sexta-feira, 24 de junho de 2011

JUAN MANUEL FANGIO: 100 ANOS


"EL CHUECO", um apelido dado em sua cidade, Balcarce, por causa de suas pernas arqueadas como as de Mané Garrincha, correu muito nas estradas de terra argentinas dos anos 30 e 40. Sempre duro, mecânico de profissão, ele teve logo depois da guerra uma cupecita Chevrolet comprada por uma "vaquinha" do povo de Balcarce. 

Mecânico habilidoso, sabia extrair os ultimos cavalos do lento motor Chevrolet e fez seu nome junto ao povo platino. Em 1947, Perón o mandou para a Europa com patrocínio oficial. Ele começou tarde, com 36 anos, mas rapidamente mostrou as habilidades únicas para o esporte  motor e as pistas.

La cupecita Chevrolet 1941 Ciudad de Balcarce



Em sete temporadas completas na Fórmula 1 (perdeu  uma no processo de recuperação de um grave acidente que sofreu em Monza, em 1952) ganhou o título mundial por cinco vezes, em quatro equipes diferentes (Alfa Romeo, Maserati, Mercedes e Ferrari) e foi vice-campeão nas duas restantes.

Mas os números impressionantes do argentino, filho de imigrantes italianos, que começou a sua carreira com apenas 11 anos como mecânico, não se esgotam nos cinco campeonatos ganhos (o primeiro em 1951, os outros quatros entre 1954 e 1957): 

Em 51 corridas, começou na fila da frente 48 vezes, 29 das quais na pole position, e estabeleceu 23 voltas mais rápidas na rota para 35 pódios, 24 dos quais com a vitória.

Em 1958, sem mais nada para provar, o "Velhote", alcunha dada pelos seus rivais, alguns dos quais tinham idade para serem seus filhos, abandonou a competição abruptamente, com um simples "acabou-se" aos 47 anos. Pense nisso hoje...quando os garotos mal têm idade para ter habilitação....

O primeiro F1, o Alfa Romeo Alfetta 159
Fangio retirou-se no mesmo ano em que foi raptado em Cuba, durante o GP de Havana, por 12 guerrilheiros cubanos do Movimento 26 de Julho liderado pelo líder revolucionário  Fidel Castro para chamar a atenção mundial para sua causa. O susto não passou disso mesmo e foi libertado pelos sequestradores sem qualquer exigência e muito menos violência pessoal.

Após a sua aposentadoria, Fangio voltou à sua terra natal, Balcarce, onde construiu um autódromo e depois a Mercedes ergueu um Museu para seus carros e sua memória, um lugar fabuloso, mágico e carregado de lembranças. Foi nomeado presidente da Mercedes-Benz Argentina por sua grande importância politica  e passou a dirigir os grandes prémios realizados no país.  
 
Mercedes W196 de Fómula 1
Fangio um dia declarou que o maior piloto de todos foi Ayrton Senna, e para ele há uma espécie de santuário em seu museu. Aliás eu vi aqui, anos 80 e GP no Rio, o Maestro "demonstrar" um Mercedes W196 de Fórmula 1 fazendo um tempo que lhe daria um bom lugar no grid da corrida que se seguiria, para grande stress do povo da Coleção da Mercedes....  Que demonstração que nada, pé na lata!

Mercedes-Benz 300 SLR
Outra história era contada por Alfred Neubauer, o lendário chefe do Rennabteilung da Mercedes. Dizia chegarem os carros de Fangio inteiros depois de uma corrida vencedora e o de Kling destruído... Era preciso saber conservar a máquina nos 5.000 km dos Grandes Prémios de Buenos Aires a Lima, Peru, pois quebrar podia ser uma tragédia no meio do nada...

Vítima de diversos acidentes ao longo da sua carreira, o piloto declarou, na altura da sua retirada: "A minha maior vitória foi ter sabido conservar a vida".

E soube fazê-lo até 17 de julho de 1995, quando, aos 84 anos, passou  onde nasceu a 24 de junho de 1911.

Mis saludos. Quíntuple Campeón!

Os dois imortais Campeões

3 comentários:

José Rezende - Mahar disse...

AOS MEUS LEITORES:
ESTAREMOS EM LINDOIA ATÉ DOMINGO. NA VOLTA UM CAMINHÃO DE IMAGENS E IMPRESSÓES! DIVIRTAM-SE NO MAHAR PRESS...
ABRAÇO
MAHAR

Rafael disse...

Um monstro realmente.

Arnaldo Keller disse...

Esse, sim, Mahar!
Esse foi o melhor de todos. Esse merece ser ídolo.
Curiosidade: nesse Alfetta da foto ele foi cronometrado a 312 km/h em 1952. Nada mau...