Lance Reventlow era um daqueles caras maiores que a realidade. Herdeiro de caminhões de dinheiro da fortuna da mamãe Barbara Hutton, dona de uma das maiores redes de lojas do tipo Americanas nos Estados Unidos, Reventlow se dava a muitos prazeres no meio pro fim dos anos 50. além de casar com uma das mais belas atrizes de Hollywood, Jill St John, ele decidiu em 57 montar uma Equipe de Formula !, a Scarab Racing. Para isso contratou o fino do fino dos construtores de carros de corrida do Sul da Califórinia. Isso resultou em alguns carros memoráveis a partir de 1960 e um caminhão incrível para transportá-los.
O projeto foi entregue à Carrozeria Bartoletti, fabricante de onibus e carrocerias especiais feitas sob encomenda para vários usos. Eles já tinham fabricado os tranporters da Ferrari e da Maserati em cima de chassis de caminhões pesados Fiat 682, bastante semelhantes aos nosso FNM com seus motores diantiros de enorme cilindrada e baixa rotação, coisa de 14 litros e 130 CV sem turbo e com blocos de3 ferro dignos de uma âncora de porta aviões. Eram veículos cujo projeto era uma verdadeira antítese dos ultra rápidos transportadores da Mercedes Benz, cominhões lentos e de baixa rotação que iam devagar e sempre. E sempre com direção à direita, como todos os caminhões Italianos dos anos 50: pra ver a pirambeira...
Mas Reventlow tinha que ter mais charme e emoção até no seu caminhão e o projeto foi desenvolvido a partir de um chassi de ônibus Fiat com o mesmo motor, agora um pouco menor e turbinado para chegar a 175 CV. Mas o chassi 306/2 tinha um grande truque para um veículo que iria trasportar carros sobre o teto e ter uma boa oficina atrás da cabine de comando: o motor era central. Funcionava deitado como os chassis de Volvo brasileiros de alguns anos atrás, dando um centro de gravidade invejável para um veículo onde, descarregado, o peso se concentrava nas partes baixas do veículo.
A construção era praticamente toda de alumínio e essa instalação permitia um uso muito mais racional do espaço dentro do projeto. Além disso a suspensão foi montada com um truque duplo na traseira, não pela capacidade de carregar peso, mas para distribuir a carga da suspensão traseira por dois jogos de molas semi elípticas, fazendo-as mais macias e com melhor controle do deslocamento da carroceria. Um verdadeiro caminhão de corridas...
Como aformaram os mecânicos que deram uma volta em Monza nele com Chuck Daigh ao volante a velocidades assustadoras. Afinal ele era leve e potente como poucos caminhões desse tempo. Fala-se que alcançava mais de 130 km/h na estrada com os 160/1700 kg de carros de corrida nas costas, pesinho fácil pra ele.
Depois que o jovem Reventlow botou o galho dentro ao notar em 1960 que o buraquinho era mais embaixo com os velhos corredores e equipes europeias e foi buscar outras emoções, o Fiat passou de mão em mão. Primeiro pela Lotus e depois por Carroll Shelby e seu All American Race Team de Cobras e depois pela equipe de John Wyer que corria com os Ford GT40.
Apareceu no filme "Le Mans" pintado ns cores da Prosche 917 e depois Ferrari 512. terminou sua carreira transportando os carros de Sir Anthony Bamford, um dos mais destacados vintage racers da Grã Bretanha.
Apareceu no filme "Le Mans" pintado ns cores da Prosche 917 e depois Ferrari 512. terminou sua carreira transportando os carros de Sir Anthony Bamford, um dos mais destacados vintage racers da Grã Bretanha.
Comprado por Michael Shoen, foi envolvido na disputa pelo controle da locadora de caminhões U-Haul e ficou durante muito tempo, 20 anos, guardado sob o Sol quente do Arizonaem um terreno da Companhia e todas as tentativas de compra-lo foram rechaçadas.
Em um dia de grande porre em Goodwood Don Orosco, o maior colecionador americano de Scarab, ouviu falar do caminhão e o comprou por 80 mil dolares.
Aí começou uma restauração digna de Pebble Beach. O velho motor Fiat tinha sido trocado por um Leyland Diesel de seis cilindros que funcionava deitado e o cambio por um automatico de cinco marchas, provavelmente Voith ou Allison.
Foram 8.000 homens-hora de trabalho mas ele fechou o tempo em 2008 nas corridas de Monterey, a ponto dos organizadores pedirem para o trocar de lugar por causa da multidão que se juntava para ver o lindo caminhão. Estava no leilão da RM Auctions do próximo dia 18/8 em Monterey, Califórnia. a base de valor é de 750 mil a um minhõ e cem mil dólares. Deve valer...
O ESTADO EM QUE FOI COMPRADO EM 2006 O MOTOR DE 14 LITROS ASPIRADO |
Um comentário:
Maravilha de matéria. Saudade das descobertas de Mestre Mahar. Bom de ver mas triste por nos fazer lembrar o quanto perdemos.
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