DÉCADA PERDIDA
Se a onda de desânimo e falta de confiança de compradores e
investidores levaram à penosa situação atual do mercado, alguma luz de
esperança começa a surgir para 2017. Esse foi um dos principias indicadores do
seminário Revisão das Perspectivas 2016, da AutoData, esta semana em São Paulo.
Até agora nenhum executivo quis se comprometer sobre
o que pode ocorrer no próximo ano. Há apenas o consenso de fundo do poço em 2016. Anfavea prefere esperar mais dados nos próximos meses para rever números. Mas surge o sentimento de que mudanças econômicas em curso melhorariam o humor de pessoas e empresas. O novo presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, previu crescimento do PIB de forma bastante modesta em 2017: apenas 1,3%.
o que pode ocorrer no próximo ano. Há apenas o consenso de fundo do poço em 2016. Anfavea prefere esperar mais dados nos próximos meses para rever números. Mas surge o sentimento de que mudanças econômicas em curso melhorariam o humor de pessoas e empresas. O novo presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, previu crescimento do PIB de forma bastante modesta em 2017: apenas 1,3%.
Esse patamar o autoriza a estimar que a produção de veículos
leves e pesados subirá 2,7% no ano que vem, incluindo mercado interno e exportações.
Se parece um alívio, Ioschpe deixou claro: “Sempre é bom voltar a crescer, mas
igualar os números recordes de 2013, por enquanto, não vislumbro antes de 2023”.
Nas palestras houve reconhecimento do artificialismo que
inflou as vendas no passado recente, conduzindo ao excesso de capacidade e à
redução do nível de emprego. Importante, porém, saber que o mercado brasileiro não
está saturado. Alguns esperam um sinal positivo de recuperação da confiança
para “acordar” os compradores. Vendas represadas trariam condições de encurtar
essa nova década perdida para o setor automobilístico.
Outro debate foi a liberação sumária para automóveis a
diesel por meio de um projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados. A
Cummins e a consultoria Power Systems Research apresentaram argumentos
contrários, enquanto FPT Industrial e MWM mostraram-se favoráveis, talvez com a
expectativa de produzir aqui estes motores, algo muito improvável pois seriam
importados. Anfavea reafirmou sua desaprovação, entre outros motivos pelos
investimentos já feitos para melhorar o consumo dos motores atuais.
O assunto diesel não é novo. Dois projetos de lei anteriores
foram arquivados. Depois de toda a confusão envolvendo emissões poluentes desse
combustível no exterior nos últimos nove meses, pairam dúvidas sobre as reais
razões de reabertura do tema. Se a referência for CO2, não há condições
de o diesel competir com bioetanol de cana-de-açúcar no Brasil. Pelo contrário,
só danificará a matriz energética do País.
Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota, reafirmou a
aposta da empresa em híbridos (motores a gasolina ou flex, no caso brasileiro,
auxiliados por motor elétrico) e nas pilhas a hidrogênio para automóveis puramente
elétricos. Ele acredita que 40% das vendas da marca na América Latina até 2030 virão
dessas duas opções. E, em 2050, a totalidade de sua comercialização no mundo.
Significa que motor a combustão não acaba tão cedo.
RODA VIVA
INAUGURAÇÃO da
fábrica do grupo Jaguar Land Rover, em Itatiaia (RJ), fecha o ciclo de novos
entrantes para produção de modelos mais caros. Capacidade: 24.000 unidades/ano.
Range Rover Evoque e Discovery Sport têm índice de nacionalização inicial em
torno de 40%. Anteriormente, Land Rover montou o Defender em São Bernardo do
Campo (SP) de 1998 a 2005.
APESAR da
situação do mercado de veículos (quase 50% de queda acumulada nas vendas em
dois anos), o País não perdeu tanto protagonismo na região. Volkswagen é mais
um grupo a ampliar a abrangência administrativa de seu principal executivo no
Brasil. O sul-africano David Powels responde agora pela América do Sul, América
Central e Caribe.
BMW M2 chega este mês às lojas como um cupê
compacto de tração traseira (partilha a mesma arquitetura do hatch Série 1) de
desempenho excepcional: acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 s. Utiliza um
raro, nos dias de hoje, motor turbo de 6 cilindros em linha, 3 L, 370 cv e nada
menos de 47,4 kgfm. Preço de R$
379.950,00, ou mais de R$ 1.000 por cv.
ESCALADA de
oferta de câmbios automáticos em carros compactos inclui os Nissan March e
Versa, nas versões de 1,6 L. Marca japonesa optou por um CVT (marchas infinitas
dentro de intervalo fixo de maior e menor redução), mais adequado a uma
condução urbana moderada. Poupa combustível, mas é encarecido pela importação:
a opção custa R$ 4.800.
SEGUNDO pesquisa
da J.D. Power do Brasil, subiu o índice de satisfação no processo de compra de
veículos novos. Com menos interessados para atender, as concessionárias estão
se esforçando mais para vender e procurando fidelizar os clientes. Índice de
avaliação positiva subiu de 774 pontos (numa escala até 1.000), em 2015, para
793 pontos este ano.
ESTÁ disponível
aqui óleo sintético de última geração cujo foco é manter a capacidade de
lubrificação em temperaturas altas. Essas condições ocorrem em motores modernos
de baixa cilindrada e alta potência. Parceira da Mercedes-Benz na F-1, Petronas
desenvolveu o Syntium CoolTech para maior dissipação de calor nos motores de
competição.
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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2
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