CONFLITO DE PREÇOS
Finalmente,
o mercado de subcompactos começa a esquentar no Brasil. Espaços mal planejados
nas cidades para circular e estacionar, exigências de menor consumo e emissões e
muitos carros rodando com no máximo um passageiro além do motorista, justificariam
presença menos tímida no total de hatch compactos, de longe o segmento mais
importante em vendas.
Por isso a
Fiat faz sua aposta no Mobi. O carrinho servirá para atrair pessoas a esse
segmento e colocar racionalidade na compra.
Ao vivo parece mais harmônico do que em fotos, embora a parte frontal seja exageradamente volumosa e a traseira muito “chapada”. Rompe com certa leveza de estilo da marca italiana. Desenhado em Betim, é necessário aceitar as limitações do projeto baseado no Uno. Há redução de 21 cm no comprimento, 7 cm no entre-eixos e 4 cm na largura. Resultado: um banco traseiro muito limitado para pernas e ombros e um porta-malas de apenas 215 litros (235 se incluída a caixa "cargobox").
Ao vivo parece mais harmônico do que em fotos, embora a parte frontal seja exageradamente volumosa e a traseira muito “chapada”. Rompe com certa leveza de estilo da marca italiana. Desenhado em Betim, é necessário aceitar as limitações do projeto baseado no Uno. Há redução de 21 cm no comprimento, 7 cm no entre-eixos e 4 cm na largura. Resultado: um banco traseiro muito limitado para pernas e ombros e um porta-malas de apenas 215 litros (235 se incluída a caixa "cargobox").
Problema
maior está na relação custo-benefício. Na própria gama Fiat terá concorrência –
por algum tempo – do antigo Palio Fire (representa mais de 50% das vendas deste
compacto) e do próprio Uno. Segundo o paulistano Stefan Ketter, presidente da
FCA para América Latina (menos México), a marca quer voltar à liderança do
segmento de automóveis “sem comprometer a rentabilidade”.
Preços começam
com a versão Easy a R$ 31.900 e vão até R$ 42.300, Like On. Há ainda a Way
(altura de rodagem maior e penduricalhos de pseudocrossovers) que chega a R$
43.800. Motor continua o 4-cilindros de 1 litro do Uno que, no segundo
semestre, receberá o 3-cilindros de apenas seis válvulas. Daqui a um ano o Mobi
receberá o mesmo motor, o que pode significar desvalorização adicional no
mercado de usados. Até 60 kg mais leve que o “primo”, tem agilidade razoável no
trânsito.
Pontos altos
do Mobi: suspensão bem calibrada, interior com texturização criativa dos
plásticos de acabamento, regulagem do encosto do banco traseiro (pode ser
bipartido), ângulo de abertura das portas traseiras e tampa do porta-malas em
vidro temperado. Os bancos dianteiros são novos, menos macios que o padrão da
marca (o que é bom) e oferecem adequada sustentação
lateral.
A partir de
junho a Fiat oferecerá um interessante sistema de aproveitar o telefone celular
para interagir com sistemas do carro e utilizará aplicativos como Spotify
(música) e Waze (rotas). Mas o aparelho é fixado horizontalmente, menos prático
para leitura de mapas.
Entre pontos
fracos estão visibilidade traseira ruim para manobras, acesso ao porta-malas
prejudicado pela estrutura metálica acima do para-choque e janelas atrás muito
pequenas (os vidros traseiros, só por isso, abaixam totalmente). Apenas uma
cordinha sustenta o chamado bagagito, ao se abrir a tampa traseira.
Mobi terá
que confiar na força da novidade para sustentar suas vendas. Não há certeza de
que ajudará a Fiat a ganhar participação de mercado em razão do conflito de
preços dentro da própria linha da marca. Além disso, preço ficou acima do esperado
e muito próximo de concorrentes como o VW up! que tem motor mais potente e
econômico, visibilidade melhor e porta-malas maior.
RODA VIVA
FORD lança em maio Fiesta com motor 1.0
3-cilindros turbo (EcoBoost). Unidade motriz, só a gasolina, é importada da Europa.
Nacionalização, fora dos planos. Na nova geração do EcoSport, pouco antes do
Salão do Automóvel de São Paulo (novembro), conforme antecipado aqui, estreia o
novo motor Dragon aspirado flex de três cilindros e 1,5 litro (mais potente que
o 1,2 L Peugeot).
GRAÇAS à instalação de subsidiária no
Brasil, a Porsche agora oferece a versão Carrera do 911 por R$ 509.000. É porta
de entrada para um verdadeiro carro esporte, todos biturbo de 3 L e 370 cv ou
420 cv (Carrera S) e câmbio automatizado 7-marchas. Cupê, cabriolet e targa estão
disponíveis em até 14 configurações, incluído o 911 Turbo S por R$ 1,277
milhão.
DIRIGIR o 911 em um autódromo de
traçado desafiante, como o Velo Città em Mogi Guaçu (SP), traz sensações
inigualáveis em relação ao que existe de melhor no mundo. Respostas de direção
e acelerador, capacidade incrível de frenagem e mudança de comportamento geral
do automóvel ao girar de um botão no volante levam à vontade de não parar nunca
de guiar.
MAU SINAL: mortes no trânsito no Brasil cresceram quase 2% em 2014 em
relação a 2013. Passaram de 42.266 para 43.075, a partir de levantamento compilado
pelo Observatório Nacional de Segurança Viária no defasado Banco de Dados do
DataSUS. Assim, fica ainda mais distante o País cumprir meta voluntária da ONU
de redução de 50% das mortes em uma década.
COMUNIDADE técnica brasileira ganhou relevância
com a promoção de William Bertagni a vice-presidente de Engenharia Veicular para
a Europa da Opel, subsidiária alemã da GM. Bertagni tem de 30 anos de
experiência em desenvolvimento de produto e foi um dos responsáveis pela
arquitetura GSV que originou aqui Onix, Prisma, Cobalt, Spin e o novo Tracker (2017).
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