Coluna 0716 10.Fevereiro.2016 edita@rnasser.com.br
Solidão apequena a
JAC
Da posição corajosa de importar os
chineses JAC devidamente adequados ao gosto do consumidor brasileiro; de
vendê-los equipados a preço de carro pelado; de inaugurar 50
concessionários no dia do lançamento da marca; de anunciar fábrica na Bahia, o
pacote de iniciativas do empresário paulistano Sergio Habib foi atrapalhado por
condições estranhas ao seu negócio. Governo federal, por preocupação, ou
instigado pelos fabricantes concorrentes, criou imposto adicional de 30 pontos
percentuais, inviabilizando as importações e, evento paralelo, o Banco de
Desenvolvimento da Bahia não liberou financiamento prometido.
Resultado buscado, o mercado de
importados caiu e Habib cortou custos como pode; demitiu gente; fechou revendas
JAC e Citroën – é o maior operador da marca; e, com permissão da licença pouco
poética, comeu o pão que o diabo amassou com o rabo para
manter-se hígido economicamente.
Sem financiamento, fez sociedade com
a JAC chinesa para construir a fábrica, mantendo sua a distribuição. Entretanto
dois fatores novos levaram a nova e total alteração: a retração de vendas e a
insegurança jurídica no país, fizeram chineses deixar o negócio.
Simples
Sozinho na iniciativa, entre
escriturar o prejuízo e largar tudo para dedicar-se ao conforto de
aposentadoria precoce, o sangue hebreu de Habib instou-o a deter o prejuízo e
correr atrás do lucro: deu monumental freada no projeto, virou-o a 90 graus. Na
prática fará sozinho os carros chineses em Camaçari, Bahia, porém em escala
menor. Enxugará o processo industrial: em vez de fabricação, montagem CKD –
importação de veículos desmontados – para armar aqui; instalações modestas;
agregação de poucas partes nacionais. Seguirá a cartilha do programa oficial
Inovar-auto, de nacionalização mínima – pneus, rodas, mangueiras, correias,
bateria e pouca coisa mais. É marcha a ré industrial pois os aderentes a tal
regra fazem em 2016 menos que a Willys-Overland praticava ao iniciar operações
brasileiras no longínquo 1954, pré indústria automobilística nacional. Quer
reter custos a R$ 200M – aproximadamente US$ 50M.
Processo simplório, aumentando
lentamente as intervenções industriais e o desenvolvimento de componentes
nacionais. Volume, projetado em 100 mil unidades/ano contrair-se-á a 20 mil
anuais – 1% do mercado nacional.
Fábrica em módulo inicial iniciará
construção em dias e pretende expelir as primeiras unidades em janeiro de 2017.
Habib tem pressa. Ajusta passos
iniciais com a JAC, incluindo mudar o produto, agora o T 5 um SAV focado nas
dimensões do Ford EcoSport.
Do saco, a embira.
E da embira, um pedaço, dizia a minha avó, sábia
macróbia. Este Habib é resiliente como uma aroeira.
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VW muda foco e
apaga o Das Auto
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0 anúncio VW enfatiza pessoas e fez sumir o Das Auto
0 anúncio VW enfatiza pessoas e fez sumir o Das Auto
----------------------------------------------------------------------------------Para mostrar ter equacionado a crise das emissões dos motores diesel,
além da apuração, da catarse interna, da contratação dos melhores executivos em
área jurídica, de compliance, lobby, investigação, Volkswagen agora
quer expor a mudança a público. Começa mudando o inexplicável slogan, Das
Auto – em alemão O Carro -, objeto de ácidas críticas
a partir da imprensa considerada.
Está em campanha europeia e logo
chegará ao Brasil exibindo mudança mundial de enfoque, adotando linha
emocional. Como disse Jorge Portugal, VP de Vendas no Brasil, o slogan era
arrogante, e a marca quer dirigir sua comunicação às pessoas, ao povo, como
está em seu nome – Volks é povo, pessoas, em alemão. Texto enfatizará
qualidades em torno de frase criada para recuperar credibilidade e clientes: antes,
agora, sempre.
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Carnaval acelera
lançamentos
Mercado retraído, vida deve
continuar, alemãs Audi, BMW e Mercedes importaram novidades. Quantidades
contidas pois a trinca se concentrará em vender maior número possível dos
veículos em início de produção local pelas duas primeiras – Mercedes o fará a
partir de março. Traço comum, todos os modelos saltaram de preço, expondo a
correção do dólar e, imagina-se, um colchão para absorver futuros aumentos a
curto prazo.
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Audi e Q7
Refez o Q7, maior de seus utilitários
esportivos. Regras de consumo ditaram as intervenções: reduziu 325 kg, por
intenso uso de alumínio na suspensão independente, na carroceria e na estrutura
– há, apenas, duas pequenas vigas em aço especial; motor V8 4,2 litros
substituído por V6, dois turbos e 333 cv de potência, circa 45
m.kgf de torque. Menor, mais leve e mais forte, vai de 0 a 100 k/h em 6,1s,
velocidade final cortada a 250 km/h. Novidade com eixo traseiro direcional em
até 5 graus para auxiliar condução.
Seguiu a tendência mundial
agregando-lhe enorme relação de infodiversão – incluindo a mágica de diminuir
instrumentos no painel; do sistema de visão noturna percebendo obstáculos antes
da visão humana; tela de 31 cm conectada ao sistema multimídia, permitindo ver
de mapas a agenda telefônica.
Caixa automática com oito marchas,
tração permanente em todas as rodas na relação 40/60%, sistema de freio na
subida, de controle automático nas descidas. Enfim, pacote rico e à altura da
preocupação de liderança tecnológica da marca. Preços, R$ 400 mil versão de
entrada, e R$ 490 mil com opcionais.
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Audi Q7. Emagreceu 325 kg – peso de piano!
Audi Q7. Emagreceu 325 kg – peso de piano!
----------------------------------------------------------------------------------BMW
e X1
Inicia importado, abrindo picada no
mercado do segmento, à produção nacional a iniciar-se próximos dias em
Araquari, SC. Embora a maioria dos condutores não perceba, espelha o uso da
arquitetura mecânica pelo degrau inferior dos BMW e o superior dos Mini.
Característica básica é ter tração dianteira, opcionalmente integral. Motor
transversal re arranjou espaços, e apesar do comprimento assemelhado à versão
anterior, obteve mais conforto em largura, altura, porta malas. Estilo deu-lhe
cara de SAV.
Duas versões na motorização, quatro
cilindros em linha, 2,0 litro: versão de entrada, 192 cv e 28,5 m.kgf de torque
a surpreendentemente baixos 1.250 rpm; e 231 cv e tração nas quatro rodas.
Ambas são de extremo agrado ao
conduzir, dóceis, ágeis, seguras, bem equipadas com ar condicionado em duas
zonas, faróis em LEDs e sistema multimídia. Três preços: X1 básico a
R$ 167 mil; sDrive2.0i X Line, intermediária, com teto solar,
bancos e tampa do porta malas elétricos, a R$ 180mil. Se o condutor dedicar-se
a leituras superiores ao Mobral mecânico, cometerá um suinocídio, quebrará o
porquinho da poupança, e dele retirará os R$ 200 mil para a versão de
topo xDrive25i, muito superior.
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04: BMW X1. Mais espaçoso e motor do Mini
04: BMW X1. Mais espaçoso e motor do Mini
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Mercedes – os G
Mercedes – os G
Padronizou seus produtos com
habilidades fora de estrada sob a letra G. Tem dois novos: GLE Coupé,
simbiose entre SUV e cupê, muito lembrando o estilisticamente polêmico BMW
X6; e o GLC, sucessor do GLK.
GLE – veículo de luxo, motor V6 bi turbo, 3,0 litros, 333 cv e 49
m.kgf de torque a 1.600 rpm. Segue o caminho mundial de muita força em
baixas rotações, transmissões automáticas com nove velocidades, permitindo
girar em marchas altas – e rotações baixas. Oferece cinco regulagens de
motor e suspensão, de acordo com a necessidade ou gosto, e interior tem
toques da preparadora AMG, como couro com pesponto vermelho e volante
esportivo.
GLC – Substitui o GLK, mal sincronizado com os compradores. Era baixo,
perdendo a aparência agressiva tão demandada pela clientela. Cresceu uns 12 cm
na distância entre eixos e perdeu 80 kg no peso. Motorização 2.0 Turbo, 211 cv,
transmissão automática de 9 velocidades, tração integral e o Dynamic Select,
regulagem para diferentes usos.
Preços de R$ 223 mil para versão
GLC250 4Matic, a R$ 265 mil para Sport.
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Roda-a-Roda
Fim – Toyota dará fim à marca Scion. Nome em tradução livre é filho,
rebento, criada para modelos destinados aos consumidores jovens. Descobriu,
estes preferem dizer têm um Toyota. É a força do nome.
Conjuntura – Outro automóvel criado por advogados, o Polo Ameo, para mercado
indiano. Não se imagine profissionais do direito substituindo designers,
pois agem em plano superior, sugerindo ao governo molde legal para lei de
incentivos a veículos com menos de 4m de comprimento, motores até 1,2 litro.
Corte – É o Polo e sua plataforma PQ 25 ao qual seccionaram o porta
malas criando duas versões, hatch e sedã de três volumes.
Motor 1,2 de três cilindros produzindo apenas 73 cv – no Brasil o 1,0 faz 80
cavalos. Extra incentivo, opção diesel 1,5 litro e transmissão automática DSG
de 7 velocidades.
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Polo Ameo, outro carro definido por advogados
Polo Ameo, outro carro definido por advogados
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Mudança – Foi-se o tempo de carros definidos por técnicos, engenheiros.
Agora o são pelos advogados: os do governo estabelecem parâmetros de emissões,
poluição, segurança, tributação, e os das empresas sugerem os limites para a
obediência à lei. Daí, são feitos.
Tempo – Fábrica do chinês Lifan no Uruguai – montada para fornecer
Brasil -, fechou portas até março. Contração de 45% no mercado de importados,
detém produção até limpar pátios da montadora e concessionários.
Situação - Globalização é isto. Borboleta bate as asas no Cerrado de Goiás,
e faz criar fenda em montanha no Tibete.
Resgate – FCA foi a Munique resgatar Roberto Fedeli, ex engenheiro chefe
da Ferrari, trabalhando na BMW. Para lugar especialmente criado, 2º. na marca,
reportando-se ao CEO, missão de botar ordem no processo de conformação,
produção e lançamento do multi prometido e atrasado Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio,
cara do renascimento da marca.
Causa – Razão do atraso, dificuldades de aprovação nos testes de
impacto. Ordem maior, iniciar produção no 31 de março – curiosa quinta feira -,
e venda em julho. Versões 2,0 Otto e 2,2 Diesel no Salão de Genebra, março.
Mais – Calendário na Maserati, outra marca FCA renascida, também está
lento. O SUV Levante, prometido para o ano passado, foi reprogramado para
julho.
Paraíso – Alfistas sonharão com resultados da contratação
e a nova intimidade de Fedeli com os métodos alemães. Diz-se, melhor automóvel
do mundo terá linhas italianas e construção alemã. Pior, ao contrário ...
Tecnologia – Fábrica de pistões Mahle desenvolveu tecnologia para reduzir consumo de
óleo lubrificante nos motores com bloco em alumínio e camisas em ferro:
revestiu-as externamente com níquel. Tecnologia nacional, do Centro Tecnológico
da empresa, em Jundiaí, SP.
Problema – Causa é má troca de temperatura entre cabeçote e bloco, causando
distorção nas camisas e irregularidades no espaço entre face interna e os
pistões.
Solução – Sem saber, resolveu dois problemas até então insolúveis de
festejado fabricante nacional, consumo de óleo e empeno dos blocos de motores.
Drama caro para segundos donos e seus carros sem garantia.
Razão – Em dois anos grupo indiano Mahindra viu queda de vendas de 48%
para 37% em seu país. Pesquisou e descobriu, problema estava no design tosco
dos produtos– ou no amadurecimento dos compradores ...
Resolução – Pessoal decidido. Foi ao mercado e, em vez de contratar um designer festejado
como talento e grife, comprou o top no setor, mítica Pininfarina, criadora de
Ferraris, Maseratis, Rolls-Royce...
Desafio - Italianos terão trabalho. A linha de veículos, picape e SUV,
derivam das antiga Rural Willys. Como me disse um mecânico em Goiás, mais
feios que bater em mãe ...
Festa
– Mercedes-Benz
iniciou festejar seus 60 anos no Brasil. Aplicou enorme numeral em neon ao lado
da estrela, logo da empresa, sobre o prédio da administração maior, em São
Bernardo do Campo, SP. Tem muito a festar, incluindo marcas industriais como os
primeiros motor diesel, caminhão e ônibus feito no país.
Antigos – Paris, semana passada, leilão da Artcurial, na Rétromobile,
Ferrari 335 Sport carroceria Scaglietti cravou US$ 35.807.096. Recorde no
modelo.
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Legenda 07: Ferrari 335 Sport Scaglietti, quase US$ 36M
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Lamentável – Pilantras que surrupiaram a Petrobrás, o erário publico, os
sonhos e o futuro do país, hoje gastando para se defender das grades, não
aplicaram o fruto – ou o furto ... – em automóveis antigos. Poderiam ter
trazido modelos referenciais, e apreendidos ficariam aqui, melhorando nosso
acervo. Sobrou rapina, faltou cultura.
Gente – Pablo Di Si, 46, graduado em finanças, com Harvard no
currículo, novo presidente da VW Argentina. OOOO Era chefe de
operações e vp de finanças, experiente na área, aqui foi diretor financeiro na
Fiat. OOOO Nomeação está no gabarito de controle
por David Powel, presidente da VW do Brasil e treinando para ser no. 1 na
América Latina.OOOO Lá e cá quer nos postos chaves
quem fale a língua e entenda o país. OOOO Dr
Joseph-Fidelis Senn, 58, ex diretor de Recursos Humanos da VW Brasil, onde
fomentou a participação da empresa em usinas hidroelétricas próprias, e ex
presidente da VW Argentina, saída. OOOO Muda-se a
Paraty, RJ, - projetos sociais. OOOO Christine – Chrissy - Taylor,
mulher mais importante do segmento de locação de veículos, VP e COO da
Entreprise, National e Alamo Rent-a-Car.OOOO Empresa
familiar, é terceira geração no negócio. OOOO Iniciativas
anteriores fizeram empresa saltar em locações em aeroportos; pool em
vans; car sharing; e locação por hora, dia, semana, largos
períodos. OOOO O futuro do automóvel. OOOO
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