TORO CHEGA COM AMBIÇÕEHá muito tempo a Fiat deseja entrar no lucrativo segmdas picapes médias de cabine dupla para cinco passageim 2007 a marca italiana desistiu de acordo com a Tata porque a picape indiana era tosca demais. A líder das picapes compactas, Strada, é homologada para apenas duas pessoas atrás. A Toro resolve essa situação e se apresenta como alternativa racional por ter 43 cm a menos em comprimento que a média dos concorrentes e a mesma capacidade nominal de uma tonelada (incluindo passageiros) na versão a diesel.
A Fiat se apresenta ao mercado de forma
objetiva – vender 50.000 unidades por ano – contra os atuais seis concorrentes (S10,
Hilux, Ranger, L200, Amarok e Frontier) que em 2015 representaram 116.000 veículos.
Para tanto mostra pelo menos dois atributos imbatíveis. A começar pelos preços
– R$ 76.500 (4x2, motor flex e câmbio automático 6-marchas) a R$ 116.500 (4x4, diesel
e automático 9-marchas). Isso ocorre, entre outras razões, por herdar o trem de
força do Renegade e pela grande diferença de IPI entre SUV (diesel, 25%) e picape
(10%).
Sua dirigibilidade é nada menos que a referência
no segmento. Estrutura monobloco e suspensão traseira independente multibraço,
direção eletroassistida bem calibrada e posição de guiar mais próxima possível
de um automóvel explicam essa diferença. Os 2,99 m de distância entre-eixos
oferecem espaço para três adultos atrás que viajam com encosto em posição menos
vertical que a maioria dos concorrentes. Túnel central também é mais baixo.
Estilo, outro de seus pontos fortes, nasceu
aqui mesmo e se destaca por ser menos radical que o do Cherokee. Audacioso na
medida certa chama atenção nas ruas e demonstra que a FCA brasileira atingiu
níveis internacionais. A inteligente tampa da caçamba bipartida, bastante leve
e prática, ajuda no acesso. Ela serve de base a um extensor opcional para
objetos compridos muito bem projetado, aproveita as lanternas originais e inclui
suporte para cópia da placa traseira.
No interior há materiais menos nobres que os
do Renegade, justificável pelo preço e eventual uso em serviço pesado. Destaque
para desenho e anatomia dos puxadores de portas e alças de apoio nas colunas
dianteiras. A Toro perdeu o freio de estacionamento elétrico, mas nesse ponto é
como todas as outras picapes. Tela multimídia de apenas 5 pol. é pequena para
os padrões atuais. A Fiat não perdeu tempo e colocou o macaco no lugar antes
previsto para o extintor.
A fábrica espera uma divisão de 40% para
motores flex (sem possibilidade de câmbio manual, provisoriamente diz a Fiat) e
60% para diesel (nesse caso é possível câmbio manual). Strada de cabine dupla
de três portas deve perder clientes para a Toro. Motor flex passou de 132 para
139 cv e, se já era fraco no Renegade, piorou um pouco em razão de a picape ter
peso em ordem de marcha cerca de 10% maior. Neste caso o automático recebeu
relações de marchas mais curtas, sem resolver esse ponto.
Rigidez torcional é elevada e a Fiat espera
conseguir cinco estrelas nos testes de impacto. Parodiando o ditado, não basta
ser robusta precisa parecer robusta. Demanda tempo para tal, mas no uso em
asfalto (mesmo ruim) já parece suficiente.
RODA VIVA
AUDI
Q3 começa a sair da linha de S. José dos Pinhais
(PR), mês que vem, mas motor turbo de 1,4 L será movido apenas a gasolina, como
o Jetta montado em S. Bernardo do Campo (SP). Ao contrário do Golf (estrutura
MQB) com o mesmo motor na versão flex, os dois primeiros usam arquitetura
anterior (PQ35) e exigiriam investimento adicional. BMW e Mercedes são flex.
DEPOIS de a guinada econômica argentina adotar câmbio flutuante em relação
ao dólar, seguindo o Brasil, aumentou a possibilidade de início de um
verdadeiro livre comércio entre os dois maiores integrantes do Mercosul, a partir
de julho deste ano. Acabaria o intervencionista e complicado sistema de
“equilíbrio” entre importações e exportações, imposto pelo país vizinho.
PEUGEOT
308, mesmo sem estar alinhado ao modelo oferecido
hoje na Europa, tem ótimos equipamentos de série e bom acabamento. Versão de
câmbio manual e motor 1,6 l/122 cv oferece desempenho honesto para um
médio-compacto. Já motor 1,6 turbo/173 cv (etanol) e câmbio automático
6-marchas representa a melhor relação preço-desempenho do segmento.
APESAR de o mergulho de unidades vendidas internamente, de 2015 sobre
2014, ter sido de 27% (quase um milhão de unidades) o faturamento do setor encolheu
em torno de 8% apenas. Fabricantes com preço médio superior padeceram menos que
os chamados Quatro Grandes. Estes vendem carros mais baratos e sofreram prejuízos
grandes.
CORREÇÕES: Na coluna da semana passada, referência ao Kwid é sobre modelo
homônimo fabricado na Índia. Quanto ao Gol produzido em 1995, tinha catalisador,
mas carburador só incluía assistência eletrônica. Neste exemplo, importa a
diferença de emissões de NOx: em vinte anos caiu de 1,4 g/km para apenas 0,03
g/km, ou seja, redução de 97%.
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