De
olho em Genebra
83ª. edição do Salão
Internacional de Genebra, país de pontual indústria automobilística, mas
referência anual para a Europa. Esperados 10 mil jornalistas e 700 mil
visitantes, metade estrangeira, verão nos 110 mil m2 – 11 campos de futebol, ou
11 fazendas europeias – 900 veículos e, nestes, 10% serão verdes – a classificação para os que combatem a poluição. Bandeira
vitoriosa levantada há cinco anos, tropeçou, mas incrementou a demanda exigindo
criar mais 5.000 m2 de área expositiva. A ser lembrado, não existe o lá fora, inviabilizado pelo frio, neste
ano entre -3 e +6 graus C. Reduzir consumo e emissões se transformou em
realidade da indústria e inequívoco caminho para o futuro se quisermos convívio
com os automóveis.
Novidades há, pois a
disputa de mercado é briga de foice a cada dia mais briga e mais foices, com
novos brigões chineses, malaios, indianos, tomando marcas ante ocidentalmente
tradicionais.
Numa olhada rápida:
4C
– Há
tempos sem atrações, a Alfa Romeo mostrará o 4C, produto em restritas 2.500 unidades: um
milhar aos EUA, restante ao mundo. Aqui, não, Argentina sim, até por orgulho
nacional: um de seus designers é hermano, Ruben Wainberg. Carro
interessantíssimo, chassi em alumínio, motor 1.7 com 240 cv, tração traseira,
900 kg. Tipo T Grande a quem sabe
conduzir.
Audi – Station
Avant com mecânica RS6 em 3ª. geração. Motor V8, bi turbo, 4.000 cm3 e 560
cv de potência, e o rótulo de mais rápida do mundo, 0 a 100 km/h em 4,5s, e
corte a 250 km/h. Difícil imaginá-la cumprindo sua função precípua de carro de família.
Qoros
– Conhece
? Ninguém conhece, mas é chinesa e escolheu Genebra para apresentar seus
produtos à Europa.
Rolls
– Um
cupê, resgatando o nome Wraith - Fantasma
– e característica linha quase reta ligando a Coluna A à parte traseira. O
máximo da esportividade visual consentida por marca com denso rigor estético.
Deve ser de condução interessante, por chassis mais leve, suspensão aprimorada,
freios melhorados, mecânica BMW, dona da marca, motor V12 6.600 cm3, bi turbo, circa 600 cv. Curiosidade, o
revestimento das portas é similar a madeira porosa, inspirado na esportividade
dos iates italianos dos anos 50 e 60.
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RR Wraith, silhueta meio fantasmagórica, coerente
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Subaru
– Alguma
versão do carro que cede à Toyota, um Subaru com tração traseira; Conceito
Viziv, base para crossovers da marca;
e Outback motor boxer, diesel.
VW
–
Amplo leque, mas foco institucional no XL1, de produção artesanal. É o mais
aerodinâmico automóvel já construído e sua combinação de motor diesel turbo, e
bateria recarregável em tomada permite fazer 111 km com um litro, recorde e
impossibilidade teórica.
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VW XL1. Desafio de
tecnologia: 111 km/litro de diesel
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Roda-a-Roda
Mais
vendido – Surpresa:
o carro mais vendido no mundo não é Toyota Corolla, Ford Focus, VW Golf, Honda
Civic, algum Chevrolet. Nada disto, é um furgãozinho ajanelado, chinês SGMW Sunshine.
Vendeu 1.212.179 em 2012 - 20% mais que Ford Focus; quase o dobro que Chevrolet
Cruze, Toyota Camry e Ford Fiesta. Varejo brasileiro, mais de cinco vezes o
volume de VW Gol.
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Lá –
Especialista internacional em vistorias e segurança veicular, a DEKKRA fez
pesquisa sobre carros usados e concluiu, o de menor índice de defeitos é o Audi
A4. Cenário não é o do Brasil onde são baratos, difíceis de vender, situação de
importados que foram caros, e hoje pela manutenção estratosférica, são mico.
O S – Chinês, completo, por R$ 37.490 é o J3 S 1.5 com o carimbo de Jet Flex,
desenvolvimento entre a JAC e a Delphi, 125 cv com gasálcool ou 127 cv com
etanol – com pré aquecimento dos bicos injetores, dispensando o tanquinho para
partidas a frio. Março.
Mercado – É adaptação à clientela, motor do Jac J5, e ao
programa Inovar-Auto, exibindo o flex
como aplicação de tecnologia nacional. O S indica aumento de cilindrada,
potência, rendimento. Não é esportivo de adesivo, mania local. Vai a 100 por
hora em 9,7s e arranha 200 km/h de final. Para motor 1.500, temporal.
Vergonha – Aqui p’ra
nós, após carro chinês com partida aquecida, difícil às montadoras nacionais
justificar o primário tanquinho.
Inovar-Auto – Assinando contrato com o Governo Federal
para implantar fábrica na catarinense Araquari, a BMW cortou preços na marca e
nos Mini – Rolls-Royce, não. Reduções entre 2, 20 e 60% para carros em estoque.
Grand Coupé 640, sedã, tremenda barata,
de fora, a R$ 400 mil.
Festas – Ano importante para a Ford, 150 anos do
nascimento de Henry Ford. Um dos eventos, emissão de selo filatélico homenageia
o engenheiro húngaro József Galamb, um dos formuladores do sistema de produção
em série.
Seleção – Ford e Audi na lista das 50 companhias mais
inovadoras do mundo. A primeira pelo lançamento do novo Fusion, o sistema SYNC,
e instalação de laboratório no Vale do Silício para absorver inovação por
osmose.
A
outra, tecnologia do carro que dispensa motorista somando os conceitos de
controle de velocidade adaptativo, e sistema de orientação lateral.
Utilidade – Clésio Andrade, presidente
da Confederação Nacional do Transporte, senador, propôs projeto aplicando o
valor arrecadado em multas de trânsito no financiar carteira de motorista a
quem ganha até três salários mínimos.
Adequação – Idéia
boa, melhor se direcionasse motoristas barbeiros
a uma especialização no dirigir. Estamos atingindo inacreditáveis níveis de
gente despreparada e despreocupada conduzindo veículos.
Do patrão – Quando lançado o
Mercedes Actros, tecnologicamente refinado, e preço superior ganhou da Coluna o designativo de Caminhão do Patrão. Sofreu um up grading e a versão 2655 6x4 passa a
ter motor V8, antes exclusividade Scania. Transmissão automatizada, dá conforto
e segurança ao motorista para viagens com elevadas médias horárias ou deslocar
cargas brutas como bi trem ou rodotrem com 9 eixos e até 74 toneladas de PBCT.
Bici-Pati – Junção da prefeitura da
cidade francesa de Bordeaux, o designer
Philipe Starck e a Peugeot, desaguou na bicicleta-patinete Pibal. A cidade está
na vanguarda da substituição dos carros; o designer
é lápis livre; e a Peugeot, com bicicletas há mais de século, está para
negócios de aumentar faturamento – e diminuir perdas. Em acertos para produção.
Re call - A BMW
chama donos de 320i, 328i Coupé, 328i Cabrio, 335i, 335i Coupé, X1 Sdrive 18i e
X1 xDrive 28i, fabricados entre 2007 e 2011, à rede concessionária para
substituir o terminal do cabo positivo da bateria. Apenas 10 unidades com problemas. Confira pelo 0800-707-3578, h.c. ou no sítio www.bmw.com.br .
Utilidade – Questão de sobrevivência, o
regulamento da Fórmula 1 para 2014 forçará grande desenvolvimento tecnológico nos
motores térmicos, operação, consumo, emissões e recuperação de energia
para acionar dois motores elétricos. Serão V6, 1.6 litro, turbo. Parece ideal
para a Renault com seus programas de carros elétricos e tecnologia na área.
Futuro –
Escreva aí, deve ser o maior pulo de tecnologia dado em curto prazo, e estes
ganhos influenciarão, rapidamente, os carros comuns.
Evento – Para aproveitar a massa
de interessados na corrida de Fórmula 1 – maior faturamento turístico como
evento em SP – Reed Exibitions, organizadora do
Salão do Automóvel, fará paralelo encontro com automóveis. Tipo salada mista
sobre rodas, carros tunados, hots, antigos, acessórios.
Antigos –
Sucede ao fugaz Salão Internacional do Veículo Antigo que, sem entender
o colecionismo brasileiro não se impôs, inexpressivo em expositores, perdeu da
oportunidade de fazer evento para atender às partes: faturamento para a Reed,
evento sólido para os antigomobilistas.
Mão
de obra
– Quer aprimorar sua especialidade de
conduzir, tipo fazê-lo como um piloto ? A Mitsubishi aproveitou o mais novo
autódromo do país, o Velo Cittá, em
Mogi Guaçu, SP, e criou sua Premium
Racing School .
Fino - Coordenação de Ingo
Hoffman, multi campeão, intimidades com carros atualizados, Lancer Evolution X
e Evo R. Coisa exclusiva, oito pessoas, três instrutores. Pegue R$ 2.200 e vá nesta. Muito a contar depois. Inscrições Renato Perotti - renatoperotti@mmcb.com.br.
De volta – A Ford começou com corridas de automóveis e nestes 110
anos se alterna em vai e vem. Agora foi, de novo, com Fusion Stock Car na
NASCAR.
Amenidades
– A
Mercedes-Benz faz merchandising com
14 veículos no filme “Duro de matar: Um
bom dia para morrer”, na série com Bruce Willis. Há de tudo: caminhão
Zetros, Unimog, Sprinter, Vito, GL, automóveis Classe C, e até o charmoso e
caro tiro n’água, o Maybach 57. Nos cinemas.
Gente –Julio Ott, 92, fordista, passou. OOOO Instrutor da Ford, visitava agentes, treinava mecânicos, assistia
clientes, disseminava a estrutura assistencial da marca. Deu base à operação de
montadora no país continental. OOOO Aposentado
restaurou Fords antigos, auxiliou formar o Clube V8. OOOO Talvez fosse o último representante da época de viabilização do
automóvel no Brasil. OOOO Dieter
Zetsche, 59, CEO da Daimler, fica.
OOOO Contrato estendido até final 2016. OOOO Acionistas e Conselho gostam do projeto de trazer a Mercedes á
liderança de vendas sobre Audi e BMW, e querem ver sinais. Recordista no cargo.
OOOO
Fiat e recordes de velocidade Brasil Argentina
Curioso
associar a Fiat e seus carros pequenos a recordes de velocidade no Brasil e
Argentina. Pois verdade.
A
jovem Fiat fez carros de corrida – incluindo recordista modelo 4 cilindros, 300
hp em 28.000 cm3 – igual a 28 carros mil... Tinha piloto especial: Pietro
Bordino, filho de vigia, a fábrica em Turim era seu quintal, e experimentar
carros de corrida, diversão e aplicação. Delgado, pequeno, magro, talentoso ao
sugerir, acertar, e valente no conduzir. Com Fiat ganhou a inauguração do
Autódromo de Monza e muitos GPs.
O
senador Agnelli, criador da marca, quis sair das corridas, mas área comercial
improvisou: se havia a equipe, que tal um
périplo de promoção internacional ?
O
automóvel era o biposto 805, 1923, talvez o primeiro a usar compressor. 1.979
cm3, 8 cilindros em linha, compressor Rootes, 150 hp a 5.500 rpm, 220 km/h – então líder o Ford modelo T, 3.900 cm3, 20 hp a 1.400 rpm, 70 km/h.
Era
biposto, mas Bordino deslocara a pilotagem mais ao centro. Chegou em 10º.
Depois,
exibição na Sul América. Rio de Janeiro, sede da empresa, cravou 191 km/h em
local não registrado. Mesma fonte diz, em S Paulo, agrado ao Conde Matarazzo,
montador da marca, arranhou 185 km/h na Avenida Paulista. Depois, Argentina,
entre Morón e Bella Vista, curiosíssimo 1 km/h mais que no Brasil.
O
entusiasmo evoluiu ao Tipo 806: 1.484 cm3, 12 cilindros, 4 comandos de
válvulas, compressor Rootes, 187 cv a 8.500 rpm, e à vitória no GP de Milão. O Senatore, feliz pela vitória,
desrespeitado pelo carro feito à sua revelia, manda destruir todos. Bordino,
com Bugatti, foi-se logo após no circuito de Alexandria.
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Fiat 805 na Argentina.
Pietro Bordino,
de boné Borsallino, a quase 200 km/h.
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