A Infraero pode cortar as asas da História e ocupar a qualquer momento dois hangares do Aeroclube do Brasil (ACB) no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio, por interesse comercial.
Fundado por Santos Dumont em 1911, o ACB foi a primeira escola de aviação civil do País e ocupa o local desde a década de 70, destinado pelo antigo Departamento de Aviação Civil, mas agora a estatal requer a área para licitação.
A Infraero informa que trata-se de ação de reintegração de posse, em acordo com a entidade, cujo contrato expirou em 2008, sem interesse de renovação da parte do governo.
Desde então, a estatal e os sócios-pilotos do ACB entraram numa turbulência judicial, com derrotas seguidas para os aviadores. O Aeroclube foi notificado para desocupar os hangares. A entidade recorreu da decisão, sonhando em reverter a situação, mas perdeu na 20ª Vara Federal.
O ACB apelou e a ação chegou ao TRF da 2ª Região, e nova derrota. Nos bastidores, há interesse de empresas aéreas em ocupar os hangares para operações no aeroporto, que atende a companhias de táxi aéreo e empresas de suporte a operações offshore de petroleiros.
Sócio-piloto do ACB desde 1958, o comandante Hamilton Bastos lamenta o impasse: ‘O Aeroclube existe desde antes da Infraero. A situação é triste e crítica’. Agora, os sócios-pilotos querem sensibilizar o ministro Moreira Franco, que é do Rio. O novo ministro faz gestões para mudar o comando da Infraero.
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