quinta-feira, 26 de julho de 2012

DE CARRO POR AÍ COM O NASSER




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Coluna 3012 25.julho.2012


Questão atual. Japonês e coreano provocam alemão e italiano

Não é dissenso econômico ou diplomático, apenas mercadológico. O fantástico mercado brasileiro para a italiana Fiat e a alemã Volkswagen terá dois novos concorrentes na faixa que influencia 50% dos compradores, a dos compactos. Nela, de fábricas novas, a Toyota e novo modelo, o Etios, e da coreana Hyundai o HB20.
Líder, a Fiat atualiza sua modelia; VW, 2ª. colocada, com produto ainda o mais vendido, faz o mesmo com Gol e seu desdobramento Voyage.
Nas marcas, linha comum, evolução sem revolução, em especial no conteúdo de serviços propiciados pelas facilidades da eletrônica. Redução de metragem de fios, substituição de cabos elétricos por sistemas eletrônicos, confortos aos usuários. E naturais mudanças estéticas para diferenciar a evolução, provocar compradores ao conforto de uso e à atualização do produto automóvel, cuja substituição hoje mais representa estar em dia com a moda.
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VW Gol e Voyage

Mudaram bastante na identificação visual, faróis e lanternas maiores e, rubrica atual da marca, a pintura de acabamento, dita Preto Piano, brilhante, refletiva, traço comum com demais carros da marca – Gol e Voyage existem apenas no Brasil. Internamente re acerto no painel, detalhes como regulagem milimétrica e com clic nas saídas de ar, e mudanças internas no estofamento. Nos bancos, o passo ecológico de utilizar, na faixa central, tecido com fios desenvolvidos à base de garrafas PET.
A preocupação ecológica chegou aos motores. O 1.0 de quatro cilindros, bloco em ferro, agora ditos 1.0 TEC – de tecnologia para economia de combustível - substituiu materiais para gastar menos energia no funcionar. Pistões, vedadores, e retentor do volante-motor são em material com menor atrito. As válvulas foram afinadas para diminuir o peso suspenso. Pequenas providências, economizam até 4%, melhoram o torque em rotações inferiores, tornam-no mais agradável no conduzir. As soluções também foram apostas ao 1.6.

Alterações elétricas com implemento ao uso de eletrônica, com os sistemas em barra presa ao terminal positivo da bateria, economizam fios, complicações, permitem refinamentos operacionais, como substituir o sistema de décadas da alavanca de pisca pisca, trapizonga eletro mecânica, por outro, acionador de alguma minhoca eletrônica e o toque na alavanca faz piscar três vezes. Mesma facilidade, a pressão mais forte ou continuada no pedal do freio, faz piscar as luzes traseiras, equipamentos antes exclusivos a veículos de maior preço.
Pontos importantes, em Gol e Voyage 1.0 a opção BlueMotion, um pacote de soluções ecológicas capaz de economizar até 8% em combustível. E, aos motores 1.6, a transmissão automatizada I-Motion.

  Quanto Custa  R$
                                                   I-Motion
Gol 1.0                            27.990        ---
Gol 1.6                            31.890     34.490
Gol 1.6 Power                  38.290     40.890
Voyage 1.0                      29.990         ---
Voyage 1.6                       34.590      37.190
Voyage 1.6 Comfortline      
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 VW Gol e Voyage, aprimoramentos.
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Punto, valorizar o que era bom

Re vitalizar o Punto, líder de mercado com 35 mil unidades anuais, aquém do que sua formulação estética e funcional suporiam, foi a missão adotada pela Fiat. Deu ao carro trato geral, iniciando por levar os bigodes, hoje a cara familiar da marca, à nova modelia. Diminuiu a grande e maserática tomada de ar frontal, reduziu seu aspecto belicoso, atenuando com os novos traços. Caminho simples, ser levado pelo rio da tecnologia. Assim, coisas práticas, disponíveis, aportaram ao Punto: fora, luzes de LED nas lanternas traseiras, novos faróis frontais. Dentro re leitura total em desenho e materiais. No geral, manter a política adotada pela Fiat: melhorar o conteúdo de confortos e serviços, incluindo a sintonia entre os usuários e a Internet. Além do sistema Blue and Me, há para os solitários apoiados em comunicação externa, uma possibilidade: o rádio pode ligar para número de serviço Fiat, fornecendo, no painel, as atualizações de Twitter e Facebook – responder é para o grupo de risco, os que digitam mensagens dirigindo.
Na mecânica, mudanças. A Fiat possui as motorizações mais modernas do país. O 1.4, menor da linha, agora é Fire Evo, inovando no comando de válvulas com angulação variando de acordo com condições e demanda, mudando personalidade e consumo.
Os 1.6 e 1.8, 16 válvulas, projetos BMW acertados pela Fiat, dão o tom. Adequados, bom de torque, a eles se conecta o sistema Dualogic Plus, de automatização do câmbio, criação da Magneti Marelli, melhor do tipo, de uso suave, sem trancos. Refeito e reprogramado, oferece interpretar o que está acontecendo para adequar a marcha própria, ou manobrar sem necessidade de acelerar, ou sair na subida sem que o carro volte ao se aliviar o pedal de freio.
No topo dos produtos, o T-Jet, 1.4 turbo, com botão fazedor de mágicas, em três posições permite dirigir com economia; andar normalmente, ou programar para arrancar com vontade, a hora da testosterona.

 Quanto custa R$
                                                            Dualogic
Attractive 1.4               38.570                    ---
Essence 1.6 16V           41.750                44.140
Sporting 1.8 16V           46.400                48.770
T-Jet                            55.740                   ---
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Punto, incrementado, melhor
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Sem surpresa, o Hyundai daqui será o HB20

A Hyundai de Piracicaba confirmou, seu automóvel compacto, a ser produzido a partir de setembro será HB 20. A marca emprega combinações alfa numéricas em seus modelos básicos e, por obviedade, H é de Hyundai; B, de Brasil; e o 20 se refere ao carro, da 2ª. família de produtos.
Como a Coluna informou anteriormente, a base gerará hatch família de 4 portas e, em 2013 sedã e um SUV looking, um quase utilitário esportivo. Motorização comum: 1.0 e 1.6, flex. Neste, opção de transmissão automática. O HB20 mira o Gol, líder no segmento.
A Hyundai inicia separando sua operação da outra, da CAOA, em Anápolis,GO, onde monta o finado Tucson e pequenos caminhões, indicando a unidade de Piracicaba de primeira fábrica Hyundai no Brasil, com 69 mil m2 de área construída; mais de 1.000 funcionários.
Como a CAOA, além de importar, montar, também vende 70% do volume da marca, o convívio entre a Hyundai Hyundai e a CAOA Hyundai será peculiar. A rede de concessionários ligada à Hyundai Hyundai venderá apenas o HB20 e produtos a serem montados em Piracicaba. Será formada por novos aderentes e optantes entre as empresas que vendem os carros importados através da CAOA Hyundai. A rede CAOA Hyundai venderá veículos montados em Goiás e importados, até o vencimento do contrato de cessão dos direitos de produção e importação – ou se a Hyundai Hyundai negociar com a Hyundai do B o cancelamento do contrato. Aí a empresa coreana voltará a ser senhora de sua marca. Vendas em outubro, inauguração em novembro.
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O HB20 nacional
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Trax, o EcoSport da GM – pero hecho en Mexico

O rentável filão dos utilitários esportivos compactos, caminho aberto pelo Ford EcoSport, seguido pelo Renault Duster, terá novo frequentador, um Chevrolet. A GM investirá US$ 420M para fazer um SUV compacto e outros dois produtos: picape para voltar ao segmento de maior peso; e caixa de transmissão mecânica com duas embreagens. O investimento criará 1.000 empregos.
A novidade, de acordo com o enfoque, é boa, ruim ou péssima. Boa pela concorrência no mercado onde os representantes são caros; ruins para o Brasil pois investimentos e produção não serão aqui, onde o governo federal cria dificuldades para forçar a volta do uso de componentes nacionais, mas em San Luis Potosí e Guanajuato, México. A fábrica, como fez a Nissan, mira o Brasil como principal mercado. E é péssima para os metalúrgicos de São José dos Campos, SP, onde a empresa descontinuou a dupla Meriva e Zafira e incentiva demissões mesmo com a benesse oficial da redução de IPI e barreira contra os importados, e metalúrgicos fazem greve para entender o porquê do desrespeito ao acordo oficial.
Questão maior, entretanto, sustenta discussões no Vale do Paraíba: é o que pretende a GM, e qual o significado da sequência de medidas, diminuindo de tamanho – sua participação em vendas no mês passado perdeu 1,5%; reduzindo a nacionalização de seus produtos, importando componentes como motores, transmissões, latas estampadas, carros inteiros; desistiu da fábrica de transmissões em Santa Catarina; cortou o Brasil da possibilidade de receber investimentos para novos produtos.
A GM encolherá, reduzindo sua atividade e empregos no Brasil, comprando peças e produtos no exterior, exportando divisas, diminuindo sua ação?
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GM Trax. Brasil perdeu produção para o México
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Roda-a-Roda
Voz do dono – Mal acabaram os brindes pela assunção, a VW acelerou a Porsche, e fará mais três produtos: o Pajun, sedã menor que o Panamera, competidor com a Serie 5 BMW; ressuscitou o projeto do 960, motor entre eixos, V8, bi turbo, 600 cv, dois lugares, concorrente de Ferrari V8; e o utilitário esportivo Macan, cujo protótipo chamado Cajun, compacto, com plataforma de VW Tiguan e Audi Q 3. Quer vender 200 mil unidades em 2018. Projeto de peito, vendeu 117.000 em 2011.
Idem – Pouco antes da VW incorporar a Porsche em seu portfolio, uma de suas marcas, a Audi, assumiu as italianas e míticas motocicletas Ducati. A Audi controla a Lamborghini, opera na Itália, e fica menos atrapalhada a gestão. Quitou a compra e nomeou mandão o CEO da Audi, Rupert Stadler.
Brasil – O Dacia Duster, aqui Renault, iniciou vendas na Inglaterra. Versão de entrada, 1.6, com ABS, eletrônica para frenagem de emergência e dois air bags a R$29.200. No Brasil, pelado em segurança, R$ 51,8 mil. Há diferenças de impostos, mas, ainda assim, considerando elevado frete, custos internacionais, deixa injustificável o preço aqui praticado.
Ficamos assim - Não há justificativa, mas explicação. Preço justo é o máximo que o cliente se dispõe a pagar. Acha caro ? Sente-se explorado ? Pare de comprar. Como se diz no Goiás, cumbinado num é caro.
Trabalho – A Fiat contratará 600 trabalhadores para prensas, funilaria,pintura, e ampliar produção em 150 unidades, chegando a 3.150/dia. O corpo funcional ascenderá a 19.200 funcionários, gerando novos empregos nos fornecedores.
Porquê - O mercado doméstico consome 16 mil unidades/dia, e a Fiat quer acompanhar sem perder os 22,2% de participação de sua liderança.
Mais um – Dia 27, cimentação da pedra fundamental da fábrica Sinotruk Brasil em Lages, SC. Facilidades do Governo do Estado e presença da empresa mãe, a China National Heavy Duty Truck Group Corporation. Prevê montar 5.000 caminhões no primeiro ano, iniciando com peças importadas e agregação de partes e mão de obra nacionais.
Acordo – Iveco e Makro fizeram acordo que, tão óbvio, é simples: a Iveco exporá nas lojas desta veículos com perfil da clientela do atacadista – comércio varejista, alimentação, conveniência. Como aluguel, duas unidades para sorteio entre os clientes do MAKRO.
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E a Fiat, quem diria, democratizou as 16 válvulas


Nascida para a ser a menor, a Fiat associou seu nome aos carros pequenos e à inventividade das versões –furgoneta, picape, 147 Vogue – mas, curiosamente, foi pioneira e bem sucedida nos motores com 16 válvulas no Tempra, seu carro grande para o conceito da marca no Brasil. Era o mais atualizado sedã, em época de transição entre os velhos produtos e a novidade dos importados, e quando a injeção eletrônica causava versões de preço elevadíssimo nos concorrentes VW Santana e no Chevrolet Monza.
Bem lançado, o Tempra provocou a Fiat tornar acessível o motor com 16V em 1993. Era charmoso, ótimo em ergonomia, tinha garantia de 2 anos ou 50 mil km – e teve enorme apoio. Patrocinadora da transmissão do Grande Prêmio de Fórmula 1, em Interlagos dois 16V como Pace Car passearam amplamente no circuito antes da largada. A TV transmitiu e a longa publicidade graciosa marcou a prova. Não ficaria aí. Ayrton Senna, vencendo em carro com o câmbio quebrado, acabou a corrida, sentou-se à janela do Tempra, corpo para fora, bandeira brasileira à mão, deu consagradora volta no circuito, devidamente transmitida pela TV, identificando o carro com velocidade e vitória.
As vendas do Tempra duplicaram em 1993, mostrando-o superior relativamente aos concorrentes, hesitantes para investir no sistema. Foi a democratização das 16 válvulas.

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