Alta Roda nº 888 — Fernando Calmon — 10/5/16
PICAPES
MÉDIAS EM EVOLUÇÃO
Mercado pode ser pequeno, mas continua
avançando em grande parte pelas vendas em cidades de portes médio e pequeno, em
especial as participantes do agronegócio. Em 2015 picapes médias representavam
4,5% do total de picapes comercializadas e, no primeiro trimestre de 2016,
subiram para 5,9%. Tendem a se expandir com a oferta de modelos, atualizações
de linhas e conteúdo.
É o caso da S10 2017, com a qual a GM
espera retomar a liderança, perdida para a Hilux, até o final do ano, sem esquecer
do avanço da novata Toro. Renovação frontal, incluindo luzes diurnas de LED nas
versões mais caras, melhorou o visual da picape Chevrolet, embora sem mudanças
na traseira, salvo a relocalização da câmera de ré. O interior recebeu novos
materiais de acabamento, tela multimídia de oito pol. com a segunda geração do
sistema de conectividade, afora sensores de chuva e de acendimento dos faróis.
Agora há alertas para mudança de faixa e de proximidade do veículo à frente, neste
caso com três ajustes de distância e nível sonoro.
Mecanicamente, além da estreia da direção
eletroassistida, o motor flex de quatro cilindros passou para 2,5 litros, 206
cv e torque de 27,3 kgfm (etanol). O diesel manteve 200 cv e maior torque do
segmento: 51 kgfm com caixa de câmbio automática; diminui para 44,9 kgfm com
câmbio manual. Ambas têm seis marchas. O peso em ordem de marcha foi reduzido
em até 35 kg. Melhorias aerodinâmicas (12%), redução de ruído de vento (8%),
recalibragem de molas e novos coxins foram sentidas numa primeira avaliação, em
asfalto e terra, da nova versão de topo cabine dupla High Country, 4x4,
automática, com reduzida verdadeira.
A GM manteve os preços do ano-modelo
anterior que vão de R$ 97.890 a R$ 167.490, fora opcionais, em 13 configurações
possíveis. Em termos de itens de segurança passiva e ativa a S10 ainda fica bem
trás da recém-reestilizada Ranger. Faz falta, em particular pelo tamanho, peso e
preço do veículo, o controle eletrônico de estabilidade de série em todas as
versões. Mas a histórica posição de 20 anos de liderança entre as picapes
médias certamente ajuda a manter clientes fiéis, o que já não é muito fácil nos
dias de hoje.
Simultaneamente a GM lançou a Trailblazer
2017, em versão única para sete passageiros, e com a mesma base motriz anterior:
V-6 a gasolina, 3,6 litros, 279 cv e diesel, 200 cv (igual ao da S10). A
fábrica informa 50 novos itens no seu SUV médio-grande, redução de massa de 13
kg e melhoria no consumo de combustível de até 3,4%. Apesar de todas as
mudanças e componentes adicionais, anunciou redução de até R$ 4.000, que
corrige a precificação exagerada anterior. O V-6 custa R$ 159.990 e o Diesel,
R$ 189.990. Em relação à líder Toyota SW4 a diferença chega a quase R$ 70.000.
Trailblazer, apesar de ser um veículo de
peso pesado (até 2.161 kg em ordem de marcha), tem boa vocação estradeira, após
avaliação da Coluna entre Brotas e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em
especial com o motor V-6. Destaque para a direção eletroassistida que compensa a
inclinação natural da via e pode até reduzir trepidações em desbalanceamento moderado
das rodas.
RODA VIVA
ABRIL voltou a registrar maus resultados para as vendas internas de
veículos. Em relação ao mesmo mês de 2015 a queda foi de 26% e, ao considerar o
quadrimestre, houve recuo de 28%. Isso pode indicar que, finalmente, o fundo do
poço está chegando, pois a média diária de comercialização de março e abril
deste ano (em torno de 7.000 unidades) praticamente se manteve.
APESAR de números desanimadores, Anfavea ainda não reviu projeções de
vendas, produção e exportação para 2016. Entidade prevê queda de apenas 7% no
principal indicador do mercado interno. Estoques totais caíram de 48 dias em
março para 46 dias em abril, ainda longe da normalidade de até 35 dias ao
considerar mais de 1.000 modelos e versões de 35 marcas.
VOLKSWAGEN mudará nos próximos meses seu plano de manutenção periódica que
estabelece prazo semestral para troca de óleo em todos os modelos. Vai se
igualar aos demais fabricantes ao preconizar apenas uma visita anual às concessionárias
ou a cada 10.000 quilômetros rodados (esse intervalo já foi de 15.000). Na
Europa é comum trocas a cada dois anos.
JAC T5 destaca-se por seu estilo atual, vem bem equipado (tela multimídia
de oito pol.) e espaço atrás assim como porta-malas rivalizam com o HR-V. Direção
eletroassistida tem atuação excessiva em estrada e adequada em cidade. Câmbio
manual 6-marchas é algo ruidoso nos engates. Acabamento melhorou bastante, apesar
de algumas marcas aparentes de solda.
NADA contra atualização dos valores de multas (estavam realmente
defasados) e de aumentar penalidade para gravíssima no caso de uso e “manuseio”
do celular. Se o telefone estiver fixado no painel ou para-brisa e usado como
navegador (o que é permitido) se exigirá bom-senso de quem fiscaliza? Parece, também,
ilegal a correção automática de multas pelo IPCA.
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