm3 3
cilindros Ecoboost
|
1,0 – 1,4 litro
|
Peugeot 1,2 3
cilindros Turbo
|
1,5 – 1,8 litro
|
BMW 1,5 3
cilindros elétrico/gas
|
1,8 – 2,0 litros
|
AMG 2 litros turbo
|
2,0 – 2,5 litros
|
Audi 2,5 turbo
|
2,5 – 3,0 litros
|
Porsche 3,0 6
cilindros
|
3,0 – 4,0 litros
|
Ferrari 3,9 Twin
Turbo V8
|
+ 4,0 litros
|
Ferrari 6,3 V12
|
International Engine of The Year 2016
|
Ferrari 3,9 Twin
Turbo V8
|
Ferrari 3,9 dois turbos, 670 cv, Motor do Ano
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Roda-a-Roda
Re-call – Toyota, Mazda,
Nissan, Subaru, Mitsubishi, Fiat, Chrysler, Ferrari, Daimler (Mercedes), BMW chamam mínimos 12M de veículos nos EUA
para substituir almofadas de ar da japonesa Takata. Defeito pode estar no
produto químico para disparar enchimento. Entre o pode e o estar, devasta a
marca.
Consequência – Takata
procura, desesperadamente, sócio, investidor, especulador, comprador, qualquer
entrada de dólares para enfrentar os elevados custos de reposição. Não tem
caixa para honrar a substituição.
Alfa – O
início de produção e vendas da Alfa Giulia anima admiradores brasileiros da
marca. Mas, tudo indica, demorará a chegar por aqui. Lélio Ramos, ex diretor
comercial da Fiat – e co responsável pela liderança da marca 13 anos – assumiu
diretoria para importados.
Tempo – Focará
aumentar participação de vendas de Maserati, Abarth e Alfa Romeo. Primeiros,
mais fáceis. Há revendedor Maserati e os Abarth são produtos Fiat, utilizando
mesma rede de distribuição.
Horizonte – Este é
o ponto mais difícil da operação. Virá,
diz sem definir prazo e enigmaticamente, resumiu Há planos – mas não há projeto. Ou seja, demora.
Diplomático – Como Coluna informou, Toyota apresentará novo
Prius híbrido em Brasília. Insólito, fa-lo-á na Embaixada Japonesa, enclave
interessante.
Freio – Com
ambicioso projeto de substituir cinco produtos antigos por dois novos, e
correndo em paralelo um pequeno SAV, codinome Junior, ou Jipinho, como tratado no popular, administração da FCA deu-lhe
meia-trava.
Questão –
Problema não é pisar no freio, mas a intensidade frenante. Se errar a pressão
pode ir à parada total – de difícil arrancar posterior. Aconteceu com projeto
Volkswagen, o Taigun, adiado – e agora de impossível resgate.
Negócio – Mercedes-Benz
do Brasil foi a Cuba ajustar venda de 199 sedãs C e E. Negócio demorado pela
burocracia da Ilha, tentando equilibrar a chegada ao capitalismo. Marca tem
outro bom negócio lá: vende conjuntos de motores diesel e caixas de câmbio
reformados para substituir os dos carros norte americanos, maioria no trânsito,
usados desde a década de ’50.
Salão – Lifan quebrou
o Porquinho, sensibilizou direção chinesa, e irá ao Salão do Automóvel, 10 a 20
novembro. Fábrica no Uruguai continua fechada.
Tempo – Grupo
Gandini deu um tempo nos processos de dinamização da implantação da marca Geely
no Brasil. Mercado em queda, dólar a R$ 3,60, mantém-se representante, vendendo
estoque remanescente, garantindo assistência técnica e garantia. Aguardará o
futuro.
Continua
?
– Governo federal cancelou o termo de adesão da representação local da JAC ao
programa Inovar Auto. Governo diz, falta de cumprimento. JAC informa, é projeto
antigo, já desistido, e pediu mudanças e aguarda deferimento. Alega, terá o
sino-baiano J5 aqui montados em 9 meses.
Ecologia – Ford
desenvolve plásticos e espumas sustentáveis para aplicar em seus veículos.
Curiosa é a matéria prima utilizada para tais futuros bancos, capôs e peças
automotivas: dióxido de carbono das emissões poluentes capturado na atmosfera.
Tecnologia reduzirá poluição atmosférica já instalada, e, na base, o uso de
petróleo para a produção de tais itens. Coisa formidável, quem diria, ar
poluído seria insumo – e grátis.
Anúncio –
Amortecedores Monroe festejam 100 Anos e ilustram anúncio com Ford Modelo T,
sugerindo-o usuário das peças. Errou ou engana. Os T, feitos entre 1908 e 1927,
não usaram amortecedores. Agências de propaganda, e empresas ao aprovar
anúncios deveriam se preocupar com história – sua história.
Novela – Haja Coração, novela da TV Globo, 19h30,
tem atores Malvino Salvador, Mariana Ximenes e Cléo Pires envolvidos com
automobilismo. Fazenda em Mogi das Cruzes, SP, para cenas fora de estrada com
ASX RS, e de velocidade no excelente autódromo Velo Citá com Lancer Evolution e
RS, todos preparados dentro da fábrica da Mitsubishi, em Catalão.
Grupo –
Chegando ao Brasil após renascimento nos EUA motocicletas Indian quer agregar
proprietários no IMRG, o Indian
Motorcycle Riders Group, para interação, socialização, informações,
passeios. Começa onde há concessionários da marca, MG, SP, RJ e SC. Tens e estás afim? Aqui: www.imrg.com.br
Temporada –
Mitsubishi Lancer Cup, categoria com estes automóveis terá abertura dia 11, com
provas no autódromo Velo Citá, em Mogi Guaçu, Interlagos, SP, fechando em
Goiânia, Go aos 15 outubro. Autódromo de Brasília, quase retomando acabar
pista, ficará fora.
Equilíbrio – A Cup tem modelo interessante. Todos os
carros são da Mitsubishi, preparados pela Ralliart, sua área de corridas.
Baseiam-se no Lancer Evolution, 340 cv, câmbio sequencial de competição.
Conforto - Piloto
aluga o carro, logística e assistência antes, durante a após corrida. Quer
dizer, coloca macacão, sapatilhas e capacete, preenche o cheque, baixa o pau na
máquina e vai-se. Deixa carro e preocupações para trás.
Faixas - Tem
três categorias por idade: Light, a pilotos jovens; RS, até 45 anos e RS
Master, aos pós garotões. Mais? lancercup@hpeautos.com.br e (19) 3019-1000.
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