Ícone brasileiro, GT italiano
Automobile Maggiora e Carrozzeria Viotti, italianas, fornecedoras da
indústria automobilística, mostraram no Motor Show de Bolonha, Itália, veículo
chamado Viotti Willys AW380 Berlinetta. Interpretação de carro brasileiro, o
Willys Interlagos – versão melhorada do francês Alpine A 108. Local adequado,
próximo a Modena onde estão míticos esportivos Ferrari e Maserati.
Numeral 380 não indica cilindrada ou potência mas, curiosa e
argentariamente, o preço: 380 mil euros – perto de R$ 1,2 milhão -, e apenas
110 unidades serão construídas. Fabricantes querem homenagear o modelo
nacional, A 108, mas farão 110 unidades lembrando a versão francesa, sucessora
da nacional.
Dados técnicos. Motor boxer, bi turbo, 3.800 cm3, 6 cilindros e 610
cavalos de força – deve ser Porsche ou Subaru -, capaz de, por caixa com seis
marchas, acelerar de zero a 100 km em 2s7, e atingir velocidade final em 340
km/h. Freios em compósito de cerâmica, carroceria em fibra de carbono,
suspensão McPherson frontal, traseira por multi link. Para
parar, freios com discos frontais com diâmetro de 380 mm, pinças com seis
pistões, e traseiros 360 mm e quatro pistões. Peso total 1.350 kg.
Em números um comparativo: no brasileiro Willys Interlagos, comprimento
3,78m; largura 1,45m; altura 1,14m; peso 540 kg. No projeto italiano,
respectivos 4,43m; 1,94m e 1,22m, peso 1.350 kg. É outro bicho.
A justificativa do projeto é tipo capaz de inspirar o samba do crioulo
doido histórico/mecânico. Cita, corretamente, as 822 unidades construídas pela
criativa e ativa Willys-Overland entre 1962 e 1966, e aí escorrega no restante,
enfatizando a fama dos campeonatos mundiais de rallye com os
irmãos Fittipaldi, e Bird Clemente mais Luiz Pereira Bruno. Os Interlagos,
assim como os pilotos brasileiros, nunca competiram em rallyes externos.
Ao contrário, eram carros de velocidade no Brasil. E o citado Bruno é Bueno.
Restam apenas 109 unidades. A primeira, exposta no Motor Show, foi
vendida ao Gruppo Rumo, russo representante nos Balcãs.
Negócio difícil
Os italianos viabilizaram a tentativa do designer brasileiro
João Paulo Melo. Paulista, formado em design industrial pela Belas
Artes de São Paulo, seu premiado trabalho de graduação, foi a re criação do
mesmo Willys Interlagos.
Batizado de Interlagos 2006, com desenhos coloridos e pequena
maquete, Melo tem ido se Seca a Meca – aliás, tivesse negociado com
algum oriental, possivelmente o projeto teria decolado. Ex designer da
Fiat, atualmente na Marcopolo de ônibus, ofereceu o projeto ao tri campeão
Nelson Piquet, não interessado em diversificar negócios; buscou auxílio na
Karmann-Ghia; e em fábrica de plástico de engenharia, em lento andar.
Não arrefece. Agora retoma contatos com a Renault: o conjunto moto
propulsor do Fluence, motor 2.0, turbo, transmissão de seis velocidades,
colocados sobre o eixo traseiro, tem tudo a ver com a interpretação
original, pois utilizava o pequeno motor de 845 cm3, evoluído a partir da mesma
unidade empregada nos Renault Dauphine e Gordini. A combinação baixo peso,
aerodinâmica e motor forte tem tudo a ver com o projeto - e a renda nacional.
Para demonstrar a viabilidade da proposta propõe-se à construção de
protótipo para aplicação esportiva, articulando o fornecimento mecânico pela
Renault e o financiamento de empresas interessadas – valor ridículo ante a
possibilidade: estimado em R$ 95 mil. Com o feedback gerado
pelo veículo em si, pode-se imaginar a construção para categoria mono marca
destinada a jovens talentos do automobilismo, o berço atualizado do já feito há
meio século pelas Berlinette Willys Interlagos.
No Brasil o projeto se chama A-108 Berlineta. O nome
Interlagos, por oportunidade negocial, foi registrado pela Fiat.
O projeto nacional não é, como o italiano, cópia borrada do veículo
original, anabolizando as curvas, estilizando as bases dos faróis auxiliares,
não existentes no modelo A108, mas apenas no A110. É muito superior em design e
proposta, apesar das limitações nacionais para a mecânica no país dos motores 4
cilindros, e da pouca coragem para investimentos em projetos novos. Interessado
em dar uma força? www.berlineta.com.br
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AW380: Interlagos à Italiana
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A-108 Berlineta: Brasileiro é melhor
Fundação
social, o rentável negócio social da Volkswagen
Negócio interessante da Volkswagen, sua Fundação, não ganha dinheiro –
só gasta. E pouco conhecida por quem consome seus veículos. Festeja 35 anos e
apresenta soma invejável: beneficiou, apenas na última década, 1.374.630 alunos
e 18 mil professores em 13 estados brasileiros.
A Fundação coordena os investimentos sociais da marca, oferecendo
projetos de Desenvolvimento Social para comunidades de baixa renda. Ultrapassou
os municípios e estados onde tem operação industrial, e abriu amplitude
nacional. Na prática aplica, de forma voluntária, recursos privados para
finalidade pública.
Seu leque de projetos tem base interna, com a instigação aos 18 mil
funcionários a se envolver em voluntariado, e na criação de projetos, gerando
legião de cidadãos de bem. Neste ano os voluntários indicaram 569 projetos de
instituições em 23 estados brasileiros. Não se busca apenas repassar recursos,
mas implantar projetos dentro da linha educacional e de desenvolvimento social,
buscar parceiros, ONGs, para tornar as ideias factíveis e auto financiáveis,
explica Kelly Smaniotto, executiva no. 1 da Fundação.
Os projetos cumprem o objetivo estratégico de Fortalecer a
Sustentabilidade como Princípio de Gestão, explica Eduardo Barros,
superintendente da Fundação e diretor jurídico da Volkswagen. Amplo leque com
10 projetos, destes 7 educacionais. O ponto mais visível, ou audível, é o
patrocínio ao Instituto Bacarelli, atendendo a mais de 1.400 crianças e jovens
em programas sócio culturais de formação musical artística e de excelência,
instigando o desenvolvimento pessoal, criando uma vitrine para profissionalização
em música. Um dos destaques é a Orquestra Sinfônica de Heliópolis, surgida na
enorme favela paulistana, tentando oferecer oportunidades ao público carente.
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Roda-a-Roda
V – Análise do dr Joseph-Fidelis Sehn, ex diretor
de recursos humanos da VW Brasil e atual presidente da VW Argentina, em
português fluente e correto: mercado brasileiro é um V. Cairá mais
um pouco, e chegará ao chão, e acelerará de volta. Em três anos, 2017,
ultrapassará os resultados de 2013 – 3,6M de veículos produzidos.
Telhado - A reformulação interna da fábrica VW de São Bernardo do Campo,
SP, e a falta de investimentos para melhorar o Polo definiram o seu fim.
Deambula pela beirada do telhado. Vida curta e inglória: foi o melhor dos
Volkswagen construído aqui até a chegada do up!
Enfim – Janeiro a Chery iniciará distribuir o Celer,
de produção iniciada em outubro na fábrica de Jacareí, SP. Instalação
industrial quer fazer os novos Tiggo e QQ em 2016. Previsão, curiosa, custará
acima do modelo importado, submetido a cara logística e pagamento de impostos
de importação.
Pré – Boa notícia, Peugeot apresentou seu próximo
modelo 2008 às revistas especializadas, parte da estratégia de lançamento. O
2008 é um SAV-Sport Activity Vehicle -
sobre o 208, de invejáveis sensações para conduzir.
Má, marcou início de comercialização para junho.
Início – Volkswagen está nos acertos finais para o início da montagem do
sedã Jetta, ponto superior de sua gama no Brasil. Pelo simplório processo
industrial – as carrocerias virão montadas e pintadas -, não pode misturá-lo na
mesma cadeia de produção com os outros produtos construídos integralmente aqui.
Herança – Assim, para não misturar intervenções industriais, será montado
no antigo espaço onde se processava a Kombi. A Velha Senhora (1957-2013), tinha
manufatura separada das linhas de produção por razão assemelhada: seu método de
fabricação era tão antigo e com tantas intervenções manuais, não permitia
sinergia com processo moderno. Na prática, se misturasse, atrapalhava.
Nova – Fiat inaugurará novas instalações na
pernambucana Goiana. Apesar de ter começado como projeto com seu nome, com a
incorporação da marca à FCA, o grande letreiro de identificação será Jeep.
Caminho – Escolha simples. O primeiro produto será o Renegade, com o
emblema Jeep, apesar de desenvolvido sobre plataforma original Fiat. Mas os
formuladores comerciais da FCA entendem, a marca de maior crescimento mundial
será a Jeep.
Esforço – Fábrica faz e lança veículos, mas quem vende é a rede de
distribuição. Sem esta, não há escoamento. Assim, para evitar um balcão
diminuto em relação à boca do forno, a divisão da marca corre para viabilizar
rede. E quer fazer festa importante, nomeando 150 no mesmo dia, em abril. Três
vezes o feito da JAC Motors inaugurando meia centena no mesmo dia.
Foi – Nos EUA Chrysler não é mais Chrysler. A razão social foi
alterada para FCA US LLC.FCA é a abreviatura da razão social
da holding, Fiat Chrysler Automobiles; US para indicar a
operação norte americana; LLC é o equivalente à formatação de sociedade
limitada. O guarda chuva empresarial da holding mantém o
sobrenome do fundador Walter P Chrysler. Operação no Brasil também mudará de
nome. Será FCA Latam (de Latin America) Ltda.
Do ano – Veículo ainda não chegou ao Brasil, mas o motor 2.0, injetado e
com turbo, do automóvel japonês Subaru WRX foi eleito um dos 10 melhore motores
de 2015 pelo júri da respeitável publicação especializada estadunidense Ward’s.
Faz 268 cv e 35,7 m.kgf de torque entre 2.000 e 5.000 rpm. Novo,
reforçado para resistir às grandes pressões internas, e turbo relocado para
maior eficiência.
Começou – Finalmente estado do Espírito Santo volta a contar com atividade
automobilística, após o fechamento da Revisa, fábrica dos ônibus Itapemirim. A
Volare, empresa Marcopolo, concluiu primeira parte das obras de sua fábrica em
São Mateus. Fará 800 unidades em 2015 a mercados doméstico e exportação.
Atual – Instalações industriais conversam com a natureza. Área plana, pé
direito com 10m, telhado e laterais duplos para reduzir calor, iluminação
natural, captação de energia solar para lâmpadas de LEDs, de águas de chuva,
armazenadas em lago com 10M de litros.
Consequência – Resultado da desvalorização do Real frente ao
Dolar, veículos para exportação baixaram de preço, permitindo à Fiat voltar a
enviar ao México. Marca projeta em 2015 relação entre as moedas em R$ 2,80 x
USD $1.
Descendo - Produção de veículos no México sobe, no Brasil, desce. A inversão
dos ponteiros fará do parceiro nortista o 7o. produtor mundial, Brasil caindo à
8a. posição.
Despedida – Tomas Schmall, deixando a presidência
da Volkswagen para assumir diretoria mundial de componentes e lugar no board da
marca, deve ter-se surpreendido com
elevado número de festas de despedidas e homenagens.
Brasilianische - Schmall, 51, será o mais jovem membro e,
nacionalizado, declara será o primeiro brasileiro do board da
VWAG, e em seu discurso de despedida em coquetel a amigos, confirmou a informação
sabida por antecipação pelos leitores da Coluna: o motor com
injeção direta e turbo será fabricado em São Carlos, SP.
Livro – Publicação interessante a quem gosta da
indústria automobilística e, em especial, do Mercosul, é o livro Falcon,
un clasico hecho história, por Gustavo Feder, editor de Autohistoria.
Conta a saga do Ford Falcon, com produção iniciada na Argentina logo após o
lançamento nos EUA, feito por três décadas. Edição Auto-mobilia: http://www.auto-mobilia.com.ar,
e info@auto-historia.com.ar.
Gente – Olivier Philippot, francês, 40, novo presidente da
autopecista Magneti Marelli. OOOO Manterá gestão sul
americana da marca. Sub continente representa 20% dos negócios da marca
pertencente à Fiat. OOOO Manuela Hoehne, jornalista, ex Aston
Martin, mudança. OOOO Relações com a imprensa pela Bugatti. OOOO
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Mercedes
lidera em ônibus. Tecnologia ajuda.
Criticada
implantação de faixas exclusivas para transporte coletivo em várias capitais
buscando dar maior fluidez e velocidade ao trânsito, caminha para resultado
maior: a escolha do ônibus como modal de transporte pelo usual motorista do
automóvel de transporte individual.
Opção
ocorre pelo deslocamento mais rápido sobre a faixa exclusiva, e pelo ganho de
conforto de marcha continuadamente aplicado aos ônibus.
Eventual
incremento da frota circulante de coletivos terá pequeno efeito nas emissões de
poluentes. Um ganho silencioso vem-se processando nestes equipamentos. Desde
1998, quando a Mercedes-Benz pioneira e corajosamente desenvolveu no Brasil
motor para alimentação por injeção de combustível através de comando
eletrônico, em lugar da secular bomba mecânica e, mais recentemente, com a
adoção da tecnologia Blue Tech, as emissões poluentes
foram
cortadas drasticamente. A injeção eletrônica permitiu regrar melhor a
alimentação do motor, oferecendo economia, redução de emissões, melhor
comportamento, confiabilidade. Passo recente, novo degrau tecnológico,
o motor enquadrado no regulamento do Proconve - Programa de Controle da
Poluição do Ar por Veículos Automotores -, norma oficial de redução de
emissões. Em sua regra 7, equivalente à européia Euro 5, oferece sensíveis
ganhos no setor. Se comparado com as regulamentações anteriores, Proconve 4 =
Euro 2, as reduções de emissões foram sensíveis: desceram de 100% para
13%. Base para a mudança, a disponibilidade do novo diesel S50 - contra o
anterior S500.
A Mercedes
lidera nas vendas de ônibus no país. Coerente. A marca criou o ônibus e fez a
primeira aplicação de motor diesel em chassis para trabalho - caminhões e
ônibus.
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Corredor de transporte e ônibus de operação limpa querem mudar hábitos
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