sexta-feira, 6 de julho de 2012

ALTA RODA COM FERNANDO CALMON




LANÇAMENTOS EM CADEIA




O calendário está ficando cada vez mais curto para tantas novidades no mercado brasileiro, sem contar o que chega do exterior de países que não Argentina e México, com os quais o BrasilL fez acordos comerciais e taxação diferenciada. O monovolume Chevrolet Spin e as novas picapes Ford Ranger foram apresentadas à imprensa com intervalo de três dias. As vendas de ambos começam ao longo deste mês.
O Spin, baseado na mesma plataforma do Cobalt, toma o lugar do Meriva e acrescenta uma versão de sete lugares. O Zafira, também de sete lugares, na prática deixou de ter um sucessor, pois se derivava do médio-compacto Astra e a distância entre-eixos era 8 cm maior. Curiosamente, o Spin é 2,5 cm mais comprido que o Zafira, mas se trata de veículos de conceitos e gerações diferentes. Na Europa, a Opel produz Meriva e Zafira bastante diferentes entre si e do que deixou de ser produzido aqui.
Livina e Grand Livina (sete lugares), Idea e C3 Picasso, além do chinês J6, são rivais em um segmento que encolheu ao passar do tempo com o avanço de sedãs e SUVs. Esteticamente o Spin não empolga, em especial na harmonia entre frente e traseira. A configuração interna reserva bom espaço para cabeça, pernas e ombros: ora perde, ora ganha por diferenças milimétricas dos concorrentes da Nissan e da Fiat. Na média, um pouco melhor.
Painel e acabamento, iguais ao do Cobalt, apostam na boa relação custo-benefício. A terceira fileira de bancos, previsivelmente, tem acesso razoável para entrar e nem tanto para sair. O Chevrolet destaca 32 porta-objetos e maior porta-malas (5 lugares, 710 litros; 7 lugares, 162 litros apenas). Entre os acessórios de concessionárias há câmera de ré.

Seu motor de 1,8 litro (108 cv/17,1 kgf.m) ficou mais econômico, porém perdeu potência e torque em relação ao anterior, fato desabonador. Preços demonstram que poderá segurar a liderança entre os seus pares: LT parte de R$ 44.590 e LTZ, de R$ 50.990. Por pouco menos de R$ 4.000, LTZ pode vir com câmbio automático de 6 marchas e controle de cruzeiro.
Quanto à Ranger, a Ford executou um trabalho realmente forte. Investiu mais de US$ 1 bilhão, recriou tudo na sua picape média e cobriu quase todo o espectro do segmento. A oferta impressiona: três motores (dois a diesel e um flex), três caixas de câmbio (duas manuais de 5 ou 6 marchas e automática, de 6), quatro versões de acabamento, cabines dupla e simples, tração 4x2 (só com motor flex) e 4x4. O motor diesel, um 5-cilindros de 3,2 l de origem Ford, é o mais potente entre as picapes: 200 cv. Torque de 47,9 kgf.m se iguala ao da S10. O motor flex de 2,5 l/173 cv é o mesmo do novo Fusion, com diferente calibragem.
Linhas imponentes destacam a forte inclinação do para-brisa e um arco de segurança estilizado, sem exageros. O nome Ranger aparece valorizado em friso cromado frontal e na tampa da caçamba. Generosa distância entre-eixos, de 3,22 m, garante bom espaço para joelhos de quem senta no banco traseiro. Evolução marcante no interior inclui quadro de instrumentos de visual moderno e tela multimídia de 5 pol para navegador GPS. Acabamento surpreende e não existem parafusos aparentes. Câmera de ré (imagem no retrovisor) fica embutida no emblema traseiro.
Capacidade de carga – até 1,4 tonelada – e de ultrapassar cursos de água (vau) – 80 cm – também são referências na categoria. Posição de guiar assemelha-se à de um automóvel e com os mesmo recursos, nas versões mais caras, como comandos elétricos nos bancos. Suspensões e nível de ruído estão bem melhores que antes. Câmbio manual de 6 marchas mostra alguma imprecisão, mas o automático é muito bom. Controle de trajetória com oito funções e seis airbags colocam em nível alto a segurança. Os preços, bem competitivos, vão de R$ 61.900 a R$ 130.900.
Em comum, Spin e Ranger oferecem três anos de garantia total, que deveria ser o padrão no Brasil.

RODA VIVA

APENAS no primeiro semestre de 2013 a filial argentina da PSA Peugeot Citroën terá fôlego para colocar em produção o sucessor do Citroën C4 Pallas. Linhas já são conhecidas porque o carro estará à venda antes na China, como C-Elysée e C4 L (entre-eixos maior), e fotos foram divulgadas. Como de praxe, os modelos do oriente e do ocidente não serão idênticos.
NOVO Série 3, da BMW, chegou ao mercado brasileiro nas versões 328i, 245 cv (R$ 171.400 a R$ 229.950) e de topo 335i, 306 cv (R$ 294.950). Em um mês, o 320i, de menor preço e mais vendido, partirá R$ 129.950. Os valores comprovam que os importadores apertaram bem suas margens para competir. Série 3 tem ido além do esperado no mercado mundial.
TRAJETÓRIA da AMG completa 45 anos como uma operação de sucesso de “esportivação” de modelos de rua. Especializada em produtos da Mercedes-Benz, foi comprada pela marca alemã aos poucos e há sete anos é uma divisão integral da companhia. SLK 55 AMG, motor V-8 biturbo de 421 cv/55 kgf·m, acaba de ser lançado no Brasil. Preço: US$ 244.900 (R$ 485.000).
____________________________________________________
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon

3 comentários:

Rodrigo Barreto disse...

Poucas vezes um carro foi tão mal desenhado e substitui tão mal seus antecessores! O nível de acabamento do painel da Spin é simplesmente desalentador! Dizer que aposta na relação custo-benefício é apenas um eufemismo para o grau de pobreza ao qual desceu a Chevrolet no Brasil! Compare o acabameto da Zafira com seus plásticos relativamente bem encaixados e seu painel superior em plásticos macios e agradáveis ao toque com o do Spin, no qual abaixo dos pobres difusores centrais ficam aqueles botões ridículos do pisca-alerta e outros dois que parecem ser da trava das portas e outro falso! E a pequena ilha abaixo onde ficam os também pobres controles do ar-condicionado que aliás só tem saída para os passageiros da frente, ficando os da segunda fileira menos atendidos e os da terceira fileira numa verdadeira "terceira classe"? E o sistema Flex7 de escamoteamento dos bancos da segunda e terceira fileiras que a Spin aposenta? Aquelas caixas de rodas monstruosas no porta malas com certeza matam o bom aproveitamento dos mais de 700 litros de capacidade apregoados pela GM! Cortar custos é bem-vindo afinal nossa indústria produz carros caros mesmo. Mas o problema é produzir produtos ruins e vendè-los como se fossem "o último biscoiti do pacote"! Abrir mão de produzir aqui a nova geração do Astra e no seu lugar colocar um amontoado de remendos como a dupla Cobalt/Sonic é realmente desrespeitar o consumidor de caaros brasileiro! Enfim, estamos sendo tratados com total descaso pela GM! Produtos mal acabados, motores adaptados de outros antigos, desenhos horrorosos e preços nas alturas! Tomara que a queda seja rápida para que o despertar e a reação também o sejam!

Joel Gayeski disse...

E pensar que a alguns anos a Chevrolet andava na frente com uma linha que era praticamente Opel. Hoje faz uma aberração pior que a outra e anda pra trás.
É quase impossível acreditar que o Omega foi produzido por essa mesma empresa.

1k2 disse...

Não concordo com o termo "esportivação". "sportivar" para mim é o Escort XR3, o Gol Rallie e o Uno Sport que só recebem uns penduricalhos e recebem o termo esportivo. E só. A AMG faz, com todas as propriedades e letras com direito a todos os pingos nos "i", é preparação.