quinta-feira, 30 de abril de 2015

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER



Coluna 1815            29.Abril.2015                      edita@rnasser.com.br
De Pernambuco, Jeeps e Fiats
Sonho de qualquer urbanista, projetista de motor ou chassi é começar, ilustrativamente, com folha em branco. Em teoria ali pode aplicar toda a criatividade, aproveitar ao máximo meios e facilidades para interar-se com o meio ambiente, ter produto final da melhor qualidade, seja loteamento, bairro, cidade, ou motor ou chassi novos.
Parece desejo ou gabarito comum. Porém, com certeza, os formuladores da operação iniciada como Fiat e encerrada como FCA, em Goiana, Pe, gostariam de ter encontrado uma estrutura operacional pré existente e nela incluir nova operação industrial.
A área escolhida foi marcada dentro de um canavial, próxima a Goiana, pequena e desassistida cidade, no norte de Pernambuco e no sul da Paraíba. Sediaria a fábrica, com projeto aperfeiçoado ante a responsabilidade de ser a primeira pós criação da FCA – fusão de Fiat com Chrysler -, e mudando produtos, para implantar a marca Jeep, trazendo-a de volta a Pernambuco.
A Fiat/FCA entendeu a dificuldade. Contratou os melhores quadros em seu mundo e mandou-os para entender as raízes, as cabeças, o entorno. Cubar a complicação, criar caminhos e soluções.
Não queriam inflar a pequena Goiana com uma leva de trabalhadores externos, de costumes diferentes, e assim resolveram buscar mão de obra regional. Assim, contrataram-se carros de som, colocaram mesas nas ruas, como se fossem pontos de jogo-do-bicho, para receber fichas dos interessados. Evitando romaria na porta da construção, as inscrições dos letrados foi por Internet. E para evitar confusão, prostituição e outras mazelas em torno da obra com 11.000 trabalhadores, não construiu alojamentos no canteiro de obras. Contratou pessoal local, alugou hotéis, pousadas, reformou casas transformando-as em repúblicas. Havia outra razão para evitar movimento maior, o receio de invasão da área pela acolhida e agora comendada irresponsabilidade do MST. De tal forma, o canavial só foi desbastado quando a fábrica estava pronta e cercada.
Com cerca de 80% da mão de obra pernambucana, iniciou treinamento indo do aperfeiçoamento em português e aritmética. Meteu-se na estrutura escolar, construiu hospital, fez serviço social. Levantou e listou as manifestações de cultura popular para preservá-la e criar o orgulho cidadão. E fez ajustes para criar cursos de engenharia automobilística, e até curso para uso de smarphones. Não quer a fábrica como um enclave, mas como um equipamento gerando trabalho, renda, impostos, melhorando a vida das pessoas através da formação dos colaboradores.  Trabalho enorme.
O operacional da fábrica tem 260 mil m2 e, para viabilizar a produção e conter custos, investiu R$ 1B criando estrutura e atrair fornecedores, em área contigua com 270 mil m2 implemento importante e permite iniciar a produção de veículos com 70% de nacionalização, recorde em arrancadas.
Aplica 15 mil práticas da WCM, a manufatura de primeira categoria, e tem características próprias como o Communication Center, espaço aberto para a administração, onde se vai à mesa do responsável em busca de uma solução, e daí, se caso, à linha de produção. Carrocerias dos veículos em montagem passam sobre o Centro para ganhar espaço e tempo. A fábrica tem preocupações estéticas em sua engenharia. Da fachada, como enorme edifício envidraçado, ao pé direito e às elegantes colunas. Na operação, a novidade da pintura primer, a pintura básica, reduzindo materiais, poluição, tempo e custos.
A capacidade de produção é de 250 mil unidades anuais. O primeiro e o terceiro produtos serão Jeep. O segundo, picape Fiat, ainda sem nome mas tratado como Stradão. Quer aumentar presença das marcas Jeep e Fiat no Brasil, América Latina e África do Sul.
Não é apenas um retângulo onde se produzem veículos, mas um polo gerador de promoção de qualidade de vida. Que prefeituras no entorno e governos federal e pernambucano saibam ampliar tais benfeitorias, começando pelas ligações viárias com Recife e com o porto de Suape. A fábrica, aliás o Polo Automotivo fica mais perto por distância e tempo de João Pessoa, Pb.
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Exibindo Foto Legenda 01 coluna 1815 Fabrica .jpg
 Fábrica FCA, Goiana, Pe, no meio de um canavial
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Junho, novo Focus
Junho, após o Salão de Buenos Aires, onde exposto, Ford apresentará revisão estética do Focus, na metade do ciclo deste modelo, como a grade frontal inspirada nos Aston Martin, como o fazem Ka e Fiesta no Brasil, e Fusion mexicano. É padronização do produto argentino com o modelo europeu. Ponto maior não será visto, mas sentido: agregação de tecnologia eletrônica nos itens de recreação, prática instigadora da criação de novo vocábulo, infotenimento.
Sendo carro mundial não será surpresa se o Focus argentino a desaguar no mercado nacional por conta dos entendimentos no Mercosul, siga caminho industrial do modelo europeu, com maior percentual de itens - para choques, grades, tapetes, plásticos, produzidos a partir de material reciclado. Matriz Ford foi a primeira fabricante com cultura ecológica, com diretoria para o assunto.
Em equipamentos e conteúdos, versões SE, SE Plus, grafada com sinal de adição, e Titanium, marcada por grade com barras cromadas e rodas especiais.
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Exibindo Foto Legenda 02 coluna 1815 - Focus.jpg
Focus 2016, junho
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Outro Suzuki, o S-Cross
Marca japonesa em esforços para aumentar variedade de produtos em seus revendedores. Além do jipinho Jimny, montado em Goiás, traz veículos da marca do Japão e da Hungria, caso do S-Cross. Substitui o SX4, bem formulado hatch, e indica caminho construtivo: com as limitações legais para consumo e emissões, aplicou-se a reduzir peso, reformatando peças, materiais e métodos. Conseguiu, no final, 1.125 kg e uso esperto, menores consumo e poluição com o motor 1,6 litro e 120 cv de potência.
Não é jipinho, é crossover, mescla entre hatch sav – sport athletic vehicle. Oferece opções com câmbio mecânico de 5 velocidades e automático CVT com 7 posições, tração dianteira e nas quatro rodas, a AllGrip, evoluído sistema atuando na tração, motor, transmissão, freios. Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki Brasil diz, desenvolvimento focou em eficiência e afinidade com usuários. Novo caminho inclui o aumento de segurança, dotação de sistemas anti e de proteção aos ocupantes em acidentes. Teste de impacto pela EuroNCAP deu-lhe 5 máximas estrelas em segurança, e o programa de redução de consumo pelo Inmetro, registra 11,9 km/litro na cidade e 13,2 km/litro na estrada, a gasálcool 25%. Projeção de vendas 250 unidades/mês. Suzuki não comentou importar versão a diesel.

Quanto custa

modelo
R$
4x2 GL   (transmissão mecânica)
            74.900
4x2 GLS CVT
            88.900
4x4 GLX CVT
            95.900
4x4 GLX CVT
           105.900 
Opções: 
Pintura Metálica / Perolizada  
Bronze/ Bege; Prata / Preto                      1.400
Cinza / Preto e Branco / Preto                  1.000*
(apenas versão GLS)
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Exibindo Foto Legenda 03 coluna 1815 - Scross .jpg
 S-Cross, redução de peso, novo caminho
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Roda-a-Roda
Novela – Outro capítulo da rusga entre Ferdinand Piech, 78, do Comitê Diretivo da matriz Volkswagen, e Martin Winterkorn, 67, CEO da empresa. Piech, neto do professor Porsche, renunciou ante apoio ao executivo por seus colegas de banca, incluindo o estado da Saxônia, e o primo Wolfgang Porsche.
Festa - Land Rover festeja ter feito 6M de veículos nos 67 anos da marca com exemplar Range Rover LWB. Coerente. Coincide com 45 anos do lançamento do Range Rover, primeiro passo a SUV confortáveis, atual caminho da marca.
Descompasso – Desenvolvido e ajeitado ao comprador brasileiro, o JAC T3 foi exposto como J2 Refine no Salão de Xangai. Deveria coincidir com produção na fábrica JAC na Bahia, mas demora no liberar financiamento furou cronograma.
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Exibindo Foto Legenda 04 coluna 1815 - JAC T3.jpg
JAC T3 – na China J2 Refine
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Tecnologia – Tecnologia do conforto doméstico migra aos automóveis. Após TVs, Sony busca som em qualidade de sala de concertos. Está no Ford Explorer Platinum 2016, não vendido no Brasil. 12 auto falantes somando 500W, em 10 locais, e woofers e tweeters.
Sinal – Líder como maior mercado do mundo, crescimento enorme, China tropeça, e um dos sinais é o interesse por carros usados. Outro, as promoções de vendas dos O Km, sinal da boca do forno ter superado o tamanho do balcão.
Resultado – O mercado chinês tem dado respostas financeiras aos fabricantes de automóveis, respondendo entre 1/3 e metade dos lucros das marcas lá operando. Projeção de é queda de 50% dos lucros neste ano.
YES ! – Simples, mas definitiva e peremptória a resposta de Sergio Marchionne, CEO da FCA, na entrevista ao inaugurar nova fábrica em Goiana, Pe. Perguntado se a Alfa Romeo voltaria ao Brasil, resumiu com o monossílabo.
E ? – Apesar do cenário e da ociosidade do novo espaço industrial, novo Alfa será importado. Assim, Alfisti, poupem. O projeto Giulia, renascendo a marca, deve facear preço a Audi A5, Mercedes E e BMW 5.
Promoção – Toyota induz vendas do picape Hi Lux e utilitário SW4: 30% de entrada; 20% em 23 vezes. Ao final, quitação da metade faltante ou venda do picape a concessionário da marca, parte da quitação. Novos modelos outubro.
Mercado – Mitsubishi aproveita o Dia das Mães e promove produtos para elas, de vestuário a equipamentos para esportes, como bicicletas e stand up paddles. Novo segmento na praça: Mãe 4x4.
Menos mau – Primeiro trimestre Harley Davidson marcou aumento de 0,3% de vendas na América Latina. Número contido, porém muito melhor ante queda de 1,3% no restante do mundo. Faturamento e lucros aumentaram em 1%.
Caminho – Du Pont, lembrada pelas tintas de sua produção, novo produto: carter plástico – depósito de óleo do motor nos veículos automotores. No usual em chapa de aço ou alumínio. Seu Centro de Inovação Brasil, em Paulínia, SP, desenvolve produtos por demanda dos clientes. O carter é um deles.
Conceito – Lembra-se das afirmativas sobre segurança superior dos carros antigos por suas chapas espessas, massudos para choques, grandes volumes?  Vídeo de choque entre Chevrolets Impala 1959 e Malibu 2009 exibe a verdade. Em www.youtube.com/watch?v=fPF4fBGNK0U&feature=youtu.be
Começo – Mick Schumacher, 16, estreou e venceu na nova Fórmula 4, monopostos pós kart, em Oscherleben, Alemanha, com sobrenome paterno. Em kart corria com o da mãe. Sua gerente, amigos e família pediram à imprensa não pressioná-lo por ser herdeiro do hepta campeão mundial em Fórmula 1.
Manutenção – Moras em cidade com céu limpo? Colha água de chuva e coloque-a no radiador do seu carro. Água de céu poluído é ácida e a de torneira é tratada, ambas danosas às galerias de água de circulação e refrigeração do motor. Use o aditivo orgânico na proporção indicada no manual do proprietário.
Antigos – Mandatório se colecionador de antigos. Adicione, pelo menos, um litro do aditivo orgânico para garantir bom fluxo, preservar mangueiras, vedações e a bomba d’água.
Gente – Nelson Piquet, tri campeão em Fórmula 1 e carmaníaco, brinquedo novo. OOOO McLaren 12C – plataforma e carroceria em fibra de carbono, V8, 3,8 litros, 630 cv, sete velocidades e tecnologia de Fórmula 1. OOOO Faz conjunto com Ferrari California, Porsche Carrera 4 e Ford GT com potencia dobrada a 900 cv. OOOO
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Do canavial, uma fábrica
A Willys, marca mítica no Brasil, nos idos de 1965 fez fábrica nas beiradas de Recife. Lá montou Jeeps, Rurais e picapes, parte de projeto estratégico nacional para disseminar industrialização. Mesma fábrica, tornada base para a produção de chicotes e instalações elétricas, permitiu à Fiat, comprando-a, habilitar-se ao projeto do governo federal para ampliar a industrialização.
A FCA, razão social sacramentando a união de Fiat e Chrysler, leva a marca de volta ao estado – e ao país. A Willys-Oveland do Brasil encerrou-se ao transferir seu controle para a Ford. O retorno é passo importante. O Jeep amanhou a terra, abriu estradas, foi veículo e ferramenta no pós Guerra. Tão adaptado às demandas do país, foi o primeiro letreiro de primeira fábrica privada a instalar-se aqui e, por características de adaptação a tantas necessidades, o veículo mais vendido no princípio de nossa indústria automobilística.
O Jeep volta em novo segmento criado no tipo de mercado por ele inaugurado no pós-Guerra, o veículo com dupla aptidão. Sete décadas após, adequado às exigências dos compradores vem com produto como o primeiro degrau na escala de produtos da marca. No caso, o Renegade e duas versões com quatro cilindros: tração simples e motor 1.8 em ciclo Otto; tração nas 4 rodas e motor 2.0 a diesel.
Projeto da fábrica e seu operacional reúnem o melhor do mundo industrial, mas tem o toque da experiência local. Cledorvino Belini, então executivo e hoje presidente da FCA regional e com lugar no board da empresa, cimentou a base para a arrancada da então Fiat ao fazer a mineirização dos fornecedores, levando-os para Betim, MG – onde está a grande usina -, nas beiradas da fábrica. A redução de custos e logísticas ajudou a torná-la competitiva e líder. A FCA repetiu a fórmula, indicando grandes pretensões.
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Exibindo Foto Legenda 05 coluna 1815 - Renegade (6).jpg
Jeep Renegade, pernambucano
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