Grazie Mille, grazie
Barrado
no baile do mercado pela exigência legal de portar air bags – coisa inviável em seu projeto do início dos anos ’80 – o
Fiat Mille vai sair de produção. A fábrica realiza esforço nestes dias para
levar a produção ao limite máximo que permita vende-lo até 31 de março.
É
a série Grazie – obrigado – Mille, com duas mil unidades. Coisa especial,
numerados em plaqueta aposta ao painel. Identificados pela exclusiva cor Verde
Saquarema, decoração externa, faróis com máscara negra, rodas em liga leve aro
13”, adesivos Grazie Mille. Dentro, revestimento em tecido com bordado, sobre
tapete, pedaleira, rádio connect, subwoofer, painel de instrumentos com
outra grafia, cobertura no porta malas. Ar condicionado, vidros e travas
elétricas. R$ 31.200.
Há
muito a agradecer. O Mille chegou em 1983 e nestes 30 anos vendeu bem e se
manteve em produção junto com seus sucessores, uma proeza de mercado. Foi bem
dimensionado e transformou-se no carro de frota e trabalho, posto antes ocupado
pelos VW Fusca e Gol.
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Mille, série final Grazie Mille
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Para provocar, um Mercedes a US$ 499
mil
Fim
do ano, hora de 13o salário, participação nos lucros das empresas,
balanço nos negócios individuais, é período de generosidades, presentes, gastos
largos, muitos rótulos para a injeção de dinheiro na economia do país.
A
Mercedes-Benz surgiu como oferta para integrar a lista de presentes: a última
edição do esportivo SLS AMG Coupé, em edição especial, a Black Series. É o
mesmo automóvel superlativo, com desenvolvimento em motor, transmissão,
suspensão e aerodinâmica.
Não
é um tapa, maquiagem para
caracterizar a fornada de despedida deste modelo, mas trabalho amplo. Redução
de peso, aumento de potência, melhor operação da transmissão. Peso baixou a
1.625 kg, potência subiu consequente ao trabalho nos comandos de válvulas,
virabrequim, lubrificação, a 464 kW / 631 cv, a 8.000 rpm, relação onde cada
cavalo carrega apenas 2,57 kg. A transmissão automática de sete velocidades
duas embreagens, foi rebaixada 1 cm para melhor distribuição de peso, e tem
coxins gasosos para absorver vibrações. O conjunto permite acelerar da imobilidade
aos 100 km/h em 3,6s. Para dete-lo, freios de cerâmica, rodas forjadas em liga
leve, pneus resistentes aos 317 km/h de velocidade de pico. Pacote de
eletrônica para garantir segurança, e a sofisticação desnecessária do sistema
de som Bang & Olufsen.
O
motor, o mais potente ciclo Otto atual, é montado por um engenheiro, que nele
aplica uma plaqueta, assinalando seu orgulho.
É
automóvel referencial e reverencial. Custa, aqui, chaves na mão, entregue pela
Mercedes na porta de sua casa, US$ 499 mil dólares.
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AMG SLS, série especial, mais
potente.
Roda-a-Roda
Embolou – PSA – leia Peugeot + Citroën –
negociava com a chinesa Dongfeng acordo comercial visando sociedade de amplo
espectro. Foi atropelada. A Renault fechou negociação com 50% do capital para
produção local.
Mercado – O tentativo entendimento mundial com o Irã deve reabrir o
bom mercado do país – 1,6 a 2M veículos/ano – a importações e produção local.
As francesas já estão lá e o Peugeot 208 é o mais vendido. Os EUA pressionam
para remoção das barreiras que os demonizava, permitindo aos produtos chegar
por exportações ou acordo com as montadoras locais.
Mercosul – Globalização pode trazer alguma
novidade Peugeot ao Mercosul, com entrada pela Venezuela, variante ao atual
produto. Lá se comete misturada de Peugeot 405 dos anos ’90 – três gerações
anteriores - com peças locais, e exemplo da estatização: caro ao estado, ruim
ao comprador. Missão peculiar: vendas subsidiadas a jovens oficiais das forças
armadas. Tipo Bolsa Milico.
Amarok 2014 - Para criar novidade e marcando como
linha 2014 Volkswagen incrementou o picape Amarok. Na versão Highline, de topo,
equipamentos antes opcionais, como controle de estabilidade (ESC), a
assistência para partida em rampa (HSA), controle automático de descida (HDC), air bags laterais para cabeça e tórax, e
a exclusividade setorial dos faróis de neblina que se movimentam em manobras.
Mais - Nestes periféricos incorporados à versão de topo,
espelhos retrovisores externos são rebatíveis eletricamente, diminuindo 17 cm
na largura do picape. E mudança na estrutura do painel para receber tela do
computador de bordo, e volante com teclas para som e computador. Há engates
Isofix – padrão mundial para fixação de cadeirinhas de criança no banco
traseiro.
Data – Volkswagen
marcou data para apresentar seu mais importante lançamento nesse ano, o UP! :
primeira semana de fevereiro, com vendas a seguir. Carro de entrada,
atualizado, diferenciado. Mais barato da linha.
Mais – Antes,
na última semana de janeiro, a Audi exibirá o A3 em versão Sedan. Quer, como a Coluna antecipou, aumentar a frota,
tornar o produto conhecido, movimentar vendas e passagem nas revendas,
antecipando-se à produção local.
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Audi
A3 Sedan
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Imagem – Uma das
marcas japonesas fazendo veículos no Brasil quer mudar inteiramente sua forma
de se relacionar com a imprensa: reformulará caminhos, posturas, executivos.
Quer formar imagem de simpatia. O presidente teria perguntado porque, no
Brasil, nunca jornalista algum o procura. Descobriu, a assessoria impõe
barreiras.
Aliás – Se em
produtos os nipônicos são bons de serviço, no relacionamento com jornalistas
são abaixo de crítica, descompromissados com informação. Tomara dê certo,
servindo como novo parâmetro ao grupo da etnia no Brasil.
Hora
séria
– A Honda está em projeto mundial de crescer em vendas, do 1,7M ano passado, a
2M em 2016. E a nova família Fit/City, mais o recente SUV que no Japão se chama
Vezel, mas aqui terá outro nome, é ferramenta para isto.
Diálogo –
Rompendo política de distanciamento, a Ford produziu revista especial para
impressionante relação de 43 mil oficinas. Utilizará o nome Motorcraft.
Conteúdo especial, informações técnicas, mimos como ferramentinhas. Visa
facilitar conhecimento e sua aplicação – e explicar porque as peças originais
tem qualidade e oferecer descontos especiais.
Porquê – Após
três anos de uso pouquíssimos clientes levam seu Ford à rede autorizada, recorrendo
às oficinas. Daí a Ford querer se aproximar deste grupo. Se não vende serviços,
quer vender peças.
Mais, do
mesmo
– 640 ônibus Mercedes-Benz foram adquiridos pela Viação Pioneira, integrando o
transporte público do Distrito Federal. Negócio de R$ 177 milhões, financiados
pelo Banco Mercedes-Benz, parceiro há 10 anos.
Transporte público em Brasília é uma das
mazelas da marcante capital.
Negócio
– Volvo
Construction Equipment adquiriu o negócio de caminhões off-road da Terex. Quer mais participar do mercado de movimentação
de terra e mineração. US$ 160M, livres, sem dívidas, e inclui fábrica na
Escócia, o tudo a ver com caminhões rígidos e articulados, e estrutura de
distribuição no mercado estadunidense. Poucas empresas mudaram tanto de dono e
país.
Caminho – Pedro
Estácio, o Pedrinho, 15, mais novo
dos herdeiros do tri campeão de Fórmula 1 Nelson Piquet, fará 15 corridas em
cinco finais de semana na Nova Zelândia. Neste ano, em Kart, após vitórias na
Itália no FIA Academy, recebeu licença para competir com monopostos.
Pré – É a Toyota
Racing Series, com monoposto semelhante aos da Fórmula 3, 200 cv. Com talento e
genética pode ser o terceiro Piquet a chegar à Fórmula 1.
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Piquets: Nelson, pai, centro. Irmãos Lazlo – corre em motos -, e Pedrinho (d)
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Ecologia
– Projeto
de sustentabilidade pela Mercedes-Benz no Brasil ganhou prêmio mundial da
empresa. Implantado junto à rede de concessionários da marca, motivou
responsabilidades e a produção de um manual de procedimentos.
Implantar e sedimentar práticas ecológicas
em oficinas é desafio dos maiores.
Gente – Glauco Lucena, jornalista especializado em
veículos, mudança. OOOO Após 9 anos
na revista Autoesporte, coordenará, pela controladora Fiat, àrea de imprensa da
Chrysler. OOOO José Luiz Vieira, 81,
decano dos jornalistas especializados no Brasil, deixou a Abiauto, associação
profissional. OOOO Questões
paralelas. Perda sensível. OOOO
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O adeus da Velha
Senhora
Fenômeno industrial, a Kombi encerrou
a produção às 22h46 do dia 18 de dezembro, antes mesmo da polêmica discussão
sobre prolongar ou retomar sua produção.
Chegou ao Brasil ao início da década
de ’50, quando a marca era representada pela Brasmotor. Foi montada por esta e
pela nascente VW do Brasil, instalada no Brasil a partir de 1953. Após, foi o primeiro
produto da monumental fábrica da empresa em São Bernardo do Campo, SP. Primeira
e maior das instalações industriais fora da Alemanha.
O arranjo mecânico simples – grupo
moto propulsor traseiro – amplo espaço para carregar cargas, em excepcional relação
entre peso e carga transportada, ambos em torno de uma tonelada, resistente ao
uso, simples para manutenção, e o fato de ser único produto com sua morfologia
tornaram-na sem concorrente.
Teve motores 1.100, 1.200, 1.400,
1.500, e 1.600, em diferentes configurações: boxer, L4, refrigerados por ar,
por água. Funcionou a gasolina, a diesel, por álcool ou gasolina e álcool.
Transportou famílias, cargas, foi sede de negócios individuais – na nascente
Brasília foi escritório de depois famoso advogado – e até hoje aplicada, móvel
ou não, como base para lava jato, costureiras, chaveiros, e o que mais precisar
de espaço. De fábrica teve versões para ambulância, carro de polícia, camping,
oficina, bombeiros, carrocinha para capturar cães sem dono, carro fúnebre. De
tudo um pouco e um tudo.
Poucos veículos tiveram tão amplo
leque de aplicações, e nenhum sua ampla vida no Brasil: a velha senhora, que
agora deixa o palco, nele trabalhou, diuturnamente, de 1957 a 2013. Nas
festividades de sua despedida a Volkswagen prepara livro digital – www.kombi.vw - e livro
físico.
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Última Kombi, dia 18
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